Reviravolta histórica? Príncipe saudita promete abrir o país ‘para todas as religiões’

O príncipe herdeiro saudita, Mohammad bin Salman, anunciou a intenção de converter o país em um Estado “aberto para todas as religiões e todo o mundo”. O político, que ocupa o cargo de ministro da Defesa do país e de assistente do primeiro-ministro, fez estas declarações durante um fórum econômico celebrado em Riad.

“Continuaremos sendo aquilo que éramos antes: um país do islã moderado”, afirmou o príncipe. “Não vamos gastar 30 outros anos de vida com ideias destrutivas. Vamos eliminá-las”, adiantou, citado pela emissora Al Arabiya.

De acordo com a mídia, esta declaração do príncipe acaba por ser “um ataque mais direto de um funcionário de alto cargo” contra o estabelecimento religioso conservador do país árabe.

A vida da Arábia Saudita é regida pela Lei básica, de 10 capítulos e 83 artigos, um documento parecido — em certos aspectos — com constituições de outros países, assinala a edição russa RBK.

De acordo com o documento, aprovado em 1992, o islã é declarado a religião do país, e o Alcorão e a Suna (a compilação de instruções do profeta Maomé) são a Constituição “formal”.

A Lei básica apela a todos os cidadãos sauditas para que defendam a fé muçulmana e também recomenda a aplicação das leis da xaria pelos tribunais, entre outros aspectos.

Em meio a conflitos no Oriente Médio, Riad foi várias vezes acusada de apoiar, ou, pelo menos, manter uma postura neutra em relação a grupos extremistas sunitas.

Ademais, o país tem relações muito tensas com nações muçulmanas de maioria xiita, como o Irã, e também com grupos de dominação xiita, tais como houthis no Iêmen, país onde a Arábia Saudita realiza hoje em dia uma operação militar que afeta gravemente a situação humanitária.

Mohammad foi nomeado príncipe herdeiro em 21 de junho de 2017. O político visitou a Rússia três semanas antes de sua nomeação, onde se reuniu com o presidente russo. Em outubro, o próprio rei saudita, Salman bin Abdulaziz al Saud, fez uma visita histórica a Moscou para tratar diferentes temas políticos e os de cooperação bilateral.

Foto: © REUTERS/ Stringer

Fonte: Sputnik

 

 

 

10 Comentários

  1. Interessante, agora vão querer queimar igrejas católicas e decapitar ou fuzilar protestantes dentro do próprio território?? Abrir o país para “todas as religiões” não quer dizer que se algum cristão se aventurar por la terá qualquer tipo de segurança, esses muçulmanos sempre aprontando uma.

    • para os eua e seus asseclas o Irã é um regime tirano, autoritário e atroz…já o da Arábia Maldita demagogicamente não é…e o mais ridículo disso tudo são estes vira latas cretinos desta republiqueta de bananas que ficam latindo feito cadelas no cio por interesses de estrangeiro e defendendo seus crimes/atrocidades…tentando serem algo que não são e que jamais serão…patético..

  2. Meu caros,

    não querendo colocar em xeque a fonte, longe disso, mas, creio que essa matéria da Sputi, vem mas como um afago, uma demonstração de boa vontade dos russos, ao seu novo “cliente”. O príncipe herdeiro saudita, Mohammad bin Salman a bem da verdade, faz parte de uma nova geração que, talvez olhe para os EAU logo ali do lado, e, veja como tornaram-se prósperos, respeitados pelo Ocidente, e coisa e tal.

    Se, eu for pensar que ele possa sentir inveja, e imaginar em fazer algo parecido com a Arabia Saudita, sendo elegido o novo monarca, até poderia ser. De repente neste caso, dar uma moderada no radicalismo de Riad, até que não seria má ideia…

    Mas, saindo da imaginação e caindo na real, acho improvável que isso ocorra. Afinal, não são capaz de se entender nem com seus pares muçulmanos, ditos xiitas, e vão ser capaz de suportar um católico carregando uma imagem de são sebastião!!!???…. Difícil hein…!

    Nessa, eu sou Tomé, só vendo pra crer!

    Grato.

    Ps. bom vê-lo por aqui Konner, sempre trazendo boas matérias.

  3. Mohammad bin Salman viu onde foi parar a sua aventura no Yêmen…

    Ele percebeu para onde os ventos estão soprando…
    Acredito que quando estiver firme no poder irá vender petróleo saudita aos chineses e aceitando receber a moeda chinesa como forma de pagamento.

    No tocante às religiões o que MBS disse em termos práticos tem pouco efeito. Estrangeiros vivem segregados na Arábia Saudita, em condomínios que parecem cidades… Mulheres sauditas são inacessíveis para um estrangeiro. Sequer são vistas.

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