A visão da AAB para o Programa Espacial Brasileiro

Virgínia Silveira
Para o Valor, de São José dos Campos

A Associação Aeroespacial Brasileira (AAB), entidade que reúne empresas e especialistas que atuam no desenvolvimento de ciência e tecnologia aeroespacial, lançou ontem à noite, em São José dos Campos, o documento “A visão da AAB para o Programa Espacial Brasileiro”.

Com 74 páginas, o documento, que foi elaborado por 50 especialistas, sendo 35 consultores da iniciativa privada e das principais instituições de pesquisa espacial do país, ressalta a necessidade de um programa espacial mais adequado à grandeza territorial e econômica do país e sugere medidas de curto prazo, que devem ser tomadas para que o país possa avançar nessa área.

A associação propõe, entre outras coisas, a fusão da Agência Espacial Brasileira (AEB) e dos órgãos do setor (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, e o Instituto de Aeronáutica e Espaço, o IAE) em uma única agência. Na nova estrutura, a agência faria a condução da Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais. Para isso, a AAB recomenda que a agência tenha uma posição supraministerial que, segundo os autores do documento, facilitaria a coordenação e a integração das atividades espaciais e permitiria uma atuação mais ampla.

“A AEB hoje controla o orçamento do programa espacial, mas não tem autoridade dentro do organograma do setor. Hoje, o nosso programa está sem foco, é um conjunto de atividades desconexas, sem metas claras e sem horizonte”, afirma o presidente da AAB, Paulo Moraes. O relatório da AAB foi dividido em cinco tópicos: missão, meios de acesso ao espaço, recursos materiais, humanos e financeiros , política industrial e institucionalidade.

Segundo ele, o documento não tem o intuito de criticar nenhum projeto específico. “Nosso trabalho tem o objetivo de se tornar mais uma contribuição para o setor e gostaríamos que ela fosse considerada dentro do processo de discussão e reavaliação do Programa Nacional das Atividades Espaciais, em curso no âmbito da Agência Espacial Brasileira.

Iniciativa similar foi feita também no dia 30 pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, que lançou um estudo sobre a “Política Espacial Brasileira”. O estudo faz um diagnóstico do setor no Brasil e propõe medidas de estímulo à pesquisa e à produção espacial no país.

Uma questão crucial que deve ser resolvida no curto prazo, segundo o presidente AAB, está relacionada à perda de recursos humanos do programa espacial brasileiro, que vem se agravando com a elevação da faixa etária dos servidores. “Para a fixação desses profissionais deve ser implantado, num prazo de cinco anos, um plano de carreira, com metas para ascensão tangíveis e política salarial atrativa e perene”, conclui o documento da AAB.

A continuidade e a ampliação do programa espacial, na visão da AAB, depende ainda de fatores como o acréscimo de recursos financeiros e também um envolvimento mais efetivo da indústria nacional. “Nos últimos 30 anos, os recursos orçamentários foram concentrados na infraestrutura e pouco foi destinado para o desenvolvimento e capacitação da indústria brasileira.”

As restrições orçamentárias também são apontadas pelo estudo da AAB como grande obstáculo ao avanço do programa espacial no Brasil. A Associação aponta como alternativas para os investimentos no programa os fundos setoriais, como o CT Espacial e o Funtel, subvenções econômicas, financiamentos externos, parcerias público-privadas, acordos de compensação para compras no exterior, além da comercialização de serviços e produtos gerados pelos centros de pesquisa do setor.

Fonte: Jornal Valor Econômico, via Panorama Espacial

25 Comentários

  1. Puxa eu acha que o ITA, INPE, CTA, AEB, tudo fazia parte do mesmo pacote, mas pelo jeito nao.
    So o Brasil mesmo, o único pais do mundo que tinha dois partidos comunista.

  2. Como se sente um profissional da aréa Espacial, quando lê no jornal o aumento dos salários dos nossos maravilhosos politicos? E como se sente um politico quando uma pessoa morre num hospital por falta de leitos?

  3. Toda essas instituiçõpes deveriam fazer parte de um único objetivo, o de levar ao espaço o VLS e os , eu disse os n satélites geostacionários; nossos olhos e ouvidos, p vigiar n fronteiras e mares…e srs. isso deveria ser p ontem.

  4. Simples
    .
    AEROESPACIAL é o que ha de mais avançado e rentável, para conseguir é preciso investir muita grana, ou investe ou vai continuar lançando garrafa pet, ponto!!!!

  5. Hehehe, boa Fernando.

    Esta agência foi criada para gerenciar todo o programa brasileiro.
    Mas os militares não aceitaram cair fora.

    Então estamos meio que paralisados. Os civis não dão $$$ para os militares. Os militares não largam o osso.

    O FX é a mesma coisa. Querem que a FAB abra mão da Infraero para a Copa. Querem porque querem. O FX sõ sai depois que abrirem mão.

  6. Isso ja deveria ter sido feito, e mais uma coisa, acho que o acordo com a ACS é muito fraco, dizem que eles pagam uma mixaria por usar o territorio brasileiro e ainda deicham os tecnicos brasileiros de fora do projeto principal.

  7. Sobre Pesquisa e Desenvolvimento eu entendo.
    Não dá para centralizar, no caso brasileiro, pois não temos mentalidade, capacitação, competência, e bons cientistas no setor Aeroespacial. Caso se centralize, os chefes poderão ter miopia em sua visão,e a estagnação irá ocorrer. Veja a NASA, que ficou estagnada em matéria de tecnologia aeroespacial. Não evoluiram quase nada, da década de 50 para cá. E nós estamos marcando passo há mais de 30 anos.
    A politicagem do setor, vai ser pior ainda, pois vão querer propinas,colocando parentes e amigos para rapinar as verbas públicas. Afastem os políticos brasileiros dessa área, por favor. Basta o Tribunal de Contas da União fiscalizar as licitações.
    Os militares são os melhores para gerir esse projeto ? Não. Motivo, não são criativos e intuitivos. O ITA, IME e Universidade Naval engessa a mente criativa nos nossos jovens, apesar de darem um bom conhecimento teórico.
    E os engenheiros das Universidades civís ? São piores ainda do que os engenheiros militares, em matéria de engessamento da mente. A solução está em formar pesquisadores criativos e intuitivos nessa área, através duma seleção criteriosa. Junta-se uma equipe de civis e militares bem selecionados, e forma-se uma equipe federal.
    Não vamos centralizar … Uns 3 centros atuando com interdependência seria o ideal. Cada um com um tipo de projeto, mas comunicando-se entre si.
    Se quiserem me dar um desses centros, agradeço.
    Vou desenvolver a Nave 1/3 C com tecnologia eletromagnética, de altas freqüências, com um pequeno reator de fusão nuclear, antigravidade, antiatrito, antiinércia, etc.
    Já tem um pesquisador do Centro Espacial Europeu interessado nas minhas ideias. Um brasileiro naturalizado italiado, que se encontra na Holanda.
    Eu, que sou um dos maiores cientistas desse planeta, não sou aproveitado pelas FFAA e Governo Federal, lamentavelmente. Vou acabar dando prêmios NOBEL para os estrangeiros. Pessoal, a minha mente está a 1000 anos na frente da tecnologia da humanidade, e não me dão em centro de pesquisa para colocar os meus projetos em prática. Só posso imaginar, que o Brasil é o País do Mal.
    Entrem nesse meu Blog:
    http://dbagetti2.blogspot.com/

  8. Eu não preciso de dinheiro para desenvolver os meus projetos, pois vou utilizar a mão de obra ociosa já existente. Custo zero e não preciso de salário. Agora, tenho que ter carta-branca para atuar, caso contrário irão me atrapalhar. Não quero pessoas do mal do meu lado.

  9. Senhores… vamos dar uma chance ao nosso amigo Dandolo… quem possuir os canais para que o mesmo realize seus projetos, manifeste-se… podemos estar perdendo uma grande oportunidade… quem aí é parente do Diretor do CTA?… Darth Sidious, Argus, Athos… cês que tem acesso ao molusco barbudo, apresentem o cara a ele… quem sabe…rsrsrs

  10. Olha isso Darth Sidious.

    As restrições impostas ao Brasil para o acesso a tecnologias relacionadas ao projeto do foguete ucraniano Cyclone-4, que está sendo desenvolvido pela empresa binacional Alcântara Cyclone Space (ACS), estariam colocando em risco a razão estratégica da participação brasileira no projeto. Documentos e relatórios que circulam entre autoridades espaciais brasileiras sugerem que o investimento brasileiro no projeto é superior ao ucraniano, mas a participação efetiva no projeto se resume a atividades secundárias e não haverá transferência de tecnologia…
    matéria completa http://www.defesanet.com.br/space1/cyclone_5.htm

  11. Ei Dandolo

    Por favor cara, não diga que não temos competencia, se um dia eu acreditar nisso eu mudo para outro país, esperança de ver o Brasil como um dos lideres mundiais em tecnologia é meu sonho.

  12. Desculpem-me os amigos, não estou querendo ser pessimista, mas esse programa não decola. Quando fora anunciado um acordo com os ucranianos para o lançamento do VLS brasileiro, até que fiquei entusiasmado, pensei, até que enfim se livraram do entrave norte-americano, pura ilusão,o discurso é um e a prática é outra,ou melhor, continua no mesmo.Consultei o site indicado pelo Godoy, e pude constatar que nada de tecnologia veio no “pacote”, traduzindo, não avançamos nada; consultando também os outros links,dá-se a impressão que os puliticus querem ver os militares bem longe desse projeto http://www.defesanet.com.br/space1/cyclone_3.htm

    o que me parece um absurdo, isso é um assunto estratégico e vital para a segurança nacional. Será que é tão difícil entenderem isso ou será que entendem e não querem o desenvolvimento tecnológico brasileiro nessa área?
    Se não, a quem interessa esse lobby?
    Interessante também o depoimento do Cel. Roberto Monteiro de Oliveira profetizando o “acidente” ocorrido em 2003. Onde 21 preciosas vidas foram perdidas (os cérebros do programa espacial brasileiro) http://www.youtube.com/watch?v=oV3FsOc80Uk
    ACOOORDA BRASIL!!!

  13. PATRIOTA…Qualquer um pode ver que o receio de todos eles é que venhamos a ter condições de desenvolvermos balisticos intercontinentais.Nosso programa especial é altamente atrelado a esfera militar que o criou.Nosso programa atomico tambem e por ai vai.As tecnologias para fazer-nos realmente uma superpotencia independente são todas de origem militar.Muitos malham nossas Forças Armadas mas elas são as pré-cursoras do desenvolvimento Brasileiro nos setores mais essenciais e isso ninguem pode negar.

  14. Os cars roeram o osso e agora querem tirar deles a picanha e a maminha da alcatra sem falar que determinados setores são de segurança nacional e na mão da iniciativa privada e ainda mais sem credenciamento de equipes de ponta fica dificil e perigoso.Quando perdemos nossa equipe cientifica no desastre ou sabotagem de alcantara o pais teve um prejuizo enorme.Levariamos 50 anos para formar uma outra equipe com o pontencial da que perdemos e mais tantas decadas para aperfeiçoa-la e por isso buscamos a associação com a Ucrania para encurtarmos o tempo…Bravos Brasileiros e seus excepcionais centros de pesquisas.Orgulho do nosso povo,certesa do nosso futuro.

  15. Vocês não tem a mínima ideia de como consegui multiplicar por 1000 a resistência de uma blindagem de aço.
    Será que daria patentear ? Ninguém respeitaria tal patente.
    Imaginem um CC com a espessura de uma lata de goiabada.
    Já que os brasileiros não acreditam em mim, vou vender essa ideia para os americanos, russos, israelenses, chineses ou outro país qualquer, por 1 milhão de dólares.
    O brasileiro realmente não tem competência inovadora, pois nunca ganhamos um Prêmio Nobel. O nosso Sistema de Ensino é predatório e engessador de mentes,impedindo as pessoas criarem e intuirem.
    Eu não preciso do CTA e IPD. Eles que que precisam de mim.

  16. Eu também bolei um sistema de fuzil perfeito, que não possui falha de tiro. Os fuzis e pistolas existentes atualmente no mundo não prestam. Vamos desenvolver o protótipo desse novo fuzil e pistola ? Em 3 meses estaria pronto. O mecanismo serviria também para canhões automáticos.

  17. Se não houve sabotagem, faltou pouco para o nosso foguetão subir. Agora, falha no acionamento do primeiro ou segundo estágio ? É brincadeira … Muito estranho. O foguete explodir no solo, também é difícil de acreditar,
    Foi falha no dispositivo de ignição ou autodestruição ? Pelo amor de Deus. Essa segurança tem que ser tripla.
    Acertaram no mais difícil e erraram no trivial.

  18. Olha Dandolo, realmente fico no mínimo curioso, em relação ao que você diz ter dezenvolvido, infelizmente não tenho nem um meio de ajudalo, mas adoraria ver os seus projetos funcionando.

  19. Godoy, lamentavelmente o brasileiro não tem mentalidade de pesquisa, nem mesmo dentro das Forças Armadas. Cada um só quer ver o seu lado pessoal.Se eu fosse o Ministro de Ciência e Tecnologia do Brasil essa realidade iria mudar.
    Passaríamos a ganhar muitos NOBEL.
    Apesar de ser Coronel do Exército da reserva da área técnica e logística, e de ter cursado mais 4 faculdades, não tenho a mínima chance dentro das Forças Armadas, pois não sou amigo, amigo do amigo, fidalgo (filho de algo), bajulador e não pertenço ao PT e PMDB. Eu tenho um grande defeito, que é de ser honesto. Quem é que mais perde com essa mentalidade antipesquisa, anticriativa e antiintuitiva do brasileiro ? O país como um todo.
    O nosso país só vai tomar jeito, quando entrar numa guerra para valer,e passar a morrer soldado que nem galinha em um matadouro. Aí vão se lembrar do Coronel Dandolo Bagetti, que disse que tinha a melhor blindagem desse planeta, 1000 x mais resistente ao impacto do que o kvelar, aço ,titânio ,etc. Acho que eu nasci no país errado.
    http://dbagetti2.blogspot.com/

  20. (DOU) de 23/12/1993
    AO POSTO DE TENENTE-CORONEL.
    OS MAJORES:
    ….MATERIAL BELICO…DANDOLO BAGETTI…
    Dandolo, mata a cobra e mostra o pau.
    Abs

  21. Bem, basicamente o Brasil está ridicularmente atrasado em tudo. Não tem capacidade de lançar satélites, construir submarinos nucleares, porta-aviões nucleares e ainda tem mentalidade pequena. Deveriam ler o discurso ”We choose to go to the Moon” de JFK. O Brasil deve mirar viagens tripuladas ao espaço em uma década e paralelamente viagem a Lua e Marte.

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