Bruxelas propõe mudar teto que limita uso do gasoduto Opal

Apesar das fortes tensões políticas entre a União Europeia (UE) e a Rússia, o executivo de Bruxelas tenta apaziguar o diferendo sobre o fornecimento de gás.

A Comissão Europeia decidiu, esta sexta-feira, propor a eliminação do teto que limita a capacidade da Rússia no uso do gasoduto Opal, que fornece gás a países da UE via Alemanha e República Checa.

Mas nem todos os Estados-membros concordam com esta estratégia.

O especialista em energia Christian Egenhofer diz que “alguns Estados-membros, especialmente no Leste, mas não todos, preferem usar a energia como ferramenta para punir a Rússia”.

“Mas outros, como por exemplo a Alemanha, têm um relacionamento energético de longa data e preferem usar a energia como uma das ferramentas para voltar às boas relações com a Rússia”, acrescentou.

Em nome da livre concorrência que permita o acesso a outros operadores, a Comissão Europeia apenas permite que a Rússia use metade da capacidade do gasoduto.

Agora propõe que 10% a 20% sejam alocados exclusivamente a terceiros, podendo a Rússia licitar para obter a quota livre de 30% a 40%.

Apesar da Ucrânia perder relevância enquanto país de trânsito para fornecimento de gás, o analista diz que “não é uma coisa muito má por si só haver um pouco mais de concorrência no trânsito ucraniano, porque certamente aumentará a eficiência e, ainda mais importante, a transparência do sistema de fornecimento de gás ucraniano”.

Os Estados-membros que se opõem à alteração, alegam que a Ucrânia vai perder [ carca de US$ 250 milhões por ano ] em taxas de trânsito do gás para a Europa, enfraquecendo sua capacidade de reforma econômica.

Isabel Marques da Silva

Foto: Gigante estatal russa Gazprom

Edição: konner@planobrazil.com

Fonte: EuroNews

3 Comentários

  1. …………………o que é estranho é a UE depender do gás russo pra sobreviver e ao mesmo tempo a OTAN tentar emparedar a Rússia “comendo na mão dos EU” ….se a OTAN ciscar muito os russos cortam o gás e um inverno siberiano vai se abater no couro dos europeus.que terão que importar gás às pressas de regiões distantes….os demais países produtores de gás vão “encher as burras”………….

  2. Aos poucos a Ucrânia começa a ser deixada de lado pela própria Europa, que pressionada pela necessidade do gás russo, tende a deixar de lado questões relativas as intrigas de Kiev, isso só demonstra o erro que Kiev cometeu ao se alinhar aos propósitos estadunidenses, o que ainda tende a gerar mais prejuízos, uma vez que o principal parceiro comercial da Ucrânia era (é) a Rússia, que permutará tais ligações críticas com outros países alinhados (Bielorrússia, Cazaquistão, etc).

  3. Mas a boa Rússia, não cortara o gás assim como honrará seus compromissos, com clareza em seus negócios.

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