AEROESPACIAL: Avibras vai produzir motores para lançador de microssatélites do Programa Espacial Brasileiro

Negociação levou mais de um ano para ser concluída. (Foto: Avibras)
Negociação levou mais de um ano para ser concluída. (Foto: Avibras)

Depois de 15 meses de negociação, o Programa Espacial Brasileiro assinou o contrato para a produção de oito motores S50 da Avibras. O contrato, assinado no dia 22 de dezembro, garante também os acessórios dos motores. O equipamento será utilizado nos voos realizados pelo veículo VS-50 e no voo da primeira versão do Veículo Lançador de Microssatélites VLM-1, financiado pela Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTIC). O projeto do VLM será desenvolvido com recursos da AEB por intermédio do convênio celebrado com a Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais (Funcate), que prestará auxílios gerencial, financeiro e administrativo ao IAE.

Nos próximos 26 meses, a Avibras deverá industrializar o projeto do motor S50 e produzir seis motores e seus acessórios, que serão acompanhados por técnicos do IAE e do Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI) para o bom desempenho do contrato do ponto de vista técnico e de qualidade. O acordo assinado irá produzir os primeiros seis motores e os dois restantes serão objeto de Termo Aditivo ao contrato, após a revisão, submissão e aprovação de Termo Aditivo ao Convênio 001/2015, entre o IAE e a Funcate, para o desenvolvimento do VLM-1.

De acordo com a AEB, os motores 1 e 2 serão utilizados para ensaios de engenharia (ensaios estrutural e de ruptura). Os 3 e 4 serão utilizados para queima em banco de testes para validação em solo. Os 5 e 6 serão utilizados para validação, durante os voos de dois veículos VS-50. Por fim, os 7 e 8 serão os motores de voo da primeira versão do VLM-1.

“Os esforços das equipes do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) que participaram da formalização, construção e análise da proposta foram imensos e devem ser valorizados por todos que confiam no sucesso do Programa Espacial Brasileiro. As discussões começaram em setembro de 2015 e, 15 meses depois, o contrato foi assinado. A consolidação do contrato deve-se, também, ao empenho da Indústria Aeroespacial (Avibras) envolvida no projeto que conquistou a confiança do IAE por meio de uma proposta séria que abrange planos gerenciais, de risco e de qualidade compatíveis com o tamanho da empresa e com os desejos do instituto contratante”, afirmou a equipe da Diretoria de Transporte Espacial e Licenciamento (DTEL).

O presidente em exercício da AEB, Carlos Alberto Gurgel, acredita no sucesso do projeto e confia no trabalho a ser desenvolvido pela equipe de militares e servidores da Força Aérea Brasileira (FAB), da Funcate e da Avibras e deseja êxito na continuidade desse importante projeto do Programa Espacial Brasileiro.

No ato da assinatura, estavam presentes o diretor-geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Ten. Brig. do Ar Antônio Carlos Egito do Amaral, o diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), Brig. Eng. Augusto Luiz de Castro Otero e o gerente do projeto do VLM, Ten. Cel. Eng. Fábio Andrade de Almeida. Da Avibras, estavam presentes o presidente, João Brasil Carvalho Leite, o vice-presidente José Sá Carvalho Júnior, o gerente de Engenharia de Desenvolvimento, Luiz Eduardo Nunes Almeida e o Executivo de Vendas, Marco Aurélio Rodrigues de Almeida e o diretor de projetos da Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologia Espaciais (Funcate), Dr. Donizeti Andrade.

Fonte: AEB via IDS

9 Comentários

  1. Esse deveria ser o caminho seguido desde os primordios do PEB ( Programas Espacial de Brinquedo (Brasileiro)), porém os militares resolveram manter sob suas asas quebradas e débeis as tecnologias e conhecimentos gerados desse importante programa.
    Após essa decisão errônea, criou-se uma Agência burocrática e ineficiente, sem nenhum ou quase nenhum resultado ( AEB).
    Agora caminham pelos caminhos certos, pois a Avibrás possui anos de experiência em gestão de programas secretos e estratégicos, segurança de instalações etc..Tudo o que falta a Base de Lançamentos de Alcantará,CLBI etc..
    Se já tivessem adotado essa medida antes, acidentes (ou sabotagens, sei lá ) como os ocorridos no lançamento do VLS-1 V5, Sara Sub orbital e programas que teriam colocado o Brasil hoje no mesmo ou quase o mesmo patamar de desenvolvimento tecnológico e exploratório do espaço das grandes nações.
    Afinal de contas, as FAA,s não são indústrias, muito menos a AEB.

  2. Os militares foram grandes planejadores nas áreas tecnológicas do país. Se não puderam pôr em prática a produção em escala industrial de equipamentos, o que é diferente de fazer protótipos, o motivo deve ter sido falta de recursos pois os governos liberais têm interesse em entregar o país para os estrangeiros.Como FHC fez com o Sistema Telebrás e Embratel, Vale do Rio Doce, e agora o Temer faz com a Petrobrás, sem falar do Programa do Submarino Atômico e a prisão absurda do Almirante Othon Pinheiro.

    • Permita discordar em parte do seu comentário, os militares tiveram muito tempo para fazer algo na área tecnológica não o fizeram porque não quiseram pois recursos tinham
      .

  3. Nossa que notícia excelente, a Avibras ganha fôlego com esses contratos no meio da crise, sem contar que a produção desses motores poderá resultar em lançamentos comerciais de micro satélites no solo brasileiro, já que a demanda nossos custos são menores.

  4. Finalmente esses bundudos pelo menos TENTARAM mudar alguma coisa desse programa espacial. Gente, são décadas de fracassos sem que nada mudasse e essa AEB sempre estragando tudo e cheia de nababos comissionados.

    • Tai… concordo contigo… é que todo modelo socialista de gestão pública leva ao desleixo e a ineficiência pública, mais conhecido como PREGUIÇA… se estivesse nas mãos da INICIATIVA PRIVADA a coisa andava… nesse ponto apoio o incentivo a criação de empresas de tecnologia de defesa com total gerencia sobre o desenvolvimento de armas para as três forças…

  5. …………………uma boa notícia pra AVIBRAS que com esses motores tira o pé da jaca……interessante o fato de que a Argentina não está com sua Força Aérea em dia porém quer lançar microsatélites com seu foguete Tronador II da base de Punta Indio perto de Buenos Aires……e eles não tem as vantagens de Alcântara… até os hermanos estão em melhor situação que nós!…….

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