Força Aérea Colombiana intensifica programa de Aeronaves Remotamente Tripuladas

A Força Aérea Colombiana conta com as Aeronaves Remotamente Tripuladas ScanEagle e Hermes 450 e 900, utilizadas em missões de inteligência, vigilância e reconhecimento. (Foto: Força Aérea Colombiana)

Impulsionada por seus resultados na luta contra ameaças nacionais e transnacionais, a força amplia o número de esquadrões e fabrica modelos próprios.

A Força Aérea Colombiana (FAC) avança em um programa elaborado para incrementar o uso de Aeronaves Remotamente Tripuladas (ART), que fornecem informações em tempo real para uma equipe em terra. A FAC ativou o esquadrão de ART como um dos componentes essenciais para a Força-Tarefa Hércules, unidade militar criada para atender o estado de Nariño, ao sudoeste do país.

A cerimônia de ativação do esquadrão de ART e de sua base de lançamento ocorreu no dia 14 de maio de 2018 na Escola Militar de Aviação Marco Fidel Suárez, do Comando Aéreo de Combate Nº 7, em Cali, na Colômbia. A FAC prevê ter bases e esquadrões de ART em todo o território nacional até 2030, como parte de um projeto que inclui sua fabricação.

“Aumentamos as [manobras] de inteligência e reconhecimento no sudoeste do país, com o apoio do governo dos Estados Unidos”, disse na cerimônia o Brigadeiro da FAC Rodrigo Alejandro Valencia Guevara, chefe do Comando de Operações Aéreas. “As tripulações colocarão à disposição todas as suas capacidades para contribuir como operadores de aeronaves ScanEagle, NightEagle e como analistas de vídeos.”

Inteligência, vigilância e reconhecimento

A Colômbia ingressou na era das ART em 2006 com a ScanEagle, adquirida por meio da empresa americana Insitu. Graças ao treinamento proporcionado pelo Comando Sul dos EUA, a FAC adquiriu habilidades na utilização, na experiência quanto ao processo operacional e no conhecimento de todas as capacidades da pequena aeronave de um metro de comprimento por três metros de largura, pesando 19 quilos.

“Cada uma das Forças Armadas utiliza um nível de capacidade. O Exército a utiliza a nível tático; a FAC, a nível tático, operacional e estratégico; a Marinha Nacional, a nível operacional no mar; a Polícia Nacional a emprega a nível tático e operacional”, explicou à Diálogo o Major da FAC Adolfo Salamanca Guzmán, subdiretor de modernização da Diretoria de Potenciais da Chefatura de Operações Especiais.

A eficácia das ART vem sendo comprovada em missões antiterroristas, antinarcóticos e contra a insurgência, em zonas sensíveis do interior do país e em zonas de fronteira. Seu uso se estende a tarefas de extinção de incêndios florestais e prevenção de desastres naturais.

“O fato de ter a ferramenta nos permite ser mais eficazes em cada uma das operações. Contar com autonomia suficiente e ter informações instantâneas facilita a tomada de decisões imediatas”, disse à Diálogo o Coronel da FAC John Jairo López Oviedo, chefe da Diretoria de ART.

As Aeronaves Remotamente Tripuladas podem voar de dia ou de noite, a altitudes de até 6.000 metros, onde não podem ser vistas, e em períodos de 25 a 30 horas contínuas. (Foto: Força Aérea Colombiana)

Grande autonomia e menor custo

As operações estão a cargo de 200 especialistas organizados em equipes de cinco membros: um comandante da missão, um operador, um analista de imagens e dois técnicos. “As [missões] com ART oferecem grande autonomia. Nos conceitos táticos, operacionais e estratégicos, temos modelos que podem se desenvolver em cada teatro de operação. Podemos voar de 25 a 30 horas seguidas; nenhum avião tripulado nos daria essa autonomia”, explicou o Cel López.

Seus pontos fortes são o tempo, a cobertura, a segurança e o custo. As aeronaves podem voar de dia ou de noite, a altitudes de 6.000 metros. “Elas não podem ser vistas, o que facilita os trabalhos de inteligência. Com a ferramenta, não temos pessoal no ar, situação que sempre envolve algum tipo de risco. Calculamos o custo em 40 por cento a menos do que o investido em uma operação com aeronaves tripuladas”, assegurou o Cel López.

“Melhoramos técnicas e procedimentos e somos a primeira força no mundo que voa em aeroportos internacionais”, informou à Diálogo o Cel López. “Isto significa estar em espaços aéreos de aeronaves comerciais tripuladas e controladas pela aeronáutica civil, graças ao desenvolvimento de um alto componente de segurança operacional. [Esta é] uma experiência significativa para o desenvolvimento da aviação com relação a esse tipo de aeronaves dentro da força aérea. A ferramenta é o futuro da [aeronáutica] no mundo.”

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Quimbaya, Atlante e Coelo

A FAC conta com as ART ScanEagle e Hermes 450 e 900, que cumprem missões de inteligência, vigilância, reconhecimento, controle aéreo avançado, monitoramento de emergências e desastres naturais, bem como proteção da infraestrutura crucial do Estado. A capacidade adquirida levou ao desenvolvimento de modelos próprios por meio do Ministério da Defesa e com a participação da Corporação da Indústria Aeronáutica Colombiana (CIAC), entidades nas quais avançam os projetos Quimbaya, Atlante e Coelo.

“Quimbaya é um projeto que já está concluído em sua etapa de projeto e desenvolvimento, e seu protótipo está pronto. Faremos testes no mês de julho [de 2018] e iniciaremos sua produção a partir de 2019”, disse à Diálogo o Tenente-Brigadeiro-do-Ar da FAC (R) Flavio Enrique Ulloa Echeverry, diretor da CIAC. “Será uma ART tática de uso comum para as Forças Militares e a Polícia Nacional, dedicada em sua maior parte à vigilância da infraestrutura crucial do país.”

O Atlante II é um avião de fibra de vidro de 750 kg de peso, com alcance de quase 7.000 metros de altura e autonomia de voo de 200 quilômetros. A FAC e o Exército Espanhol preveem seu uso para reforçar suas capacidades de vigilância durante os próximos 20 anos.

Por último, o projeto Coelo está destinado às tropas do Exército da Colômbia, aos fuzileiros navais e aos comandos de Selva da Polícia Nacional. “É uma ART leve, pesando cerca de 6 kg, para que possa ser levada pelas tropas em seu equipamento e lançada com a mão; ela pode ser usada para vigiar uma área de 10 a 15 km, durante o desenvolvimento de uma operação”, assegurou o Ten Brig Ar Ulloa.

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Fonte: Dialogo Américas