Estratégia de ‘Defesa’ dos EUA prioriza Rússia e China

Secretário de Defesa americano afirma é preciso enfrentar ameaças de grandes potências. Governo Trump relega a segundo plano combate ao terrorismo, que foi prioridade dos Estados Unidos na última década.

Defesa americana muda foco de prioridades

A Rússia e China são as duas novas prioridades da estratégia militar dos Estados Unidos, revelada nesta sexta-feira (19/01) pelo Pentágono. Com a decisão, a administração do presidente Donald Trump relega a segundo plano o combate ao terrorismo, foco da defesa americana na última década.

“Manteremos nossa campanha contra os terroristas, mas a competição entre grandes poderes – não o terrorismo – será agora o principal objetivo da segurança nacional americana”, afirmou o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Jim Mattis, em Washington.

Ao apresentar a nova estratégia, Mattis disse que é necessário enfrentar às crescentes ameaças das potências revisionistas China e Rússia, que, em sua opinião, buscam criar um mundo compatível com seus modelos autoritários.

O secretário afirmou que o “califado físico” proclamado pelo grupo extremista “Estado Islâmico” (EI) no Iraque e na Síria foi derrotado, mas advertiu que os jihadistas continuam sendo ameaças em todo o mundo.

A nova estratégia de defesa americana indica que a concorrência da China e da Rússia ameaça a vantagem militar dos EUA no mundo. O documento cita a preocupação americana em relação ao crescimento da presença militar chinesa no mar do Sul da China e às movimentações russas na Ucrânia e na Síria, além da interferência russa nas eleições presidenciais americanas em 2016.

No documento de 11 páginas, o Pentágono não especifica como pretende fazer frente às ameaças russa e chinesa. Mas segundo o vice-secretário adjunto de Defesa para a Estratégia, Elbridge Colby, o foco americano será o de dar prioridade à preparação para a guerra, em particular, contra grandes potências.

Colby acrescentou, porém, que os EUA continuam a procurar formas de cooperar com a Rússia e a China, afirmando que essa “não é uma estratégia de confronto”.

Após o anúncio, o ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, lamentou a abordagem de confrontação assumida pelo governo americano. “É lamentável que ao invés de ter um diálogo normal ou usar a base do direito internacional, os Estados Unidos tentem provar sua liderança por meio de estratégias e conceitos de confronto”, destacou.

Apesar das críticas, Lavrov ressaltou que a Rússia está aberta ao diálogo e preparada para discutir sobre doutrinas militares.

Fonte: DW

 

2 Comentários

  1. As sub-potencias conseguiram a atenção que tanto queriam pra dar continuidade ao plano de descentralização do poder

  2. Ué? Onde tá a novidade disso, se levarmos em conta que os navios americanos estão toda hora navegando pelo litoral da China, junto àquelas fortificações que os chineses fizeram no Mar do Sul da China e armas são repassadas para as milícias ucranianas na Crimeia?
    Talvez haja apenas valor dentro da diplomacia e da política que senhores barrigudos e de cabelos grisalhos fazem em seus gabinetes climatizados e acarpetados dentro do prédio da ONU.

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