Complexo não ficará restrito a 4 submarinos, diz gerente do Prosub

Foto: Danilo Oliveira

Por Danilo Oliveira

A Marinha estuda possibilidades para dar sequência à construção de submarinos após a entrega das encomendas iniciais de seu Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). O contra-almirante Celso Mizutani Koga, gerente de empreendimento modular de obtenção de submarinos, disse na última segunda-feira (4), que os investimentos no complexo naval de Itaguaí (RJ) não ficarão restritos aos quatro submarinos convencionais e a um de propulsão nuclear do Prosub. No radar da força naval estão eventuais fabricações para países da América do Sul e novas unidades para o Brasil, além da participação em concorrências no exterior.

O lançamento ao mar da primeira unidade, o S-BR 1 (S Riachuelo), está previsto para o próximo dia 12 de dezembro. O primeiro submarino está em fase de união final das seções e acabamento interno no estaleiro do complexo de Itaguaí. Quando a integração for finalizada e os sistemas instalados, será iniciado o comissionamento dos sistemas a bordo. A entrega ao setor operativo está prevista para julho de 2020. A expectativa é que as próximas unidades sejam lançadas, respectivamente, em setembro de 2020, dezembro de 2021 e dezembro de 2022: S-BR2 (S Humaitá), S-BR3 (S Tonelero) e S-BR4 (S Angostura). Os submarinos S-BR2 e S-BR3 já estão na unidade de fabricação e estruturas metálicas do complexo (UFEM), enquanto parte do casco do S-BR4 está na Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), também em Itaguaí.

Atualmente, a Itaguaí Construções Navais (ICN) emprega aproximadamente 2.200 pessoas, a maior parte é de trabalhadores brasileiros ou treinados na França ou treinados por brasileiros que receberam capacitação no país europeu. No estaleiro em Itaguaí, cerca de 240 trabalhadores se dividem em três turnos na construção do SBR-1. Até setembro de 2017, foram desembolsados R$ 15,5 bilhões dos R$ 30 bilhões previstos pelo Prosub. Desse montante, R$ 7,4 bilhões foram para o estaleiro e a base, R$ 6 bilhões para os submarinos convencionais e R$ 2,1 bilhões para o submarino de propulsão nuclear. A ICN é formada pela brasileira Odebrecht e o estaleiro francês Naval Group, antiga DCNS. A Marinha do Brasil possui participação chamada de golden share, que permite o veto em decisões relacionadas ao projeto.

A parceria entre Brasil e França, assinada em 2009, prevê a transferência de tecnologia entre empresas dos dois países. No entanto, não houve acordo ou viabilidade para transferência de tecnologia de alguns itens como: motores, sistemas de propulsão e reator. “Existem dificuldades impostas pelos países estrangeiros para que avancemos com programa. Muita coisa nós precisamos desenvolver do zero, principalmente o enriquecimento [de urânio]”, explicou o almirante Koga em coletiva de imprensa em Itaguaí. Ele ressaltou que o processo é progressivo e já conseguiu nacionalizar itens como escoras, baterias, válvulas e parte dos sistemas de combate. Na ocasião, o contra-almirante Koga destacou que o programa foi concebido direcionado para o submarino de propulsão nuclear e acrescentou que os submarinos convencionais são importantes para abrir caminho para o modelo mais complexo.

Reator multipropósito — Na próxima sexta-feira (8) ocorrerá, em Iperó (SP), o lançamento da pedra fundamental do reator multipropósito brasileiro (RMB) e o início dos testes de integração dos turbogeradores do Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (Labgene). O RMB é um reator nuclear com objetivo de tornar o Brasil autossuficiente na produção de radioisótopos – insumo importante para fabricação de rádiofármacos, hoje importado pelo país. O Labgene, parte do Programa Nuclear da Marinha (PNM), é o protótipo em terra da planta nuclear do futuro submarino com propulsão nuclear brasileiro. Ele vai permitir testes de  alguns equipamentos que serão usados nesse submarino.

Parte do submarino de propulsão nuclear é desenvolvida pelo Programa Nuclear da Marinha, em parceria com o Prosub. O PNM foi criado com objetivo de dominar com tecnologia nacional o ciclo completo do combustível, desde a prospecção e enriquecimento do urânio até a fabricação do elemento combustível para uso no submarino de propulsão nuclear e geração de energia elétrica.  O centro tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) possui laboratórios de testes e um centro de desenvolvimento de submarinos. O Labgene reproduzirá em terra a planta de propulsão nuclear do submarino de propulsão nuclear.

Fonte: Portos e Navios

16 Comentários

  1. ”… No radar da força naval estão eventuais fabricações para países da América do Sul e novas unidades para o Brasil, além da participação em concorrências no exterior…”
    O Prosub só sera um sucesso,se houver a construção de mais submarinos além desses já programados, devemos REZAR para que isso aconteça, pois foram ditas as mesmas coisas quando construímos aqui no BRASIL os submarinos IKLs, e tudo acabou fazendo ‘água !

    • Tem que começar a pensar em fazer dinheiro.
      País que não gosta de riqueza está fadada ao fracasso.
      Negócio é começar a exportar, e usar o lucro pra desenvolver tecnologias mais novas para os próximos submarinos.
      Os indianos estão fazendo submarinos em forma de gota pra ser mais rápido quando submerso. O nosso nem está com essa tecnologia ainda (ou mesmo as placas anecoicas que são fáceis de fazer).
      Negócio é já ir pensando no amanhã.

  2. Isso também é culpa do PT.
    Porque se dependesse do PSDB já sabe né, teríamos comprado de segunda mão quase podre de algum país europeu.

    • É culpa do PT que a Marinha esteja sem verba de investimento, tendo que fazer aquisições equivocadas como a do ex-HMS Ocean, visto estarem todos os recursos sendo enterrados no PROSUB para fazer a alegria de uma certa empreiteira “cúmpanhêra”

      Enquanto isso o EB e a FAB, por uma fração dos recursos usados pela MB, estão conseguindo levar adiante seus projetos de modernização

      • HMS TIRELESS – Só discordo quanto ao ponto que voce disse que a compra do HMS-Ocean foi equivocada, penso que foi um boa aquisição e a embarcação eh praticamente nova e modernizada recentemente.

      • Oi Daniel! O HMS Ocean é uma boa embarcação sim! Contudo o meu receio é que a aquisição do mesmo termine por sepultar qualquer futuro da aviação de asas fixas embarcada visto que o navio que a MB ora adquiriu apenas pode operar com helicópteros e essa aquisição, junto com os altos custos do PROSUB, certamente irá impedir a MB de obter um NAe.

      • na reportagem deu pra ver o grau de contigenciamento e sucateamento do programa, realmente foi uma péssima compra ex-HMS Ocean, navio velho e sucateado que pagamos duas fortunas por ele kkkk

  3. O PROSUB que foi avariado pelo lava-jato em principio, o projeto teve como o ideal .. o de desenvolver tecnologia de submersíveis no braZil.
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    O projeto PROSUB …. lembra muito como foi com o surgimento da EMBRAER ..o o governo apoiou com seus projeto e que com isso teve sucesso … e que mais tarde, com o seu sucesso em desenvolver aeroplanos … esta foi cooptada a preço de banana pelos “gringos” ….. e hoje tal empresa …em tese …. se mudou para Sierra Nevada ( USA ) e quem na prática controla ela ( AMERICANAER company) … é o governo americano.
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    O PROSUB pode correr o mesmo risco, se “eles” não sabotarem como.prendendo seus criadores (exemplo; o Almirante Othon ) … ou então, ..caso contrário… ela consiga sobreviver as artimanhas dos lesas pátrias … a empresa por um milagre … tenha sucesso e sobreviva a sanha dos lesas pátria… “eles” a transformarão em uma PRONAVY .. como foi com a EMBRAER .
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    Esse filme ai … corre o risco de ser uma nova reprise da saga “menino da porteira” … é quele … onde o menino do bucho quebrado ( braZil) … fica chupando o dedo só vendo o gado passar…. MEUS PARABENS .

    • Ficamos 35 anos esperando o FX2 e vc acha que é de agora que somos os “meninos da porteira” ???… mal informado como sempre…

    • “O PROSUB que foi avariado pelo lava-jato em principio, o projeto teve como o ideal .. o de desenvolver tecnologia de submersíveis no braZil.”.

      Corrige isso aí, o projeto foi prejudicado por POLÍTICOS investigados pela lava-jato.

      • Desde que não seja tucano, como aqueles que um certo Juiz do lava-jato adora sair na foto, como por exemplo um certo minerim do Heliococacopter,o fantoche do Itamaraty, (pit bul do tio Sam),Alkimim o com seus rodoanel,Serra e as suas contas na Suiça, o Doriana frufru o bicho papão da merenda das criaças,o FHC o gaga do golpe e o nada mais e nada menos o mdbista; Chefe, líder dos golpista, O ungido dos sionistas conservadores pentecostais; o Mister Miché, o rei dos portos e da maracutaia do braZil .

      • Gópi com continuísmo… só aqui na brazunga há quem possa crer nessas bobagens… mas falando de Brasil, tudo é possível… precisamos ser novamente descobertos… espero que agora não sejam novamente descoberto antes de sermos uma nação e só depois virarmos uma estado-nação… senão nada vai mudar…

        “O indivíduo nasce, cresce
        E adentra ao mundo social e politico
        Filosófico e artístico
        Fica danado, letrado, inteligente e sabido

        Conhece tudo, explica tudo
        E discute com bastante elegância
        Os rumos da catilogência
        Fica suave, delicado e aberto
        A novas experiências”…

    • A Embraer foi apoiada por militares honesto e patriotas e logo foi privatizado o Prosub foi por políticos corruptos essa é a grande diferença de porque um chegou longe e o outro pode que não.

      Sobre a Embraer, não vi que aqui nenhum grande patriota da esquerda tenha comprado ações da mesma!

  4. O Prosub vai muito Alem de Elaboração e Construção.. no futuro sera tambem uma ferramenta de Apoio, Manutenção, Exportação e Peças,serviços e Conhecimento Academico e Industrial.
    Este sim é um Maravilhoso Empreendimento as futuras gerações Social,Economica e Militar do Brasil ao Mundo.
    Certamente e Principalmente, quando nossas empresas Brasileira,desenvolverem Sistema , Peças e Tecnologia propria, que não haja nescesidade de autorização [ Hoje] dos parceiros economico e estrategicos. complexo ,mais totalmente viavel e certamente Eu não estarei mais aqui para ver … Parabens as Familias que Investe na educação dos filhos[as].e que ainda irão nascer.
    Brasil acima de tudo.
    Eu so de passagem … sem mais , sucesso e saude a todos[as].

  5. Meu Deus só pode ser má fé, vender para países sulamericanos. Deve vender mesmo, igual venderam os helicópteros franceses.
    É muita conversa fiada, quando dominarmos toda a tecnologia de fabricação, e tivermos um projeto tupiniquim, é o custo de fabricação for competitivo, aí sim podemos exportar.
    Primeiro não temos influência nem sobre nós mesmos, segundo no custo de venda, deve acrescer o valor a ser repassado a Naval ou antiga DCN.

    Torço por um projeto nacional.

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