Trump diz que polêmica sobre Rússia é “caça às bruxas”

Presidente eleito dos EUA critica foco da inteligência americana em supostos ciberataques promovidos por Moscou para favorecê-lo nas eleições. Acusações teriam motivação política de democratas “envergonhados”.

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (06/01) que a polêmica envolvendo supostos ciberataques promovidos pela Rússia para influenciar o resultados das eleições americanas em seu favor é uma “caça às bruxas”.

Em entrevista ao jornal The New York Times, Trump criticou o enfoque dos serviços de espionagem americanos na Rússia. Nesta sexta-feira, o magnata se reúne com funcionários de inteligência para conhecer detalhes das investigações sobre o caso. No dia anterior, o diretor da Inteligência Nacional dos Estados Unidos (DNI), James Clapper, afirmou que Moscou quis interferir nas eleições não só com ciberataques, mas também com propaganda e desinformação.

“Recentemente, a China hackeou 20 milhões de nomes do governo. Como ninguém sequer fala sobre isso? Isso é uma caça às bruxas política”, afirmou.

Trump ressaltou que já aconteceram anteriormente outros ciberataques contra a Casa Branca e o Congresso americano e que não lhes foi dada a mesma atenção que agora é concedida ao suposto envolvimento da Rússia. “Com tudo isso dito, eu não quero que países hackeiem nosso país”, disse o magnata.

Desde que as acusações dos serviços de inteligência americanos vieram à tona, o presidente eleito tem colocado em xeque as conclusões. Para Trump, a motivação é política.

“Eles [os democratas] apanharam muito feio nas eleições. Eu ganhei mais distritos nessa eleição do que Ronald Reagan”, afirmou. “Eles estão muito envergonhados. Em certa medida, é uma caça às bruxas. Eles só focam nisso.”

A partir de 20 de janeiro, o ex-senador Dan Coats ocupará o cargo de diretor de Inteligência Nacional (DNI, na sigla em inglês). Ele será o principal assessor presidencial em temas de inteligência e vai supervisionar todos os serviços de informação e espionagem. O ex-senador já trabalhou nos comitês de Inteligência e das Forças Armadas no Senado e também foi embaixador dos EUA na Alemanha.

Foto: EPA/ALBIN LOHR-JONES / POOL

Edição: konner@planobrazil.com

Fonte: DW