EUA suspendem diálogo com Rússia na Síria

Representante russo na ONU lamenta decisão americana de romper acordo com Moscou.

Apoio à ofensiva do regime de Assad contra rebeldes em Aleppo leva americanos a cancelarem cooperação militar com Moscou na guerra civil. Com decisão, cessar-fogo fica ainda mais distante.

Os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (03/10) a suspensão dos contatos bilaterais com a Rússia nos temas referentes à Síria, e determinaram a retirada de seus militares que se preparavam para coordenar com Moscou ataques. O motivo é a contínua ofensiva russo-síria em Aleppo.

“Os EUA suspenderam sua participação em canais bilaterais com a Rússia, estabelecidos para sustentar o fim das hostilidades. Esta não é uma decisão tomada superficialmente”, afirmou John Kirby, porta-voz do Departamento de Estado, em comunicado.

Segundo Kirby, militares russos e americanos continuarão a usar um canal de comunicação apenas para assegurar que suas forças não cruzem caminho durante “operações antiterroristas na Síria”. Mas foram convocados de volta aos EUA militares enviados a Genebra para a implementação de um centro de controle operacional conjunto.

Também estão suspensas, a partir desta segunda, as discussões com a Rússia para reavivar o acordo de 9 de setembro, alcançado entre o secretário de Estado John Kerry e o chanceler russo, Sergei Lavrov, para um cessar-fogo na Síria. A trégua colapsou menos de uma semana após entrar em vigor.

O governo russo não demorou a se manifestar. Em comunicado, o Ministério do Exterior afirmou que, ao tomar tal decisão, os EUA tentam empurrar para os russos a culpa pela situação na Síria. Moscou acusou ainda os americanos de não cumprirem sua parte no cessar-fogo.

No último dia 22 de setembro, o Exército do presidente Bashar al-Assad, respaldado por aviões russos, lançou uma nova e agressiva ofensiva contra os rebeldes em Aleppo, em meio a condenações internacionais – especialmente dos EUA.

A Rússia está enviando cada vez mais aviões de guerra à Síria para intensificar sua campanha de ataques aéreos, desafiando o Ocidente. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, descreveram os bombardeios russos e sírios na cidade de Aleppo como “bárbaros”.

Damasco e Moscou rejeitaram o cessar-fogo ao lançar a ofensiva, possivelmente a maior e mais decisiva batalha da guerra civil síria, que já está em seu sexto ano. Países ocidentais acusam a Rússia de crimes de guerra, dizendo que seus aviões alvejam deliberadamente civis, hospitais e remessas humanitárias em Aleppo.

Nesta segunda-feira, pelo menos seis pessoas morreram no bombardeio a um hospital no leste de Aleppo, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, ONG que monitora o conflito. Os aviões usados para fazer os disparos não foram identificados.

RPR/ap/rtr

Foto: © AP / Bebeto Matthews – Embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vitali Churkin.

Edição: Konner/Plano Brasil

Fonte: DW

Representante russo na ONU lamenta decisão americana de romper acordo com Moscou

O embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vitali Churkin, lamentou na noite desta segunda-feira a decisão anunciada pelos EUA mais cedo de suspender a cooperação com Moscou na resolução da crise síria. Segundo síria, o acordo firmado com Washington era a melhor chance de pacificar a situação na República Árabe.

“Eu não acho que exista outra alternativa”, disse Churkin, se referindo às declarações de Washington de que a Casa Branca iria procurar outra alternativa para o conflito sírio após o rompimento com a Rússia. “O que eles declararam é extremamente lamentável”.

A Rússia está assumindo neste mês a presidência rotativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas, em um momento delicado de tensão com os Estados Unidos por conta dos desentendimentos relacionados à crise síria.

Fonte: Sputnik News

Rússia: EUA está disposto a “fazer pacto até com o diabo” para derrubar Assad

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que os Estados Unidos estão prontos para fazer “um pacto com o diabo” para derrubar um governo legítimo na Síria, país que poderá viver uma nova onda de atentados terroristas após a suspensão da cooperação de Washington com Moscou.

“Nós temos uma impressão crescente de que, em seus esforços para conseguir a tão desejada mudança de regime em Damasco, Washington está pronto para ‘fazer um pacto com o diabo’, uma aliança com notórios terroristas, que desejam reverter a história e implantar o seu domínio brutal pela força”, afirmou a chancelaria russa em comunicado, acrescentando que os americanos seriam os responsáveis por uma possível nova onda de ataques terroristas na Síria.

De acordo com Moscou, outra grave falha de Washington em relação à Síria diz respeito ao grupo extremista Frente al-Nusra, o qual, embora sempre citado pelos EUA, nunca foi realmente pressionado pelos norte-americanos.

“Os EUA nunca pressionaram de forma real a Frente al-Nusra, não fizeram nada para se distanciar deles (dos terroristas), nenhum tipo de ação contra seus membros, que seguem realizando ataques sangrentos”, afirmou o ministério russo, acusando os Estados Unidos de também tentarem impedir ações russas contra os terroristas.

Foto: © Sputnik/ Ali Abrahim

Fonte: Sputnik News

 

 

 

2 Comentários

  1. ………………..o texto acima já diz claramente que “os Estados Unidos fazem até pacto com o “coisa ruim” pra derrubar o Assad”…quando os acontecimentos chegam a esse ponto …. os EU querem levar o “combate” aos terroristas na tapeação para matar soldados sírios…….sendo assim é melhor que saiam mesmo….aliás já vão tarde………

  2. Só agora perceberam que os russos não querem papo? os russos já cortaram o diálogo com os EUA na Síria faz tempo… e nem se deram ao trabalho de comunicar… o recado veio através de míssil.

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