Confrontos e bombardeios deixam mortos em Gaza

Exército israelense lança ataques aéreos contra Hamas em retaliação a foguetes lançados a partir de Gaza, e deixa dois mortos. Confrontos entre soldados de Israel e palestinos em protestos fazem outras duas vítimas.

Protestos de palestinos contra decisão de Trump seguem neste sábado

Corpos de dois palestinos foram encontrados na madrugada deste sábado (09/12) na Faixa de Gaza, na sequência de bombardeios do Exército de Israel contra posições militares do movimento Hamas, informou o Ministério da Saúde palestino.

Os mortos foram identificados como Abdullah al Atal, de 28 anos, e Mohamed Safadi, de 30 anos. Ao menos 25 pessoas ficaram feridas, incluindo seis crianças.

Com as novas vítimas, sobe para quatro o número de mortos em Gaza desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu que Jerusalém é a capital de Israel, na última quarta-feira, e decidiu transferir a embaixada americana atualmente instalada em Tel Aviv.

Nesta sexta, dois palestinos morreram em confrontos com soldados israelenses.  Segundo um porta-voz do Ministério da Saúde local, forças de segurança de Israel teriam disparado com arma de fogo contra os manifestantes. Os confrontos violentos em Gaza ainda deixaram mais de 150 feridos, a maioria atingida por bala.

Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas em vários países árabes e muçulmanos nesta sexta para mais um dia de protestos contra a decisão dos EUA. O Exército de Israel, por sua vez, defendeu que, em razão de “tumultos violentos” na região, “os soldados responderam de forma a dispersar o motim”.

Ainda segundo os militares israelenses, protestos em reação à decisão americana ocorreram em ao menos 30 localidades da Cisjordânia e da Faixa de Gaza nesta sexta-feira, um dia depois das manifestações que também terminaram em confrontos violentos e dezenas de feridos na região.

Na quinta-feira, em discurso durante uma manifestação em Gaza, o líder do movimento palestino Hamas, Ismail Haniyeh, havia convocado palestinos, árabes e muçulmanos a realizarem novos protestos nesta sexta. “Façamos do 8 de dezembro o primeiro dia da nova intifada [levante popular]” contra o Estado israelense, pediu o líder.

Ataques aéreos

Na madrugada deste sábado, três ataques aéreos israelenses atingiram o norte, centro e sul de Gaza, destruindo a infraestrutura das Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, braço militar do Hamas.

A força armada israelense informou que os bombardeios aéreos foram uma resposta aos foguetes que haviam sido disparados mais cedo a partir de Gaza em direção a cidades israelenses.

“Em resposta aos foguetes disparados contra as comunidades israelenses durante o dia de ontem [sexta-feira], a aviação militar atingiu quatro infraestruturas da organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza”, confirmou o Exército de Israel.

O comunicado militar indicou uma fábrica de armas, um armazém de armas e um complexo militar foram atingidos. Outro bombardeio aéreo israelense realizado mais cedo atacou as posições do Hamas deixou ao menos 15 feridos, entre eles um bebê.

Palestinos protestam na Cisjordânia nesta sábado contra medida de Trump

Líderes palestinos reagem 

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Liga Árabe se reúnem em caráter de emergência neste sábado no Cairo para discutir a decisão dos EUA de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.

A Liga Árabe manifestou preocupação, considerando que a atitude de Trump pode “destruir por completo o processo de paz” e representar uma ameaça à segurança e à estabilidade na região. França, Reino Unido, China e Portugal também manifestaram receio sobre uma escalada da violência.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, adiantou que não irá se reunir com o vice-presidente americano, Mike Pence, que fará uma visita à região ainda em dezembro. “Não haverá nenhum encontro com Pence. Os EUA cruzaram uma linha vermelha que não deveriam ter cruzado”, declarou o assessor diplomático presidencial Majdi al Jalidi.

Na quinta-feira, Jibril Rajoub, um dos líderes do movimento nacionalista Al Fatah, disse que Pence não será bem recebido na Palestina.

A liderança palestina se reuniu neste sábado em Ramala para concretizar as medidas que serão adotadas em resposta à decisão de Trump. Entre as possíveis medidas, estão a revisão dos acordos de Oslo, o encerramento o papel de mediação dos EUA no processo de paz, o fortalecimento da reconciliação palestina e um pedido à ONU para que delimite as fronteiras de Jerusalém.

Pence pretendia se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e depois com Abbas.

Críticas da Coreia do Norte 

A Coreia do Norte lançou críticas à medida tomada pelo presidente americano.

O reconhecimento de Jerusalém como capital israelense e a transferência da embaixada americana “merecem a condenação e a rejeição global, já que representam um desafio aberto e um insulto à legitimidade internacional e à vontade unânime da comunidade internacional”, declarou em comunicado um porta-voz do regime norte-coreano.

O status de Jerusalém “é um assunto muito sensível que deve ser resolvido de uma forma justa e que permita que o povo palestino recupere seus direitos, bem como alcançar uma solução duradoura e pactuada ao problema do Oriente Médio”, acrescenta.

A decisão de Trump sobre Jerusalém “permitirá ao mundo discernir melhor quem é o destruidor da paz e a segurança global, e qual é o verdadeiro lado dos ‘hooligans’ da sociedade internacional”, conclui a declaração do porta-voz norte-coreano.

Fonte: DW

 

 

 

 

5 Comentários

  1. desde 1948 até hoje não ter havido paz na região quando Israel saiu do sul do líbano e da faixa de gaza as negociações não avançou enquanto houve radicais dos dois lados não ter paz, e se fala muito da guerra de 67 mas se tivesse respeitado a decisão da onu em 48 talvez a história fosse diferente, e quando a guerra de 48 terminou Israel dobrou o seu território mais o egito ocupou a faixa de gaza e Jordânia ocupou a cisjordânia podo fim ao estado palestino já que parece que nenhum dos dois tentaram uma solução no final que sofre e a população manipulada e usada. e essa decisão só veio pra da mais combustível para os radicais

    • eu creio que um judeu sionista norte americano que participou da delegacao judia na Conferencia de Paz em Versalhes em 1919 e que se converteu ao Catolicismo em 1948 precisamente porque ele nao aceitou que um bando de Europeus convertidos ao Judaismo, os Askhenazis/Kazarians, ocupassem Palestina, expulsassem seus habitantes roubassem suas terras/propriedades, e a transformasse num pais novo denominado Israel, esta em melhor condicoes de falar sobre esse assunto do que um patropi cuja mente em deformada lendo a imprensa controlada pelos Sionistas. Refiro-me a Benjamin Freedman, cujo discurso pronunciado em 1961 para uma audiencia formada por membros da Alta Sociedade Norte Americana em New York, pode ser ouvido em Ingles no YouTube, Benjamin Freedman 1961 Speech, que eu estava pensando em traduzir para o Portugues, mas que descobri dias atras, ja foi traduzido pelo O Sentinela, com o titulo Benjamin Freedman, um Judeu expondo a judiaria organizada pelo mundo. osentinela-blog.blogspot.co.uk/2015/07/benjamin-freedman-um-judeu-expondo.html. Cesar Silva antes de escrver sobre o assunto deveria gter lido ou ouvido esse discurso de Benjamin Freedman e depois procurar seus outros escritos em PDF, mas estes creio eu nao foram ainda traduzidos.

      • Antes que alguem me lanca na cara, a osentinela blog e nazista eu digo, pouco se me da posicao politica do grupo onde encontrei a fonte. Tampouco me importa se Benjamin Freedman se converteu ao Catolicismo, quando o este era ainda muito Conservador, isto e antes do concilios do Papa Joao XXIII e Paulo VI, quando a Igreja Catolica era radicalmente oposta ao Judaismo que ela responsabilizava pela criacao do Sistema Capitalista que resultou no surgimento do Comunismo Marxista. O que importa sao as informacoes que Freedman nos passa .

  2. Há séculos que o povo de Israel vence todos aqueles povos que também são nativos daquela região. Quando foram dominados, foi por grandes impérios, egípcios, babilônios. Eles também tem direito a terras por alí. Jerusalém não foi fundada pelos israelitas, mas foram eles que a tornaram o que ela é, portanto tem direito a ela. Nas guerras da segunda metade do século passado eles foram atacados, rechaçaram os ataques e naturalmente aproveitaram e conquistaram novos territórios. São nativos dali portanto tem direito de lá permanecerem.

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