A história da invisibilidade e o futuro da camuflagem

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Por Kelsey Campbell-Dollaghan, Gizmodo Brasil, 26/07/2014

Em 2004, o exército dos EUA cometeu um erro gigantesco: passou a usar uma nova camuflagem digital chamada UCP (sigla para Padrão Universal de Camuflagem em inglês), um padrão único projetado para funcionar em qualquer ambiente. Mas alguns meses depois, conforme a guerra no Iraque se intensificava a cada dia, os soldados foram descobrindo a verdade: o UCP deveria se adaptar a todas as situações, mas não funcionava em nenhuma delas.

Infelizmente, a corrida para encontrar um padrão que realmente funcione — uma corrida conhecida oficialmente como Esforços de Aperfeiçoamento da Camuflagem do Exército — vem sendo um desastre. Centenas de designers criaram novos padrões de camuflagem para a competição, e foram “peneirados” até restarem apenas quatro finalistas. Após quatro anos (e bilhões de dólares), o exército parecia pronto para escolher um vencedor.

Ainda assim os atrasos continuavam. O último rumor era que todo o projeto para Aprimoramento de Camuflagem estava prestes a ser cancelado . Diziam que o exército poderia simplesmente adotar a MultiCam, uma camuflagem digital feita pela empresa Crye Precision, usada provisoriamente desde a revelação que o UCP não funciona.

Mas isso ainda não aconteceu — e a história foi ficando cada vez mais estranha. Em dezembro, o congresso americano apresentou um projeto que impediria totalmente o exército de apresentar um novo padrão este ano. Até 2018, entretanto, a proposta exigiria que todo o Departamento de Defesa adotasse o mesmo padrão. Políticos, ao que parece, cansaram de gastar dinheiro em um problema sem fim. Em resposta ao meu pedido por um comentário do exército, o porta-voz William Layer pôde me dizer apenas o seguinte: “o exército está considerando diversas opções e levando em conta as recentes restrições legislativas”.

Entre acusações de incompetência e excesso de burocracia, também há o fato que a tecnologia de guerra está evoluindo rapidamente, e ninguém consegue prever muito bem como a camuflagem precisará se adaptar a longo prazo. O campo da ciência militar que gira em torno de como nossos olhos interpretam (ou deixam de interpretar) informações visuais ainda é bem novo. E jogar bilhões de dólares na cara do problema não teve o efeito desejado.

A história da invisibilidade

A camuflagem atual tem uma história relativamente recente. No nascimento das guerras modernas, no século XVIII – quando surgiram os rifles de longo alcance – o conceito de camuflagem incluía se vestir de verde-floresta ou cinza-campo. Na Primeira Guerra Mundial, as tropas experimentavam a “camuflagem dazzle”, que tornava difícil medir com instrumentos a proximidade de uma embarcação à distância. Logo a técnica passou a ser usada em humanos.

No início da Segunda Guerra Mundial, surgiram as reconhecíveis manchas em forma de rins das camuflagens mais modernas — e dali as coisas evoluíram rapidamente. No final da guerra, pintores modernos ajudaram a desenvolver padrões ópticos para enganar os olhos , pegando ideias emprestadas do cubismo e da op art(arte óptica).

No final da década de 1970, contudo, o exército americano passou a usar um novo tipo de padrão, pouco popular, chamado de “textura dupla”, uma versão primitiva da camuflagem “digital” que conhecemos hoje. A textura dupla usava quadrados perfeitos de cor para imitar dois padrões de uma vez só: um menor e um maior, efetivos a várias distâncias.

Era um precursor da camuflagem digital, mas só na década de 90 nasceu a versão desenvolvida em computadores – e ressurgiu o estudo científico dessa área. Um oficial do exército chamado Timothy O’Neill, “o avô da camuflagem moderna ”, foi um pioneiro com seus pequenos quadrados de cor, capazes de enganar os olhos para que vissem um soldado ou caminhão apenas como parte do plano de fundo.

Por que pixels fazem um trabalho melhor que as tradicionais manchas? Porque pixels são melhores em imitar padrões fractais, que nossos olhos interpretam como ruído. Sem se parecer com a “natureza”, a camuflagem digital não nos dá nenhum ponto para fixar a visão.

Mas o olho tem uma anatomia complexa, e é quase impossível recriar o mesmo truque óptico para milhões e milhões de soldados em um número infinito de ambientes. Por isso, surgiu uma indústria de empreiteiros e engenheiros independentes, cada um trabalhando em sua própria variante da camuflagem digital — incluindo os quatro finalistas dos Esforços de Aperfeiçoamento da Camuflagem.

Algumas dessas empresas não quiseram comentar o assunto quando entrei em contato com elas, aparentemente porque o Exército ainda vai anunciar o vencedor do concurso. Mas uma empresa em particular — a Hyperstealth Biotechnology Corp, designer da camuflagem para as forças armadas da Jordânia e do Afeganistão e uma das quatro finalistas dos Esforços de Aperfeiçoamento da Camuflagem — foi gentil o bastante para responder muitas das minhas perguntas sobre o design de camuflagem, e as tentativas do exército de aprimorá-la.

Enganando os olhos

Guy Cramer é CEO da Hyperstealth Biotechnology Corp. Ele me explicou que a camuflagem digital tenta usar ilusões de óptica avançadas para confundir o cérebro e fazê-lo não notar o alvo, em vez de simplesmente “se misturar” à paisagem ao redor. “Você não pode simplesmente passar tinta em um muro e chamar isso de camuflagem”, ele diz. “Nós não necessariamente tentamos criar padrões aleatórios. Nós queremos que o cérebro interprete padrões como parte do plano de fundo”.

Alcançar esse tipo de ilusão de óptica é difícil. Isso envolve ideias sobre a ciência das cores, a anatomia do olho humano e até mesmo a logística da criação de padrões – e ainda assim não é algo perfeito. Vamos pegar uma das maiores deficiências do UCP, o padrão digital fracassado do exército: a escala dos padrões pixelados.

Toda camuflagem digital tem duas camadas: o micropadrão (os pixels) e o macropadrão (as formas criadas pelos pixels). Se as manchas macro forem muito pequenas, como são no UCP, isso ativa um fenômeno óptico chamado isoluminância, interpretando um padrão de camuflagem cuidadosamente construído como uma superfície de cor clara.

Em outras palavras, isso torna mais fácil vê-lo à distância, exatamente o oposto do que se espera da camuflagem. Era um dos maiores problemas no UCP, como você pode ver:

E quanto à cor? Em 2004, quando o exército apresentou o UCP, foi revelado que não havia mais a cor preta na camuflagem – ela não ocorre na natureza, explicavam os oficiais. Mas Cramer discorda completamente: preto e marrom são essenciais para imitar sombras. O padrão finalista de Cramer para os Esforços de Aperfeiçoamento inclui algo chamado “luminância limite”, uma fina linha preta ao longo dos macro e micropadrões, que enganam os olhos a verem formas 3D:

“Se você não tiver pelo menos uma porcentagem disso na sua camuflagem, você vai se destacar e parecer bem 2D, porque não terá o efeito de profundidade”, ele explica. “Essa foi uma lição que aprendemos da forma difícil”.

Economias de escala

Há mais de meio milhão de soldados no exército americano, então fabricar uniformes para todos eles (pelo custo mais baixo!) também é um problema. É importante que a camuflagem “quebre” os contornos do corpo do soldado em pontos cruciais, como o pulso, o joelho e o tornozelo.

Da mesma forma, nossos cérebros são muito bons em reconhecer padrões — se nós vemos a mesma forma duas vezes, nós ficamos instantaneamente alertas de que algo está acontecendo. Então é muito importante para um uniforme que os lados direito e esquerdo nunca combinem. “Muitos padrões têm esse problema”, diz Cramer. “O cérebro vai ver uma anomalia no lado direito do peito e, caso veja um padrão muito similar no lado esquerdo do peito, ele liga os pontos imediatamente e entende: estou vendo a parte de cima de um corpo humano“.

O sucesso de Cramer vem, em parte, de sua habilidade de projetar padrões que cumprem todos esses critérios complexos. Ele é um pioneiro do design de camuflagem com algoritmos: em vez de confiar em seu próprio cérebro para criar padrões, ele escreve programas que geram fractais verdadeiramente geométricos. Fractais são padrões matemáticos que se repetem em qualquer escala.

Sem uma referência de escala, nossos olhos não conseguem diferenciar entre o fractal e o plano de fundo.

Esse é o motivo dos padrões de Cramer serem usados em tudo, de armas a helicópteros (sem mencionar os 2,5 milhões de uniformes): por não terem escala, eles escondem objetos pequenos (como humanos) ou grandes (como edifícios).

Testes e mais testes

A arte de testar esses padrões é quase mais importante do que o padrão em si, e é um processo que Cramer conhece bem, porque ele ajuda o exército americano nessa tarefa há quase uma década. O processo envolve questionar os melhores atiradores de elite do exército usando milhares de fotografias.

Na Academia Militar dos EUA, em West Point, as cobaias (que incluem atiradores de elite com visão mais-que-perfeita) vestem um equipamento de rastreamento ocular e são conduzidos a um anfiteatro imersivo, onde veem inúmeros slides de soldados camuflados em diferentes ambientes. Há uma grande variedade de imagens, de qualquer ambiente e clima concebíveis, de desertos a pântanos.

Além disso, eles também avaliam o uniforme em distâncias diferentes: todo padrão deve funcionar tão bem de perto quanto de longe. De acordo com a Soldier Systems, o projeto Esforços de Aperfeiçoamento da Camuflagem tinha 900 soldados testando cada padrão  em 45 ambientes diferentes, resultando em 120 mil dados diferentes.

Parte crucial do teste é a rapidez em identificar uma anomalia visual, e a rapidez em descobrir onde está o corpo do soldado. Aquele milissegundo de decisão pode ter um grande impacto em campo, onde um atirador de elite pode identificar um alvo entre 12 e 30 segundos .

O futuro da camuflagem

Em agosto de 2013, uma equipe das Forças Especiais foi inesperadamente retirada de uma missão na Líbia, depois de grupos terroristas roubarem dezenas de armas e equipamentos dos caminhões do exército americano. O que isso tem a ver com camuflagem? Na verdade, tudo.

Os adversários levaram um dispositivo que poderia causar tanto dano quanto as metralhadoras e lasers  que eles também roubaram: um tipo especial de óculos de visão noturna do exército americano, que detectam ondas curtas de luz infravermelha, o espectro SWIR. Esses óculos custam US$ 45 mil por unidade, e permitem que soldados vejam o comprimento de onda de 1 μm, onde as cores se misturam em uma massa branca.

Em outras palavras, eles tornam a camuflagem completamente inútil. Os únicos pares no mundo estavam nas mãos do exército americano, até serem roubados. “Isso nunca tinha sido um problema até agora”, explica Cramer. “Agora, você tem inimigos andando por aí com a mesma tecnologia”.

Isso ajuda a explicar o maior problema da camuflagem: à medida que os inimigos mudam, e conforme cresce o financiamento para tecnologias militares, o exército americano não pode mais ter certeza de que outras forças militares não os verão de longe.

Nós avançamos bastante desde a camuflagem cinza-pedra ou verde-campo do século XIX, e também desde os anos 1960 e 70, quando um único padrão durava por muitos anos e muitos conflitos. A guerra moderna está mudando a uma velocidade dramática e, mesmo que o Departamento de Defesa americano escolha um novo padrão este ano ou no próximo, não vai demorar até que sejam forçados a reavaliá-lo.

É quase como se o exército não estivesse olhando para um futuro distante o suficiente, quando a impressão 3D e materiais inteligentes poderão gerar novos padrões e texturas que variam junto às condições do ambiente.

A Hyperstealth, por exemplo, está trabalhando no Quantum Stealth , um projeto de camuflagem por meio da flexão da luz, que vem sendo chamado de “capa da invisibilidade”. Um projeto que, infelizmente, seus criadores ainda não comentam em detalhes publicamente.

Foto: Encontre os US4CES: imagem mostra o finalista da ADS Inc.’s e Guy Cramer na competição de camuflagem. Imagem: Hyperstealth.

Fonte: Gizmodo Brasil, 

24 Comentários

  1. Todas as vezes que o blog menciona este tipo de matéria me traz a lembrança a super série de animação japonesa Ghost in the Shell.
    Onde este tipo de camuflagem se chamava camuflagem termo óptica. E não é, que tá virando realidade.

  2. “O campo da ciência militar que gira em torno de como nossos olhos interpretam (ou deixam de interpretar) informações visuais ainda é bem novo.”

    Não concordo com essa afirmação, até porque no próprio texto aparecem dados que mostram que meios utilizados para enganar nossa percepção visual existem e são estudados desde antes do século XX.

    De resto é um bom artigo.

    • Complemento

      E tão importante quanto a camuflagem de um uniforme e sua capacidade de não se tornar um incômodo, mesmo que a camuflagem seja correta.

      Creio que o exemplo mais a vista neste caso seja a Guerra do Vietnã, onde por um lado era comum ver as tropas norte-americanas usarem apenas o colete como parte do uniforme em consequência das altas temperaturas e humidade; por outro lado, tanto o vietcong quanto o soldado norte-vietnamita utilizavam em profusão elementos naturais (galhos principalmente) como forma de camuflagem, aplicados sobre roupas leves, quando não civis.

      Um uniforme incômodo me parece pior do que uma camuflagem inadequada. Em ambientes em que a natureza é extremamente hostil, o uso do uniforme pode impedir problemas como alergias, queimaduras ou envenenamentos resultantes do contato com a vegetação, insetos, parasitas, animais peçonhentos, etc. É coisa a se por na balança.

      A propósito, não creio que os uniformes adotados pelas forças armadas do Brasil preencham este quesito.

      • Precisamente Roberto. Um item icônico disso são as famosas ghilie suit, os bush monster ou wookies como alguns chamam. Aquelas camuflagens gigantes feitas de galhos e folhas colocadas em uma rede. Ela, quando bem feita, camufla o atirador perfeitamente no ambiente, o problema é o calor absurdo que gera. Ela pode chegar ao extremo de causar desidratação do soldado, então é uma faca de dois gumes.

        Quanto ao surgimento das camuflagens, já existem desde que o ser humano aprendeu a pintar e fazer guerra. Guerreiros indígenas mundo a fora pintam o corpo para se camuflar a milênios, gregos, romanos e persas também usavam uniformes com camuflagens para seus comandos também a milênios.

    • RobertoCR,

      Há uma diferença muito grande entre ver e interpretar o que se vê… Militarmente falando, até o inicio do século XX, ainda se estava limitado ao que os olhos eram capazes de enxergar. Contudo, com as novas tecnologias presentes, houve uma ampliação considerável do campo de visão e da capacidade de enxergar ( falando de maneira geral ), que se sofisticou.

      E se entrarmos nos termos da consciência situacional que os novos dispositivos apresentam, ainda se está engatinhando na exploração dessas tecnologias.

      Em outras palavras, somente de uns 50 anos pra cá é que começou-se de fato a utilizar a tecnologia como complemento da visão, ampliando a consciência do combatente. E os novos desenvolvimentos, inclusive com a incorporação de hardware e software específico, proporcionaram um imenso salto na capacidade de ver e, principalmente, de interpretar a informação, ampliando assim a capacidade de distinguir.

      Comparado ao que se estava limitado antes e ao que se tem disponível hoje e para o futuro previsível, há realmente um mundo a ser explorado…

  3. na verdade o soldado tem que estar com a farda de ralo

    suja de barro folhas e etc e tal

    é a camuflagem perfeita rsrs

    um mendigo na cidade você passa do lado e nem percebe !! pois ele esta igual ao local

    na mata é a mesma coisa você tem que esta no ambiente

    e hoje com essas imagens feitas pela temperatura do corpo ,acho muito melhor investir em termos opticos do que jogar todo o dinheiro no fardamento apenas para ele ser supostamente invisível a olho nu

    é melhor investir todo esse dinheiro para ver melhor pela temperatura corporal

    a farda tem que ter camuflagem sim ,mas , mais do que isso ela tem que ser quente no frio e fria no verão
    demorar para molhar e ser rápida de secagem

    ser confortável e ao mesmo tempo pratica

    coisa que é bem ao contrario nos dias atuais

    • Nisso tenho que concordar, a melhor camuflagem ainda hoje são os materiais que se encontram no local. A lama por exemplo é excelente não só para camuflagem visual mas para camuflagem térmica, além de ajudar a resfriar o corpo do soldado no calor amazônico.

    • Pé de Cão,

      Pelo contrário. Uma camuflagem tem que permitir menor visibilidade em todos os espectros. Caso contrário, ela será imperfeita…

      Fardamento também não pode ser sujo. A sujeira influencia nas condições físicas do próprio soldado, além de frequentemente ser danosa para o moral de uma tropa regular… Enfim, a farda pode imitar sujeira, mas não pode ser suja… Manter o corpo e as roupas em boas condições é fundamental em ambientes de combate; principalmente na certeza de que não se vai receber suprimentos a todo o instante…

      Um fardamento deve obedecer ao ambiente o qual ele será empregado. O que deve haver, acima de tudo, é padronização ao máximo dos itens universais a serem utilizados pelo soldado, como cantis, cintos, cartucheiras, etc. Tirando isso, é difícil compor uma farda que seja verdadeiramente universal…

      • RR o texto que você mandou ele começa falando que a camuflagem pode começar até com a roupa suja .

        e se você ver a camuflagem que eles mais falam ,e mostram a foto a que eles chegaram a classificar para todas as operações ela é igualzinha a uma farda de ralo toda desbotada sem cor !!!!

        a farda de ralo é aquela que de tanto ser utilizada em instruções fica toda desbotada bem diferente de quando a gente ganha o fardamento novo

        no tempo do Fernando Henrique muitos soldados desfilavam com fardamento de ralo no 7 de setembro ,mas não era por estarem camuflados mas sim por o presidente Fernando entrega tudo não mandar nem fardamento para o eb

        mas voltemos ao texto , quando os soldados vao a instrução que simula o ambiente de guerra de dificuldade ,você nunca vai sair limpo você vai sim ficar bem sujo o mais possível igual ao ambiente aonde você se encontra

        então essa é a camuflagem

        sobre a parte que eu falo que o uniforme no frio é gelado e no calor pega fogo é para mim uma das partes que tem que ser melhoradas

        mas gostei de saber pela matéria que você mandou que a parte preta do uniforme é a que mais aparece nos opticos

        então na hora do pato pode tirar coturno mal engraxado rsrs

        então é por isso que eu acho que se tem que investir mais em opticos para o eb pois a camuflagem ideal para mim é a do ralo a suja pelo ambiente a que já anda sozinha perdeu até o vinco rsrs

        pois para o soldado vale mais sobreviver do que estar com o uniforme limpo , eu estou falando do nosso terreno mata, riacho barro barro e barro !!!

      • Pé de Cão,

        Sim, mas esse é um método arcaico… Pelos dias de hoje, já existem uniformes que simulam melhor as condições de terreno. Hoje, a camuflagem em pixel é considerada a melhor.

        Manter a condições de higiene é sobreviver… Em operações prolongadas no meio de terreno hostil, estar em meio a sujeira pode comprometer as condições de saúde dos soldados. Cólera, disenteria e tantas outras doenças provocadas pela falta de higiene, podem levar a mais baixas que o inimigo. Aliás, até a Primeira Guerra Mundial, a falta de zelo com higiene costumava ser a principal causa de baixas entre os soldados.

        Enfim, um soldado não pode permanecer longos períodos sem as mínimas condições de higiene. Além de danoso para o corpo, é danoso para o moral…

      • Claro que não se trata de fardamento, mas gostaria de saber sua opinião sobre os ghillie, notadamente usados pelos franco atiradores… são confortáveis ???… são adaptáveis a um certo numero de ambientes ou específico para cada um ???… existe algum que seja anti IR ???… grato…

      • Blue Eyes, como já havia comentado a cima a respeito, a “ghillie” é extremamente funcional no espectro visível, quando bem feita, a detecção a olho nu é impossível. No entanto, por se tratar de muitos galhos e folhas presos sobre o corpo do soldado em uma rede, ela gera um calor absurdo. É uma troca, indetectabilidade pelo conforto, então é algo a se analisar. Quanto a proteção no IR, nunca ouvi falar, a roupa é funcional justamente por ser feita com o material do envolta e na hora, é o próprio atirador que monta, então não vejo porque reduziria de forma significativa a assinatura em IR e Ultravioleta. Talvez de forma residual. Mesmo porque, reduzir a emissão em outros espectros nesse caso não seria relevante, já que um caçador de ghillie estaria operando sozinho e em posição avançada. Se ele fizer o serviço bem feito, jamais será notado, e ninguém sai escaneando áreas aleatórias com IR em busca de atiradores do nada, e considerando que ele se reposicionaria a cada tiro, achar ele se tornaria uma tarefa ingrata de procurar agulha em palheiro, mesmo com uso de câmeras IR e ultravioleta.

        Porém um material natural e abundante que reduz assinatura IR é a lama.

      • Blue Eyes,

        Que eu saiba, não é essencialmente confortável. Costuma ser um traje muito quente, tornando-se desconfortável por longos períodos, mesmo em clima mais ameno. Um problema maior estaria em permitir um melhor movimento dos membros e ocultar a face deixando um campo de visão aceitável. Não era incomum utilizar uma tela camuflada ( parecida com aquelas de apicultor ) para tampar a face.

        Quanto a adaptabilidade, costuma realmente prover camuflagem consideravelmente eficiente em todos os ambientes de mata fechada e savana. É possível sua utilização em semi árido. Creio que apenas em ambiente urbano não seria considerado o mais eficiente…

        De fato, o traje Ghillie não é nenhuma novidade. Sua utilização militar data do final do século XIX. Por aquela época, nada mais era que um traje costurado com o mesmo material de sacos ou mesmo composto de corda desfiada, costurada aleatoriamente sobre uma capa ou parca…

        Se o amigo ver o texto que postei mais abaixo, vai reparar no SOTCAS, um traje sueco que pode ser considerado um tipo de Ghillie, e reduz a assinatura térmica do soldado…

  4. Se foi pensado, poderá virar realidade…uma máxima, ainda + se à mesma trazer uma vantagem militar significativa ao seu detentor. E o futuro batendo às portas, o manto da invisibilidade dos contas de fadas , será q foi conto de fadas?!?! Sds. 😉

  5. Deviam consultar o engolidor de 51, pois ninguém nesse país entende mais de camuflagem que ele… enganou o povo com o “paz e amor” e “não sou comuna” e por ai vai… um verdadeiro verme oculto… 🙂

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