Rússia e China poderão fazer concorrência à Boeing e à Airbus

A Rússia e a China vão investir 13 bilhões de dólares na criação conjunta de um avião de passageiros de longo curso. O primeiro voo da aeronave está planejado para dentro de cinco anos.

De acordo com o presidente da Corporação Unida de Construção Aeronáutica (OAK) Yury Slyusar, o avião de passageiros está sendo desenvolvido em parceria com a corporação pública chinesa Comac. O esforço financeiro será repartido de forma igual entre as partes.

Recordemos que o acordo para o desenvolvimento conjunto do projeto de um avião comercial de longo curso de fuselagem larga foi assinado pela Rússia e pela China em maio do ano passado. O primeiro voo da aeronave está planejado para dentro de cinco anos, informou Yury Slyusar:

“A Rússia e a China estão satisfeitas com os ritmos e o conteúdo dos trabalhos de fabrico conjunto do avião de fuselagem larga. As partes já definiram o conceito do negócio, existe um entendimento quanto ao aspeto do avião, sua capacidade, alcance, características técnicas e soluções tecnológicas que serão utilizadas.

“Nós acordamos que os trabalhos de fabrico da fuselagem, que neste momento são tradicionalmente executados em grande cooperação com a Boeing e a Airbus, serão uma área da responsabilidade da parte chinesa. Já as asas, cauda e empenagem, as áreas em que o nosso potencial e capacidades são bastante vastos, serão de responsabilidade russa. A capacidade do futuro avião será da ordem dos 280 lugares e sua autonomia de 12 mil quilômetros.”

Na opinião dos peritos, o projeto irá usar um novo conceito de construção. O mais provável é os construtores desistirem dos quatro motores habituais por consumirem demasiado combustível. Aliás, essa é a razão que está fazendo baixar a demanda por aviões que antes eram muito populares, como o Boeing 747 e o A-340. Um avião moderno, mesmo que possua uma grande capacidade, terá de ser bimotor. Ou seja, será também mais leve e mais tecnológico.

Já se sabe que o novo avião russo-chinês será fabricado usando compósitos em metade de sua estrutura. Em outros 15% serão usadas ligas de titânio e apenas um terço será composto por outros materiais. Se tudo correr bem, o projeto russo-chinês poderá concorrer com a Boeing e a Airbus.

Segundo as previsões da ICAO, até 2030 mais de 90% da demanda de aviões comerciais caberá ao segmento dos 200-350 lugares, ao qual pertence igualmente o futuro projeto russo-chinês. Até essa altura as necessidades totais em aviões de fuselagem larga serão de 8 mil aparelhos em todo o mundo. Entretanto, a maior demanda será na Europa, assim como na região da Ásia-Pacífico, na qual metade do volume total de vendas caberá à China com seu bilhão e meio de habitantes.

Fonte: Sputnik

 

12 Comentários

  1. Embraer… Bota sua colher nessa panela! A hora é essa!

    O Brasil precisa urgentemente aumentar a sua participação na indústria globalizada. Umas indústrias (marcas) nacionais de carros e motos também cairia muito bem!

      • Vai ver que é por isso que ela é a terceira maior fabricante do mundo de aviões comerciais. Fosse ainda estatal era deficitária, e talvez ainda estivesse envolvida em escândalos de corrupção (Já pensou um “aviãozão”?)

      • Se fosse mesmo, nosso Tucano não teria tido tanto trabalho contra aquele aviãozinho raquítico deles na concorrência pública recente.

        Queriam porque queriam o aviãozinho raquítico americano!

    • Mauro meu amigo não tem porque a EMBRAER embarcar nessa barca mais do que furada! Primeiro pelo fato da própria empresa já possuir mais tecnologia na produção de jatos comerciais. Depois, ela já tomou a sábia decisão de permanecer no seu nicho de aeronaves de até 130 lugares, prevenindo-se assim de uma disputa predatória com Boeing e Airbus (leia-se EUA e União Européia). Ademais a empresa de São José dos Campos já possui uma aliança estratégica com a Boeing que pode resultar no desenvolvimento conjunto do sucessor do Boeing 737 a médio e longo prazo. Talvez esses sejam alguns dos motivos que levaram a empresa a esnobar o Rogozin.

  2. O projeto tem que ser muito bom para brigar com Boeing e Airbus,que contam com anos de mercado e lobby fortíssimos, no mundo inteiro !

    • Aí é que está. Só a disponibilidade geográfica destes 3 países já seria interessante para tocar o projeto, porque certamente teria clientes!

      Mas há também o fato de que, talvez seja possível criar produtos interessantes apesar destes dois gigantes, e com preços convidativos.

      O mercado GOSTA de diversidade! E os jatos da EMBRAER têm ótima reputação lá fora!

      • E qual o interesse da EMBRAER em ingressar, de mãos dadas com russos e chineses, em um confronto com Boeing e Airbus? Simplesmente nenhum! A empresa não tem nada a ganhar, apenas a perder, especialmente pelo fato que no que tange a jatos comerciais Rússia e China não têm absolutamente nada a nos oferecer.

  3. Os capitalistas da Boeing e da Airbus, assim como os defensores do capital, devem estar em extase de alegria, afinal adoram concorrencia. Rsrsrs.

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