Analista elogia compra de misseis russos Igla-S pelo Brasil

O Brasil recebeu, em janeiro, um novo lote do sistema de mísseis portáteis russos Igla-S, que deverá ser distribuído para unidades de defesa antiaérea em todo o país. O Ministério do Exército não forneceu mais informações, e o Ministério da Defesa esclareceu que continuam as negociações para compra do sistema Pantsir S-1.

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A compra dos novos Igla-S esteve na pauta da visita que a presidente Dilma Rousseff fez a Moscou em dezembro de 2012, que foi seguida por uma missão de alto nível do comando do Estado-Maior das Forças Armadas junto às autoridades russas e aos fabricantes do equipamento. A decisão pela compra foi tomada no ano passado.

Os mísseis Igla-S, considerados de curto alcance, podem ser operados por um único homem, têm alcance de seis quilômetros, altitude máxima de 3.500 metros, velocidade de duas vezes a do som (cerca de 2.500 km/h) e peso de apenas 10,6 quilos. Esse equipamento foi bastante utilizado durante as hostilidades entre Equador e Peru em 1995 e mais recentemente nos conflitos envolvendo a Geórgia e a Ossétia do Sul, na Europa.

O jornalista especializado em assuntos militares e editor da coluna Insider, Roberto Lopes, elogia a compra dos Igla-S, afirmando que o reaparelhamento da defesa aérea é uma das prioridades do Exército Brasileiro. Segundo ele, o Brasil está comprando diversos sistemas, entre eles o autopropulsado Guepard de fabricação alemã.

“O problema é que o Exército não possui mísseis para longa distância. Onde o Exército Brasileiro está mais bem servido, com o Igla, é justamente na curta distância. Esse equipamento é muito importante e prioritário, porque vai atender aos projetos de reorganização da defesa aérea. Prova de que o Igla é muito bem aceito pelos militares brasileiros é o fato de que ele também está na Força Aérea para defender suas instalações.”

Embora tenha grande mobilidade operacional, podendo servir em operações na Amazônia e nas zonas de fronteira, os mísseis Igla-S não se prestarão, no Brasil, ao abate de aeronaves ligadas ao narcotráfico. “Não faz parte da doutrina brasileira abater aviões supostamente pertencentes ao narcotráfico por meio de artilharia antiaérea. A FAB tem essa autorização, após abordagem e negativa de pouso do avião contactado.”

Quanto às negociações para compra do sistema Pantsir S-1, o analista afirma que ele é um passo adiante em termos de defesa antiaérea, embora seja um equipamento caro para um Exército de poucos recursos como o brasileiro.

“Além disso, as negociações começaram às vésperas da crise econômica que o Brasil ainda enfrenta. Tudo que dizia respeito à importação de equipamento militar ficou subordinado à disponibilidade de verba. O problema com os Pantsir S-1 não é a tecnologia e, sim, recursos.” Lopes acredita que, por tudo isso, o Brasil deva adquirir uma pequena quantidade de veículos. Quanto à transferência de tecnologia, acenada pelo governo e pelo fabricante russos, ela deve ser limitada à fabricação de apenas alguns componentes. “O importante é que ele (o sistema) venha e o Exército Brasileiro consiga desenvolver uma doutrina de emprego.”

O sistema Pantsir S-1 não tem equivalente no mercado ocidental. Ele pode ser disparado enquanto protege colunas em deslocamento, uma vez que os veículos utilizam radares de gestão de tiro com alcance superior a 30 quilômetros. Em posição defensiva, uma bateria pode ser instalada em menos de dez minutos.

Os lançadores são controlados por uma unidade de tiro alimentada por dois radares com alcance superior a 80 quilômetros. O sistema é capaz de acompanhar 40 alvos e cada lançador pode acoplar quatro alvos por vez, identificados por laser. Cada lançador dispõe de 12 mísseis, dois canhões de 30 mm com capacidade para atingir aviões, mísseis de cruzeiro, munições guiadas, entre outros alvos. O baixo custo e a simplicidade do míssil é uma das vantagens do sistema, permitindo – ao contrário dos concorrentes ocidentais – armazenamento por longos períodos sem cuidados especiais.

Fonte: sputniknews

15 Comentários

  1. O Igla é só o começo das camadas de defesa anti aérea, e avançar na aquisição e co produção do Pantsir S1 será um avanço mais significativo, nos dando poder de negar nossos céus a maioria dos caças.

  2. É um sistema bom, deve ser empregado de maneira a complementar outros sistemas como por exemplo o Sueco. O que eu quero ver é algo similar sendo fabricado aqui no futuro.
    Sds

    • Tio Sam…
      Caso houvesse vontade politica produziriamos sistemas similiares ao Aegis, Pantsir, S300, S400, Patriot e outros mais…

      Nao se engane…
      Mentes para isso nos temos…
      O que nos falta sao verdadeiros estadistas.

      • Voces falam muito da vontade politica.
        Politicos não entendem de tecnologia militar nem de armamentos precisam que militares demonstrem-nos e os conscietizem das necessidades.

    • É mais complexo TioSam, o sistema Astros apesar de ser um sistema que detenha certo grau de tecnologia, não se compara com um sistema de defesa anti aéreo como o Pantsir, tanto por questões de ser um sistema terra-terra e o anti aéreo terra-ar e também por deter diversos radares intercalados e integrados, possui sistema de contra medida super avançado, sistemas computacionais que definem prioridades, e que utilizam algoritmos complexos, ou seja, são diversos sistemas integrados que o tornam um sistema anti aéreo. Nosso país evolui para um dia ter esses sistemas, o Bradar com o radar M200 é um avanço extraordinário nesse caminho, uma coprodução com os russos que integrasse nosso radar seria fenomenal.

    • E quem investiria nisso aqui no brasil °
      O proprio Astros 2020 so esta indo a frente porque o EB entrou nesse projeto vindo o governo abrir linha de credito.

  3. o pessoal da concorrência rasgam as calcinhas com uma coisa destas né senhor Roberto Lopes?!….hihihihi…. 😀

  4. Também considero a aquisição bem adequada, mas deveríamos pensar em ter uma versão nacional em Médio prazo visando a fabricação em massa em caso de guerra

    • Os Iglas serão fabricados aqui meu caro esse acordo de aquisição porque não foi um contrato de compra e sim um acordo onde os mesmos serão fabricados consecionados aqui.

      • Essa história de que os Igla serão produzidos aqui é igualzinha aquela dos suecos produzindo uma turbina própria para o Gripen….??

  5. As plataformas de defesa aerea quie mais agradaram ao EB sempre foi a Tor . Tinham ficado impressionados com uma plataforma Chinesa com alcance de 15 km e que usava genéricos utilizados pelo Brasil . O desanimo justamente se deu por genericos da plataforma e de seus misseis utilizados que poderiam trazer problemas com fornecedores pontuais.
    Quanto ao Pantsyr e desenvolvimentos conjuntos como o Paraná tudo ja esta mais do que acertado mas prejudicado pela crise economica
    Desenvolvimentos conjuntos não necessitam de licitações e entram como material nacional . Essa é a doutrina que o Brasil tem em mente e a jpoint venture tem aceitação dos Russos o que para os dois paises traz beneficios.
    Um pais que busca ter independencia e auto-suficiencia jamais deixara de ser dependente simplesmente comprando material e pagando por serviços.

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