Plano Brasil/Relações Militares Brasil e EUA/Análise: “EB, integrando os Interesses Estratégicos na condição de Vice Comandante de Interoperabilidade do Comando Sul das FFAA dos EUA, que abrange as Américas do Sul e Central e Caribe, fará parte pela primeira vez do USSOUTHCOM”  

NOTA DO PLANO BRASIL, por Gérsio Mutti: Plano Brasil/Relações Militares Brasil e EUA/Análise: “EB, integrando os Interesses Estratégicos na condição de Vice Comandante de Interoperabilidade do Comando Sul das FFAA dos EUA, que abrange as Américas do Sul e Central e Caribe, fará parte pela primeira vez do USSOUTHCOM”.

  “O anúncio foi feito no dia 9 de fevereiro de 2019 pelo Almirante Craig S. Faller, Chefe do Comando Sul, durante depoimento em uma comissão do Senado norte-americano.

O Comando do Sul (SOUTHCOM) integra tropas do Exército, da Força Aérea, da Marinha de Guerra e da Guarda Costeira dos Estados Unidos e tem como tarefa defender a “Política de Segurança dos EUA na América Central, América do Sul e o Caribe”.

No documento que apresentou ao Senado, o Almirante destaca Colômbia, Brasil e Chile como parceiros para uma “Estratégia de Segurança Regional e Global”. E cita nominalmente Rússia, China, Irã, Venezuela, Cuba e Nicarágua como ameaças aos interesses dos Estados Unidos na região.

O documento afirma que as Forças Armadas brasileiras, integrando-se ao Special Purpose Marine Air-Ground Task Force (SPMAGTF), se unirá ainda este ano a uma rede logística para apoiar possíveis ações militares dos EUA na região, além de liderar o Exercício Naval Multinacional UNITAS AMPHIB 2019, de modo que, permitirá o estabelecimento de uma Força-Tarefa Multinacional para apoiar a resposta humanitária, uma capacidade que o Brasil não desenvolve desde o terremoto no Haiti em 2010″.  Fonte: Sul 21.”

 

General brasileiro fará parte de comando militar americano pela primeira vez

Em negociação que vinha do governo Temer mas que se encaixa com diretriz de Bolsonaro, oficial irá substituir chileno em função de cooperação Folha de São Paulo (FSP), Mundo, Página A15, Quinta-Feira, 14/fevereiro/2019 

 Por Igor Gielow

BRASÍLIA

O Brasil terá, pela primeira vez, um general integrado ao Comando Sul, a unidade que coordena os interesses estratégicos e militares dos Estados Unidos na América do Sul, na América Central e no Caribe.

O Exército designou o general-de-brigada Alcides Valeriano de Faria Júnior, hoje chefiando a 5ª Brigada de Cavalaria Blindada, de Ponta Grossa (PR), para o cargo.

A negociação vem desde o começo do ano passado. Ela foi acelerada agora porque o atual titular do cargo que o general irá ocupar, um chileno, decidiu deixar o posto antes do prazo previsto, em novembro.

Faria Júnior será subcomandante de interoperabilidade do Comando Sul, responsável por ajudar a comunicação entre forças na região. Ele deverá ir em março para Doral, na Flórida, onde fica sediado o órgão.

A indicação de um brasileiro para a função inédita foi revelada nesta quarta (13) pelo jornal Valor Econômico, que citou um discurso ao Senado americano do chefe do Comando Sul, almirante Craig Faller, sobre o caso.

Faller esteve no Brasil nesta semana para falar sobre cooperação militar e a crise na Venezuela, tendo se encontrado com o chanceler Ernesto Araújo e com oficiais no Ministério da Defesa.

O fato de a negociação já estar avançada desde o governo passado desautoriza a especulação de que a indicação faz parte da determinação do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de forjar uma aliança ampla com a gestão de Donald Trump nos EUA.

Na prática, contudo, ela cai como uma luva para essa intenção. O inegável simbolismo é grande e será explorado por adversários e apoiadores do governo, já que até aqui o Brasil só teve cargos de comando em missões multilaterais sob o guarda-chuva da ONU, com exceções históricas como a intervenção militar liderada pelos americanos na República Dominicana, em 1965.

Hoje, o Brasil tem cooperação com dezenas de países, geralmente com o envio e recebimento de oficiais para funções de instrução em academias militares, além da participação em missões das Nações Unidas como a que patrulha as águas do Líbano, que é comandada por brasileiros.

Não se trata, contudo, de algum prelúdio para o uso conjunto da força contra a ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela.

A área militar brasileira é contrária a uma ação no vizinho, defendendo que ela seria catastrófica para venezuelanos e também para o Brasil, que receberia um fluxo ainda maior de refugiados pela fronteira em Roraima.

O Comando Sul abriga cerca de 1.200 militares e civis, sendo um dos dez existentes no mundo. Seis têm abrangência geográfica, cobrindo todo o globo na defesa de instalações e interesses americanos.

Outros quatro têm funções operacionais específicas e atendem a todos os demais, como os comandos de Transporte ou de Cibernética. Apenas os EUA têm esse tipo de capacidade de projeção de força por todo mundo hoje.

A relação entre forças americanas e de países latinos é longa e conturbada. No começo do século 20, para responder a uma crise justamente na Venezuela, o então presidente Theodore Roosevelt definiu que os EUA tinham direito de tratar a América Latina como sua zona de influência —eufemismo para quintal.

Ao longo dos anos, Washington apoiou golpes militares que lhe favoreciam politicamente, como o de 1964 no Brasil, e interveio diretamente em algumas ocasiões, como na República Dominicana ou em Granada, em 1983, em ambos os casos visando barrar governos esquerdistas alinhados à União Soviética.

O século 21 trouxe o Brasil para as missões de paz da ONU em função de destaque, como no Haiti, Congo e Líbano. A cooperação com outros países acentuou-se, mas ainda há temas tabus para os militares brasileiros. Quando o presidente Bolsonaro e o chanceler Araújo sugeriram que os americanos poderiam construir uma base no Brasil, para surpresa dos próprios diplomatas em Washington, a reação da cúpula da defesa foi rápida, vedando a iniciativa. Na região, os EUA mantém presença na Colômbia, onde atuaram por anos em colaboração com as forças locais contra a guerrilha do narcotráfico.

Outras desavenças acerca da condução das negociações sobre Venezuela levaram o chanceler a ser submetido a uma espécie de intervenção branca por parte da ala militar do governo, receosa de decisões contrárias a seus interesses em campos sensíveis. Agora, tanto Itamaraty quanto Defesa consideram as relações azeitadas.

Fonte: Folha de São Paulo (FSP)  

4 Comentários

  1. Ajuda humanitária? Existem povos no mundo que passam fome, não vi nenhum marine levando comida. Aliás “ditadura de Maduro? Interessante frisar que a eleição presidencial venezuelana foi acompanhada por 200 observadores internacionais, os quais em nenhum momento denunciaram fraudes.
    Mas como se sabe, o governo eleito da Venezuela não quer entregar o petróleo.

    Bem ao contrário de um gigante que voltou a dormir.

    • rsrsrsrssrrssssss… uma vez farsante, sempre farsante… rsrsrsrrrsrrsss… é EXATAMENTE o CONTRÁRIO do que vc está afirmando… primeiro… TODOS sabem que as eleições venezuelanas desde Chaves SEMPRE foram uma farsa, assim como eram na era PSDB/PT… segundo, sem a grana do petróleo que UZAMERICANOS feios, bobos e maus PASSAVAM ao regime bolivariano de meia pataca, eles já teriam acabado com o estoque de carne de cachorro a muito mais tempo… os americanos são, em parte, até culpados, pela demora na queda da DITADURA venezuelana porque continuaram a comprar o óleo da venefavela pela sua boa qualidade… e terceiro, AGORA é que o gigante acordou realmente… em outras épocas de relações internacionais altaneiras de faz de conta, com aquele anão de jardim mentiroso a frente do Itamaraty, nem convidados seríamos, a esse seleto grupo, sequer então, como ator coadjuvante… então, NÃO VIAJE NA MAIONESE, juninho da silva… 🙂

    • O petróleo venezuelano já está entregue, só que não para o “grande demômio imperialista”. Ele foi entregue para outros “dois demônios” igualmente imperialista, mas aí tudo bem. Eles irão basicamente entregar o petróleo em pagamento das dívidas assumidas e para pagamento do arsenal comprado. Os chino-russos agradecem.
      Bom, o grande demônio quebrou o mercado internacional, reflexos a partir de 2014, quando começou a expandir fracs e inundou o mercado com óleo reduzindo suas importações, chegando até a exportar.
      Há um consenso de que o americanos não estão interessados no petróleo venezuelano assim como também diminuiram o interesse e as importações de petróleo saudita.
      Uma outra bobagem propagada por “especialistas” é de que os EUA estariam interessados em trocar o óleo saudita pelo venezuelano. Bem, o óleo venezuelano é inferior ao saudita na composição e principalmente no grau API, sendo um óleo pesado, torna o refino mais complexo e caro.
      Dessa forma, os defesensores do Maduro tem inventar um outro argumento.
      A verdade é que a economia venezuelana depende 96% do óleo, ou seja, eles entregaram a riqueza do país quase que totalmente e continuar focando a discursão nos EUA não vai resolver o problema dos venezuelanos porque no momento não são os americanos que estão se apoderando de suas riquezas.

  2. Essas laranjas do laranjal, são bobos demais.
    Vá no youtube e procure por: Embargos estadis Unidos Brasil, veja a palestrado Brigadeiro General Venancio.

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