Armada Argentina efetua buscas ao ARA San Juan

Por: César A. Ferreira

 

O submarino da Armada Argentina ARA San Juan perdeu contato às 00:30 horas (horário padrão – Greenwich) do dia 15.11.2017, quando navegava submerso no través de Puerto Madryn, desencadeando uma operação de busca por parte desta Armada. A última posição conhecida do submarino foi 46º 44’ de latitude sul e 59º e 54’ oeste. A belonave executava missão de patrulha na ZEE (Zona Econômica Exclusiva) da República Argentina.

Este acidente provoca neste presente momento sentimento de comoção extrema em Puerto Belgrano, já na Base Naval de Puerto Belgrano a situação é tensa e de grande preocupação. O sentimento dos populares agrava-se por não haver até a presente data um comunicado oficial sobre o sinistro e as operações realizadas visando o resgate do referido submarino.

O site M1 cita declaração ao veículo C5N, do especialista naval Fernando Morales: “(…) aparentemente não há vítimas (…) é uma informação a ser confirmada”. Informa o especialista que o ARA San Juan não estaria mais desaparecido, mas localizado, “(…) aparentemente, houve um problema com as baterias, um submarino não pode ser propulsionado com um motor diesel quando está submerso. Se houve um incêndio nas baterias, ficou sem comunicação e propulsão”, afirmou o especialista.

Localização do sinistro do ARA San Juan. Bing Maps.

A partir da perda de contato zarparam com urgência para a área estimada do sinistro do ARA San Juan duas corvetas da Armada Argentina, bem como decolou uma aeronave de esclarecimento marítimo. Neste presente momento um rebocador de alto-mar juntou-se as buscas. Não se tem certeza alguma do estado geral do submarino, se o mesmo realizou uma emersão de emergência estando à deriva na superfície, ou se ainda submerso.

O ARA San Juan é um submarino da classe TR-1700, projetado e construído pela empresa alemã Thyssen Nordseewerke e que sofreu uma atualização recente dos seus sistemas de propulsão em reparos de modernização de meia-vida nas instalações do CINAR. Este trabalho envolveu corte de casco, troca das baterias, troca dos quatro alternadores (4.000 ampéres) e dos  motores diesel MTU 16 cilindros em “V” (1.200 Kw). Os motores elétricos foram revisados, bem como os berços e amortecedores dos motores. Estes trabalhos foram realizados em 24 meses e finalizados em 2014, estando a belonave, segundo o Ministro da Defesa da época, Sr. Agustin Rossi, apto para mais 30 anos de serviço.

A tripulação do submarino ARA San Juan é composta por 37 submarinistas, sendo que deles  oito são oficiais. Até o presente momento não foi divulgada pelo almirantado argentino os nomes dos tripulantes do submarino sinistrado.

A realização desta nota contou com material dos sites M1, La Nácion e RT Espanhol.

Nota do Autor: uma das belonaves dedicadas às buscas é a ARA Sarandi, corveta classe MEKO 360 H2. A aeronave que efetua as buscas é o S-2T “Turbo Tracker” da força aeronaval da Armada Argentina. O Almirantado da República Argentina entrou em contato com os familiares dos tripulantes, mas não divulgou a lista dos mesmos para a imprensa, limitando-se a uma nota protocolar por meio de um oficial como porta-voz. A Armada da República Oriental do Uruguai enviou o navio de resgate ROU Maldonado (R OU 23), até o presente momento se desconhece o envio de qualquer meio de resgate da Marinha do Brasil, ou de esclarecimento da Força Aérea Brasileira.

É preciso ser dito que toda a esperança repousa na esperada emersão de emergência do submarino, pois, a lâmina de água na região exibe aproximadamente 900 metros de profundidade e caso esteja em repouso no leito matinho nada mais se poderá fazer pelos tripulantes do que lhes jogar coroas de flores.

 

Fonte: Debate Geopolítico

 

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18 Comentários

  1. O navio que o Uruguay deve ter enviado é o ROU Vanguardia, navio de apoio com capacidade em resgate de submarinos. O ROU Maldonado é um Patrulheiro rebocador de alta mar.

  2. “É preciso ser dito que toda a esperança repousa na esperada emersão de emergência do submarino, pois, a lâmina de água na região exibe aproximadamente 900 metros de profundidade e caso esteja em repouso no leito matinho nada mais se poderá fazer pelos tripulantes do que lhes jogar coroas de flores”.

    Exemplo de que quando nao se tem nada melhor que escrever, melhor escrever NADA.

      • A minha sinceridade foi exposta no texto. Sou realista e sei que em termos de casualidades os naufrágios de submarinos tendem a ser absolutos.
        Lamento se ofendi a sensibilidade alheia.

    • O Porta-Voz da Armada Argentina afirmou que o dado de 900 metros não corresponde a realidade do local, que a lâmina dágua seria de 340 metros.

      Isto facilita as possibilidades de resgate com os meios dispostos na América do Sul.

      Todavia, caso o ARA San Juan esteja mesmo sinistrado, ou seja, que ao invés de estar a deriva, esteja naufragado, prepare os seus sentimentos, pois naufrágios de submarinos costumam ser absolutos.

  3. Aguardemos por melhores noticias, pois são vidas de homens e mulheres que escolheram defender seu país por amor. Sim existe uma mulher na tripulação, a primeira mulher submarinista da América Latina.

  4. importância de navio como Hms Ocean nessa horas raio de busca pode se maior monte navio ate aviões ele alto mar com seus helicópteros busca seria muito útil submarino importantes pequeno defeito afunda vez embarcação lembra submarino Russo .

  5. Alguém entendeu o Cláudio? A MB já despachou o Filinto Perry e a Radamaker suspendeu de Montevideo para o local. O Maximiano está em viagem a Antartida e também pode ser acionado. Quanto aos Orions, basta serem solicitados pelos Argies.

    • Não tenho certeza se um dos nossos P-3AM, ao menos, foi enviado. Fontes portenhas informam que um P-8 da USNAVY se juntou aos esforços.

      Na minha opinião o governo brasileiro, ou seja, o nosso MinDef demorou a se manifestar. O fez no dia 17, ontem, por volta das 15 horas…
      O K-11 Felinto Perry levaria de 4 a 5 dias, caso zarpasse urgentemente, só para chegar ao local.

      A esperança era do S-42 ARA San Juan estar à superfície, tendo realizado uma emersão de emergência. Os meios empregados pelos argentinos, um esclarecedor marítimo King Air B200 e um Turbo Tracker S2T deveriam tê-lo localizado caso estivesse na superfície, independente das condições de mar.

      O tempo passa e com isto a hipótese de naufrágio ganha relevância. Serei sincero… A área do último contato é justamente aquela onde a plataforma continental argentina mergulha para o fosso abissal atlântico, portanto, a lâmina d’água pode ser de 340 a 900 metros…
      Com 340 metros, dado os meios sul-americanos para resgate, já seria uma missão difícil de ser realizada, com 900 metros esqueça…

      Lamento pelas 44 famílias apreensivas. Mas, é algo que tenho a dizer: naufrágios de submarinos tendem a serem absolutos no tocante às casualidades.

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