Alemanha alerta para confrontos em meio a plano dos EUA de reconhecer Jerusalém como capital

Bandeira israelense flutua na frente da Mesquita da Cúpula da Rocha e da cidade de Jerusalém, em 1 de dezembro de 2017.  – AFP PHOTO / THOMAS COEX

A Alemanha está preocupada com o surgimento de confrontos violentos no Oriente Médio após relatos de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconhecerá Jerusalém como capital de Israel, disse o Ministério das Relações Exteriores nesta quarta-feira.

Em uma atualização de seu alerta de viagem para Israel e para os territórios palestinos, o Ministério das Relações Exteriores alemão disse: “A partir de 6 de dezembro de 2017 poderá haverá manifestações em Jerusalém, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Conflitos violentos não podem ser descartados”.

O ministério alertou alemães em Jerusalém para monitorarem de perto a situação por meio da mídia local para evitar as áreas afetadas.

Autoridades de alto escalão dos EUA disseram na terça-feira que Trump vai reconhecer Jerusalém como capital de Israel nesta quarta e iniciar a mudança da embaixada do país para a cidade.

Reportagem de Michael Nienaber

Fonte: Reuters

Edição: Plano Brasil

Trump reconhecerá Jerusalém como capital de Israel rompendo décadas de políticas dos EUA

O presidente norte-americano, Donald Trump, anunciará nesta quarta-feira que os Estados Unidos reconhecem Jerusalém como a capital de Israel e que irão mudar sua embaixada para a cidade, rompendo com políticas de longa data dos EUA e potencialmente provocando tensões.

Apesar de alertas de aliados ocidentais e árabes, Trump orientará o Departamento de Estado, em um discurso à 13h (16h no horário de Brasília) na Casa Branca, para começar a procurar por um local para uma embaixada em Jerusalém, como parte do que deve ser um processo de anos para transferir as operações diplomáticas de Tel Aviv.

Trump deve assinar uma isenção de segurança nacional adiando a transferência da embaixada, uma vez que os Estados Unidos não têm uma estrutura de embaixada em Jerusalém para ocupar. Uma autoridade graduada do governo disse que pode demorar entre três e quatro anos para construir uma embaixada.

Entretanto, a decisão de Trump, uma promessa central de sua campanha eleitoral no ano passado, irá romper com décadas de políticas norte-americanas que têm visto o status de Jerusalém como parte de uma solução de dois Estados para israelenses e palestinos, que querem Jerusalém Oriental como sua capital.

Aliados de Washington no Oriente Médio advertiram contra as perigosas repercussões dessa decisão quando Trump conversou com eles na terça-feira.

“O presidente acredita que isso é um reconhecimento da realidade”, disse uma autoridade que informou repórteres na terça-feira sobre o anúncio. “Estamos seguindo adiante com base em uma verdade que é inegável. É apenas um fato”.

Fonte: Reuters

Enviado palestino diz que reconhecimento de Jerusalém pelos EUA é “declaração de guerra”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estará efetivamente fazendo uma declaração de guerra se reconhecer Jerusalém como capital de Israel, disse o representante chefe dos palestinos no Reino Unido nesta quarta-feira.

“Se ele disser o que está pretendendo dizer sobre Jerusalém ser a capital de Israel, isso significa um beijo da morte para a solução de dois Estados”, disse Manuel Hassassian, durante entrevista à rádio BBC.

“Ele está declarando guerra no Oriente Médio, ele está declarando guerra contra 1,5 bilhão de muçulmanos (e) centenas de milhões de cristãos que não irão aceitar que os santuários sagrados estejam totalmente sob a hegemonia de Israel”, disse Hassassian.

Autoridades graduadas dos EUA disseram na terça-feira que Trump irá reconhecer Jerusalém como capital de Israel nesta quarta-feira e iniciar a transferência da embaixada norte-americana para a cidade.

Reportagem de Costas Pitas

Fonte: Reuters

Trump diz a líderes do Oriente Médio que vai transferir embaixada para Jerusalém

Por Steve Holland e Maayan Lubell

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse a líderes árabes nesta terça-feira que pretende transferir a embaixada dos EUA em Israel para Jerusalém, medida que romperia com décadas de política norte-americana e que pode estimular novas instabilidades no Oriente Médio.

Autoridades seniores dos EUA disseram que Trump deve reconhecer na quarta-feira Jerusalém como capital de Israel, enquanto adia a realocação da embaixada por mais seis meses, ainda que ele deva ordenar a seus assistentes que comecem a planejar a mudança de Tel Aviv imediatamente.

O endosso dos EUA à reivindicação de Israel de que toda Jerusalém é considerada capital reverteria uma política norte-americana de longa data de que o status da cidade deve ser decidido em negociações com os palestinos, que querem o leste de Jerusalém como capital de seu futuro Estado. A comunidade internacional não reconhece a soberania de Israel sobre a cidade toda, que é casa de locais sagrados aos muçulmanos, judeus e cristãos.

O presidente palestino Mahmoud Abbas, rei Abdullah da Jordânia e o presidente do Egito Abdel Fattah al-Sisi, que receberam ligações de Trump na terça-feira, se juntaram a um coro de vozes que afirmam que qualquer medida unilateral dos EUA sobre Jerusalém pode desencadear tumultos.

Trump notificou Abbas “de sua intenção de mudar a embaixada norte-americana de Tel Aviv para Jerusalém”, disse o porta-voz de Abbas, Nabil Abu Rdainah.

Abbas, em resposta, “alertou sobre as perigosas consequências que tal decisão teria para o processo de paz e para a paz, segurança e estabilidade da região e do mundo” e também apelou ao papa e líderes de Rússia, França e Jordânia para intervirem.

O monarca da Jordânia disse a Trump que mudar a embaixada teria “repercussões perigosas” para a região que obstruiriam os esforços dos EUA de promover as negociações de paz entre Israel e palestinos, de acordo com um comunicado do palácio.

Sisi, do Egito, alertou Trump contra “tomar medidas que prejudicariam as chances de paz” e complicariam questões no Oriente Médio, disse um comunicado presidencial divulgado no Cairo.

Nenhum dos comunicados dos líderes informou se Trump, que também deve negociar com o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, especificou o tempo para a mudança da embaixada.

As autoridades norte-americanas, no entanto, falando sob condição de anonimato, disseram que Trump assinaria uma renúncia de segurança nacional – como fizeram seus predecessores – mantendo a embaixada em Tel Aviv por mais seis meses, mas que se comprometeria em acelerar a mudança. Não ficou claro, no entanto, se ele havia estipulado uma data.

Trump, que prometeu em sua campanha presidencial de 2016 mudar a embaixada para Jerusalém e que anunciará sua decisão em discurso na quarta-feira, segundo a Casa Branca, parece empenhado em satisfazer a base pró-Israel de direita, que o ajudou a vencer as eleições.

O Ministro da Inteligência de Israel, Israel Katz, que se encontrou na semana passada com autoridades norte-americanas em Washington, disse à rádio do Exército de Israel: “Minha impressão é a de que o presidente irá reconhecer Jerusalém, a eterna capital do povo judeu por 3 mil anos, como capital do Estado de Israel.”

Perguntado se Israel estava se preparando para uma onda de violência caso Trump reconhecesse Jerusalém como capital israelense, ele disse: “Estamos nos preparando para todas as opções. Qualquer coisa desse tipo pode sempre explodir. Caso Abu Mazen (o presidente palestino Mahmoud Abbas) vá nessa direção, ele estará cometendo um grande erro.”

A Turquia ameaçou nesta terça-feira romper laços diplomáticos com Israel caso Trump reconheça Jerusalém. “Sr. Trump, Jerusalém é linha vermelha para os muçulmanos”, disse o presidente turco Tayyip Erdogan em reunião parlamentar de seu partido AK.

Autoridades seniores dos EUA disseram à Reuters que algumas autoridades no Departamento de Estado também estavam profundamente preocupadas e que a União Europeia, a Autoridade Palestina, a Arábia Saudita e a Liga Árabe todas alertaram que tal declaração teria repercussões pela região.

Fonte: Reuters

 

 

1 Comentário

  1. Parabéns ao Trump. Já foram inúmeras as tentativas de se obter a paz e Jerusalém já é capital de Israel há muito tempo. A partilha da ONU nunca dividiu Jerusalém em duas. Quem dividiu a cidade foi a ocupação ilegal da Jordânia no lado oriental de Jerusalém, que perdurou entre 1948 e 1967. Palpiteiros anti semitas que não conhecem a diáspora Judaica promovida por islâmicos não tem relevância.
    Jerusalém é uma cidade criada pelos judeus e hoje é dividida com os árabes, que não satisfeitos, querem toda a cidade e a morte de todos os “infieis”

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