A Globalização e a Soberania Nacional

power global

Sugestão:Paulo Ricardo Paiva

Prof. Marcos Coimbra

Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e da Academia Nacional de Economia e Autor do livro Brasil Soberano.
O processo de Globalização diz respeito à forma como os países interagem e aproximam pessoas, ou seja, interliga o mundo, levando em consideração aspectos econômicos, sociais, culturais e políticos. Com isso, gerando a fase da expansão capitalista, onde é possível realizar transações financeiras, expandir seu negócio até então restrito ao seu mercado de atuação para mercados distantes e emergentes, sem necessariamente um investimento alto de capital financeiro, pois a comunicação no mundo globalizado permite tal expansão, obtendo-se o aumento acirrado da concorrência.
Na realidade, a globalização nada mais é do que uma forma moderna de neocolonialismo, onde as nações mais ricas (G-8) implantam uma estratégia de dominação sub-reptícia, com o emprego do ardil de necessidade de maior integração, para que possam continuar a utilizar os recursos naturais e riquezas dos países periféricos, de forma a beneficiar seus respectivos povos.
Na esfera política há a contribuição direta e indireta para eleição no Executivo e Legislativo, em especial de sicários comprometidos com suas estratégias de dominação. Na expressão psicossocial existe o domínio da Educação e Cultura (cinema, teatro, meios de comunicação, escolas, universidades etc.). No âmbito econômico diagnosticamos o uso inteligente dos termos das relações de troca e dos fluxos econômico-financeiros para manutenção das relações de dependência existentes, com a instituição de três tipos de países. Por exemplo, a China realizando a produção, a Índia operando como escritório e o Brasil fornecendo matérias primas.
Na Ciência e Tecnologia presenciamos a criação de óbices de toda ordem para impedir a autonomia tecnológica dos países dependentes. E no aspecto militar identificamos o bloqueio empregado por meios de toda ordem (imprensa, tecnologia, campanha difamatória etc.) ao desenvolvimento de qualquer evolução do estado da arte das Forças Singulares, inclusive impedindo o progresso em setores críticos (nuclear, aeroespacial etc.), bem como contribuindo direta ou indiretamente para a desativação de sua indústria bélica.
A Soberania caracteriza-se pela manutenção da intangibilidade da Nação, assegurada a capacidade de autodeterminação e de convivência com as demais Nações em termos de igualdade de direitos, não aceitando qualquer forma de intervenção em seus assuntos internos, nem participação em atos dessa natureza em relação a outras Nações. A Soberania significa também a supremacia da ordem jurídica do Estado em todo o território nacional.
A prática tem demonstrado a extrema vulnerabilidade dos países que não possuem Poder Militar expressivo, especialmente o nuclear. Os exemplos da Ossétia, do Kosovo, do Iraque, da Líbia e outros reforçam esta convicção. Em reforço, a Rússia em virtude de deter o poder nuclear, faz parte do G-8, apesar de não ser uma potência econômica. Também os episódios próximos havidos com a Bolívia e o Paraguai demonstram a fragilidade da ação do Brasil, fruto de dois fatores principais:
1 – O sucateamento de nossas Forças Armadas e a destruição da então pujante indústria bélica nacional, agravado pela ausência de líderes militares como existiam no passado, os quais vão cedendo terreno a cada instante, sem a devida reação;
2 – A conivência da cúpula do Itamaraty a avanços de grupos “bolivarianos”, sem as devidas medidas preventivas e dissuasórias, por orientação da cúpula petista, pertencente ao Foro de São Paulo.
O cenário atual é preocupante e o pior é que não visualizamos soluções satisfatórias no curto e até no médio prazo. Isto possibilita uma oportunidade única de reversão do dantesco quadro existente, desde que haja uma oposição organizada e preparada para aproveitamento da ocasião. Porém, não vislumbramos qualquer grupo capaz de uma ação efetiva com possibilidade de êxito.
Não encontramos nenhum partido que represente uma posição alternativa à onda de entreguismo e revanchismo em marcha. A educação está concentrada no pensamento gramscista ou neoliberal, por paradoxal que pareça. A comunicação também é comandada ou por neoliberais a serviço de interesses alienígenas ou por viúvas do stalinismo ou por ambos. Na área científico-tecnológica o panorama não é diferente. Persiste a dependência tecnológica como um todo, em especial na área de medicamentos.
É imperiosa a necessidade de refletir e agir sobre a sociedade brasileira, com determinação e força suficiente para evitar a perda concreta, pois já é sentida de várias formas, de parte vital do território nacional, sem resistência.
Correio eletrônico: mcoimbra@antares.com.br
Sítio: www.brasilsoberano.com.br (Artigo de 22.10.13-MM).

9 Comentários

  1. A Soberania caracteriza-se pela manutenção da intangibilidade da Nação, assegurada a capacidade de autodeterminação e de convivência com as demais Nações em termos de igualdade de direitos, não aceitando qualquer forma de intervenção em seus assuntos internos, nem participação em atos dessa natureza em relação a outras Nações. A Soberania significa também a supremacia da ordem jurídica do Estado em todo o território nacional.==== E bom a dona/congresso levar isso à sério…pra começar comprem uns 150 caças Su-25″S” p a FAB e 72 rafales p a n MB, os satélites geoestacionários,submarinos c AIP e vasos de guerra e p ontem…Sds.

  2. Não há novidades para nós, do meio geopolítico, sobre o que o nosso nobre autor expôs, mas me acalenta muito que o meio militar e inteligente do país esteja, mesmo que de modo vagaroso, alerta para a situação especialmente grave qnto a dominação que estamos sofrendo de ideias e compromissos oriundas da tríade cubana/venezuelana/boliviana… já está mais que na hora de nossos militares serrarem forças contra essa dominação idealista que nasceu em solo pátrio mas encontrou solo fértil em nossos vizinhos… as providencias tem que ser tomadas em âmbito interno e futuramente externo, seja no terreno político como no diplomático… os militares tem que ter consciência que sem terem representação política não passarão de joguete nas mãos dos grupos socialistas que infestaram o núcleo político brasileiro… algo tem que ser feito para barrar o entreguismo da esquerda a serviço do capital internacional… por mais paradoxal que possa parecer isso para as mentes calcinadas dos ESQUERDOPATAS de plantão… saudações

  3. Só há uma solução satisfatória, a curto, médio e longo prazo…
    É nossos cidadãos pensantes e honestos, não esmorecerem numa atitude de completo mudismo.
    Precisamos falar e falar, seja aqui na internet, em sites de democracia ativa, como o PB, como em todos os outros lugares, mesmo na feira, padaria, bar, restaurante, filas diversas, com familiares, serviço, praia, montanha etc.

    Especificamente quanto ao pessoal militar e sua área… nossa Defesa… sou de opinião que eles é quem têm que estipular números, quantidades de meios, para nossa FA ter poder de ataque contra qualquer predador do mundo, e não de simples defesa.
    Nossos militares tem que mudar essa lavagem cerebral, imposta ao brasileiro, que não temos inimigos (potenciais ou disfarçados).
    Assim nossa mídia precisa ser martelada com números e não conceitos, pois o quadro de condições para nossa Defesa tem que ser algo claro e facilmente entendido por todos… e isso se consegue apenas com a clareza dos números.

    Outra coisa, é duro dizer, mas lá vai….
    Usando a Marinha como exemplo… se ela precisa de 12 Escoltas, então ela tem que comunicar ao governo que precisa de 48, pois logo, muito envergonhadamente, Brasília vai dizer que só pode garantir a metade, e que no final ainda vai ser menos, coisa que então será justamente a quantidade pretendida.
    Pois será possível que nosso pessoal dos quartéis não entendem de malandragem estratégica?


    E por fim nada de pessimismo.. pois se a turma lesada do “Contra”, e de visão medíocre, pensa que é esperta… nós somos mais.

  4. Eu esperava um pouco mais do Prof. Marcos Coimbra.

    Parece estar entrando na onda da turma do disco falhado. Tudo é culpa do bolivarianismo, do entreguismo, Foro de São Paulo, revanchismo,etc.

    Sinceramente, os argumentos de quem se mostra oposição ao governo atual não se renovam e nem melhoram, mesmo após 12 anos.

    Concordo com o fato de que a Globalização, como foi apresentada na década de 1990 e sustentada até hoje, é realmente um processo neocolonial. Mas o mundo de hoje é sensivelmente diferente do de 23 anos atrás, o que acarretou também mudanças nas estruturas/sistemas globalizantes. Sem contar que a cartilha dos Chicago Boys, amplamente defendida pelos que utilizam os argumentos que citei acima como discurso de oposição no Brasil, é a mesma que esta levando a maioria dos países à crises econômicas extremamente sérias. Estas incoerências estão destruindo a quase inexistente oposição no país, que só consegue se manter através do discurso do ódio, mantendo-se afastado do que a população considera como realmente necessário. E essa incapacidade, ou falta de vontade, de construir um discurso alternativo solidamente baseado nas perspectivas/expectativas da população é a ruína da oposição. O PT fez essa leitura na década de 1990 e esta aí ainda com muita força administrando o país.
    Como a oposição política brasileira espera falar sobre os danos nefastos que a Globalização provoca na estrutura do Estado-Nação, se nem consegue interpretar adequadamente o que a sua população quer? Como criar uma proposta alternativa se só oferece uma receita velha, desgastada e comprovadamente ineficaz de política nacional?

  5. Talvez a “direita nacional” não tenha dom para enganar, mentir e ludibriar a população… faltou mais escola de canalhice política e menos verdade e trabalho, já que, ao que parece, o povo parece gostar de ser enganado…

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