Com intervenção, Exército terá nas mãos todos os dados de inteligência da segurança do Rio

Militares durante a operação conjunta do Exército com policiais na comunidade da Vila Kennedy localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro Foto: Pablo Jacob / Pablo Jacob

A intervenção federal é a chance de ouro do Exército ser o dono dos dados produzidos pelas agências de inteligência do estado. Se antes, os analistas militares tinham que pedir, por meio de requerimentos oficiais, o compartilhamento de qualquer tipo de informação, agora, eles são detentores das bases de dados da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança (SSINTE), das polícia Civil e Militar e, ainda, da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Na manhã desta terça-feira, durante a coletiva do interventor da Segurança Pública do Rio, general de Exército Walter Souza Braga Netto, e sua equipe, o militar reconheceu o trabalho das agências de inteligência.

— As inteligências sempre funcionaram. Realmente, quando você centraliza e unifica o comando, a tendência é que isso agilize o trabalho de inteligência. Mas, elas sempre trocaram informações. O que deve ter agora é uma maior agilidade – afirmou Braga Netto.

Os dados mais cobiçados, por conta das informações de contrainteligência sobre desvios de conduta de policiais, são os da SSINTE, responsável, de 2011 a 2018, pelas prisões de 351 policiais, entre eles, oficiais da PM e um delegado da Polícia Civil. Também foram capturados 1.253 criminosos, incluindo um dos narcotraficantes mais procurados do Brasil, Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, no Paraguai, no fim do ano passado. Piloto é suspeito de enviar mais de mil armas para favelas do Rio, incluindo a primeira metralhadora .50, capaz de derrubar helicópteros.

Como não tinham a atribuição de prender criminosos, nem policiais com desvios de conduta, não havia a necessidade de os militares serem os detentores de tais informações. No entanto, a intervenção está servindo para a ampliação da base de dados dos serviços de inteligência das Forças Armadas, primeiro passo para que, no futuro, seja criado um banco de informações nacional concentrado nas mãos dos militares e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

As informações referentes às investigações de policiais envolvidos em corrupção são as que mais interessam à equipe da intervenção federal, decretada pelo presidente Michel Temer, no último dia 16. O interventor, general de Exército, quer saber em quem confiar nos comandos das duas polícias, principal desafio no planejamento da segurança pública do Rio. Reportagem publicada pelo GLOBO nesta segunda-feira, em cada dez denunciados pelo Ministério Público estadual do Rio, dois são agentes que pertencem ou já passaram pelas polícias Civil e Militar.

Dentre as prisões da SSINTE, está a do ex-delegado da Polícia Civil Fernando Reis e mais seis ex-inspetores de polícia condenados por formação de quadrilha e extorsão mediante sequestro. A pena de Reis foi de 97 anos de prisão, por ter sido apontado como chefe da quadrilha. Ele foi preso quando era titular da Delegacia de Proteção do Meio Ambiente (DPMA), em 2015. O grupo foi acusado de extorquir dinheiro de empresários, a partir de laudos periciais que embasavam crimes ambientais que não existiam. As vítimas eram ameaçadas de prisão em flagrante ou de instauração de inquéritos por crimes que não haviam cometido. Todos foram demitidos da instituição.

Outra operação realizada em 2015, desta vez, para prender oficiais da PM, foi a Carcinoma. Agentes da Subsecretaria de Inteligência e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP do Rio descobriram um super esquema com o desvio de R$ 16 milhões dos recursos pertencentes ao Fundo de Saúde da PM. As investigações provaram que 11 oficiais da corporação, sendo três coronéis, participaram do crime. Um deles foi o ex-comandante do Estado-Maior Administrativo Ricardo Pacheco, sendo na hierarquia da PM.

As ações da subsecretaria resultaram na prisão de 21 oficiais da PM. No grupo de praças, chama a atenção a prisão de uma quadrilha formada por cinco PMs do Batalhão de Operações Policiais (Bope). Eles foram acusados de vender armas apreendidas com traficantes, além de receber propina de facções criminosas em troca de informações sobre as operações realizada pela unidade de elite.

 

Fonte: Jornal Extra

14 Comentários

  1. Parabéns ao EB pela coragem de enfrentar um inimigo vil, covarde e que age nas sombras da legislação e do poder político… é realmente preciso cortar na carne para se chegar a algum lugar… mas percebe-se que a intervenção em questão colherá bons frutos para a sociedade brasileira nas mãos dos filhos de Caxias… AD SUMUS…

    • O exército brasileiro foi criado por Lord Cochrane, portanto, pode-se dizer os militares brasileiros não são filhos de Caxias, mas de um inglês

      • Quanta besteira, kkkkkk, segundo esta linha de raciocínio a Fabiana foi criada por americanos, kkkkkk, não é por acaso que o Brasil vai levar 100 anos para igualar a capacidade de leitura e 75 anos para igualar a capacidade matemática já alcançada pelo primeiro mundo!

      • Creio que o Sr. carece de capacidade interpretativa, Francisco… quando eu digo “filhos de Caxias” me refiro a visão patriótica e de dever cumprido que a grande maioria dos militares do EB tem em consonância com os valores do Duque de Caxias, PATRONO DO EXÉRCITO BRASILEIRO… não desçamos a níveis tão baixos de tergiversação, meu caro…

    • E quem vai prender os militares do “exército” que fatalmente irão se associar ao tráfico, assim como ocorre no México? Será que os brasileiros que vestem farda são tão santinhos e imunes a corrupção?
      Quem acredita que o exército ao subir no morro e matar meia dúzia de bandido pé de chinelo está acabando com o tráfico e salvando o Brasil é muito ingênuo. Os chefões já fugiram do morro.
      A criminalidade só acaba quando houver emprego para todos e bons salários. Hoje no Brasil há 12% de desempregados isto é são 24 milhões de brasileiros sem empregos. Esse povo vai, por acaso, ficar em casa com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar? é claro que não vão procurar sobreviver de qualquer modo, inclusive trabalhando para os traficantes.
      Quem critica os favelados deveria antes se colocar no lugar deles e pensar o que fariam se estivessem desempregados com fome e sem nenhuma perspectiva de trabalho.
      Ninguem nasce bandido, é a falta de oportunidade que leva o cidadão ao crime. Enquanto não houver uma real distribuição de rendas do patrão para o empregado não tem jeito. No Brasil 1% da população vive no bem bom, o restante 99% sobrevive apenas, inclusive os militares com seus baixos soldos.

      • Com ou sem intervenção já existem maçãs podres nas fãs,,, o desespero dos verdadeiros associados fica nítidos quando percebemos todas as tentativas para desqualificar a interdição,…

      • CORRETO… veja como a 5 coluna midiática que presta serviço aos canais esquerdistas mundiais trabalha contra qualquer tentativa de trazer ordem ao sistema estatal brasileiro e a tentativa de melhorar o quadro político/social nacional… para estes, QUANTO PIOR, MELHOR… observe que somente eles e seus alinhados criticam a iniciativa da INTERVENÇÃO FEDERAL no Rio… quando o lula era prefdente, ele levou as tropas ao Rio e não se viu naquele momento qualquer reclamação desses que agora jogam pedra naquele que um dia foi alinhado deles e que fatalmente irão ter que votar no mesmo futuramente, porque voltarão a se alinha politicamente nas próximas eleições… o mesmo quando a dilma chamou as tropas do EB para as olimpíadas…

      • Então quer dizer que só há criminosos pobres? Deixe de falar estas bobagens, conheço muito pobre que ganha pouco e outros desempregados que fazem bico, em comum eles possuem uma extrema honestidade, este discurso vítimista não engana ninguém, os socialistas usam este besteira para atrair desavisados, conheço também muito vagabundinhos classe média, que vive as custas do papai e que são ladrões, traficantes e contrabandistas, ser bandido é uma questão de escolha e não uma consequência social, segundo seu raciocínio sapiência, não há bandidos no Japão, CS, Suécia, lamento seu preconceito contra classe menos favorecida, pra vc eles são potencialmente marginais!

  2. Quanta Balbuzeira exercito criado por um Ingles kkkkkkk
    O Exercito Imperial Brasileiro surgiu por iniciativa popular no recôncavo Baiano 4 anos antes da Independência,quando o povo começou a mobilizar-se e insurgir contra os Portugueses.
    As tropas Especiais de Goiania que estão no RIo não são o total efetivo do Exercito e nem tampouco agem sozinha elas são acrescidas pela Brigada de Paraquedistas do RJ e tropas especiais da MB do RJ .

    • E MAIS …….. Oficialmente o Exercito Imperial Brasileiro foi criado 2 dias antes que a Armada Imperial Brasileira. E sendo assim,é o Exercito Brasileiro a arma mais antiga do Brasil.
      O Real Corpo de Fuzileiros Navais criado por D.João VI não tinha em sua fileira um unico praça Brasileiro. Todos eram Portugueses ou mercenarios Franceses e Ingleses.

  3. Não existe a menor possibilidade de sucesso sem primeiro fazer-se limpeza profunda nas policias.
    Tem muitos bandidos com distintivos e fardados tambem.

  4. A sorte de tudo é que os bandidos tremem para as forças armadas,pois se não tremessem a estorinha seria bem diferente.
    Esta ai a necessidade do comando construir um bom relacionamento com a opinião publica e as comunidades,caso contrario a maionese desanda,podendo ate mesmo descambar em guerra civil e contaminar todo o Brasil. O alto comando sabe disso e tiveram maestria de colocar a intervenção como Federal e não puramente militar.
    Voce que distribuiu ração e comida no Haiti e se acha capacitado seja voluntario então no Rio de Janeiro se tem coragem.

  5. Segundo o site de mídia The Intercept Brasil,a intervenção federal no Rio é um desastre na sua essência, pois segue a lógica da guerra ao tráfico de drogas – uma estratégia fracassada em todos os lugares do mundo,inclusive no Rio de Janeiro.
    Considerado o governo mais impopular do mundo,Michel Temer chega ao último ano de mandato sem conseguir aprovar a reforma da previdência, o que mancha a imagem de “homem que arrumou a casa” junto ao eleitorado de centro-direita.Agora aposta no sucesso da intervenção no Rio como última cartada para alavancar eleitoralmente ele é sua organização criminosa política e diga-se de passagem,a maior do planeta e assim garantir foro previlegiado.
    Em aberração jurídica sancionou lei que crimes cometidos por soldados contra civis serão julgados pela JM.Encobrindo a camada realizada no Complexo do Salgueiro em Niterói RJ.
    É nesse ambiente que foram concedidos super poderes ao interventor,que se não tiver jogo de cintura verá a situação agravar-se e generalizar-se nacionalmente.

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