Brasil quer enviar tropas à República Centro-Africana após deixar Haiti

Por IGOR GIELOW

Com o fim da missão das Nações Unidas no Haiti, o próximo destino das forças de paz brasileiras na ONU deverá ser a República Centro-Africana, um dos países mais miseráveis do mundo. O martelo ainda não está batido, mas já há consultas avançadas para que o Brasil envie um contingente numeroso para a missão, uma das maiores sob a égide das Nações Unidas, com quase 13 mil soldados e orçamento anual de US$ 920 milhões.

O Brasil não deverá ser o líder militar da operação, e sim cuidar de alguma das regiões conflagradas do país. A missão haitiana, liderada desde 2004 pelo Brasil, acaba oficialmente em 15 de outubro. A renovação do mandato na República Centro-Africana ocorre exatamente um mês depois —hoje o comando civil é de um gabonense e o militar, de um senegalês. Há hoje 968 militares e policiais do Brasil na ilha caribenha, o maior número entre os 1.248 integrantes de forças de paz da ONU do país. A missão no Haiti era bem menor do que a do país africano, com 4.757 estrangeiros buscando garantir a estabilidade política na ilha.

Segundo a Folha apurou, Forças Armadas, Ministério da Defesa e Itamaraty já deram o aval para a mudança. Falta agora a decisão da Presidência e eventual aprovação pelo Congresso. Inicialmente, Líbano ou outros países africanos estavam mais cotados, mas neste momento a República Centro-Africana emerge como destino favorito. Se o Haiti foi terreno desafiador, a república, dona do título de país com pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo, constitui uma mina de problemas.

O país, ex-colônia francesa que se tornou independente em 1960, viveu sob autocracias até os anos 1990. Dali em diante, alternou regimes democráticos com golpes de Estado e, desde 2004, vive sob guerra civil intermitente. Grosso modo, são beligerantes governo, rebeldes muçulmanos e milícias cristãs. Entre 2012 e 2013, o confronto recrudesceu, levando a uma limpeza étnica contra islâmicos, o deslocamento interno de 174 mil pessoas, a fuga de outras 414 mil para países vizinhos e um estado de emergência humanitária para mais da metade dos 4,9 milhões de habitantes.

Países africanos e a França intervieram, e em 2014 a força foi ampliada sob égide da ONU, que estabeleceu a Minusca (Missão Multidimensional Integrada de Estabilização na República Centro-Africana). A intervenção se mostrou problemática. Diversas alegações de estupros de locais por militares da ONU geraram um escândalo, alvo de inquérito que afastou 41 militares em 2016. Antes, soldados franceses também foram acusados dos mesmos crimes.

A França, que ainda mantém uma força com 2.000 soldados no país, está interessada no reforço brasileiro. Ele vem a um custo ainda não determinado: para mandar 36 mil homens ao Haiti desde 2004, o Brasil gastou R$ 2,55 bilhões e foi reembolsado em R$ 930 milhões

Para os militares há duas vantagens em participar: ganhar experiência de combate e coordenação, e, para quem for enviado, salários em dólar mais atrativos do que os soldos em casa

Fonte: Folha de SP

28 Comentários

  1. Ou seja, no Haiti tivemos um gato de R$ 1.620.000.000,00 e uma invasão de haitianos nas cidades brasileiras. A UNIFIL deve custar muito mais.
    E agora, quando nos forças Armadas não conseguem dar conta de proteger o patrimônio da nação, vamos nos aventurar em mais um país problemático, com o qual não temos nada a ver. E com certeza o Brasil vai receber mais uma torrente de imigrantes de lá.

    • “no Haiti tivemos um gasto de R$1.620.000.000.000. Cuidado com o que fala sobre o Haiti. Espero que o disse Caetano Veloso quando era jovem, que o Portugues seria um tumulo do pensamento ainda vigora. Isto e o que se pensa e escreve em portugues ninguem le.. Porque de acordo com o Zero Hedge, um oficial do governo de Haiti que expos o roubo que a Fundacao Clinton executou no Haiti nos ultimos anos desde 2010, foi suicidado com um tiro na nuca. http://www.SHTFplan.com Haiti Official Who Exposed the Clinton Foundation is Found Dead. A “suicidio” ou suicidamento de Klaus Eberwein ocorreu dias antes de ele ir prestar depoimento na Comissao Contra Corrupcao e Etica do Senado do Haiti, onde ele iria expor sob juramento, as atividades criminais da Fundacao Clinton no Haiti. As investigacoes de Eberwein haviam descoberto que somente 0.6% das donacoes arrecadadas de doadores internacionais par assistir o Haiti apos as devastacoes causadas pelos terremotos foram destinados a esse fim. 9.6% foram apropriados pelo Governo do Haiti e usadas para outros fins. Mas o grosso do dinheiro arrecadado, 89.8%, $5.4 bilhoes de dolares, foram apropriados por Organizacoes nao Haitianas, principalmente a Fundacao Clinton. Nao se assusta com esse suicidamento de uma pessoa que expos as maltrapices cometidas pela Fundacao Clinton. Ontem um outro individuo norte americano, um Investidor financeiro, que prestou declaracoes ao jornal Wall Street Journal sobre as atividades da Fundacao Clinton tambem amanheceu morto em condicoes suspeita. Outro suicidado. Enfim enquanto Brasil gasta dinheiro no Haiti, a Fundacao Clinton e outras organizacoes norte americana se enriqueceram no mesmo Haiti.

      • Sendo oriunda da extrema-direita xucra provavelmente é (mais) conspiracionismo barato. Mas se fosse verdade eu diria o seguinte: Bem feito! A diplomacia dos atabaques da dupla ex-Rei-Sol (O APedeuTa agora 4x réu e 1x condenado) e Megalonanico achou que o Haiti seria o passaporte para um assento permanente no CS da ONU. Quebraram a cara para deixarem de ser idiotas!

      • Esposito, examina os nomes daqueles burocratas sovieticos que saquearam as riquezas materiais da antiga Uniao Sovietica operando sob direcao da CIA, economistas das Escola de Chicago e Universidade de Harvard, banqueiros do Goldman Sachs e da City de Londres e se tornaram os Oligarcas. Esses Oligarcas ou sao Chefoes Mafiosos ou Testas de ferros das diversas familias mafiosas que existem na Russia e outros paises da antiga Uniao Sovietica e antiga Yugoslavia e Albania. A maioria absoluta deles sao judeus russos, judeus ucranianis, judeus latvios, etc etc. E Chefao dos Chefoes desses Mafyosos eu creio ser ainda Semion Mogilevich, um judeu da Ucrania. Muitos desses Chefoes vivem em Israel de onde eles controlam as operacoes dessas Mafyas nao so nos territorios da antiga URSS mas em todo mundo onde elas operam. Eles operam nos EUA, mas em cooperacao com a Mafia dos EUA, nao poderia ser de outro jeito. Operam na Colombia em cooperacao com os Carteis e assim por diante. Esse internacionalismo/globalismo da Mafya, (usa-se Mafya com “y” em vez de “i” quando se refere as Mafias daquela parte do muindo) e facilitada pelo carater internacionalista/globalista da Mafia judia. Foi a Mafia Judia nos EUA nos fins das decadas de 1910 que ensinou a Cosa Nostra norte Americana como expandir suas operacoes. Refiro-me em particular a Meyer Lansky, que se tornou parceiro de Carlos Luck Luciano, considerado o Chefao dos Chefoes da Cosa Nostra Americana nas decadas de 1930/50, mas e considerado que Lansky era o verdadeiro cerebro dessas Mafias. Foi Lansky que convenceu Luciano e outros Chefoes Mafiosos norte Americano se envolverem no trafico de Narcotico. Resumindo, o que se chama Mafya Russa e na verdade Mafya Judia Russa. E verdade Familias Mafiosas Russas sem conexao com os Judeus existem, mas nao sao a maioria nem tao poderosos. Os mais poderosos escolhem o Chefao dos Chefoes, e este e Judeu Ucraniano. Um ultimo adendo, para a Mafya, as fronteiras estabelecidas apos a queda da Uniao Sovietica nao existe

    • Tranquilo FRC , os invasores Haitianos trabalhão mais do que brasileiros com certo tipo de Nacionalismo Negativo , geralmente este tipo de Nacionalistas , não o são para os Nossos Interesses Reais !

      • Não entendi a relação entre os valores comentados na reportagem da Folha com o seu texto.
        O suposto desvio de $$ pela Fundação Clinton tem relação com o gasto brasileiro com a missão?
        Minha crítica foi no sentido de que o custo desta missão foi elevado, sendo que as Forças Armadas brasileiras tem inúmeras deficiências.
        Esses R$ 1.620 bi não seriam melhor aplicados em equipamentos para as FA brasileiras/
        Pode ter gerado experiência, mas acho que temos outras prioridades.

  2. Sou contra prefiro mande Líbano la pelo pelo meanos menos tem brasileiro defende .manda tropa inferno África deixa nosso país mais despesa Monte refugiado vão com estalacao de base brasileira la .Sou totalmente contra .deixa americanos ou russo chineses .

    • Libano e o cacete os arabes que tambem resolvam suas merdas com os judeus.
      Os libaneses, demais arabes e os judeus que vivem aqui, tem dinheiro(do nosso suor)para resolverem suas pendengas, sao todos do mesmo saco, nem pra Africa devem ir os europeus que apoiam esses ditadores malucos.

  3. querer n e poder .. a depender do tamanho do efetivo q se arrume uma MB em primeiro lugar . .ou ate mesmo uma FAB …

  4. Piada! Deslocar tropas trás um alto custo $$$ para o país e beneficio ZERO. O Brasil tem outras prioridades, deveria se fazer um plebiscito ou consulta popular para se definir tais empreitadas, deixar ao cargo dos estrelados só piora as coisas, como se constata, decisão errada uma atrás da outra.

  5. Concordo com a maioria dos comentários, ou vai para o Líbano, que já tem uma base lá, ou acaba de vez com isso. Mande a ONU recrutar seu próprio exercito para resolver essas buchas.

    • Realmente concordo contigo , deixem o nosso material , somente para desfilar em paradas e depois serem expostos em Museus , não precisaremos nem lavá-los !

      • José Luiz
        Como você tem certeza de que os haitianos trabalham mais que brasileiros?
        Não sei onde você mora, mas aqui em São Paulo, nas regiões de comercio popular do Brás e Bom Retiro, diariamente se vêem centenas de imigrantes clandestinos haitianos, africanos, bolivianos e chineses, trabalhando em comércio e serviços, além daqueles que trabalham na informalidade como ambulantes, ocupando vagas de brasileiros.
        Em um país com mais de 14 milhões de desempregados, fica difícil aceitar essa situação.

  6. Acredito que os comentários contra essa nova missão seja de civis, entendo este tipo de opinião… Isto é devido a falta de informação que é passada a população. Porém foram muitos benefícios para as tropas empregadas na MINUSTAH. Alguns deles, o adestramento realizado melhorou mto nossa capacidade, o emprego de novos equipamentos como OVN, o PARAFAL cano curto, o IA2 agora, a nova pistola da IMBEL GC, renovação da nossa engenharia de construção, capacidade de operar em um outro ambiente com um Estado Maior combinado EB MB FAB, dentre outros…
    Acredito que nesse novo cenário será ainda mais proveitoso do ponto de vista do pronto emprego da Força.

    • Pelo seu nível de comentário se percebe que é uma pessoa bem jovem e com pouca experiência de vida, sugiro que estude mais e defenda algo plausível e não sonhos e conjecturas.

  7. Observo que o EB e demais forças já integraram a seus planos e ganhos de recursos estas missões de manutenção da paz da ONU. Acredito que o Brasil não tem hoje recursos sobrando para cumprir tais missões e dentro de nossas fronteiras temos uma guerra civil.

  8. Daqui a pouco, a ONU intervirá no Brasil, que está em guerra e sob terrorismo dos bandidos (só nossas forças armadas não percebem que ações criminosas com material bélico são atuações de guerrilhas ou de terroristas).

    Temos nossa própria desgraça, não precisamos tentar consertar as dos outros.

    Isso só pode ser politicagem dando lucro para político.

  9. Que tal o governo brasileiro começar a mandar tropas para as fronteiras com Bolívia e Colômbia? Pra tentar dar jeito naquela zona.

  10. Já que na Africa a região pré destinada para envio de tropa brasileira, vive uma guerra civil, as autoridades com poder de decisão bem poderiam mandar preparar o Contingente escolhido dentre os veteranos do Haiti, em ações na cidade do Rio de Janeiro. Quando o primeiro seguir para a missão no exterior, um segundo ocupa a cidade fluminense e assim sucessivamente até a “profilaxia” aceitável para que passe ao controle total da tropa Estadual.

Comentários não permitidos.