O Ocidente pode parar mísseis norte-coreanos?

Os EUA deram início à instalação de um escudo antimísseis destinado a proteger o território sul-coreano contra foguetes de médio e longo alcance. Mas os sistemas ocidentais podem, realmente, conter todos os disparos?

Depois do desfile de mísseis de grande porte na parada militar em homenagem ao 105° aniversário do fundador do Estado norte-coreano, Kim Il-sung, em 15 de abril último, especialistas militares de todo o mundo passaram a especular o real conteúdo dos projéteis.

Alguns deles eram tão impressionantes que se podia ter a impressão que o país dispõe de um grande arsenal de foguetes de médio alcance, mas também de diversos mísseis balísticos intercontinentais.

O certo é que, em 2016, a Coreia do Norte conseguiu lançar um satélite em órbita com um foguete. Pyongyang já disparou diversos mísseis de médio alcance – até mesmo a partir de um submarino. Ainda não se sabe, no entanto, se o país dispõe de uma ogiva nuclear que caiba num projétil.

Agora, resta a pergunta: os sistemas de defesa antimísseis, como o instalado pelos Estados Unidos na Coreia do Sul, podem realmente ser efetivos contra a ameaça norte-coreana?

Mísseis de curto alcance

Sistemas de defesa contra mísseis de curto alcance (500 a 1.000 quilômetros), como o sistema Patriot da Otan, demonstraram ser relativamente confiáveis no passado. Na segunda Guerra do Golfo, em 1991, os mísseis Patriot conseguiram destruir no ar numerosos foguetes lançados contra a Arábia Saudita e Israel pelo Exército iraquiano do ditador Saddam Hussein.

No entanto, muitos foguetes conseguiram passar pelo escudo. Os dados dos relatórios sobre o grau de êxito variam drasticamente – entre 40% e 80%.

Também devido à experiência da primeira Guerra do Golfo, de 1980 a 1988, Israel decidiu instalar um sistema de defesa antimísseis abrangente e diversificado.

O subsistema Iron Dome – uma peça central da defesa israelense antimíssil – pode combater até mesmo foguetes improvisados, mais primitivos e de bem menor alcance – de 5 a 70 quilômetros. Durante o maciço ataque à Faixa de Gaza, entre 2012 e 2014, foram destruídos 547 de 2.968 projéteis lançados, de acordo com dados militares.

Identificar e avaliar o perigo

O sistema de defesa Patriot da Otan também é usado para combater mísseis de médio alcance, entre 800 e 5.500 quilômetros. Outros semelhantes são o MEADS europeu ou o Arrow do Exército israelense. Também o escudo instalado agora na Coreia do Sul, o THAAD (Terminal de Defesa Aérea para Grandes Altitudes, na sigla em inglês) foi pensado para esses tipos de ataques. Além disso, há um sistema de defesa da Otan baseado no mar chamado de Aegis.

Por meio de radares de alta precisão em solo, mar ou aerotransportados, todos esses sistemas de defesa antimísseis têm em comum a capacidade de reconhecer os foguetes lançados, de calcular exatamente a sua trajetória de forma tridimensional e de classificá-los como uma ameaça.

Além disso, os sistemas podem priorizar que projéteis devem ser perseguidos: sob certas circunstâncias, os escudos deixam passar foguetes direcionados para uma região não habitada ou aqueles lançados em direção ao mar, para se concentrar em ataques mais perigosos – contra cidades ou vilarejos, por exemplo. Em seguida, os sistemas acompanham a trajetória dos mísseis por computador, disparando o foguete antiaéreo.

Foguetes de explosão ou impacto

Foguetes antimísseis mais antigos carregam consigo uma carga explosiva, que detona no momento em que se está mais próximo do míssil a ser atacado. Esses sistemas são empregados principalmente na defesa contra mísseis de curto e médio alcance.

Desde a virada de século, os exércitos ocidentais empregam cada vez mais mísseis que não dispõem de dispositivo explosivo próprio.

O escudo antimísseis Thaad, que está sendo instalado agora na Coreia do Sul, é equipado exclusivamente com tais bólidos modernos. Eles também estão preparados para combater mísseis de longo alcance. O chamado escudo “hit to kill vehicle” (bater para matar) são projéteis guiados que, inicialmente, são lançados ao espaço por foguetes multiestágios, separando-se então do projétil.

Em seguida, eles partem em rota de colisão com o míssil agressor, destruindo-o por impacto. Eles conseguem acumular uma enorme energia cinética a partir de altitudes elevadas. Para que não errem o seu alvo, controlam a sua trajetória até o momento do choque por meio de pequenos propulsores laterais.

Mísseis de longo alcance

Foguetes de médio alcance voam até 150 quilômetros de altitude; mísseis balísticos intercontinentais (ICBM, na sigla em inglês), até 400 quilômetros, ou seja, acima da atmosfera. Geralmente equipados com ogivas nucleares, os ICBMs atingem velocidades de três mil a mais de 14 mil quilômetros por hora.

Até agora, não houve, no entanto, praticamente nenhuma experiência num cenário real de guerra sobre o êxito do combate a mísseis de médio alcance e a ICBMs com um alcance de mais de 5,5 mil quilômetros. Por sorte, pois esses mísseis são destinados a uma guerra nuclear.

Mas isso também significa que não se conhece exatamente a confiabilidade de sistemas de defesa antimísseis desse tipo. Para abater tais ogivas em voo, é preciso uma precisão considerável. Em testes, foi possível realmente atingir e destruir mísseis de médio alcance no ar. Acredita-se que o escudo antimísseis Thaad seja capaz também de aniquilar mísseis balísticos intercontinentais. No entanto, dados sobre esses testes ou índices de acerto não são conhecidos publicamente.

Ogivas múltiplas

Um desafio especial para o sistema de defesa antimísseis é a montagem de ogivas nucleares múltiplas (MIRV) em mísseis balísticos intercontinentais. Nesse caso, o foguete lança a partir de sua órbita não uma, mas dez diferentes ogivas atômicas de volta à atmosfera.

Para se preparar também contra tais ataques, os fabricantes estão trabalhando em foguetes que podem liquidar, simultaneamente, também diversos desses projéteis. Ainda não se pode prever se tais sistemas podem realmente funcionar. O principal ponto fraco de qualquer escudo antimísseis está no risco de uma sobrecarga devido a muitos ataques simultâneos.

Mísseis teleguiados

Até agora, todos os sistemas de defesa antimísseis são capazes de combater somente mísseis balísticos. Trata-se de projéteis em que a trajetória é determinada em grande parte pelas leis da física após a queima total de combustível.

Isso significa que mísseis guiados, também chamados de mísseis de cruzeiros, estão imunes contra escudos antimísseis. Assim como os aviões, tais foguetes podem mudar a sua trajetória constantemente e, além disso, voar na maior parte do tempo sob o radar. Esses projéteis, geralmente, não atingem a velocidade do som, mas podem percorrer longas distâncias.

Em alguns experimentos, foi possível derrubar tais bólidos por meio de mísseis antiaéreos. Aviões de intercepção também podem combater tais mísseis de cruzeiro com foguetes guiados pelo calor. No entanto, é questionável se isso seria realmente praticável num cenário real de guerra, pois os foguetes agressores têm que ser primeiramente descobertos antes que eles possam ser combatidos.

Fonte: DW

 

 

40 Comentários

  1. Senhores, estes dados referente ao alcance dos mísseis estão corretos?

    Curto alcance: 500 m a 1.000 km;
    médio alcance: 800 m a 5.500 Km.

    Não seriam, respectivamente, 500 a 1.000 m e 800 a 5.500 m?

    • Aurélio,

      Pra dar uma luz…

      Mísseis balísticos de curto alcance, ou SRBM ( Short Range Ballistic Missile ), tem realmente alcance que abrange os 500km, indo de 300km a 1000km.

      Mísseis balísticos de médio alcance, MRBM ( Medium Range Ballistic Missile ), vão de 1000km aos 3500km.

      Os de alcance intermediário, IRBM ( Intermediary Range Ballistic Missile ), abrangem dos 3500km até os 5500km.

      E os intercontinentais, ICBM ( Intercontiental Ballistic Missile ), vão evidentemente além dos 5500km…

    • Você acha ? .. pois fique sabendo que tem muitos spefcixalistas em tecnologia russa do século passado da década de 60 .. que jura de pés juntos que as armas americanas são infalíveis e que os malucos atômicos da CN são umas moscas mortas .
      .
      O general Custer também achava que os índios não eram de nada ! .. você sabe o que aconteceu com o general Custer ? … rsrsr ..

    • “Alessandro
      28 de abril de 2017 at 17:07

      não existe nenhum sistema no mundo capaz de garantir 100% de funcionalidade anti aérea !”

      Errado….quando utilizado para atacar alvos a grande distância o sistema S-400 utiliza o radar do próprio míssil para detectar os alvos….os dados do radar do próprio míssil são enviados para o sistema de controlo que os interpreta e dirige o míssil…ao contrário dos sistemas dos eua o S-400 não precisa rastrear o alvo…

      o sistema THAAD tem alcance mais curto que o Russo e é incapaz de atingir alvos além do horizonte….é puramente um sistema de mísseis antibalísticos projetado para derrubar foguetes….o S-400 é o único complexo de mísseis no mundo capaz de atingir alvos localizados além do horizonte…

      o S-500 segundo informações dispersas publicadas pela imprensa russa terá capacidade para atingir mísseis balísticos a distâncias de 3500km…

      • “”Errado….quando utilizado para atacar alvos a grande distância o sistema S-400 utiliza o radar do próprio míssil para detectar os alvos….””

        Mesma coisa que o AEGIs

        “”o S-400 é o único complexo de mísseis no mundo capaz de atingir alvos localizados além do horizonte…””

        Mais ou menos, precisa de alguém que ache o alvo, ainda não tem o link direto com AWACs e caças que a USNavy tem.
        Nesse ponto pode menos que o SM-6.

        “”não existe nenhum sistema no mundo capaz de garantir 100% de funcionalidade anti aérea !”””

        Não tem a mínima garantia que o S-400 consiga abater alvos balísticos melhor que o THAAD e o AEGIS.

        E mais, dificilmente o míssil com 400 km de alcance poderá atacar alvos a baixa altitude e fora atmosfera com eficiência porque são coisas opostas.

        Existem diversos outros sistemas nos quais o míssil possui o radar próprio.
        Patriot PAC 3, SM-6 , Arrow e até o Aster.

      • Quer apostar suas rugas intestinais nesses equipamentos russos ???… rsrssrrsssss… eu não arriscaria por sistema algum, ainda que feitos nos EUA… sempre algo passa e ai… fedeu… se bem que misseis feitos na coreia do norte até eu com um 7,62 derrubo… 🙂

      • Lucena e troll

        ah é falha minha, esqueci que tudo dos russos é 110% garantido, abate até disco voador, e se precisar usam o Su-24 pra bugar os sistemas eletrônicos dos americanos rsrs…

        Me sinto seguro se acontecer uma invasão alienígena, temos a Rússia com seus infalíveis S-400, eu vi oq eles fizeram lá na Síria, o Putin deve tá bem orgulhoso rsrs..

        Isso pq o Trump avisou ainda, imagina se não tivesse avisado.

      • “…o sistema THAAD tem alcance mais curto que o Russo e é incapaz de atingir alvos além do horizonte…”

        Errado…

        Qualquer sistema cujo míssil possa ser linkado a uma rede de sensoreamento pode interceptar além do horizonte/radar; caso por exemplo do conjunto composto pelo míssil ESSM, o sistema AEGIS e o AWACS Hawkeye…

        O S-400 tem toda uma família de mísseis, dos quais apenas o 40N6 teria capacidade descrita como algo acima do interceptador do sistema THAAD… e ninguém sabe se está realmente operacional… Os russos aparentemente o colocaram operando a partir de 2015…

        O THAAD é um altêntico sistema “hit-to-kill”, utilizando guiagem terminal por IIR para garantir acerto. Tem capacidade de interceptar alvos a nível exo-atmosférico, sendo comprovadamente eficaz contra SRBMs, MRBMs, IRBMs; ou seja, qualquer coisa que a CN possa mandar pra cima dos coreanos do sul…

        O S-500, entre outros pormenores, visará dar uma resposta ao sistema GMD americano.

      • “Alessandro
        28 de abril de 2017 at 22:33

        _RR_
        28 de abril de 2017 at 22:57”

        Engraçado esse pessoal…tudo o que é dos eua é superior ou infalível….enquanto que tudo que é Russo é inferior e não presta…é impressionante como enaltecem esta gente…como dão valor mais a eles do que a própria nação onde vivem…para este pessoal é uma nação imaculada…que nunca sofreu perda…nunca conheceu derrota ou ficou pra trás em nada em sua historia…nunca fizeram algo de ruim ou de errado na historia…tudo de ruim e de errado é mentira ou tem justificativa…são também os mesmos que tentam sempre denegrir ou desmerecer os feitos, a historia ou legado deste pais…no final das contas quem perde a credibilidade e a moral são eles mesmos…que se mostram pessoas extremamente alienadas, parciais e clubistas…como diz o ditado: “O meu amigo não tem defeito, já o meu inimigo senão tiver, eu invento”…

      • ” “O meu amigo não tem defeito, já o meu inimigo senão tiver, eu invento”…”… isso é com vc, caro tergiversador… a culpa é sempre DUZAMERICANOS… rsrsrsrssssss…

      • “.enquanto que tudo que é Russo é inferior e não presta…é impressionante como enaltecem esta gente…como dão valor mais a eles do que a própria nação onde vivem…”
        _
        ????
        Você vive na Russia????

      • onde eu enalteci ? Desaprendeu a ler ?

        falei que NENHUM sistema no mundo da 100% de garantia de funcionalidade anti aérea, ae vc vem BAJULANDO o sistema russo S-400 e agora quer distorcer o meu comentário onde fui irônico ?

        Vc me acusa injustamente de enaltecer os americanos, mas faz exatamente isso com o sistema russo, ah vai procurar o caminhão que vc caiu Troll !!

        como diria Lênin

        “acuse-os do que você faz chame-os do que você é”

  2. A resposta para a indagação do título é extremamente dependente da quantidade de mísseis que a CN possui.
    Pois por melhor que seja o sistema defensivo AAA seu calcanhar de aquiles é o número múltiplo de alvos que ele pode engajar.
    Como tudo em relação a CN é mistério, temos então duas possíveis respostas:
    1-Se o número de mísseis norte coreanos for pequeno eles podem ser parados.
    2-Mas se o número for muito grande aí o inimigo danou-se.

    No caso 2, saber a localização das bases e lançadores de mísseis norte coreanos e destruir o maior número possível deles antes dos lançamentos seria ação de guerra prioritária.

    A CN, caso entre em guerra, deverá necessariamente fazer um ataque inicial com quase tudo o que tem, para conseguir romper as defesas do adversário (seja ele quem for (CS ou EUA)), caso contrário, boa parte de sua força bélica que vem sendo acumulada, será destruída sem ainda ter sido acionada. Destruição esta que deixará totalmente comprometida sua posterior ação.
    Em outras palavras, para que consiga algum resultado positivo no campo de batalha, a Coréia do Norte não poderá ter uma atitude defensiva, como teve Sadan na segunda guerra do Golfo. Deverá partir com tudo para cima do seu inimigo.

    Esse é um dos motivos para o Pentágono tremer na base quando pensa no caso dos norte coreanos passarem a ter ICBM com sistema MIRV. Ou mesmo mísseis mais simples mas com capacidade nuclear, pois a melhor doutrina de combate para algum tipo de vitória para a CN é lança-los mesmo. E neste caso o tamanho da contra resposta dependeria de quais foram os alvos atingidos pelos norte coreanos.

  3. Ai, ai, ai DW.

    Primeiro pinta o capeta como a ameaça desconhecida e eminente. Depois vem o artigo perda de tempo não esclarecendo nada.

    * “Depois do desfile… especialistas militares de todo o mundo passaram a especular o real conteúdo dos projéteis.”

    Esses especuladores são a turma da FoxNews et caterva. Sabe-se bem que o “conteúdo” dos projéteis foi fornecido pelo Paquistão lá pelos anos 1990. Que tal encostar o Carl Winson por lá também? Putz, não vai dar porque os ativos da Al Qaeda criados pela CIA moram perto.
    http://www.defesanet.com.br/geopolitica/noticia/1847/Paquistao-teria-vendido-equipamentos-nucleares-para-Coreia-do-Norte–diz-carta
    http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2013/04/130402_analise_coreia_norte_mv

    * “Na segunda Guerra do Golfo, em 1991, os mísseis Patriot conseguiram destruir no ar numerosos foguetes lançados… pelo Exército iraquiano do ditador Saddam Hussein…”

    Sei… . Segundo Richard Clark, na época assessor de segurança nacional e futuro chefe de contraterrorismo no governo Bush Jr, o comandante da coalizão, General Norman Schwarzkopf (falecido em 2012), dava pulos de raiva (1) pela ineficiência do sistema Patriot em parar os vetustos Scud e (2) pela força aérea da coalização ser incapaz de destruir um único lançador do míssil russo.
    https://www.estantevirtual.com.br/b/richard-a-clarke/contra-todos-os-inimigos/1029943097

    * “… Os dados dos relatórios sobre o grau de êxito variam drasticamente – entre 40% e 80%.”
    O Patriot foi criado para ser arma AA contra aeronaves e foi depois modificado para arma anti míssil. Em 1991 a versão usada no conflito era a PAC 1 que não era lá aquelas coisas. Despacharam a PAC 2, que não estava plenamente desenvolvido e não atuou com mais eficiência do que o PAC 1. Problema de sistema operacional que tinha de ser reiniciado com alguma frequência, associado a falhas no treinamento do pessoal que operava o sistema que tinha sérias restrições decorrentes da tecnologia de informática disponível na época. Acredita-se hoje que estes problemas foram sanados com o PAC 3. A conferir. Se sobrar algo a conferir.
    http://areamilitar.net/directorio/MIS.aspx?nm=187

    * “O subsistema Iron Dome… pode combater até mesmo foguetes improvisados, mais primitivos e de bem menor alcance… Durante o maciço ataque à Faixa de Gaza, entre 2012 e 2014, foram destruídos 547 de 2.968 projéteis lançados”
    Aqui nem é preciso ser “j”ênio pra perceber que morderam a língua. Regra de três povo! De volta ao Ensino Médio! A relação entre 547 e 2.968 é de… 18%. Meu escorredor de macarrão é mais eficiente em segurar a água.

    * “ …o escudo instalado agora na Coreia do Sul, o THAAD (Terminal de Defesa Aérea para Grandes Altitudes, na sigla em inglês) foi pensado para esses tipos de ataques (para a DW “médio” alcance é algo entre 800km e 5.500km – isso é praticamente sair da atmosfera do planeta!)”
    O THAAD tem uma característica que preocupa: ele tem de “bater” diretamente no alvo pois usa energia cinética para neutralizar uma ogiva. Um ventinho diferente e babau alvo. E f…-se quem estiver lá embaixo. Os norte-americanos são conhecidos por produzirem sistemas de rastreamento e mira fabulosos, mas estamos falando de multiplas ogivas nucleares “versus” cálculo de probabilidade. Um erro, unzinho só, uma variante anulada por um sopro divino depois do lançamento/reentrada e Washington vira história.
    https://pt.wikipedia.org/wiki/Atmosfera_terrestre
    https://pt.wikipedia.org/wiki/Terminal_High_Altitude_Area_Defense
    https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_cinética
    https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_das_probabilidades

    E antes que se pense na palavra mágica AEGIS, é bom lembrar que este sistema é operado por norte-americanos não interessa aonde seja instalado pois faz parte do sistema de defesa anti-míssil dos EUA, para os EUA. Ponto. Não é de propriedade da OTAN. E é otimizado para interceptar alvos na reentrada a partir, prioritariamente, de sistemas baseados em navios. Tem alguma marinha européia com AEGIS instalado em uma nau? Mas mesmo este sistema ainda não consegue lidar com elementos como o DF-21D pois estes não passam pela exosfera (olha a natureza ditando as regras de novo).
    https://en.wikipedia.org/wiki/Aegis_Ballistic_Missile_Defense_System

    Parar um hipotético ataque/defesa por mísseis nucleares da Coreia do Norte é algo possível apesar de ser de execução extremamente complicada e de sucesso duvidoso. Mas pior do que isso é esse bombardeio de desinformação que a população mundial vem recebendo nas últimas décadas. Os sistemas de defesa de mísseis, tanto ocidentais quanto orientais, são boas peças de tecnologia mas não possuem esta infalibilidade sugerida pela DW. Talvez a publicação acredite que todos são tolos a ponto de acreditar em qualquer coisa que escreva.

      • “”Mas mesmo este sistema ainda não consegue lidar com elementos como o DF-21D pois estes não passam pela exosfera (olha a natureza ditando as regras de novo).””

        Não, ele está enganado,

        Já foram feitos até testes com o SM-6 contra DF-21 simulados.

        AEGIs não pertence a OTAN mas pode operar em qualquer mar da Europa ou Ásia.

        Ventinho a no espaço não existe, e com certeza o senhor roberto não consegue saber com o THAADs reagiria contra o vento visto que os dados são secretos.

      • “JPC3
        29 de abril de 2017 at 0:48

        JPC3
        29 de abril de 2017 at 0:41

        _RR_
        28 de abril de 2017 at 22:57”

        O sistema Aegis BMD é um programa de Defesa de Mísseis desenvolvido para fornecer defesa contra mísseis “balísticos” de curto e médio alcance….mas o sistema Aegis BMD não tem a capacidade de interceptar mísseis balísticos intercontinentais embora versões futuras possam ter alguma capacidade de interceptação, mas limitada….estes não têm nem a metade do intervalo para neutralizar ICBMs e até mesmo IRBMs em arcing overhead….

        segundo o Departamento de Defesa dos eua é apenas um componente de uma defesa mais ampla que inclui também instalações terrestres….ainda a alguns relatos de que o sistemas de radar SPY-1 a bordo alguns navios de guerra individuais não estão sendo adequadamente mantidos….

        Almirantes alertam que desde o final dos anos 90 houve uma ênfase exagerada sobre a poupança de dinheiro, incluindo cortes nas tripulações e formação e manutenção simplificada…o que levou a uma queda drástica em prontidão e deixou sistemas de combate Aegis em baixo estado de prontidão…..

        De acordo com um relatório Congressional Research Service datado de 31 de julho de 2014, a falta de um alvo de teste simulando o ASBM chinês DF-21 é destacada…

        nenhum sistema de defesa anti aéreo tem capacidade de interceptar Marvs em velocidades hipersônicas….em manobras de alto G…o DF-21D foi pensado para empregar veículos de reentrada manobráveis​​(Marvs) com sistema de orientação terminal e com o apoio gradativo/gradual de UAVs e satélites adicionados..o SM-3 não é eficaz pois foi projetado para interceptar mísseis apenas na fase “mid-course” no espaço… por isso teria que ser lançado quase imediatamente para acertar antes da reentrada ou a partir de um navio Aegis posicionada sob sua trajetória de voo….

        e a China lançou recentemente uma série de satélites para apoiar os seus esforços ASBM:

        -Yaogan -VII electro-ópticos por satélite – 09 de dezembro de 2009

        -Yaogan-VIII radar de abertura sintética por satélite – 14 de dezembro de 2009

        -Yaogan-IX Naval Oceano Sistema de Vigilância da constelação (NOSS) (3 satélites em formação) – 05 de março de 2010.

        -Yaogan-XVI Naval Sistema de Vigilância Oceano constelação (NOSS) – 25 de novembro de 2012

        segundo informações a China esta trabalhando em um radar Over-the-horizon para localizar os alvos para seus sistemas ASBM…testes com misseis foram feitos recentemente em 2013 contra um alvo no deserto de Gobi …em um recente relatório de análise militar Russo sobre o DF-21D concluiu-se que a única maneira de se combater com êxito este sistema ASBM seria através de contramedidas eletrônicas….intercepções convencionais contra alvos de alta velocidade são desenvolvidas pelos eua …

        no relatório Russo chega a se citar a intercepção de um satélite avariado 2008 por um cruzador dos eua mas nessa situação o navio de guerra estadunidense tinha o completo conhecimento da localização e trajetória do alvo….

        contra um ataque a Mach 10 de um DF-21D sem saber o ponto de lançamento do míssil a única forma de combate-lo seria através de contramedidas eletrônicas…pois a mobilidade do veiculo lançador permite disparar no curto prazo e impedir neutralizações por sistemas anti aéreos como o SM-3…

      • Tá aí o link de novo.

        https://defence.pk/pdf/threads/ballistic-target-missile-representing-df-21d-intercepted-by-sm-6-missile-in-test.467002/

        http://missiledefenseadvocacy.org/alert/fireball-were-taking-it-were-taking-it-were-taking-it-down/

        De qualquer forma a guerra com a Coréia do Norte e não com a China.

        E os russos com seus S-400 e S-500 (que também não tinham nada a ver com a matéria) não estão na frente em capacidade anti-míssil.

        Pois o s-500, que será um hit-to-kill semelhante ao THAAD e ao SM-3 BII, ainda não está em serviço.

      • O AEGIS, dotado do míssil RIM-161 bock llA, tem plena capacidade de interceptar ICBMs…

        É a primeira linha de defesa, aliada ao sistema GMD…

      • A China também realizou com sucesso um ensaio em voo de um veículo hipersônico lançador de mísseis capaz de penetrar qualquer sistema de defesa com ogivas nucleares de acordo com o Pentágono…. um veículo planador hipersônico(HGV/hypersonic glide vehicle) apelidado de “Wu-14″ pelos estadunidenses foi detectado voando a 10 vezes a velocidade do som durante um voo de teste sobre a China…. segundo relato de um funcionário do Pentágono ao jornal online Washington Free Beacon(WFB)….um porta voz do Pentágono confirmou posteriormente a informação mas não quis dar mais detalhes….“Nós monitoramos rotineiramente as atividades de defesa estrangeiras e estamos cientes do teste”, disse o porta-voz do Corpo de Fuzileiros Navais dos eua….o tenente-coronel Jeffery Pool ao WFB…peritos militares chineses comemoraram o teste pois a China agora é o segundo país depois dos eua a testar com sucesso um veículo lançador hipersônico capaz de transportar ogivas nucleares a uma velocidade acima de Mach 10….e uma arma como essa é vista há tempos por especialistas como um divisor de águas em segurança porque pode atingir um alvo antes que qualquer dos atuais sistemas de defesa antimísseis possa reagir….

    • “”O THAAD tem uma característica que preocupa: ele tem de “bater” diretamente no alvo “”

      Isso não é uma característica que preocupa, isso é a solução.
      pois constatou-se que ogivas explosivas não conseguem destruir o corpo blindado dos veículos de reentrada.

      Carga explosiva de proximidade é muito mais pesada, o que reduz o alcance e é menos eficiente que veículos de impacto direto.

      Países da Europa não tem AEGIS mas Coréia do Sul e Japão possuem.

      • “pois constatou-se que ogivas explosivas não conseguem destruir o corpo blindado dos veículos de reentrada”
        Exatamente.
        Como destruir uma carapaça sem carga oca?
        Com carga dispersiva impossível. O jeito é essa pancada direta, apesar de toda a muito maior complexidade de atingir um alvo hipersônico..

        Este tipo de dificuldade e super refinamento de defesa é uma preocupação que nossa FAB (a tal força aérea de brinquedo) e generais e almirantes das demais forças brasileiras nem pensam em problematizar. Assim a eterna desculpa para nossa fragilidade e incompetência em Defesa é “Não Temos Inimigos!”. Facilita muita coisa né?

        Teríamos cérebros no Brasil a altura de constituir FFAA realmente de respeito, com reais meios bélicos poderosos?
        Se para um único até agora SNBr já é uma novela que se arrasta a décadas, e mesmo assim ainda existem milhões de toupeiras verde-amarelas que acreditam na tese: Não precisa… “Não Temos Inimigos!”.

        Mas temos sim equipamento estratégico… Guepards.
        rsrsrs!!!!

  4. RobertoCR,

    Vamos por partes…

    Sobre o Iron Domme

    O Iron Domme não intercepta nada que não esteja obrigatoriamente dentro de seu circulo defensivo…

    Seu sistema de controle de fogo é programado para calcular a trajetória do artefato inimigo. Daí que aquilo que decisivamente não estiver aproando para a área a ser defendida, é automaticamente ignorado.

    Portanto, 547 interceptações de 2968 disparos inimigos não significam que foram lançados mais de 2000 mísseis Tamir… Apenas diz que os 547 artefatos interceptados eram os únicos que o sistema considerou que ofereciam um risco crítico. Os outros que caíram, não representaram risco.

    Tanto é verdade que o número de incidentes após a implantação o Iron Domme reduziu-se substancialmente, com cada vez menos sucessos desse tipo…

    Sobre o THAAD…

    Com um artefato sulcando a atmosfera a mach 8, acho difícil qualquer fenomeno natural provocar um desvio crítico…

    E se o THAAD tem capacidade exoatmosférica, então as condições da atmosfera são por si só irrelevantes na fase terminal…!

    O missil americano está linkado ao sistema de orientação. Ele corrige sua trajetória na fase terminal ( por isso tem o seeker… ). Não é necessariamente como um projétil que se dispara para o ar com um ângulo previamente calculado para impacto…

    Sobre o AEGIS.

    O sistema AEGIS tem uma variante terrestre. O escudo europeu, cujo centro está sendo montado na Romênia ( com previsão para montar outro sistema na Polônia ), é um desses.

    A classe de fragatas ‘Alvaro de Bazan’, da Espanha, tem um sistema AEGIS. A nova classe ‘Hobart’ da Austrália também será dotado de um… Os japoneses também são usuários do sistema, com as classes de destróieres ‘Atago’ e ‘Kongo’, além de terem desenvolvido um outro bastante similar em seus novíssimos destróieres da classe ‘Akizuki’. A seguir, vem os coreanos do sul, com seus destróieres KD-X II, e os noruegueses, com a classe ‘Fridtjof Nansen’.

    Os americanos já disponibilizaram variantes do AEGIS para exportação faz tempo…

    A razão de ser do AEGIS é justamente garantir interceptação na fase intermediária de voo, antes que se possa lançar qualquer MIRV. Por isso dotam-se os navios. Estes ultimos estarão a meio curso entre o lançador e a área a ser defendida.

    Concordo que a única coisa que é certa nisso tudo é que um ataque de saturação não pode ser detido… E sempre há o risco de eventualmente alguma coisa passar.

    Mas haja tranqueira para saturar tantas defesas integradas…

    • Então meu chapa, eu entendo e já sabia sobre o funcionamento do Iron Dome.
      Mas não estamos falando do Hamas com seus foguetes caseiros que custam menos de 2 mil dólares.
      Estamos falando de um país, que mesmo sendo pequeno e pobre, não fez outra coisa em sua história, nos últimos 64 anos, além de se preparar para uma guerra total contra os EUA e seus vassalos.

      • Não estou questionando isso… Eu apenas repliquei os comentários acima com relação ao desempenho dos sistemas americanos.

        Evidente que eles vem a décadas alimentando sua máquina militar com o que podem. E que isso pode dar dor de cabeça, eu mesmo não duvido… A questão é: e as consequência de se fazer…?

        A essa altura, já está claro que os procedimentos adotados pela CN não constituem apoio em unanimidade nem na China…

  5. RR, que legal, agora é só os EUA atacarem a Rússia e China que o seu escudo vai protegê-los. Vão dizimar Rússia e China e não vai cair nenhum Satan 2 neles!!! Dominarão o mundo pelos próximos 1000 anos. Parabéns, tomar coca cola, ouvir Justin Bieber e casamento gay estarão garantidos por séculos.

    • O que isso tem a ver com tecnologia de mísseis?

      Ninguém insinuou que poderiam interceptar ICBMs russos, embora talvez até possam em alguns casos.

    • Professor,

      Repito:

      “Concordo que a única coisa que é certa nisso tudo é que um ataque de saturação não pode ser detido… ”

      “E sempre há o risco de eventualmente alguma coisa passar.”

  6. Que isso, JPC3, nunca duvide dos deuses americanos. Eles podem parar bala de AK-47 com os dentes!!!!

    A tecnologia deles é maravilhosa, olha o F-35, avião invisível, indestrutível. Os americanos são, comprovadamente, diferentes de todos os outros povos do mundo, têm QI e capacidades superiores; só não batem os israelenses, mas empatam.

    • O senhor não tem nada de útil para escrever?

      Ninguém nunca disse essas bobagens que você escreveu aí.

      Os americanos estão na frente em sistemas anti-mísseis porque investiram mais, se você fica incomodado problema é seu.

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