FAB:Nota oficial sobre o contrato de aquisição dos caças Gripen NG

gRIPEN

 

 

Brasil assina contrato para aquisição de 36 caças Gripen NG

Primeira aeronave deverá ser entregue em 2019. O contrato prevê ainda o treinamento de pilotos e mecânicos, apoio logístico e a transferência de tecnologia
Publicado: 27/10/2014 05:57h
Fonte: Agência Força Aérea

  A Força Aérea Brasileira assinou com a empresa sueca SAAB o contrato para aquisição de 36 aviões de caça Gripen NG. A primeira aeronave deverá ser entregue em 2019, e a última em 2024. A assinatura aconteceu nesta sexta-feira (24/10), nas instalações da COPAC (anexo ao prédio do Comando da Aeronáutica, em Brasília – DF).

O contrato envolve o treinamento de pilotos e mecânicos brasileiros na Suécia, apoio logístico e a transferência de tecnologia para indústrias brasileiras. O investimento total será de aproximadamente 13 bilhões de reais.

“Nós iremos transferir tecnologia e a capacidade de projetar e construir caças”, afirmou Hakan Buskhe, presidente da SAAB. A Embraer irá assumir um papel de liderança na fabricação local dos aviões, mas haverá também a participação de outras empresas brasileiras, como a AEL, Akaer, Atech e SBTA. “Vai ser um salto, não apenas para a Embraer, mas para a nossa indústria em geral”, completou o Tenente-Brigadeiro do Ar Alvani Adão da Silva, Diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

O Brasil também participará do desenvolvimento do Gripen NG e será responsável pelo desenvolvimento da versão para dois pilotos. A encomenda brasileira envolve 28 unidades monoplaces (para um piloto) e 8 biplaces (para dois tripulantes).

O desenvolvimento e produção do Gripen NG possibilitará ainda a geração de milhares de empregos diretos e indiretos no país.

De acordo com o Brigadeiro do Ar José Augusto Crepaldi Affonso, presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), a assinatura ocorreu após dez meses de intensas negociações contratuais. “Nós atualizamos a proposta. Trouxemos os requisitos para um cenário mais moderno”, explicou.

As negociações foram iniciadas depois do anúncio do Gripen NG como vencedor da concorrência chamada de Projeto F-X2, realizado no dia 18 de dezembro de 2013. “Naquele primeiro momento a gente já estabeleceu um cronograma para a assinatura do contrato”, conta o Brigadeiro Crepaldi. A previsão era assinar antes do fim do ano. A assinatura na semana do Dia do Aviador (comemorado em 23 de outubro) também foi motivo de comemoração. “É muito simbólico para nós”.

O Gripen NG foi selecionado após análises de aspectos operacionais, técnicos, logísticos, de custos e de transferência de tecnologia. O relatório elaborado pela COPAC teve 33 mil páginas e incluiu análises das indústrias, dos projetos e de uma equipe formada por pilotos, engenheiros, oficiais de logística e de outras especialidades.

Marco tecnológico
A Suécia opera versões mais antigas do caça Gripen desde 1997 e já fez exportações para República Tcheca, Hungria, África do Sul, Tailândia e para a escola de piloto de testes do Reino Unido. Mas o Gripen NG, por enquanto, será recebido somente pela Suécia e pelo Brasil.

A aeronave incorpora tecnologias como o radar Raven ES-05, capaz de identificar alvos aéreos ou de superfície a um ângulo de 100 graus da sua antena, um sensor de busca infravermelho e datalink, que possibilita a troca de informações entre caças sem o uso de rádio. Quando entrar em serviço na FAB, o Gripen NG também será o único caça do Hemisfério Sul capaz de voar a velocidades supersônicas por longas distâncias, o chamado supercruzeiro.

“Há mais de 18 anos nós esperamos por esse momento. E com certeza vai inaugurar uma nova era operacional para a aviação de caça no Brasil”, disse o Tenente-Brigadeiro do Ar Alvani.

  As 36 aeronaves multimissão serão utilizadas pela Força Aérea Brasileira em atividades de defesa aérea, policiamento do espaço aéreo, ataque e reconhecimento. A primeira unidade aérea a receber o novo modelo deverá ser o 1° Grupo de Defesa Aérea, com sede em Anápolis (GO). O Esquadrão está sem aeronaves desde dezembro de 2013, quando foram aposentados os caças Mirage 2000. Atualmente, a defesa aeroespacial brasileira é realizada por jatos F-5EM.

Gripen C/D
Após a assinatura da aquisição dos novos Gripen NG, prosseguem as negociações da FAB com a Força Aérea da Suécia para a cessão temporária de caças Gripen nas versões C/D. As aeronaves, usadas, são menos avançadas que o Gripen NG, mas já superam os F-5EM atualmente em uso. O plano seria utilizar os Gripen C/D até o recebimento das aeronaves novas.

Fonte: Força Aérea Brasileira

15 Comentários

  1. http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2014/10/15-cacas-gripen-serao-montados-no-brasil-diz-executivo-da-saab.html
    ,,,, 15 ?? de 36 caças ?? …. se o blog me permitir … n e por nada n ..passaram a mão na bunda de alguém do COPAC … ? q isso … ta certo q a FAB esta ”apaixonada” pelo Gripen .. mais isso ?? .. ate agora mesmo com a assinatura .. q saiu 1 BI mais cara … n sabemos ao certo a % ”BR” q vai ser aplicado no caça …q por sua x so deve chegar la pra 2019/20 …. ainda n foi finalizada o ”aluguel” dos Gripens C/D (+ ‘dindin’ ).. nem mesmo formalizada a variante do Gripen”SEA” .(e verdade q a propriedade intelectual dessa versão ja pertence a Inglaterra.?) …. ta blz….

    • BrunoFN,

      Montagem, falando genericamente, se refere a “juntar” peças. Contudo, as mesmas serão produzidas no Brasil e enviadas a Suécia, que faria a integração dos componentes para os primeiros exemplares em conjunto com técnicos brasileiros, a fim de transferir integralmente essa capacidade para o Brasil futuramente ( o que está claro no texto que postou ). Veja que no texto se afirma que não serão duplicadas linhas de suprimento. Isso significa que as peças fabricadas no Brasil dotarão em princípio todos os Gripen NG. Afinal de contas, esta prevista também uma divisão de trabalhos, o que poderia ou não implicar na montagem dos exemplares a serem fornecidos para os dois países. Aliás, considerando que os suecos já estão montando o primeiro protótipo, é uma decisão lógica, pois significa que já estão acumulando o conhecimento necessário com o pessoal de suas instalações. Por tanto, nada mais natural que trabalhem para montagem dos primeiros exemplares, no intuito de otimizar o serviço. Isso também pode ser uma medida para otimizar as linhas de produção, produzindo caças em ambos os países ao mesmo tempo, para atender as demandas da FAB e da Flygvapnet, além de futuros clientes.

      Mudanças em relação a proposta inicial não é nada de tão absurdo. Pelo contrário. As vezes se fazem necessárias para que a venda se torne possível de acordo com a realidade atual e as exigências do cliente, que podem ou não mudar consideravelmente ao longo do processo. Mas o que não mudou foi a cooperação. Muito da proposta inicial aparentemente prevalece, inclusa a assistência para o desenvolvimento local da nova variante biplace, cujos exemplares deverão ser todos montados no Brasil.

    • BrunoFN, era de se esperar que a maior parte dos caças fosse montada na Suécia, até porque convenhamos que 36 unidades é uma encomenda pequena para que se possa barganhar a fabricação da maioria das unidades no país… O contrato da Índia por exemplo de 126 unidades do Rafale, 18 serão fabricados na França e o restante na Índia, mas veja a diferença no montante da encomenda… Os “primeiros 21” caças serão fabricados na Suécia mas ao mesmo tempo a SAAB será forçada a investir uma boa quantia aqui no Brasil para montar uma linha de produção e se pensarmos a médio prazo, as próximas encomendas que virão serão totalmente montadas no Brasil, pois a idéia é que se substitua toda a frota de caças F-5M e A-1M nos próximos 10 ou 15 anos…Sem contar na variante naval do caça que deverá ser totalmente montada no Brasil e mais as encomendas que surgirem (e surgirão) para a venda do Gripen para países sulamericanos que também ficarão a cargo das fábricas brasileiras… portanto é uma visão de médio prazo em que se chegue a casa de 120 unidades produzidas teremos 20 feitas na Suécia e 100 feitas no Brasil.

  2. Parabéns a FAB e a Saab que Deus abençoe esta parceria e que dela nasçam bons frutos.
    Já defendi o Flanker ferozmente aqui neste espaço até o último suspiro e me dou o direito de falar para as viúvas do cossaco que esqueçam Su-35 e Pak-fa e ponto.
    De tudo que eu li e pesquei de informações navegando pela web pude entender(sempre cogitei essa possibilidade na verdade) que o próximo caça para FAB SERÁ projetadobe produzido no país isso pode levar de 15 a 20 anos e será provavelmente um 5G.
    Aos criticam o gripen e choram pelo cossaco enxuguem as lágrimas porque eu prefiro as suecas kkkkkkk
    Agora é sério NÃO estamos comprando somente um caça estamos adquirindo capacidade de projetar e produzir um caça com por enquanto razoável índice de nacionalização e é isso que a Saab é imbatível no final os 13 bilhões de reais sairão barato por todo o conhecimento e capacidade que iremos adquirir.

  3. Não sei quais as especificações da FAB mas peço aos Brasileiros que rezem para o tio san liberar para os “siunistas” nos venderem o radar Elta EL/M-2052 AESA
    que tem 200° de azimute.
    Esse radar tem componentes dos EUA e foi vetado na proposta do Gripen NG paraba Índia assim como para equipar o caça leve indiano tejas.
    Tio san nos temos nossas diferenças mas por favor tenha um gesto de boa vontade e resconstrua uma aproximação saudável para ambas as parte onde o respeito mútuo de lugar a desconfiança.

  4. Voltando ao assunto do radar Elta EL/M-2052 AESA israelita eu estava pesquisando e achei uma reportagem do começo do ano que diz o seguinte: “It’s in production for two foreign customers,” says Igo Licht, director of sales and marketing for Elta.

    Licht declines to identify the customers or fighter types involved in the sales contracts. IAI has described the EL/M-2052 as generally suitable for single-engined aircraft such as the Lockheed Martin F-16, Northrop F-5, Mikoyan-Gurevich MiG-21, IAI Kfir Block 60 and the Hindustan Aeronautics Tejas light combat aircraft.
    Segue o link da matéria
    http://www.flightglobal.com/news/articles/israel-amp-in-focus-aesa-radar-emerges-from-us-export-394864/

  5. por LUCENA
    .
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    VAMOS EXPORTAR PARA TODA A AMÉRICA LATINA … VIDA LONGA A UNASUL !!! 😀
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    Quem sabe a uns voem sobre Havana para comemoração da revolução cubana 😉

  6. O custo do projeto na assinatura do contrato já aparece quase 1 bi mais alto. Não sei se foi devido a um aumento dos custos do projeto ou se foi a pedido do carniceiro da ilha paradisíaca caribenha. Brincadeira, claro que foi devido aos custos do projeto, imagina, delírio esse.

    Gostaria de reproduzir aqui a matemática que o Giordani fez em outro blog.

    US$ 5,4 bilhões / 36 caças = US$ 150 milhões/unidade.

    Comparando os números com outros modelos:

    F-35A US$ 100 a US$ 125 milhões
    Rafale US$ 120 milhões
    F/A-18 E/F US$ 60.9 milhões
    Su-35 US$ 40 a 65 milhões

    E estamos falando de um caça em desenvolvimento, o custo final por unidade e operacional por hora de vôo ainda podem subir. 🙂
    Pra frente Brasil e boa sorte a todos.

    • Melkor,

      O custo que citou para as aeronaves que relacionou é basicamente o custo fly away. Em uma venda, envolvendo contratos de suporte, peças de reposição e tudo o mais, o preço por unidade tende a subir. Os F-18E/F para a Austrália, por exemplo, terminaram custando mais de 180 milhões de dólares por exemplar…

      O que está se pagando pelo Gripen, além das aeronaves, é o investimento no projeto. Por tanto, partindo desse raciocínio, o custo fly away por avião em si é menor…

      Seja como for, não se pode realmente esperar um custo operacional muito “suave” no inicio das operações. Só a título de comparação, o Rafale, no início das operações, custava por volta de 35000 euros por hora voada, segundo divulgado. Hoje, esse custo reverteu, segundo uma pesquisa recente da Jane´s, a um valor próximo de 16000 dólares por hora voada ( embora muito provavelmente a pesquisa não tenha computado tudo relacionado ao custo hora/voo ).

      • R_R, não tiro uma vírgula do que você escreveu, mas olha só esta comparação bruta:
        O preço de prateleira do “Caça que não assusta” (palavras do Comandante) é de U$ 60 milhões, na faixa do Su-35. Dava para ficar com o que assusta, não dava? E de quebra os russos ofereceram parceria também no T-50, que está quase pronto, mas absorveriamos tecnologia também. Mas, agora é passado, não adianta mais jogar super trunfo 🙂

  7. Caro Melkor, Não tenho como ter certeza, mas se Gripen BR tiver o radar Elta ao invés do Raven esse acréscimo valerá cada centavo. Esse radar é tão bom que os EUA proibiram os israelitas de montarem em seus F-16, ou seja alguma qualidade essa criança tem.
    Fiquemos no aguardo…

  8. “Acordo de compensação da compra do Gripen supera 9 bilhões de dólares”

    Os acordos de off-set na comprado Gripen também foram bem amarrados, portanto uma grande fatia do bolo de dinheiro que o Brasil dispenderá na compra dos caças retornará ao país como forma de acordos comerciais de compensação pela compra em diferentes áreas da economia…gerando negócios inclusive em áreas que nada tem a ver com o caça !
    A Suécia também assinou uma “intenção de compra” para de 8 a 12 aeronaves KC-390 para a Flygvapnet.
    E quanto a elevação do preço temos que ser cautelosos antes de desferir críticas a negociação, ainda não foi divulgado o teor do contrato nem quais requisitos foram contratados pela FAB que justifiquem o acréscimo, portanto no momento uma “conta de padaria” não é o melhor método de avaliar a compra.

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