Sugestão de Leitura: Armas químicas: o mau uso da toxicologia

Capa livro Armas Químicas

Camilla Colasso
Camilla Colasso, especialista brasileira em armas químicas de guerra

Camilla Colasso, especialista brasileira em armas químicas de guerra, lança primeira publicação brasileira sobre o uso inadequado do conhecimento toxicológico em ataques bélicos ao longo da história

As armas químicas de guerra são definidas como qualquer substância química cujas propriedades tóxicas são utilizadas com a finalidade específica de matar, ferir ou incapacitar algum inimigo na guerra ou em associação a operações militares e seu uso é tão antigo quanto a história das guerras na humanidade, sendo relatado continuamente há mais de dois milênios.

Os conceitos sobre estas substâncias e os trágicos fatos ocorridos ao longo da história devido ao uso de produtos químicos para fins bélicos estão no livro inédito ‘Armas químicas: o mau uso da toxicologia’, escrito por Camilla Colasso, uma das poucas brasileiras especialistas no assunto, que foi lançado no dia 12 de maio no Hospital Militar de Área de São Paulo (HMASP) – Cassino dos Oficiais.

 

Dividido em sete capítulos, a publicação abrange desde o histórico do uso de armas químicas em guerras e ataques terroristas até os diferentes tipos de agentes químicos, suas características e o efeito que causam no corpo humano. Os capítulos 2 e 3, que tratam sobre os agentes neurotóxicos e vesicantes contam com a colaboração do Major Celmar F. Tanos, do Instituto Militar de Engenharia (IME/RJ). O livro ainda trata sobre as políticas e esforços internacionais para a proibição destas substâncias e os experimentos já realizados em seres humanos.

“O uso consciente de produtos tóxicos contra seres humanos realizados por grupos desprovidos de responsabilidade e senso humanitário é condenável, seja sob o aspecto filosófico, religioso, político, humano, moral ou ético. A toxicologia é uma ciência para a predição da toxicidade de produtos químicos para fins de gerenciamento do risco toxicológico e não dever ser confundida como uma alternativa que cause dor e sofrimento”, afirma a autora. “Por sua periculosidade, pelos efeitos generalizados sobre o meio ambiente e pela facilidade de fabricação, a melhor maneira de combater esta prática é dar a devida atenção ao assunto, lidando com ele como uma ameaça a todo o mundo”, completa.

Publicado pela Intertox, empresa referência nacional no segmento de segurança química, gestão ambiental e tecnologia da informação, o objetivo do livro é tratar sobre o uso inadequado e criminoso do conhecimento toxicológico utilizado para a guerra, além de alertar para este grave problema, ainda bastante presente nos dias atuais. Fausto Antônio de Azevedo, diretor da Intertox e autor do texto de apresentação do livro, afirma que denunciar o emprego de produtos químicos para fins bélicos é dever imperativo daqueles que conhecem os fundamentos e a episteme toxicológica. “Venho testemunhando e estimulando o desenvolvimento de Camilla nesta temática e estou seguro do bem que essa sua movimentação determinada pode nos augurar. Por isso incentivo a todos que leiam a obra e se incorporem a essa causa maior que é a de fazer prevalecer para todos nós o nosso juízo”, finaliza.

A publicação conta ainda com o apoio de IME (Instituto Militar de Engenharia), GRAU (Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e Emergências), GER (Grupo Especial de Reação), Defesa Civil de São Paulo e Valença, além de outras entidades, que visam chamar a atenção da sociedade e de órgãos governamentais para a importância do combate ao uso de armas químicas e da necessidade de políticas que coíbam esta atividade em todo o mundo.

Camilla Colasso é farmacêutica bioquímica e mestre em Toxicologia e Análises Toxicológicas pela USP. Nos últimos cinco anos tem se dedicado ao estudo e acompanhamento profundos e sistemáticos sobre armas químicas de guerra. Já publicou diversos artigos, proferiu inúmeras palestras para os mais diversos e interessados públicos, e tem posto o tema em debate. É também autora do livro ‘Ácido Fluorídrico e Fluoreto: aspectos toxicológicos’ e atualmente gerente da empresa Intertox.

Saiba mais em www.guerraquimicaebiologica.com.br

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