FC-31 (finalmente) escolhido pela Marinha Chinesa?

Autor- (East Pendulum)

Tradução e adaptação- E.M.Pinto

 

Desde que seu primeiro protótipo fez o voo inaugural em outubro de 2012, não há informações sobre um pedido oficial do caça Shenyang FC-31. No entanto, seis longos anos já se passaram sem que o destino deste segundo programa de aeronaves furtivas chinesas fosse completamente selado…

No mercado doméstico, o exército chinês não parece, pelo menos até agora estar interessado  no caça médio com um MTOW de 28.000 kg, é o que afirmam as declarações oficiais. A aeronave segue seu rumo sobre o auto-financiamento do fabricante AVIC.

O PLA (PLAAF)  prefere se concentrar na integração de vários programas de caça a jato pesados tais como, o J-16 e J-20, bem como aviões de caça J-10C. E internacionalmente, o caça concebido pelo Instituto 601 Shenyang, infelizmente possui nenhum interesse até então, apesar das inúmeras apresentações em salões de Defesa na China e em outras partes do mundo.

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Isso provavelmente seria explicado pelo fato de que aqueles que têm tanto a ambição quanto os meios para se ter um vetor de última geração, como o Japão, a Coréia do Sul e a Índia, por exemplo, geralmente procuram fornecedores históricos russos ou ocidentais por razões políticas e industriais.

E para os clientes de longa data da China, principalmente países do terceiro mundo, o FC-31 é caro e complexo de explorar a longo prazo, um “luxo” que esses clientes não conseguem encontrar ou utilidade ou o orçamento para pagá-lo. 

Portanto, ainda existem alguns países entre estes dois óbices, a Turquia, que busca uma certa autonomia política e industrial, que poderia eventualmente servir como aeronave chinesa como base ou plataforma de tecnologia para desenvolver a sua.

Se o futuro do FC-31, inteiramente dedicado à exportação, parecia maçante em sua terra natal até agora, as coisas poderiam ser mudadas em breve. De fato, as várias fontes independentes convergiram desde o final de 2017 para dizer que “as coisas estão se movendo”, e a marinha chinesa, que busca construir forças aéreas terrestres e aerotransportadas no futuro, poderia ter o FC-31 como o motor principal desta reviravolta.

Enquanto alguns especialistas próximos ao  Instituto 601 Shenyang (projetista do CF-31 ) e  a Fábrica 112 SAC (entidade produção de aeronaves), argumentam que a marinha chinesa oficialmente escolheu o FC-31 e  autorizou o lançamento do projeto de desenvolvimento sob um nome J-xx,  o que não é o caso, outros bastante próximos dos outros conglomerados da China (611  Chengdu Institute  e o 132 CAC), indicam que a fase de avaliação entre a versão naval do J-20 e o FC-31 teria (tinha?) lugar.

É desnecessário dizer que é difícil enxergar com mais clareza esses elementos não oficiais que convergem em certos pontos, mas divergem em outros. Porém, uma coisa é certa,  ambos confirmam a necessidade de a marinha chinesa possuir caças médios tanto para suas unidades aéreas terrestres para monitorar o litoral do país quanto para as suas forças aéreo navais que continuam a crescer com a chegada de novos porta-aviões.

Note que outra fonte, desta vez diretamente pertencente a um fabricante chinês de motores, acrescentou um ponto  interessante na história. Segundo esta fonte, os recentes rumores que falam da posse do CF-31 é na verdade, duas entidades de Shenyang, e isto depois de uma visita de uma marinha chinesa, representada por integrantes de  alto escalão que teriam anunciado seu “apoio” ao programa depois de participarem de um vôo de demonstração no final de 2017 oq ual envolveu dois FC-31. Um apoio visivelmente verbal que o Instituto 601 e o 112 interpretaram como um sinal positivo para o lançamento do projeto.

No entanto, a escolha do lançamento de qualquer projeto dentro da marinha chinesa deve passar imperativamente pelo estágio do estudo preliminar conduzido pelo Instituto de Equipamentos da Marinha da China, uma estrutura cujo papel está próximo a da DGA na França, que emite um relatório detalhado para ser validado por um comitê de especialistas da do corpo de exército interessado antes que um projeto possa ser lançado.

E isto é precisamente o que o pessoal do Instituto de equipamentos da marinha chinesa teria indicado, a necessidade de uma competição entre a Shenyang e Chengdu ( FC-31 e o J-20), onde detalhes não foram revelados.

Poderia o FC-31 finalmente servir sob as bandeiras do exército chinês, como o que pode ser visto recentemente em uma reportagem de TV, onde um modelo de FC-31 da PLAN é visto por trás de um oficial da marinha chinesa entrevistado? Ou será que o Chengdu J-20 acabará monopolizando o mercado chinês de dispositivos de combate pelas próximas três décadas, graças em parte à versão naval? Poderíamos esperar uma (primeira) resposta nos próximos meses …

 

Fonte: East Pendulum

5 Comentários

  1. Penso que o ideal seria a China não favorecer a monopolização do mercado chinês pelo Chengdu para que não ocorra como a corporação MIG na Russia que está um tanto quanto “ofuscada”.

    Diga-se de passagem, esse FC-31 é um belo caça.

    Abraço a todos.

  2. Li em uma matéria de um jornal de Hong Kong em língua inglesa que o país poderia desenvolver uma versão naval do FC-31 para ser o jato embarcado nos futuros porta-aviões que o país construir, até porque, segundo esta essa matéria, o J-15 apresentou problemas mecânicos que já causaram acidentes, sendo um deles até fatal.

    • J-15 (leia-se Su-33) é improviso para aviação embarcada. Vide os russos que usam também o MiG-29K (outro improviso) para tentar remediar a carência neste segmento da aviação.

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