Após Haiti, próxima missão de paz do Brasil deve ser na África, diz Jungmann

Menino anda de bicicleta em meio a soldados brasileiros em Porto Príncipe – Dieu Nalio Chery / AP

Avaliação é que país caribenho retomou a estabilidade, segundo ministro da Defesa

BRASÍLIA – Após investir R$ 2,5 bilhões, dos quais R$ 930 milhões foram restituídos pela Organização das Nações Unidas (ONU), segundo dados contabilizados pelo governo até setembro passado, o Brasil deve deixar o Haiti em outubro deste ano. Apesar de ser possível uma extensão da operação até abril de 2018, a tendência é que as tropas brasileiras saiam antes, por considerar que o país caribenho retomou a estabilidade, disse o ministro da Defesa, Raul Jungmann. Com isso, o endereço da próxima missão de paz já vem sendo discutido pela pasta em conjunto com o Itamaraty.

Segundo as análises feitas até agora pela cúpula do governo, o destino mais cotado é a África, entre os 16 convites endereçados ao Brasil. Até porque metade desse total de opções está em território africano, aponta Jungmann. Há a possibilidade ainda de expansão de missões em andamento, como a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), que tem homens brasileiros no comando da parte marítima e poderia contar com tropas também em terra.

Mas os interesses diplomáticos ainda estão sendo estudados antes de uma definição da próxima missão de paz. A continuidade das operações é a única questão fechada pelo governo brasileiro, mesmo com a economia combalida após um segundo ano consecutivo de recessão:

— Participar de missões de paz é uma política de diplomacia do Brasil importante para ampliar sua projeção no exterior. Isso representa muito em termos diplomáticos e o Haiti se transformou num paradigma. Vamos continuar as missões, mas sempre sob o manto da ONU (Organização das Nações Unidas) — disse Jungmann.

Uma reunião do Conselho de Segurança da ONU marcada para o fim de março e início de abril vai analisar a situação do Haiti e o melhor momento para a saída dos capacetes azuis, como são conhecidos os homens da missão de paz que há mais de uma década operam no país, arrasado por dois terremotos no período. No comando da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), o Brasil mandou 36.058 homens e mulheres, substituídos a cada seis meses, ao país.

Os gastos brasileiros com a Minustah somaram R$ 2,5 bilhões, incluindo o treinamento feito antes da missão, a logística de envio de homens e materiais e a manutenção das tropas no local. Em 2010, houve um salto nos recursos dispendidos, que atingiram R$ 673 milhões. A ONU reembolsa o Brasil apenas pelos custos assumidos durante a execução da missão no Haiti. Os valores somam R$ 930,9 milhões calculados com base na cotação do dólar da época.

A decisão pela saída da missão de paz do Haiti se consolidou com o fim do processo eleitoral que alçou Jovenel Moise à presidência sem contestações ou distúrbios de violência no início deste ano. Um grupo de avaliação estratégica da ONU esteve no país e constatou um nível de estabilidade suficiente para a retirada dos capacetes azuis. Além do equilíbrio político, foi verificada também a infraestrutura haitiana que, embora arrasada por dois terremotos desde a chegada da missão, vem melhorando paulatinamente.

Fonte: O Globo

7 Comentários

  1. Acredito que é benéfica a nossa participação nestas missões, mas não como COMANDANTES,o nosso país não tem condições de arcar com esses ônus mesmo com a ONU restituindo parte dos gastos,nós não temos forças armadas modernas para uma atuação eficiente.

    • César, acredito que dependa da missão. Para a maioria delas não é necessário muita tecnologia. Há gastos, mas há ganhos nestas missões. A experiência é uma grande professora.

  2. Alguém me explicaria que tipo de vantagem diplomática teríamos com isso? Só vejo um baita prejuízo.

    Precisamos dessas forças para defender nossas fronteiras de traficantes de drogas e armas; nosso litoral de piratas, traficantes e pesca ilegal; nossas cidades dos narco-terroristas.

    Nosso país caminha para a instabilidade e queremos por ordem na casa dos outros?

    #BrazilFirst – #BrasilPrimeiro; os outros vêm depois.

  3. Estes embusteiros estão mesmo obstinados a transformar o Brasil em participante de coalizões de seus patrões globalistas.
    Nem na ditadura militar Brasileira se tinhaesse posicionamento diplomatico.
    Nossa ditadura militar sempre foi contra intervencionismos mas o fermento hibrido farizeu do momento visa mudar esse posicionamento nacional.
    Não temos forças armadas nem material para patrulharmos nosso territorio mas temos dinheiro homens e material para sermos serviçais de terceiros.

  4. Após investir R$ 2,5 bilhões, dos quais R$ 930 milhões foram restituídos pela Organização das Nações Unidas (ONU) …..?????
    Com esta Matematica … Fora Brasil de qualquer missao.
    Traga de Volta nosso Militares e Vamos Investir fortemente em nossas defesas.
    Principalmente nas Fronterias.

  5. Eu considero as operações das forças brasileiras nas missões de paz da ONU uma grande oportunidade de termos treinamento em ação real

  6. Gasta tempo. Eles fizeram nada. Só ficaram nas praias do Haiti. O Brasil precisa deles raislany diminuir a violência. O Brasil parece a Síria. Todo dia pessoas estão morrendo no Brasil, é melhor assumir a segurança interna do Brasil Do que africa. Ao meu ver, o Brasil é mais perigoso do que outros países da África. O Haiti é tranquilo, não pela presença do ONU. mais pelo esforço do governo e o povo

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