RIO 2016: Agentes da Força Nacional receberam apenas uma farda para os Jogos

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Homens da Força Nacional – Domingos Peixoto / Agência O Globo

Como só foram entregues uniformes G e GG, muitos tiveram que procurar costureiras

RIO – Um policial militar do Maranhão que integra a Força Nacional de Segurança denunciou que as condições a que estão expostos os agentes que atuarão na Olimpíada e Paralimpíada do Rio são desumanas. Ele contou que os policiais receberam apenas uma farda para usar por quase dois meses e que os coturnos e o cinto de guarnição foram trazidos de seus estados.

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O agente criticou o fato de só terem sido disponibilizados aos policiais fardamentos tamanhos G e GG.

— Tivemos que procurar costureiras em Jacarepaguá para adequar os uniformes ao tamanho de cada um. Pagamos do próprio bolso — contou.

O mesmo policial fez críticas à escala de trabalho afirmando que não tempo nem de lavar o uniforme.

— Estou desde 25 de junho aqui e só recebi uma farda. Ainda não tive tempo de lavá-la porque tiramos 12 horas de plantão em pé nos pontos de operação em Deodoro, Maracanã e Barra da Tijuca. O tratamento é desumano. São dois policiais em cada ponto e não há como beber água ou se alimentar perto nem ir ao banheiro. Na teoria, nossa escala é 12 horas por 24 horas. Mas precisamos acordar às 4h, entrar em forma às 5h, ingressar no comboio às 5h30m para rendermos nossos colegas às 7h. Não sei quando vou ter tempo para lavar a farda — lamentou.

Um outro agente, pelas redes sociais, complementou dizendo que das 24 horas de descanso só consegue tirar 16 horas.

— Queríamos denunciar o abuso que está acontecendo. Estamos trabalhando mais de 60 horas semanais, numa escala de 12 por 24. Mas essas 24 horas de folga se tornam 16, pois temos que estar prontos duas horas antes do início do serviço, e quando largamos o trabalho levamos quase duas horas para chegar no local de descanso! — reclamou, completando:

— Descanso esse que foi fornecido pela caixa, uns apartamentos, no meio de uma favela, ontem nos falta água para tomar banho, onde não podemos ter fogão para fazer comida, temos que ficar fazendo engenhocas para comer! Temos apenas uma farda, e não podemos nem ter um varal na rua para que ela seja lavada e seca — disse ele. — Falta quase um mês para a Olimpíada, e mais da metade do efetivo, inclusive os 200 quem vieram de Santa Catarina, está pensando em abandonar o barco. Nessas condições ficaremos doentes, e não conseguiremos prestar um serviço de excelência que nos é cobrado. Estamos sendo cobrados ao extremo, e o nosso comando nos ameaça, pois perdeu o controle da sua tropa, que está adoecendo e pedindo socorro.

Segundo o agente do Maranhão, todas as informações que recebem de seus superiores, como ordens e escalas de serviço, são enviadas pelo WhatsApp.

— E precisamos usar o nosso pacote de internet móvel, porque não há internet disponível. A milícia domina o sinal.

Ele concluiu dizendo que receberam orientação de seus superiores para circularem pela cidade em momentos de folga sem arma e sem o documento de identidade militar.

— Há blitz falsas e se descobrirem que somos policiais já era — lamentou.

Fonte: O Globo

4 Comentários

    • ……….para que Copas?….para que Olimpíada?……gastou-se uma fortuna nesses devaneios…..dinheiro necessário aos projetos estratégicos? foi pro brejo……..deplorável…..

  1. Nós subestimamos muito a incompetência e a irresponsabilidade dos nossos governantes. Eles não contrataram novos policiais e não reequiparam as forças de segurança. Essa olimpiada é uma tragédia anunciada.

    • Você não devia estar reclamando pois isso tudo é legado das esquerdas. Aliás, a própria violência no Rio de Janeiro é legado das esquerdas visto que a transformação dos morros em redutos dos traficantes deu-se durante o brizolismo.

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