Made in Brazil: Embraer/FMA CBA-123 Vector

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Em 1986 o comandante da Força Aérea Argentina fez uma visita à Embraer e sugeriu uma cooperação entre os dois países para o desenvolvimento de uma aeronave. Na época, a Embraer já realizava estudos de mercado para o projeto de uma aeronave para voos regionais que substituísse o Bandeirante. O projeto em questão tratava-se de um turboélice que tivesse desempenho de um jato. Em janeiro de 1986 os presidentes José Sarney, do Brasil, e Raúl Alfonsín, da Argentina, assinaram o acordo para a construção da aeronave pela Embraer e pela Fábrica Militar de Aviones (FMA).

A partir de estudos de mercado, resultou o programa EMB 123, bimotor turboélice pressurizado para 19 passageiros, desenvolvido a partir da plataforma do Brasília, com as mais modernas tecnologias aeronáuticas da época, com estética muito atrativa e alto padrão de segurança.

Devido às características semelhantes entre o EMB 123 e outras aeronaves da Embraer, a empresa criou o conceito de “família”, que começaria com o EMB 120 Brasilia e teria em seguida o EMB 123. Com isso, reduziam-se os custos operacionais.

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Em maio de 1987, na assinatura do acordo com a FAMA (Fábrica Argentina de Material Aeroespacial, novo nome da FMA), a aeronave foi rebatizada de CBA 123 (Cooperação Brasil-Argentina 123). Inicialmente, o novo avião havia sido apelidado de “Paraná” pelos argentinos, e de “Tapajós”, pelos brasileiros, mas, como o principal objetivo era atingir o mercado internacional, deveria ter um nome mais fácil de se pronunciar. Por isso, foi realizado concurso internacional que recebeu mais de seis mil sugestões. O nome escolhido foi Vector.

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Em 18 de julho de 1990 o CBA 123 fez seu primeiro voo.A apresentação oficial ocorreu no dia 30 do mesmo mês, em São José dos Campos, e teve a presença dos presidentes do Brasil, Fernando Collor de Mello, e da Argentina, Carlos Menem. Em setembro de 1990, foi apresentado na Feira Internacional de Farnborough, na Inglaterra.

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Em 1991 o programa foi interrompido por diversas razões. A sofisticação e modernidade do avião demandavam mais investimentos e a Embraer enfrentava um período de crise. A FAMA também se encontrava em dificuldades financeiras porque não tinha orçamento próprio (era um departamento da Força Aérea Argentina), o que dificultava o repasse de verba para o projeto. O avião praticamente não tinha competidores no mundo, em termos de velocidade, segurança, conforto, silêncio e aparência. Mas os altos custos o tornaram pouco competitivo. Além disso, o mercado de aviação regional passou a dar preferência para aeronaves com maior capacidade de passageiros. Em 1992, o projeto CBA 123 foi desativado. A Embraer e a FAMA tinham um contrato inicial de adquirir um total de 60 aeronaves, mas só foram produzidos dois protótipos.

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Processo de restauração

Em fevereiro de 2008 foi iniciado um processo de restauração dos dois protótipos do CBA-123 Vector, como parte das atividades de comemoração dos 40 anos da Embraer, em 2009. Para os trabalhos foi realizada parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI de São José dos Campos, Jacareí e Taubaté, contando com 36 alunos do curso de Mecânica Geral.

O primeiro protótipo, de matrícula PT-ZVE, e o segundo, de matrícula PT-ZVB, tiveram os trabalhos de restauração concluídos em maio e julho de 2009, respectivamente, e depois foram apresentados na sede da Embraer. Posteriormente o PT-ZVE foi transferido ao Memorial Aeroespacial Brasileiro (MAB), localizado dentro do então Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos, interior de São Paulo2 . Já o PT-ZVB foi transferido para o Museu Aeroespacial, no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro.

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Fonte: Centro Historico Embraer

5 Comentários

  1. O Piaggio Avanti usa o mesmo conceito de propulsão. A Boeing até chegou a testar o sistema no lugar de uma das turbinas de um 727, se nào me engano, mas o projeto também foi cancelado.

  2. Eu me lembro bem dessa aeronave, me chamava a atenção as hélices voltadas para trás, na época se falava que seria um sucesso inclusive a Embraer e a FAMA diziam possuir um contrato inicial com a intenção de vendas de 60 aeronaves, como foi dito na matéria !

    Mas o CBA-123 foi um verdadeiro fiasco !

  3. Mais um projeto moderno, avançado, que não sobreviveu aos desmandos e falta de bom senso que permeiam a política!

    Investimentos bem feitos teriam garantido não só a sobrevivência deste projeto, mas impulsionado a nossa indústria e criado milhares de empregos!

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