Base russa na Síria foi atacada: Como militares russos combatem drones?

Base aérea russa na Síria foi atacada na semana passada, mas conseguiu repelir investida com auxílio de armamentos poderosos.

Foto: Victor HUSEYNOV

Na última sexta-feira (5), ocorreu um ataque com veículos aéreos não tripulados (VANT) contra a base aérea militar russa na cidade de Khmeimim, na Síria, onde estão localizados os aviões militares mais modernos das Forças Aeroespaciais russas, incluindo os caças Su-35S e bombardeiros estratégicos Su-34.

Os sistemas antiaéreos russos conseguiram, porém, repelir o ataque, efetuado por 13 drones armados com explosivos.

Isto porque o novo sistema de defesa da base na Síria pode derrubar os mais modelos mais modernos de aviões de combate e mísseis balísticos, assim como “desligar” os VANTs.

Máquinas de guerra silenciosas

O Krasukha-4 é um veículo radio-eletrônico que pode desligar sistemas computacionais mesmo dos equipamentos militares mais modernos. – Pavel Lisitsyn/Sputnik

De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, seis drones foram capturados em funcionamento por sistemas radio-eletrônicos que protegem a base aérea de Khmeimim.

Esses equipamentos cobrem a base com um escudo eletrônico invisível ao olho humano que desliga os sistemas de controle de fogo, comunicação e navegação dos veículos aéreos do inimigo.

Um desses sistemas é conhecido como Krasukha-4, e lança um véu eletrônico sobre os VANTs a uma distância de até 250 km. Segundo o Ministério, durante o ataque de 5 de janeiro, o Krasukha-4 cegou diversos drones que atacavam a base russa.

Defesa devastadora

O Pantsir-S1 é um sistema antimíssil que o Brasil negocia há anos. – © Sputnik / Evgeny Biyatov

Três outros drones foram derrubados pelo sistema de defesa aérea de médio alcance terra-ar Pantsir-S1. Esses sistemas disparam projéteis de calibre de 30 mm que podem perfurar a blindagem de aviões militares.

O Pantsir-S1 dispara até 5.000 balas por minuto, mas os barris precisam ser trocados a cada 8.000 tiros. Assim, a manutenção do sistema não é barata.

O Brasil negocia a compra de um lote dos sistemas Pantsir-S1 russos desde 2013, mas o contrato ainda não foi assinado.

Armamentos contra VANTs alternativos

O REX-1 é um dos primeiros rifles eletromagnéticos russos que pode combater drones armados. – RT

Não são apenas as Forças Armadas russas que estão desenvolvendo alternativas mais baratas para combater drones. Os Estados Unidos, França, Alemanha, China e Índia também se empenham na criação de armamentos que permitam desarmar os VANTs sem gastar milhões de dólares.

No ano passado, as Forças Armadas russas receberam duas novas armas projetadas especificamente para combater os drones: o REX-1 e o Stupor.

“A arma radiomagnética REX-1 obstrui os canais de comando e controle dos drones mais usados no mundo. Também foram instaladas nela diversas unidades eletromagnéticas e infravermelhas intercambiáveis que bloqueiam os sinais GSM, GPS, Glonass, Galileo [os últimos três são sistemas de navegação por satélite] e outros canais”, disse ao Russia Beyond Nikita Khamitov, chefe do departamento de projetos especiais do grupo Zala Aero, que desenvolveu o armamento e faz parte do Consórcio Kalashnikov.

Além disso, a arma é capaz de operar continuamente por quatro horas. “Ela pode então ser recarregada por quatro horas usando uma tomada comum de 220 volts, ou conectada a uma bateria adicional para uso ininterrupto”, explica Khamitov.

Geralmente, os drones têm dois modos por padrão no caso de perda de comunicação com a base: ou retornam ao ponto de partida, ou aterrissam automaticamente.

“Caso ocorra a segunda opção, o drone desaparece dos radares inimigos e nós temos um novo brinquedo nas mãos”, acrescenta Khamitov.

Fonte: Russia Beyond

Edição: Plano Brasil

http://www.planobrazil.com/kalashnikov-lanca-arma-para-o-combate-de-drones/

1 Comentário

  1. Algumas declarações pelo lado russo sobre este ataque:

    Putin:

    “Havia alguns provocadores, mas não eram turcos. Nós sabemos quem são, quem pagou quem por essa provocação e qual a soma real, afirmou Putin.

    O ataque foi uma provocação, visando minar as relações da Rússia com seus parceiros, incluindo a Turquia, disse Vladimir Putin,

    “Em primeiro lugar, estas são provocações visando o colapso dos acordos alcançados anteriormente. Em segundo lugar, isso também é uma tentativa de destruir nossas relações com parceiros.

    ————————

    Trechos do comunicado do ‘Ministério da Defesa russo’ sobre o ataque dos drones:.

    O ministério acrescentou que as tecnologias avançadas utilizadas pelos militantes “poderiam ter sido obtidas apenas de um país que possui tecnologias de ponta, incluindo navegação por satélite e controle remoto de dispositivos para liberação dos explosivos em coordenadas determinadas”.

    “Isso nos obriga a dar uma nova olhada na estranha coincidência de que, durante o ataque terrorista dos UAV em instalações militares russas na Síria, um avião de reconhecimento da Marinha americana Poseidon, estava patrulhando o Mar Mediterrâneo por mais de 4 horas a uma altitude de 7 mil metros, entre Tartus e Hmeimim “, afirma o comunicado.

    ————————

    Chefe do departamento de Estado-Maior russo para o desenvolvimento de veículos aéreos não tripulados Maj. Gen. Alexander Novikov:

    A análise de veículos aéreos não tripulados (UAVs) envolvidos no ataque do 6 de janeiro nas bases da Rússia na Síria mostrou que não podem ser feitas de maneira improvisada.

    “A criação de drones desta classe é impossível de maneira improvisada. Seu desenvolvimento e uso envolveu especialistas, que haviam recebido treinamento especial nos países que fabricam e usam sistemas com veículos aéreos não tripulados “, disse Novikov

    Os UAVs também não podem ser usados ​​sem software especial e esse ataque exige a informação sobre a localização do alvo exato das metas e parâmetros como altitude, vôo e velocidade do vento. Esta informação não pode ser obtida a partir de fontes abertas de acordo com Novikov.

    Os explosivos das munições transportadas pelos UAV envolvidos no ataque às bases de Hmeimim e Tartus não podem ser feitos em condições improvisadas.

    “A análise preliminar mostrou que o principal explosivo utilizado nas bombas foi o tetranitrato de pentaeritritol (também conhecido como PENT, PENTA ou TEN), que tem um rendimento muito maior do que o hexógeno. Este explosivo é fabricado em vários países, incluindo a planta de agentes químicos da Shostka da Ucrânia. Não pode ser feito em condições improvisadas ou extraído de outras munições “, disse Novikov.

    O general acrescentou que um dos UAVs “estava equipado com uma câmera de vídeo e projetado para controlar e ajustar as greves, se necessário”.

    “As armas dos drones merecem atenção. Estes são dispositivos explosivos improvisados que pesam cerca de 400 gramas e recheados com elementos impactantes – rolamentos de esferas com um raio de ataque de até 50 metros “, continuou ele.

    Ele também observou que, até recentemente, militantes usavam UAVs “principalmente para reconhecimento aéreo. Somente incidentes isolados foram consertados quando foram usados para ataques. “Esses UAVs eram principalmente modelos improvisados, feitos de componentes vendidos no mercado aberto.

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