Brasil pode ser parceiro, mas não integrar a OTAN, diz Jens Stoltenberg, secretário-geral da aliança


Jens Stoltenberg, secretário-geral da Otan — Foto: Joshua Roberts/Reuters

Donald Trump levantou a possibilidade de incluir o Brasil na aliança militar durante visita do presidente Jair Bolsonaro. Hipótese foi descartada pelo líder da organização.

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, negou nesta sexta-feira (3) que o Brasil possa integrar o bloco. No entanto, em entrevista à agência Reuters, ele afirmou que o país – assim como outros latino-americanos – pode se tornar “um parceiro muito próximo” do grupo.

Durante a visita do presidente Jair Bolsonaro a Washington, o norte-americano Donald Trump disse querer o Brasil como um “aliado prioritário extra-Otan” ou mesmo “membro da Otan”. No entanto, somente países da Europa, além de Estados Unidos, Canadá e Turquia, integram a aliança.

Perguntado se o Brasil poderia algum dia fazer parte do bloco, Stoltenberg negou. “Parceiros não são membros, e sim parceiros muito próximos”, afirmou.

“Nós trabalhamos muito próximos com nossos parceiros, prática e politicamente, essa é uma maneira muito boa para reforçar a cooperação entre a Otan e países que não integram a aliança”, completou Stoltenberg.

A Otan foi fundada em 1949, logo no início da Guerra Fria, como um pacto militar dos países alinhados com os Estados Unidos. Após o esfacelamento da União Soviética em 1991, algumas nações que antes faziam parte do bloco comunista – como Polônia e Hungria – passaram a integrar a organização.

Um dos princípios da organização, hoje com 29 países, garante aos integrantes o princípio de defesa coletiva. Ou seja: um eventual ataque a um ou mais países-membros do grupo será encarado como uma agressão a todos os demais integrantes.

O caso da Colômbia

A Colômbia recebeu status de parceiro global da Otan em 2017 – o primeiro na América Latina. O organismo tem parceria também com Austrália, Nova Zelândia e mesmo europeus que não fazem parte da aliança, como Suécia e Finlândia.

Com o status, a Colômbia e a Otan podem participar de cooperação. No entanto, os colombianos não integram o pacto de defesa coletiva, ou seja, não precisariam participar de uma ação militar dirigida por toda a aliança – nem necessariamente teria o apoio de toda a aliança caso fossem atacados.

Perguntado sobre o Brasil, Stoltenberg disse ser possível que o Brasil se torne parceiro global da Otan, mas não garantiu que isso vá ocorrer. “Bem, alguém teria de propor e o próprio Brasil teria de requerer isso. Nós acertamos com a Colômbia para que ela se tornasse um parceiro próximo, portanto é completamente possível incluir outros países da América Latina”, respondeu.

“Mas teríamos de receber um pedido expresso [dos países] da América Latina e, claro, precisaríamos discutir [a possível parceria] com todos os 29 países membro da Otan”, concluiu Stoltenberg.

Aliado dos EUA extra-Otan

O status da Colômbia não é a mesma coisa que o Brasil pleiteava com Trump: o de se tornar um aliado prioritário extra-Otan dos Estados Unidos. Até porque esse título diz respeito a uma parceria militar bilateral com os norte-americanos, sem envolver a aliança internacional.

Ao entrar no rol de aliados extra-Otan dos EUA, o Brasil consegue:

  • Tornar-se comprador preferencial de equipamentos e tecnologia militares dos EUA;
  • Participar de leilões organizados pelo Pentágono para vender produtos militares;
  • Ganhar prioridade para promover treinamentos militares com as Forças Armadas norte-americanas.

Ao todo, 17 países receberam essa classificação do governo norte-americano. Confira na arte abaixo.

Fonte: G1

3 Comentários

  1. Claro! Primeiro tire a venezuela e implante bases militares lá, depois pegam Amazonia (eua e europa) ..será que os milicos não perceberam isso?

    • rsrsrsrsrssss… tem 50 anos que ouço essa ladainha esquizofrênica !!!… uzamericanos feios, bobos e maus terão que carregar a Amazônia nas costas… vai ser uma tarefa interessante de se ver… rrsrssrsrssrsrssss… já tiveram áreas do tamanho de países europeus na Amazônia e viram que grande besteira tinham feito… só perderam dinheiro… porque agora seria diferente ???… o brasileiro tem que se instruir mais para parar de passar vergonha frente aos FATOS históricos… 🙂

      • É por causa dessas “ladainha” que a Amazônia ainda é brasileira. Porque essa “ladainha” deixa todo mundo alerta.
        No Brasil há dois tipos de cucarachas: os cucarachas burros que se iludem com o canto da sereia e os cucarachas corruptos idiotizados que acham que a parceria Brasil/USA vai rendere alguns tocados para os seus bolsos.

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