Tunísia envia Exército a diversas cidades para conter intensificação de protestos violentos

TÚNIS (Reuters) – Mais de 300 manifestantes foram presos durante a noite e o Exército foi enviado a diversas cidades na Tunísia para conter manifestações violentas por conta de preços altos, novos impostos e o desemprego que assolam o país.

 

Choque entre manifestantes e polícia durante protesto em Túnis, na Tunísia 09/01/2018 REUTERS/Zoubeir Souissi

Em Thala, próximo à fronteira com a Argélia, tropas foram enviadas após manifestantes incendiarem um prédio da segurança nacional, forçando a polícia a recuar da cidade, disseram testemunhas à Reuters.

Violentas manifestações contra o governo têm acontecido em outras cidades no país do norte da África desde segunda-feira, entre elas na cidade turística de Sousse, contra aumentos de preços e impostos ordenados pelo governo para reduzir um crescente déficit e satisfazer credores internacionais.

Embora a Tunísia seja amplamente vista como a única história de sucesso democrático entre os países da “Primavera Árabe”, o país já teve nove governos diferentes desde a derrubada do líder autoritário Zine El-Abidine Ben Ali, nenhum deles capaz de lidar com os crescentes problemas econômicos.

“Trezentas e trinta pessoas envolvidas em atos de sabotagem e roubos foram presas na última noite”, disse o porta-voz do Ministério do Interior, Khelifa Chibani, levando o número de detidos desde o início dos protestos para em torno de 600.

O Exército também foi enviado a diversas outras cidades, incluindo Sousse, Kebeli e Bizert, para proteger prédios do governo que se tornaram alvos de manifestantes.

Levantes em 2011 e dois grandes ataques militantes em 2015 prejudicaram o investimento estrangeiro e o turismo, que representa oito por cento da atividade econômica da Tunísia.

O primeiro-ministro da Tunísia, Youssef Chahed, acusou na quarta-feira a oposição de impulsionar dissidência ao convocar mais protestos.

Na terça-feira, coquetéis molotov foram atirados contra uma escola judaica na ilha de Djerba, no sul do país e lar de uma antiga comunidade judaica.

Reportagem de Tarek Amara

Fonte: Reuters

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