O que dizem os novos documentos sobre a morte de Kennedy

Arquivos sobre assassinato do ex-presidente mencionam trama para matar Fidel Castro, alerta do FBI para risco à vida de Lee Harvey Oswald e suspeitas do Kremlin de uma conspiração de “ultradireita” nos EUA.

O governo dos Estados Unidos divulgou milhares de documentos secretos relacionados à morte do ex-presidente John F. Kennedy nesta quinta-feira (26/10), oferecendo novos elementos sobre as circunstâncias que cercam um dos crimes mais controversos da história.

Apesar de muitos dos 2.891 registros divulgados pelo Arquivo Nacional serem material bruto e não corroborado, eles provavelmente deverão dar novo fôlego às persistentes teorias da conspiração em torno do assassinato de Kennedy em Dallas, no estado do Texas, em 22 de novembro de 1963.

Um plano audacioso da CIA para recrutar a máfia para matar o ditador cubano, Fidel Castro, o alerta do FBI à polícia texana sobre uma ameaça de morte ao assassino de Kennedy e o temor do Kremlin de que houvesse uma conspiração de “ultradireita” nos EUA são alguns dos destaques.

A coleção completa possui 3,1 mil documentos, e alguns arquivos foram retidos para revisão por motivos de segurança nacional.

Um documento datado de 1975 detalha como, nos primeiros dias da presidência de Kennedy, a CIA ofereceu 150 mil dólares ao mafioso ítalo-americano Sam Giancana para organizar o assassinato de Fidel. Em troca, Giancana pediu a ajuda da CIA para colocar um dispositivo de escuta no quarto de sua amante, uma dançarina de Las Vegas que ele pensava que estivesse tendo um caso.

Outras ideias possíveis para eliminar o líder comunista – tido como um apaixonado por mergulho – incluíam contaminar seu macacão de mergulho com bactérias causadoras de doenças ou armadilhar uma concha com uma bomba. O plano foi descartado quando se concluiu que “não havia, na área do Caribe, conchas grandes o suficiente para conter uma quantidade satisfatória de explosivos”.

Outro documento incluiu a transcrição de uma conversa de 24 de novembro de 1963 com o então diretor do FBI J. Edgar Hoover, que relata que a agência federal informou a polícia texana sobre uma ameaça à vida do assassino de Kennedy, Lee Harvey Oswald, na noite anterior ao assassinato de Oswald.

Embora muitas teorias ao longo dos anos tenham mencionado laços de Oswald com agentes cubanos ou soviéticos, um memorando do FBI em 1963 indica que a morte de Kennedy gerou preocupação na então União Soviética. De acordo com uma fonte, “funcionários do Partido Comunista da URSS acreditavam que havia uma conspiração bem organizada por parte da ‘ultradireita’ dos EUA para executar um ‘golpe'”. Os soviéticos temiam que o assassinato fosse usado como pretexto para “encerrar as negociações com a União Soviética, atacar Cuba e depois espalhar a guerra”.

Um outro arquivo diz que um jornal regional britânico, o Cambridge News, recebeu uma ligação anônima minutos antes de Kennedy ser assassinado. O memorando do então vice-diretor da CIA, James Angleton, diz que a pessoa que fez a ligação disse que “o repórter do Cambridge News deveria ligar para a embaixada americana em Londres por causa de um grande acontecimento e então desligou.”

Um memorando da CIA, também tornado público, sugere que Oswald falou com um agente da KGB na embaixada da Rússia na Cidade do México, em 28 de setembro de 1963. Segundo o documento, ele falou com Valeriy Vladimirovich Kostikov, um conhecido espião russo que trabalhava que trabalhava num setor responsável por assassinato e sabotagem. Depois, Oswald ligou para a embaixada e perguntou, em russo, se havia “algo de novo sobre o telegrama para Washington”.

A Comissão Warren, que investigou o assassinato do carismático ex-presidente, de 46 anos, determinou que Oswald, um ex-fuzileiro naval, agiu sozinho.

Trump não liberou tudo

Os arquivos liberados nesta quinta-feira são amplos em número e também em assuntos, abrangendo desde memorandos de diretores do FBI até entrevistas com pessoas de Dallas que procuraram a polícia para relatar o que testemunharam naquele dia único na história americana.

Ex-fuzileiro da Marinha Lee Harvey Oswald entre dois policiais de Dallas, em 22 de novembro de 1963

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que concordou em reter alguns documentos para uma revisão mais aprofundada devido à resistência das agências de inteligência. “Não tenho escolha – hoje – senão aceitar essas revisões em vez de permitir um dano potencialmente irreversível à segurança da nossa nação”, disse. Trump deu às agências seis meses – até 26 de abril de 2018 – para argumentar por que os documentos restantes não devem ser divulgados.

A CIA e o FBI podem estar bloqueando a liberação de certos documentos para acobertar seus próprios erros, argumentou Larry Sabato, professor de política na Universidade da Virgínia e autor do livro The Kennedy Half Century. “Eles tinham todas as indicações de que Oswald era um desajustado e um sociopata”, afirmou. Mas nenhuma das agências informou o Serviço Secreto, encarregado da proteção do presidente.

Oswald desertou para a União Soviética em 1959, mas retornou aos estados Unidos em 1962. Dois dias depois de matar Kennedy, ele foi morto por um dono de boate, Jack Ruby, quando estava sendo transferido da prisão municipal de Dallas.

Os 2.891 documentos aprovados para a divulgação, em conformidade com um ato do Congresso americano de 1992, estão no site do Arquivo Nacional (National Archives), em forma completa e sem edições.

Fonte: DW

EUA mantêm sigilo de parte de arquivos sobre morte de Kennedy

Arquivo Nacional disponibiliza em seu site 2,8 mil documentos, mas após pressão do FBI e da CIA, governo bloqueia parte do material sobre o assassinato do ex-presidente, ocorrido em 1963.

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, permitiu nesta quinta-feira (26/10) a divulgação de parte dos arquivos sigilosos sobre o assassinato de John F. Kennedy. Porém, o republicano cedeu a pressões do FBI e da CIA e bloqueou a liberação de centenas de documentos.

O Arquivo Nacional dos Estados Unidos disponibilizou em seu site, para consulta, mais de 2,8 mil documentos relacionados ao assassinato de Kennedy, que ocorreu em 22 novembro de 1963, em Dallas. A coleção completa possui mais de 3,1 mil documentos.

Para os documentos retidos ou censurados, Trump ordenou uma revisão ao longo dos próximos seis meses. Segundo funcionários do governo americano, o presidente deve voltar a se pronunciar sobre o assunto e talvez liberar mais alguns em abril de 2018.

“Não tenho outra opção neste momento a não ser aceitar essas revisões em vez de permitir um dano potencialmente irreversível à segurança da nossa nação”, afirmou Trump em comunicado, ao anunciar a decisão.

Imagem mostra Kennedy pouco antes do assassinato

Uma das funcionárias do governo que falaram com os jornalistas confirmou que a maioria dos pedidos para que Trump mantivesse censurados certos documentos vieram do FBI e da CIA.

Essas agências temem que os arquivos revelem “a identidade de indivíduos envolvidos e os seus papéis como informantes de uma informação de segurança e inteligência”, os quais ainda podem estar vivos, disse outro funcionário.

Em 1992, o Congresso americano decidiu que todos os documentos relacionados à investigação sobre o assassinato de Kennedy deveriam se tornar públicos até 26 de outubro de 2017.

O crime comoveu os Estados Unidos na época e gerou uma série de teorias de conspiração, por exemplo, que a morte do presidente havia sido encomendada pela máfia ou por Cuba.

Historiadores que pesquisam sobre o ataque contra Kennedy afirmaram que o acesso a esses documentos não deve oferecer novos detalhes surpreendentes sobre o motivo que levou o ex-fuzileiro naval Lee Harvey Oswald a atirar no presidente e também não deve responder à questão se havia mais alguém envolvido no atentado.

Os pesquisadores acreditam, porém, que a abertura dos arquivos possa ajudar a desfazer algumas das teorias de conspiração que surgiram sobre o caso.

Fonte: DW

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17 Comentários

  1. Foi morto porque simplesmente confrontou a alta cúpula militar do pais…porque a postura/atitude de sua política externa em relação aos soviéticos e ao alastramento global do marxismo foi de contra com a cabeça da alta cúpula militar da época….que se dependesse deles o mundo teria entrado em uma terceira guerra mundial para impedir o avanço do comunismo pelo o mundo …brevemente seus desejos se realizarão…

    Os generais da época chegaram até a planejar derrubar o governo destes Kennedys. A história é revelada/contada no livro “Irmãos — A História Oculta dos Anos Kennedy”. Não eram tão somente generais de pijama. Eram militares de ponta com apoio integral do Pentágono. Alertado pelo senador William J. Fulbright, o secretário da Defesa, Robert McNamara, “emitiu uma directiva que limitava a capacidade dos oficiais para promover causas de direita em acontecimentos públicos”. Imediatamente, McNamara e Fulbright foram atacados pela extrema direita militar e política. “O senador Strom Thurmond acusou a directiva de McNamara de ser uma ‘tentativa ignóbil de intimidar os comandantes das Forças Armadas dos EUA’, que constituía ‘um sério golpe na segurança dos Estados Unidos’.” Talbot escreve: “O lóbi da Guerra Fria estava no ataque, com líderes militares reformados e outros activistas de extrema direita a apelar ruidosamente à destruição do presidente [John Kennedy] e de outros liberais proeminentes, como o presidente do Supremo Tribunal Federal, Earl Warren….

    Um coronel reformado dos Marines foi mais longe e apelou ao enforcamento de Warren, enquanto outro general dos Marines também reformado insinuou que estava em preparação um golpe de Estado, caso fosse impossível expulsar os ‘traidores’ pela via eleitoral”. Numa reunião com donos de jornais do Texas, E. M. (Ted) Dealey, proprietário do jornal “Dallas Morning News”, atacou Kennedy grosseira e virulentamente: “É opinião geral das bases deste país que o sr. e a sua administração são umas irmãzinhas. Precisamos de um homem para domar o cavalo, tomar conta desta nação, mas para muita gente do Texas e do Sudoeste o sr. só consegue guiar o triciclo da Caroline” (filha do presidente). Kennedy ficou vermelho e contra-atacou: “A diferença entre nos, sr. Dealey, é que eu fui eleito presidente deste país e o sr. não foi. Sou responsável pelas vidas de 180 milhões de americanos, e o sr. não…

    É mais fácil falar de guerras do que travá-las. Sou tão duro quanto o sr. — e não fui eleito presidente por ser mole nas minhas decisões”. A partir daí, Kennedy permaneceu no ataque e, pouco antes de morrer, avaliava que a extrema direita militar estava enquadrada. O livro de Talbot prova que não estava. Militares do Pentágono, a direita civil, a CIA (o diretor, embora leal ao presidente, era uma rainha da Inglaterra) e o FBI de Edgar J. Hoover estavam francamente rebelados…

    Terrorismo e o documento Northwood :

    https://www.youtube.com/watch?v=grgvORYTfz0

    • Lucas - Treine enquanto eles dormem... estude enquanto eles se divertem... persista enquanto eles descansam... e então viva o que eles somente sonham...
      28 de outubro de 2017 em 22:16

      O mal dos americanos foi não ter economizado a bomba de Nagasaki para eventualidades futuras… a história não perdoa os fracos e complacentes… perderam a chance de tornar o mundo melhor ao não limpar o Caribe da invasão dos bárbaros… com esses não há negócio… só a ponta da baioneta… o mal dos cristãos é achar que se pode negociar com bárbaros como se a ética cristã fosse universal e hegemônica e praticada por todos e que no mundo todos são adeptos da honestidade moral… foi a mesma ingenuidade que nossos militares praticaram a 32 anos … é o custo que se paga por ser cristão… acreditar na boa fé dos homens e que o mal só se revela nos tempos de guerra…

      • “O comunismo existe hoje por que o Cristianismo não está sendo suficientemente Cristão.”

        Martin Luther King

  2. Operação Mockingbird

    Um dos programas mais ambiciosos, absolutamente, já lançados pela CIA foi a operação Mockingbird, um projeto de propaganda que foi implementado no início dos anos 1950. Foi uma grande empreitada que uniu uma considerável quantidade de agentes da CIA e 3.000 colaboradores na tentativa de ganhar algum controle sobre a imprensa livre, alimentando alguns grupos de repórteres e de informação através de jornais em casa e no exterior para filtrar os tipos de histórias que iriam para o público. No seu auge, o programa incluía escritores para o New York Times, Newsweek, Time Magazine e entre as suas fileiras, e foi dito ter uma influência significativa sobre cerca de 25 jornais de grande circulação. O programa teve um grande impacto no exterior, bem como teve uma função importante, ajudando a influenciar a opinião pública na corrida para a eventual derrubada do presidente esquerdista da Guatemala.A operação Mockingbird continuou a ter um grande efeito na mídia mundial ao longo dos anos 50, e foi até os anos 60 quando uma série de relatos de jornalistas investigativos do programa trouxe à luz.

  3. Operação Northwoods

    No início dos anos 1960, quando a Guerra Fria estava no auge e o medo do comunismo era galopante, um plano chamado Operação Northwoods foi proposto dentro da CIA norte-americana. Em suma, ele apelou para o governo que realizasse uma série de ações terroristas violentas nas cidades E.U. incluindo atentados, seqüestros, motins falsos, e de sabotagem, que poderiam então ser atribuídos a Cuba. Isso iria angariar apoio para uma guerra contra os comunistas e levaria a uma eventual operação militar para eliminar Fidel Castro do poder. O plano foi elaborado e assinado pelo Joint Chiefs of Staff e apresentado ao presidente John F. Kennedy, que pessoalmente rejeitou, e foi posteriormente abandonado. Por muitos anos depois, a Operação Northwoods existiu como um rumor, mas foi finalmente revelada como sendo verdade quando os documentos ultra-secretos que descrevem o plano foram tornados públicos em 1997 como parte de um lançamento de papéis do governo relativos ao assassinato de Kennedy.

  4. Operação Midnight Climax

    No início dos anos 60, a cultura jovem da América foi a primeira a começar a experimentar as drogas alucinógenas como o LSD, assim como a CIA. Operação Midnight Climax foi uma das tentativas de governo mais ridícula e ilegal para testar as possíveis utilizações de drogas como o ácido para administrar os cidadões menos confiaveis. O programa foi executado a partir de uma seleção de safehouses, em Nova York e na Califórnia. As prostitutas eram usadas para atrair os jovens para as casas, quando chegavam era dada comida ou bebida com LSD e outras drogas e levados a uma sala com um espelho dupla, onde o seu comportamento pôde ser observado. Midnight Climax foi essencialmente um programa experimental projetado para monitorar os usos de possíveis táticas com drogas psicotrópicas e chantagem sexual, mas mesmo dentro da agência era controversa, e foi encerrada depois de apenas alguns anos. A maioria dos arquivos relacionados à operação foram destruídos, mas alguns sobreviveram, e no início dos anos 70 os arquivos de Midnight Climax e muitos outros programas ilegais da CIA foram trazidos ao público em um famoso artigo do New York Times.

  5. Operação Mongoose

    No início dos anos 60, Cuba comunista se tornou um dos principais campos de batalha da Guerra Fria, e seu presidente Fidel Castro passou a ser considerado uma das figuras políticas mais perigosas do mundo. Após as primeiras tentativas de derrubar Fidel Castro falhou, a CIA instituiu a Operação Mongoose, que era uma guerra secreta de sabotagem e propaganda destinadas a eliminar o líder cubano do poder. A operação Mongoose tinha um alcance extremamente amplo, e incluia planos de ataques falsos sobre os exilados cubanos, fornecer armas a grupos de oposição, e destruir culturas de cana de açúcar de Cuba. Eles também incluiram várias tentativas de assassinar ou de desacreditar Castro na imprensa, cada um dos quais foi elaborado e mais ridículo do que o anterior. A Agência considerava, entre outras coisas, fornecer charuto envenenado a Fidel, plantando explosivos disfarçados como conchas em seus pontos favoritos de natação, e injetando-o com um produto químico mortal de uma agulha hipodérmica, disfarçado de caneta. Ainda mais estranhas eram as plantas para desacreditar Castro no olhar do público, que incluiu uma proposta para pulverizar um estúdio da TV com os alucinógenos antes de um dos discursos televisivos do líder, e mesmo em plantar produtos químicos em sua roupa que faria com que sua barba famosa caísse. O desastre da Operação Mongoose perto da Crise dos Mísseis Cubanos foi colocado em espera, e na sequência de um acordo entre Kennedy e os soviéticos, foi previamente abandonado.

  6. O Projeto MKULTRA

    Um dos mais assustadores programas governamentais e a base para inúmeras teorias da conspiração, MKULTRA foi um programa da CIA ultra-secreto que começou no início dos anos 50, e incluiu experimentos de “interrogatório químico” e controle da mente. MKULTRA foi um plano que buscava o uso de drogas, estresse psicológico, e métodos de interrogatório bizarro para obter informações, controle de comportamento, e até mesmo alterar algumas funções cerebrais. Atualmente, grande parte das informações sobre o projeto continua em segredo, mas o que se sabe é que o programa envolveu o teste e interrogatório em cidadões frequentemente, muitas vezes sem o seu conhecimento ou consentimento das pesquisas em qual era cobaia para descobrirem se certos medicamentos poderiam ser usados como soros da verdade. Isso incluía grandes doses de LSD, anfetaminas, e mescalina, bem como terapia de choque. Em alguns casos, os indivíduos foram supostamente mantidos com ácido por 77 dias seguidos, na tentativa de testar os efeitos da exposição prolongada à droga. Existem muitas teorias conspiratórias sobre os verdadeiros objetivos do projeto, com alguns dizendo que era um programa para criação de zumbis assassinos através de controle mental e lavagem cerebral. Algumas informações sobre MKULTRA foi finalmente trazido ao publico no início dos anos 70, quando notícias sobre abusos de poder da CIA levou a uma comissão no Congresso. O projeto foi posteriormente desligado, mas muitas pessoas afirmam que programas similares da CIA ainda existem até hoje.

  7. Invasão à Baía dos Porcos

    O maior absurdo da CIA, foi a invasão dos porcos em 1961. o programa foi um dos primeiros e mais ousados entre as tentativas de derrubar o comunista cubano Fidel Castro, mas também foi a mais desastrosa entre todas elas. Tudo começou em 1960, quando a CIA, sob a autorização do presidente, começou a planejar uma tentativa de derrubar o governo cubano. A fim de eliminar qualquer ligação com os E.U.A, o ataque foi efetuado com um exército de exilados cubanos treinados pela CIA. Após uma série de ataques aéreos de distração, em 17 de abril de 1961, um grupo de tropas anfíbio desembarcaram em uma praia na Baía dos Porcos e começou a descarregar mais de 1.300 guerrilheiros exílados. O plano era que eles se encontrassem com um pequeno grupo de pára-quedistas e abandonar a praia pouco depois da sua chegada, mas desde o início o seu plano foi um grande desastre.Para começar, a inteligência cubana já tinha conhecimento da invasão planejada, e isso significava que, quando as tropas desembarcaram foram imediatamente recebidas sob ataque. Para aumentar os problemas, o mau tempo, os recifes de coral, e os pântanos cubanos destruiram rapidamente a maioria dos seus equipamentos. Ao todo, cerca de 2.000 cubanos morreram durante a invasão, pouco mais de 100 membros do exército de exilados foram mortos em ação. Os 1.200 restantes foram capturados e presos, e alguns deles foram posteriormente executados sob as ordens de Castro. Mais de um ano depois, o resto foi liberado em troca de US$ 53 milhões em alimentos e medicamentos para o povo cubano. Os efeitos da Baía dos Porcos foram profundos. Vários oficiais americanos renunciaram por envolvimento no mesmo, e muitos têm creditado o aumento da resistência do governo cubano e incentivado uma desconfiança grave da política externa americana nos anos que se seguiram.

  8. Experimento Tuskegee

    Durante quatro décadas (1.932 -1972) os serviços de saúde pública dos EUA fizeram uma série de experimentos em afro-americanos com sífilis, na cidade de Tuskegee, estado do Alabama, afim de observar a progressão natural da doença quando não tratada. Para o experimento eram escolhidos em sua maioria, pobres e analfabetos, a maioria sequer tinham conhecimento de sua doença. Os pacientes não foram informados sobre o seu diagnóstico, foram enganados. Disseram-lhes que tinham sangue ruim e que teriam tratamento médico gratuito, além de transporte para a clínica, refeições e seguro funeral em caso de morte, se eles participassem do estudo.A verdade sobre o experimento Tuskegee foi revelada e confirmada em 1.997 pelo presidente Bill Clinton, que pediu desculpas em público a oito sobreviventes.Experimentos semelhantes foram realizados por médicos norte-americanos em território da Guatemala, entre 1.946 e 1.948, quando cidadãos infectados da Guatemala, com sífilis e outras doenças venéreas, como gonorreia, foram usados para testar para a eficiência de novos medicamentos antibióticos. Somente em 2.010 o governo americano reconheceu o que aconteceu. Hillary Clinton, então Secretária de estado, pediu desculpas publicamente ao povo da Guatemala.

  9. O testemunho de Nayirah

    Em Outubro de 1.990, uma adolescente de 15 anos, chamada Nayirah, Apresentou-se diante do Congresso americano e começou a falar de forma emocionada da brutalidade do exército iraquiano, contando como soldados desse país haviam matado cerca de 300 bebês em um hospital. Embora os jornalistas daquela época não terem acesso ao Kuwat, seu depoimento foi considerado confiável e foi amplamente divulgado. Em diversas ocasiões, foi citado pelos senadores e presidente em seus argumentos para apoiar o Kuwait na Guerra do Golfo.Anos depois, alguém deu uma olhada mais de perto em Nayirah, revelando que ela era filha do embaixador do Kuwait nos EUA, Saud Nasser Al-Saud Al-Sabah. A adolescente havia sido treinada em relações públicas da empresa Hill e Knowito, que recebeu um total de 10,8 milhões de dólares da associação Citizens For Free Kuwait, uma plataforma organizada pela família real do Kuwait, a fim de persuadir a opinião pública dos EUA da necessidade dos EUA intervirem na Guerra do Golfo.

    • Muito obrigado Máquina! Já sabia de algumas destas, porém você me enriqueceu com mais informações. Por aí se vê como o chamado “governo profundo” dos EUA trata os seus cidadãos menos privilegiados e muitas vezes até alguns com privilégios, como o naufrágio do transatlântico que levou à participação dos EUA na 1ª grande guerra.

      • “Mariano S Silva
        28 de outubro de 2017 at 15:23

        Muito obrigado Máquina!”

        De nada amigo Mariano S Silva… 😀

  10. Uma coisa é certa, esse assassinato ainda vai dar muito lucro, vai vender muitos livros e enriquecer bastante os estúdios de Hollywood ! Quem ficou no prejuízo foi Lee Osvald e o Kennedy!

  11. Fidel pisou nos EUA sem dó, é provavel que foi ele o mandante deste assassinato, fora os misseis e bases sovieticas etc

    Mas fora isto tudo nos anos 80 Cuba precisava de mais prisões para os opositores e estava com as prisões lotadas de criminosos comuns ai ele teve uma ideia brilhante, resolveu anunciar a liberação dos opositores etc poderem sair de Cuba, esvaziou as prisões com os presos comuns, mandou todos aos EUA, nenhum opositor ou cidadão de bem, cubano somente criminosos comuns, estrupadores, assassinos etc

    Os EUA só foram perceber isso 6 meses depois.

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