MBT BRASIL: GENERAL DYNAMICS M1A1/2 ABRAMS

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Autor: Vympel 

Plano Brasil
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PREFÁCIO

O desenvolvimento do carro de combate M1 Abrams foi influenciado pelos resultados do conflito Árabe-Israelense de 1973 (Yom Kippur), conflito este onde ocorreu a maior concentração de MBT’s (Main Battle Tank) no período pós segunda guerra mundial, onde a superioridade qualitativa e numérica árabe não conseguiu vencer as unidades israelenses, estas melhor coordenadas e treinadas, embora usassem equipamentos inferiores e em menor número.

Como estas características eram semelhantes as encontradas na Europa durante a guerra fria, os Estados Unidos desenvolveram uma nova doutrina militar, a qual aceitou a diferença de correlação de forças entre a URSS e a OTAN e priorizou o conceito de “armas combinadas”, onde os principais frutos desta doutrina foram o E-3 Sentry, o E-8 Joint stars, o M2 Bradley e o M1 Abrams, além do novo conceito que viria futuramente a ser chamado de “guerra centrada em redes”. Este novo entendimento do campo de batalha moderno levou a criação do conceito de “batalha terra-ar” criado em 1976, e consolidado na “doutrina terra-ar” de 1982.

A ORIGEM

A esmagadora superioridade numérica da União Soviética em praticamente tudo relacionado a forças convencionais, levou os EUA e seus aliados a tentativas de desenvolvimento de MBT’s que integrassem de forma harmoniosa as três áreas básicas do desenvolvimento de um MBT (proteção, mobilidade e poder de fogo) conseguindo assim superioridade tática, algo que nenhum país da OTAN havia conseguido anteriormente. Exemplos disso foram o AMX-32 francês e o Chieftain Britânico, o primeiro possuía excelente mobilidade e poder de fogo, mas uma proteção insuficiente e o segundo excelente poder de fogo e proteção, mas era pobre em mobilidade. A substituição do M60 “Patton” pelo novo MBT foi concorrida entre Chrysler Corporation (XM1) e a Divisão Allison da General Motors (MBT-70/XM803).

Após o fracasso no desenvolvimento do MBT-70 pela empresa Allison Corporation, foi posto em produção limitada no ano de 1979 pela empresa Chrysler Corporation (hoje General Dynamics), com os primeiro M1 Abrams concluídos em 1980. Atualmente, é o MBT do US Army, USMC, Egito, Kuwait, Arábia Saudita, Austrália e Iraque, com cerca de mais de 9.000 unidades produzidas, com cerca de 8.580 milhões de dólares a unidade (dados de 2012).

ARMAMENTO PRINCIPAL 

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O armamento principal do M1A2 Abrams é o Rheinmetall M256 L55 de calibre 120mm na versão americana, este que substituiu o M68A1 de calibre 105mm das versões iniciais de produção. Disparando uma enorme gama de munições padrões da OTAN, destacam-se as munições cinéticas modelo M829 APFSDS-T, as quais utilizam um penetrador de urânio empobrecido extremamente denso e com alta capacidade de penetração (duas vezes e meia mais que o aço).

Foram desenvolvidas a partir do começo da década de 90 para se contrapor as blindagens explosivas reativas (ERA) de fabricação soviética Kontakt-1 desenvolvidas no período. A versão mais atual e ainda em desenvolvimento é a M829A4, é voltada para fazer frente a ERA de fabricação russa denominada Kaktus e Relikit, que equipa atualmente o MBT russo T-90 Tagil.

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Diagrama do Rheinmetall M256 L55

 

A versão básica do Rheinmetall 120mm foi modificada e atualmente estas modificações equipam os MBT’s Leopard 2 alemão, o Type 90 japonês, o Altay turco, e o K1A1 sul-coreano, além do próprio M1 Abrams.

Devido ao aumento do diâmetro (de 105 para 120 mm) o armazenamento de munições foi reduzido para 42 disparos no M1A2 (trinta e seis na torre e seis no chassi, prontos para o disparo).

 

Especificações:

Peso (somente o tubo): 1.190 kg

Peso (completo): 3.317 kg

Comprimento (L44): 5.28 metros

Comprimento (L55): 6.6 metros

Calibre: 120mm

Velocidade inicial: 1.750 m/s

Alcance de utilização: 4.400 metros

MUNIÇÕES UTILIZADAS PELO M256 L55 120 mm

 

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 As munições que são utilizadas no M256 120mm dividem-se em munições de energia cinética (KE),  de alto explosivo anti-tanque (HEAT), alto explosivo (HE), Canister (antipessoal) e de treinamento (TP). As munições KE utilizam-se de um penetrador subcalibrado de urânio empobrecido (DU) estabilizado por aletas traseiras. Viajando a uma velocidade supersônica, este penetrador concentra um nível extremamente elevado de energia cinética sobre uma área relativamente pequena da superfície do alvo. A energia elevada permite que a munição KE penetre nas placas de blindagem mais resistentes.

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Penetrador subcalibrado de urânio empobrecido (DU) com os calços descartáveis desconectando-se em vôo

As munições de alto explosivo anti-tanque (HEAT), por outro lado, levam uma ogiva de carga ôca com um penetrador de cobre, utilizando-se do efeito de monroe. Esta ogiva, com sua capacidade de explosão e fragmentação inerente, também fornece a capacidade antimaterial e antipessoal.

As munições Canister, são utilizadas contra pessoal em áreas abertas, as munições de alto explosivo (HE) são utilizadas contra estruturas as de treinamento são utilizadas em estandes de tiro, comumente dotadas de limitadores de desempenho (cones de estabilização) por questões de segurança.

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¹ Antipessoal, com 11 kg de esferas de tungstênio

² (Armor piercing, fin stabilized, discarding sabot – tracer)Perfurante de blindagem, estabilizada por aletas com calço descartável – traçante

³ (High-explosive, anti-tank, multipurpose – tracer)Alto explosivo antitanque multipropósito – traçante

(Target practice multipurpose – tracer)Treinamento de tiro, multipropósito – traçante

(Target practice – tracer)Treinamento de tiro – traçante

⁶  (High explosive, anti-tank, multipurpose – tracer)Alto explosivo antitanque multipropósito – traçante

(High-explosive, obstacle reduction – tracer)Alto explosivo para redução de obstáculos – traçante

(Target practice, cone stabilized, discarding sabot – tracer) – Treinamento de tiro, estabilizada por cone com calço descartável – traçante

ARMAMENTO SECUNDÁRIO

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Existem três metralhadoras utilizadas como armamento secundário no M1 Abrams. Uma Browning 12.7 mm na cúpula do comandante, uma M240 7,62 mm na cúpula do municiador e outra M240 coaxial ao armamento principal. O total de munição embarcada é de 11.400 tiros de 7,62 mm e 1.000 tiros de 12.7 mm.

Além das metralhadoras, existem dois lançadores de granadas de fumaça com seis (M250) ou oito (M257) lançadores cada de calibre 66 mm, as quais geram uma fumaça que bloqueia a visão térmica dos designadores inimigos.

SISTEMAS

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A versão mais atualizada em serviço é o M1A2 SEP V2, a qual recebeu várias modernizações. As atualizações incluem monitores coloridos para o motorista, comandante, e o artilheiro, em comparação com displays monocromáticos do M1A1, bem como visores térmicos para cada posição, dando ao comandante consciência situacional e ao artilheiro melhor visão situacional.

O M1A2 SEP V2 é baseado na plataforma M1A2,  digitalizado com um melhor pacote de blindagem de terceira geração, com uma nova placa de urânio empobrecido revestido de aço na torre, um novo sistema de comando e controle, FLIR de terceira geração que inclui visualização térmica independente para o comandante (que lhe dá 360 graus de consciência situacional, podendo assim o comandante procurar por um alvo, enquanto o artilheiro está visando um alvo diferente), a ser utilizada em  operações ” caçador/matador “, nova Unidade de Potência Auxiliar (APU),  a qual permitirá o funcionamento dos sistemas eletrônicos mesmo com o motor desligado, e um novo sistema de ar condicionado para tripulação e os eletrônicos. 

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M1A2 SEP V2

O M1A2 SEP também possui sistema eletrônico avançado, como mapas e displays coloridos, melhoria das comunicações em rede, alta capacidade de memória computacional e maior velocidade de microprocessamento, além de uma mais amigável interface entre homem/máquina, tudo isto em um sistema operacional de computação aberto, que fará com que as futuras atualizações sejam mais facilmente implementadas.

Outra melhoria implementada é o CROWS II, que permite que o comandante para disparar a metralhadora .50 remotamente, sem abrir escotilha.

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Visão do comandante em situação de combate noturno

BLINDAGEM 

O M1 Abrams desde o começo foi privilegiado pro incorporar o conceito de blindagem “Chobham”, desenvolvido na Inglaterra, o qual constitui em camadas de compostos cerâmicos, metálicos e não-metálicos aplicados diretamente na blindagem convencional de aço do veículo, que fornecem excepcional resistência, embora aumentem em muito o peso do veículo.

O urânio empobrecido é usado também para reforçar a blindagem dos M1 Abrams. O Exército dos EUA revelou publicamente o uso de armadura DU (Depleted Uraniumurânio empobrecido) em março 1987. A partir de 1993, o Exército dos EUA adquiriu cerca de 1.500 MBT’s Abrams M1A1 equipados com armadura DU, com planos para mais de 3.000. Quando aplicado no Abrams, DU é inserido na placa frontal da torre, e em seguida coberto com placas de aço. As torres dos Abrams que possuem DU são classificadas como HA (Heavy Armor) e são marcadas por um “U” (de urânio), perto do armamento principal do lado direito, como parte do número de série do mesmo.

Modelo

Chassi

Torre

M1

350 mm vs APFSDS

700 mm vs HEAT 350 mm vs APFSDS

700 mm vs HEAT

M1A1

600 mm vs APFSDS

700 mm vs HEAT 600 mm vs APFSDS

700 mm vs HEAT

M1A1HA

600 mm vs APFSDS

700 mm vs HEAT 800 mm vs APFSDS

1300 mm vs HEAT

M1A2 SEP 580/650 mm vs APFSDS* 800/970 mm vs HEAT* 940/960 mm vs APFSDS*

1320/1620 mm vs HEAT*

 * dados estimados

Ficha técnica (M1A2)

Combate Peso – 68 toneladas

Pressão sobre o solo – 1,09 kg / cm ²

Comprimento – 9,83 m

Largura – 3,66 m

Altura – 2.89 m

Motor – Honeywell AGT1500, com 1500 hp

Alcance – 265 km

Capacidade de combustível – 1.909 l

Velocidade Estrada – 72 km / h

Velocidade Cross Country – 48 km / h

 

SISTEMAS DE PROTEÇÃO

Black Fox (Eltics LTDA – Israel) – Em desenvolvimento*

Comercializado como “Electronic Thermal Infrared Countermeasure System” (ETICS), o sistema de camuflagem térmica Black Fox utiliza placas de camuflagem ativa, do lado de fora do veículo, bem como dois FLIR panorâmicos. As câmeras FLIR oferecem total cobertura de 360 ​​graus em torno do veículo. A câmera FLIR realiza varreduras e captura a textura térmica do ambiente em todos os momentos, inclusive quando o veículo está em movimento, e a imagem térmica resultante é projetado sobre as placas de camuflagem ativa ao redor do veículo.

A câmera FLIR  escaneia e captura a textura térmica do ambiente. A imagem capturada é então processada no computador o principal. O resultado é fornecido para as placas de camuflagem ativa para imitar a textura térmica do ambiente ao redor do veículo. Mesmo que as placas de camuflagem ativa estejam localizadas perto de uma fonte de calor elevada, tal como o motor, a placa não é afetada, e todo o veículo permanece invisível. Seja qual for o ambiente, seja qual for a velocidade, o sistema de controle de assinatura modifica a assinatura térmica para tornar a plataforma invisível.

 

 

Black Fox também pode criar falsa consciência situacional  no campo de batalha, gerando uma assinatura térmica falsa de um banco de dados pré-programados. Podendo assim, simular a assinatura de outros veículos. Um MBT   pode exibir assim a assinatura térmica de um Humvee ou um mesmo veículo civil.

Então, ao mascarar ou dissimular a sua assinatura térmica, são fornecidos ao usuário segundos cruciais para ver primeiro, atirar primeiro, e enfim, destruir primeiramente o inimigo.

Iron Curtain (APS) – Em desenvolvimento*

O Iron Curtain (APS) é um sistema de proteção ativa projetado pelo Artis, uma empresa americana de fabricação e desenvolvimento de tecnologia localizada em Herndon, Virginia. O sistema é projetado para proteger os veículos militares de mísseis antitanque, foguetes e granadas

 

Quick Kill (APS) – Em desenvolvimento*

Quick Kill (APS) é um sistema de proteção ativa projetado para destruir mísseis antitanque, foguetes e granadas. O sistema Quick Kill foi concebido e produzido pela Raytheon para o Exército dos EUA, fazendo parte do Sistema de Combate Futuro do Exército dos Estados Unidos.

 

AN/VLQ-6 Missile Countermeasure Device (MCD)**

Alguns M1 Abrams estão equipados com um sistema de proteção ativa softkill, designado AN/VLQ-6 Missile Countermeasure Device (MCD), que interfere nos sistemas de orientação de alguns mísseis guiados antitanque (ATGM) de orientação por comando semiautomático para linha de visada (SACLOS), guiados por fio, por rádio ou por infravermelho. O AN/VLQ-6 funciona emitindo um sinal de infravermelho extremamente poderoso, confundindo assim o sistema de guiagem do ATGM.

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AN/VLQ-6 Missile Countermeasure Device (MCD)

No entanto, a principal desvantagem do sistema é que o ATGM não é destruído, mas somente dirigido para longe do seu alvo. Este dispositivo é montado sobre o alto da torre, na frente da escotilha do municiador.

*Em desenvolvimento, podendo ser ou não incorporado futuramente ao M1 Abrams

**Em uso operacional desde 1990

PROPULSÃO

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Turbina a gás Honeywell AGT1500 sendo retirada para manutenção

A propulsão dos vários modelos do M1 Abram é feita pela turbina a gás Honeywell AGT1500, com potência máxima de 1500 hp, podendo utilizar vários tipos de combustível disponíveis (diesel, gasolina, combustível de aviação), dando-lhe uma velocidade máxima controlada de 45 mph (72 km / h) em estradas pavimentadas e 30 mph (48 km / h) em terreno acidentado.

O AGT1500 é muito confiável em operação, no entanto, seu consumo de combustível é alto (somente para dar a partida no mesmo, consome-se 38 litros). O motor queima mais 6,3 litros por milha (230 litros por hora) quando viajam em terreno acidentado e 38 litros por hora quando ocioso. Problemas quanto á emissão de radiação infravermelha também é uma característica deste motor, o qual faz o Abrams ser suscetível a ser detectado no campo de batalha.

 

TRIPULAÇÃO

Constitui-se de 04 integrantes (Comandante, Atirador, Municiador e Motorista).

 

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Disposição interna da tripulação do M1 Abrams

PRINCIPAIS VERSÕES DE COMBATE

M1 (1980) – Modelo básico com armamento principal de 105 mm com 55 tiros

M1A1 (1984) – Novo armamento principal calibre 120 mm modelo M256, com 40 tiros

M1A1HA (1988) – Torre reforçada com DU (Depleted Uraniumurânio empobrecido) de primeira geração.

M1A1HC (1990) – Aumento para 42 disparos.

M1A1NA + (1991) – Torre reforçada com DU (Depleted Uraniumurânio empobrecido) de segunda geração.

M1A2 (1994) – O M1A2 oferece o comandante visão térmica independente e capacidade para, em seqüência rápida, atirar em dois alvos, sem a necessidade de adquirir cada um em sequência.

M1A2 SEP (1999) – Câmeras de imagem térmica de 2 ª geração, DU de terceira geração

M1A2 SEP V2 (2008) –  Telas coloridas para a exibição situação tática, com vistas eletro-ópticos e canais infravermelhos, motor modificado e novos meios de comunicação que são compatíveis com as redes de informação unidades de combate de infantaria e suas formações. Modernização também inclui a introdução de outras tecnologias desenvolvidas no âmbito do programa “Future Combat Systems”.

M1A2S (2011) – Modernização dos M1A1 e M1A2 das Forças Armadas da Arábia Saudita.

Tank Urban Survival Kit (TUSK) Aumento da capacidade de combate em áreas urbanas, concebido para instalação em MBT’s M1A1 e M1A2, proteção dinâmica para aumentar a blindagem lateral, visão térmica para a metralhadora M240, escudos para proteger o comandante e o carregador quando vistos a partir das escotilhas abertas, novo sistema de comunicação com a infantaria, metralhadora M2 controlada remotamente (CROWS II).

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Tank Urban Survival Kit (TUSK)

PRINCIPAIS VERSÕES DE APOIO AO COMBATE 

M1 Grizzly Combat Mobility Vehicle (CMV): Veículo especializado em limpar campos minados, neutralizar obstáculos, demolir bermas e preencher valas anticarro para as forças móveis.

M1 Panther II Mine Clearing Vehicle (MCV): Veículo especializado em detecção e limpeza de minas.

M104 Wolverine Heavy Assault Bridge (HAB): Veículo especializado lançador de ponte, com ponte de 26 metros de comprimento.

M1 ABV Assault Breacher Vehicle (ABV): Veículo concebido para limpeza de campos minados e obstáculos complexos para o USMC.

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M1 Grizzly Combat Mobility Vehicle (CMV)
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M1 Panther II Mine Clearing Vehicle (MCV)
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M104 Wolverine Heavy Assault Bridge (HAB)
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M1 ABV Assault Breacher Vehicle (ABV)

 

CONCLUSÃO

O M1 Abrams é um MBT que foi desenvolvido através de um projeto inovador, o qual rompeu com o modelo tradicional de projetos do ocidente, sendo suas características desenvolvidas a partir do zero visando enfrentar um inimigo o qual possuía enorme vantagem numérica.  O contínuo aprimoramento, que vem sendo feito por mais de 30 anos de um veículo que em seu lançamento já era considerado inovador, permitiu criar um MBT que, em um país com enorme orçamento militar e uma doutrina militar polivalente (que prevê os mais variados tipos de enfrentamentos) e altamente tecnológica, demonstrou enorme sucesso em todos os conflitos que participou.

O alto custo das versões mais modernas (M1A2 SEP V2) só pode ser sustentado por exércitos com grandes orçamentos ou que necessitem de uma pequena frota de MBT’s, além de uma rede de C4ISR abrangente o suficiente para poder utilizar todas as possibilidades que o M1 Abrams oferece, algo que não está disponível na grande maioria dos países. A grande questão, em relação á venda das versões mais modernas para o Brasil seria o quanto os EUA estariam dispostos a repassar de sua tecnologia, e se a mesma seria as utilizadas nos veículos em serviço em seu país, pois versões degradadas não seriam convenientes. Vale lembrar as versões dos T-72 e BMP-1 vendidas aos países do Oriente Médio, as quais se assemelhavam somente em aparência com as em uso na União Soviética.

Como demonstrado em situações recentes, o M1 Abrams não é invulnerável, como alguns possam imaginar. Mas com certeza, é um dos MBT’s com uns dos maiores níveis de sobrevivência em combate da atualidade, combinado com sistemas no estado da arte do ocidente. É atualmente a espinha dorsal da Cavalaria do Exercito dos Estados Unidos e do Corpo de Fuzileiros Navais, e ainda o será por muitos anos.

Bibliografia:

www.army-technology.com
www.fprado.com
www.army-guide.com
www.fas.org
www.globalsecurity.org
en.wikipedia.org

57 Comentários

  1. É um carro caro tanto para comprar como para manter, de pequena autonomia (se bem que existe possibilidade de se colocar um motor convencional de menor consumo) e que dificilmente os EUA aceitariam nos vender completo muito menos nos repassar a tecnologia. Se brincar nos oferecem no máximo armado com canhão 105mm e dependendo do humor do dia o canhão 90mm.
    E apesar desse projeto ser muito bom (como tantos outros) só serve mesmo para uma nação que tenha total domínio dos céus. Não adianta nada o veiculo ser excepcional e sobre ele existir um Rafale, Tornado, F-15, Su-30, J-10 entre outros atirando bombas inteligentes a mais de 60km pesando mais de 100kg ou mesmo helicópteros armados com foguetes e mísseis guiados.
    Para países como Inglaterra, França, Alemanha, EUA, Rússia, Israel, Turquia, Japão, China, Coréia do Sul esse tipo de arma faz muita diferença no campo de batalha, mas só porque eles podem garantir domínio aéreo. Já o nosso amado Brasil não conta com uma força aérea digna ou mesmo significativa, mesmo com a entrada do Gripen E, ainda estaremos longe de garantir superioridade aérea, não só porque o avião é “meia-boca”, mas também o número ridículo de 36 unidades não ajuda.
    Assim sendo, seria melhor (a meu ver) o exército investir em helicópteros de ataque (por exemplo, Mi-35, Mi-28, AH-2 ROOIVALK sem perigos de embargo ou perigo mínimo); e em veículos rápidos e leves como o próprio Guarani, armado com canhão 105mm capaz de lançar mísseis anti-tanque ou com torre multi armamento (canhão leve 25mm, 30mm + mísseis anti-tanque). Outra alternativa para um carro de combate barato, leve e rápido seria o SK-105 (já usado pelos fuzileiros e capaz de ser aerotransportado por um C-130 ou KC-390), em quantidade significativas e com uma torre adequada seria um pesadelo ao inimigo (seja qual for ele). Por fim, somado ao carro rápido, helicóptero de ataque eu somaria mais dois elementos para fechar a equação seriam;
    *um sistema antiaéreo de curto alcance de boa mobilidade como é o caso do sistema Pantsir-S1 “montado num veículo sobre lagartas”; ou ainda torre montada em veículo, (o próprio Guarani) armada com Igla, Saab RBS 70 ou Mistral e canhão 20mm ou 30mm.
    *o segundo elemento seria um sistema móvel de defesa antiaérea de médio alcance, como o SAMP/T, Spyder (armado com o Derby) ou ainda o BUK-M1-2.

    Já que e FAB não consegue garantir a segurança das tropas por falta de investimento e também por sua própria falta de competência (se bem que a palavra poderia ser outra) o exército tem que pensar nisso, então os sistemas antiaéreos moveis e em camadas seriam essa a resposta. Mas com toda a certeza o melhor seria somar a tudo isso os caças para da real liberdade de operação se não dominando 100% o espaço aéreo ao menos impedindo o mesmo ao inimigo.

    • Prezado Carl eu substituiria os Helicópteros citados pelo Ka-52 pois é o único no mundo com sistema de ejeção assim dessa forma preservaria os pilotos de helicópteros do Exército que não são muitos assim evitando perdas de tripulações e não utilizando de ufanismo nem mesmo temos um sistema de medio alcance ainda, más devemos possuir um sistema baseado no S-300 que nós garanta alguma proteção contra misseis balísticos uma quantidade em que protegesse cada capital do pais e mais algumas regiões estratégicas do interior e litoral.

    • Carl_Carl
      Os MBT’s são partes integrantes de qualquer exército moderno e tem que ser encarados separadamente. De acordo com as determinações impostas pela doutrina militar de cada país, será dado maior ou menor importância aos blindados em geral. A doutrina militar soviética determinava que as unidades de fuzileiros motorizados e de carros de combate (MBT’s) seriam o ponto de apoio da ofensiva terrestre contra a Europa, devido ao fato da União Soviética (e hoje em dia a Russia) ser uma país eminentemente terrestre. Isto explica o fato de praticamente todos os sistemas de defesa aérea e de artilharia soviéticos (e hoje russos) serem móveis, devido a necessidade de prover segurança a estes meios de combate. Para se ter uma idéia, a URSS dispunha no final da década de 90, de cerca de 55 mil MBT’s (T-64, T-72 e T-80), ou seja, mais que o resto do mundo junto!!!
      As especificações que um MBT deve ter também depende da doutrina militar vigente. O M1 Abrams nunca seria aceito em serviço no exército soviético, devido á sua grande complexidade, dificuldade de manutenção, preço de aquisição e outras características, como capacidade de produção em massa afim de atender o conceito de “correlação de forças” vigente na doutrina daquela época (nos tempos soviéticos, o preço de um M1 Abrams era o mesmo que três ou quatro T-72). A maior vítima disso foi exatamente o T-64, que no seu tempo foi o mais avançado MBT do mundo e o primeiro a incorporar blindagem composta (algo que poucos sabem) e o sistema de carregamento automático, mas que devido ao seu nível de complexidade, foi muito pouco produzido (somente 13.000 unidades!!!). O T-64 foi substituído pelo menos capaz, mas mais fácil e barato de produzir T-72.
      Helicópteros não ocupam terreno. Eles ajudam a ocupar ou manter o mesmo. A ocupação do terreno só é feita pela infantaria e as outras armas de apoio, incluído aí os MBT’s.
      Muito obrigado pela participação!

      • Olá, Vympel1274 e parabéns pela bela matéria.

        Sobre MBT para nós é que eu não sou favorável, mas não contra. Para deixar mais claro eu não sou contra os MBT sou contra mesmo é a falta que a FAB faz com o apoio aéreo.
        Sem defesa aérea e antiaérea os MBT são de pouca utilidade e o risco de perdê-los me assusta devido a seu preço (perde-los logo no começo do conflito e não poder repo seria terrível). Isso não quer dizer que eu não apoie a ideia de carros blindados de combate, apenas digo que carros mais simples (porém em quantidade generosas) como o SK-105, Guarani (especializado para combate) ou os dois, apoiados por helicópteros de ataque e baterias antiaéreas moveis de curto e médio alcance seriam mais interessante para o Brasil. Claro que essa mesma rede de apoio que sugeri para o SK-105 e o Guarani serviriam muito bem para um MBT também e se acrescentar os caças aí fica tudo lindo. Mas por outro lado seria com o dinheiro poupado da não compra dos MBTs que compraríamos a rede de apoio ou parte dela.

    • Carl_Carl,

      Em caso de total superioridade aérea por parte do adversário, a utilização dos helicópteros de ataque fica drasticamente comprometida… Nesse caso, creio que o foco deva ser negar o espaço aéreo sobre as tropas em movimento através de sistemas como os que o amigo sugeriu, da categoria do Pantsir e TOR M2, e somaria a isso MANPADs as centenas para as tropas e engôdos eletrônicos em solo ( para iludir sistemas anti-radar adversários ), negando assim a faixa da baixa altura a aviação adversária, e utilizando o helitransporte com o máximo de cuidado e somente sob restritíssimas condições. Caso contrário, poder-se-á chegar a uma situação similar ao ocorrido com os helicópteros de transporte egípcios sobre o Sinai, no começo da ofensiva do Yom Kippur, em 1973, com a perda de muitos aparelhos. Sistemas mais pesados, como o Buk, seriam para consolidar a defesa antiaérea em uma região que fora previamente tomada.

      Os helicópteros de ataque até teriam uma excelente utilização, mas somente em casos específicos, como batedores avançados, designadores de alvos para artilharia, ou até mesmo em emboscadas pontuais. Mas um avanço coordenado, a moda clássica, creio que estaria fora de questão… Somente restariam táticas mais voltadas ao combate assimétrico. Por tanto, eu descartaria modelos mais pesados e passaria aos tipos mais leves e de assinatura térmica e eletrônica reduzida, como o Mangusta ou o Tiger.

      Nesse ultimo caso, de emboscadas, um exemplo pode ser encontrado nos combates sobre o Bekaa, em 1982, quando os sírios utilizaram seus helicópteros Gazelle para emboscar as formações israelenses, causando muitos danos a essas. Aproveitando-se do terreno, os helicópteros lograram passar pelas patrulhas adversárias, lançando ataques contra as formações mecanizadas de Israel. Contudo, os ataques tiveram seu custo, com a perda de doze aparelhos…

      • Opa _RR_
        Concordo com boa parte com o que o amigo disse.
        Mas sobre o Mangusta ou o Tiger creio que são muito caros e por isso não tinha tocado no nome deles, mas é inegável o imenso potencial que essas duas maquinas possuem.
        Sobre o uso dos helicópteros apoiando os blindados estava pensando/sugerindo que eles trabalhassem dentro do escudo protetor do SAMP/T, Spyder (armado com o Derby) ou mesmo o BUK-M1-2. Como a FAB não é capaz de garantir nada (e isso me revolta) então seria melhor o exercito pensar na forma de ataque e de defesa sem jamais confiar na mesma. E com os helicópteros dentro do “escuto” protegidos dos caças da melhor forma possível dando apoio aos carros Guarani/SK-105 (que são muito inferiores a qualquer MBT moderno) teríamos mais chances, sem apoio aéreo seja de helicópteros, Super Tucano, caças ou até mesmo artilharia pesada fornecida pelos ASTROS essa ideia de blindados leves poderia levar nossos soldados a uma tragedia.
        Para terminar MANPADs as centenas para as tropas e engôdos eletrônicos em solo seriam o toque final nessa estrategia que planejamos (Eduardo Ramos, _RR_ e eu todos culpados! rsrs).

      • Relativo a Carl_Carl 27/04/14 às 16:19
        Nossa FAB é uma vergonha, não em termos de seus ótimos pilotos, mas de equipamento que continuam quantativamente semelhantes ao que tínhamos na década passada de 70, e isso que não só a nossa população cresceu de lá para cá, mas nossas estruturas em geral também. FAB asas que protegem do quê?

      • ViventtBR
        Realmente não posso criticar os pilotos, mecânicos e tantos bravos soldados, minha critica é somente com o comando.

  2. Belo trabalho Vympel.
    Fico na expectativa de saber como será o sucessor do M1- se é que haverá, pelo que soube o US Army pretende operá-lo até meados dos 2030, procede?
    Grande abraço

    • E.M.Pinto
      Valeu, meu chefe!!!
      Desde 2009 desenvolvem o M1A3, o qual foi suspenso devido à crise econômica. Realmente, espera –se que estejam em serviço até 2025/2030.

  3. “Dar a partida 38 litros; O motor queima mais 6,3 litros por milha (230 litros por hora) quando viajam em terreno acidentado e 38 litros por hora quando ocioso; Alcance – 265 km; Capacidade de combustível – 1.909 l”

    !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! O.o O.o O.o

    Sempre li informações que diziam que ele era gastador, mas não pensei que fosse dessa forma?!?!?!?! A relação entre “capacidade de combustível” e “autonomia/alcance” é um surreal!!! 😀 😀

    Tem de acompanhar uma daquelas carretas de transporte de combustível só para uma unidade!!! 😀 E criar uma ponte aérea ou naval só para abastecimento exclusivo deste veículo!!! Aja aviões e navios!!! 😀 😀

    A expressão “caro para se manter” ganha outra conotação com o M1!!! Queria saber como a Austrália consegue pois os outros usauário ou tem muita grana, ou nadam no petróleo.

    De qualquer maneira, e como afirmei nos outros post sobre o tema, relativo a estes MBT’s com mais de 50ton de peso: é muito grande; muito pesado; muito caro de manter e proteger em um campo de batalha; não acredito que compense o risco.

    A propósito, este tem 3 metralhadora e 12.000 (!!!) cartuchos de munição embarcada. É realmente necessário tudo isso, sendo que é muito difícil (pra não dizer temerário) um MBT se meter sozinho contra grupos de infantaria, ou contra ameaças aéreas, além de possuir munição anti-pessoal para a arma principal?

    No mais, é mais um MBT abarrotado de tecnologias para garantir sua sobrevivência, como todos os outros apresentados anteriormente, que serão sobrepujadas, provocando nova onda de modernizações… que serão sobrepujadas, provocando nova onda de modernizações… e assim vai. A cada novo post sobre o assunto fico mais simpático a helicópteros de ataque/assalto.

    Porque não adotaram o sistema de alimentação automático da arma principal? Alguém sabe?

    E não acredito que um dia seja disponibilizado ao Brasil, mesmo as versões mais antigas ou degradadas.

    E eu não sou fã desse negócio de “urânio degradado”. Acho que é mexer com algo que ainda não controlamos direito, e que pode causar efeitos devastadores a longo prazo.

    • Com relação ao urânio exaurido: existem alguns estudos a respeito, mas basicamente a menos que você leve a boca algo que entrou em contato com ele não há muito que se preocupar. Existem alguns relatos a respeito de longas exposições por parte das tripulações, mas o nivel de emissão é tão baixa que basicamente o pior que vai te acontecer é alguns enjôos e perda de cabelo leve e temporária, mas isso apenas após muitos anos de exposição diária, algo que afeta mais os mecânicos mesmo. O risco a vida é zero. Vale lembrar que o urânio não está exposto ao ar, estando protegido por placas de aço inoxidável. A munição com penetrador de urânio por outro lado requer mais cuidado já que o contato é direto.

      Só para ressaltar, existem vários isótopos do urânio, alguns muito ativos, usados em reatores, outros praticamente inertes. Eu me esqueci agora a numeração, mas a emissão é quase zero e o período de meia vida é gigante. Uma vantagem desse uso é que esse isótopo é refugo do refino do urânio (por isso o nome exaurido ou depletado). Vale lembrar que o urânio é um dos metais super densos, muito mais que o chumbo, o que apresenta um obvia vantagem nesse caso para resistir a impactos de penetradores cinéticos.

      • “…mas basicamente a menos que você leve a boca algo que entrou em contato com ele não há muito que se preocupar.”.

        Lucas Senna, eu trabalhei mais de 10 anos com uma coisa chamada “Investigação Epidemiológica” e, apesar de não ser profissional da área da saúde, vi coisas e participei de outras ligadas a controle de doenças que me mostram que, em certas circunstâncias, as normalmente baixas probabilidades saem do controle. Conflitos e guerras são uma dessas circunstâncias. Esta aí o aumento nos casos de câncer na região do Kosovo que, epidemiologicamente, até agora só tem resposta justificável por conta do uso desse tipo de munição naquele conflito.

        Abs

      • Lucas Senna
        Existe uma grande controvérsia devido ao uso de munições de urânio empobrecido no Iraque, devido ao fato de haver um enorme aumento de casos de câncer, mortalidade infantil, defeitos no nascimento e outras anormalidades relacionadas ao envenenamento por urânio. Lembremo-nos que a maioria dos enfrentamentos deu-se nas cidades densamente povoadas, na qual os moradores que voltavam para suas casas após o término dos combates, estabeleciam-se nestes locais, sendo expostos a metais tóxicos mesmo após anos do fim dos combates.
        Isso se dá devido ao fato de quando um penetrador de urânio empobrecido atinge um alvo, este penetrador sofre um efeito “pirofórico”, ou seja, atinge temperatura de auto-ignição, liquefazendo-se e transformando-se em pequenas partículas. Estas partículas ficam em suspensão no ambiente por anos, se não forem devidamente neutralizadas. Aqui vai um relato a respeito dos “Bebês de Falluja”.
        http://www.alternet.org/world/falluja-babies-and-depleted-uranium-americas-toxic-legacy-iraq
        Muito obrigado pela participação!

      • Valeu Vympel, e a propósito excelente matéria!

        Agora quanto a questão do urânio eu já estava ciente. Esse é o mesmo problema de reatores nucleares quando entra em meltdown, as pastilhas entram em combustão e se racham liberando uma série de materiais radioativos, na maioria gases nobres como kriptonio que é radioativo. O problema no caso dos penetradores é que esses ambientes que foram contaminados não passaram por limpeza adequada e os moradores não fazem nem ideia. Esses metais frutos do decaimento se assentam no ambiente, e as pessoas que ali moram entram em contato direto, tocando em objetos contaminados e ingerindo esses vestígios. O resultado é catastrófico, especialmente em gravidas, já que alguns desses materiais radioativos possuem propriedades semelhantes a elementos como enxofre e cálcio. A substituição deles no organismo do feto causa as mutações vistas no Iraque e em outros lugares. Aliás o problema causado pelo fósforo branco é virtualmente o mesmo. Mas adultos em geral pouco são afetados, já que a radiação é baixa e organismo já esta formado.

        Aliás, se quiserem depois posto aqui um documentário sobre a vida animal nos arredores de Chernobyl, que ao contrário do senso comum é bem abundante. Mesmo em um ambiente infestado por radiação é possível vida, ele também fala brevemente sobre os métodos de combate a radiação e a poeira radioativa empregada pelos soviéticos.

      • Esses malditos yankees irresponsáveis!! A mas claro “estão salvado o mundo” contaminando terra estrangeiras com seu lixo radioativo.
        E tem quem defenda esses bárbaros!

      • Meio offtopic, mas relevante com relação ao propósito do site:

        http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=nova-forma-filtrar-luz-faz-espelho-virar-janela&id=010160140428

        Artigo a respeito no site do MIT:
        http://www.mit.edu/~ycshen/angularselective/paper.pdf

        Pra quem quiser ir mais fundo, o abstract do artigo em inglês(pra ler completo precisa ter login, mas talvez dê pra achar o artigo em outras publicações, eu pessoalmente não procurei, se alguém quiser tentar, be my guest):
        http://www.sciencemag.org/content/343/6178/1499.abstract

        Muito interessante a técnica, por enquanto não possui aplicação, mas uma vez superado o problema do índice de refração, o número de aplicações militares é absurda. Estamos falando dos primeiros protótipos de invisibilidade no visível aqui, mesmo que seja limitada ao ângulo. Aliás, se é possível com o espectro visível, em tese é possível no radar. Dai já se tira o que pode-se fazer no futuro com essa técnica.

        Agora o documentário sobre os “lobos de Chernobyl”(áudio em inglês sem legenda):

        http://www.iflscience.com/plants-and-animals/what-happens-when-wildlife-reclaims-chernobyl

      • Caro Vynpel1274.

        Também sou contra o uso de munições de urânio empobrecido.
        Mas você já pensou nas consequências de milhares de toneladas de chumbo tóxico utilizado em munições convencionais?

        Imagino que o DU,seja mais prejudicial que o chumbo, porém a quantidade de chumbo utilizado em guerras é várias vezes maior.

      • Deagol
        Acho que sua comparação não é muito correta, pois se isso fosse verdade já haveriam zilhões de grupos denunciando os males causados por esse dito “chumbo tóxico” utilizado em munições convencionais que você citou. São grandezas totalmente desproporcionais, mesmo o chumbo também oferecendo risco á saúde. Se o chumbo utilizado em munições convencionais fosse tóxico da maneira que você expôs, todo militar que manipulasse a munição de seu armamento estaria correndo riscos, certo?
        Não tem como comparar uma coisa com outra, pois a grande diferença entre o chumbo e o urânio é o estado físico em questão dos materiais e o tempo de exposição. Quando o penetrador de urânio empobrecido entra em combustão ao atingir seu alvo (devido a estar numa velocidade de cerca de 1750 m/s), uma parte dele transforma-se em uma massa líquida e outra em partículas (efeito pirofórico), e estas mesmas partículas se assentam no ambiente e por ali ficam por anos, vindo a contaminar pela respiração ou pelo contato com a pele dos seres que residem no local. É uma questão de como cada material é exposto ao meio ambiente e como interage com os seres humanos. O chumbo utilizado em munições convencionais mantém suas propriedades físicas mesmo depois de disparados (creio eu que seja devido a baixa velocidade que estes projéteis são submetidos, não ocorrendo então mudanças físico-químicas significativas).
        Quanto ser a favor ou não do uso de munições de urânio empobrecido, não sou nem um nem outro, pois acredito que cada país é soberano ao estabelecer suas prioridades quando o assunto é defesa nacional, tanto como assumir as consequências destas mesmas decisões.
        Muito obrigado pela participação!

    • RobertoCR
      É realmente necessário tudo isso, sendo que é muito difícil (pra não dizer temerário) um MBT se meter sozinho contra grupos de infantaria, ou contra ameaças aéreas, além de possuir munição anti-pessoal para a arma principal?
      Os MBT’s nunca operam isoladamente (não deveriam), independentemente de ser no campo ou na cidade. Ficam extremamente vulneráveis (tanto um quanto o outro) se operarem isoladamente. Eles operam em conjunto com a infantaria de acompanhamento e dividindo suas tarefas específicas. Isto chama-se de “força tarefa blindada”.
      Confrontos urbanos são chamados de “tridimensionais” ou de “3ª dimensão” devido as ameaças poderem surgir nas três dimensões do combate (acima, abaixo e no mesmo plano). As grandes perdas russas em Grozny, foram devido ao fato da infantaria não estar treinada para operar com os MBT’s, e devido ao fato da grande altura dos edifícios do centro da cidade, o armamento principal dos MBT’s russos não conseguia atingir os edifícios mais altos (em parte, também devido a sua pouca elevação, 20 graus). Nesta situação, a infantaria deveria tomar de assalto o prédio para os blindados poderem passar. Para resolver isso, eles desenvolveram o BMPT “Terminator”.
      Porque não adotaram o sistema de alimentação automático da arma principal? Alguém sabe?
      Porque não havia justificativa para tanto, pois o sistema convencional supre totalmente as necessidades exigidas do M1 Abrams nos conflitos em que o mesmo participou. O mesmo se diz do fato do M1 não disparar o LAHAT, embora o Leopard 2 o faça.
      Muito obrigado pela participação!

      • Caro Vynpel.

        Concordo que em um ambiente 3D seja necessário o apoio da infantaria, mas gostaria de acrescentar uma coisa

        Não discordo de que os MBTs não operem separadamente da infantaria, mas acredito que esteja se referindo a infantaria mecanizada.

        Quando era adolescente, tinha vários livros que fotografavam e descreviam ataques em altas velocidades onde M1A1s recebiam cobertura de M2, e T-80 eram cobertos por BMPs., em ambos os casos a infantaria não tinha como acompanhar os veículos a pé.
        Sendo que a sobrevivência dos tanques dependia de atirar primeiro ou de sua alta mobilidade.

        Prova disso é que os M1s são equipados com uma turbina que exala um gás tão quente que nenhuma infantaria pode permanecer atrás do tanque. No Iraque os Abrams receberam uma adaptação que desvia os gases do motor para cima possibilitando que os soldados se protejam atrás do veículo.

        Não quero te ofender nem contrariar, é apenas um comentário sobre o que eu li.

      • Deagol, isso vai depender do ambiente a que você se refere, pois em campo aberto o fator “atirar primeiro” é tão importante quanto a mobilidade, e nesse caso a infantaria só pode acompanhar os MBT’s se também estiver mecanizada, desembarcando de seus blindados de transporte quando a situação exigir (por exemplo, atacar posição de ATGW inimigas dispostas no terreno). Os MBT’s também protegem a infantaria (de outros MBT’s inimigos, por exemplo).
        Nos centros urbanos, a mobilidade é prejudicada pelo espaço restrito das vias de acesso, além dos destroços que impedem a livre passagem dos veículos. Nesse caso, a mobilidade é prejudicada, podendo assim a infantaria acompanhar os MBT’s fornecendo-lhes segurança. Os MBT’s fornecem apoio de fogo á infantaria durante a progressão no interior da localidade. são situações distintas…
        Muito obrigado pela participação!

      • Deagol
        A função dos chamados MICV (mechanized infantry combat vehicleveículo de combate de infantaria mecanizada) e a de de transportar a infantaria e fornecer a mesma apoio de fogo, ao mesmo tempo que garante sua própria segurança (em certos parâmetros), devido á sua blindagem e poder de fogo. Devem ter mobilidade suficiente para acompanhar a progressão dos MBT’s em terreno acidentado, visando fornecer apoio de infantaria ao MBT. São exemplos disso as series BMP, o M2 Bradley, Marder, etc..
        A função dos MICV não é cobrir os MBT’s, e sim acompanhá-los fornecendo apoio de infantaria aos mesmos.
        Um veículo que sim, teria função de cobrir o avanço dos MBT’s seria o BMPT “Terminator”.
        Muito obrigado pela participação!

  4. Texto magnífico. sem duvida nao é uma boa escolha para o Brasil. Mas o Black Fox (se cumprir com a propaganda) me impressionou MUITO! ÓTIMO trabalho do PB e claro do Vympel!

    • Tassios
      O Black Fox é um sistema inovador, o qual só tem concorrente no Adaptiv da BAE Systems. Fico me perguntando o tamanho da capacidade logística que seria necessária para poder manter o sistema funcionando em tempo de guerra, quando escasseiam produtos e etc… Alguns, como os russos, preferem algo mais convencional, como o Nakidka, que ao meu ver, pode ter um efeito semelhante a um custo muito menor. Depende do ponto de vista.
      Muito obrigado pela participação!

      • obrigado pelos esclarecimentos Vympel. eu n conheço esse sistema russo, mas só consigo pensar em robustez e praticidade, marcas russas na minha opiniao.

        abraços fortes e parabens pelo trabalho excepcional!

  5. L55??????

    “The M256A1 is a variant of the Rheinmetall 120 mm L/44 gun”.

    Talvez implementado em versões futuras, mais a meu ver não a necessidade, os teatros modernos não são mais como os confrontos em campo aberto como na WWII, na maioria das vezes vão ser embates entre a faixa de 2 km até próximos como 500m dentro de cidades.
    Agora se a intenção for aumentar o impulso cinético provido pelo cano da arma visando maior penetração, haja vista, o aumento da velocidade do projetil no focinho do cano.
    Comparativo: A imagem demostradas no artigo é de um canhão L-44 usado com sucesso na Guerra do Iraque tem por volta de 5,28 metros, para o Abrams foi ideal pra conflitos urbanos já que sua torre é enorme e o veiculo também.
    Já o L-55 tem por volta de 6,60 metros de comprimento, um aumento de 1,32 metros no comprimento do cano o que em tese e baseado em evidências de combate atrapalham, fora que ser der uma de “louco” e ficar esbarrando com o cano da arma em objetos e construções pode desregular a estabilização da arma, ainda por cima, ter que manobrar para poder atirar é um baita empecilho tirando um pouco do mérito de se ter uma torre.
    Na Guerra Civil Syria os tankistas tem enfrentado esse problema, mais tem o contornado sem muitos problemas às vezes! Chegando até mesmo a quebrar o cano da arma.
    Provas??
    ^^ Olha tem uma prova para o caro senhor Deagol, que acha que tudo que bate em tanque russo o faz explodir em pilhas de chamas de explosões catastróficas.
    http://youtu.be/SnPyFfsVORs
    http://youtu.be/SnPyFfsVORs?t=6m25s
    Esbarrando.
    https://www.youtube.com/watch?v=dRL_oal9j9Y
    Ninguém vai Ler ¬ ¬.

    • “Olha tem uma prova para o caro senhor Deagol, que acha que tudo que bate em tanque russo o faz explodir em pilhas de chamas de explosões catastróficas.”

      Não disse isso colega. Eu disse que o T-72, por ter uma blindagem lateral fina, carrossel rotativo e propelentes armazenados em bases semicombustíveis é muito mais vulnerável a explosões catastrófica que os modernos MBTS ocidentais. Até mais vulnerável que os T-55 e T-62 que utilizam munições encapsuladas menos suscetíveis a impactos diretos .

    • Não posso me esquecer de parabenizar o editor pelo belíssimo trabalho e pelo detalhamento das informações… parabéns Vympel… GRANDIOSO POST…

    • Em tempo, as outras séries (ali à direita no Youtube) incluem, proteção, fatos engraçados, números, etc. etc… tudo no mesmo estilo, e geralmente comparativo. Material muito interessante mesmo.

      Se buscarem a comparação do M113 Gavin com o Striker, vão ver que o Gavin ganha de lavada! Taí um combatentezinho que merecia um projeto para torná-lo uma “Tartaruga Ninja”!… atualizando inclusive, e obviamente, o material do Chassi!

  6. parabéns Vympel1274 pela matéria, como de costume sempre bem completas, e parabéns ao PB e seus editores pelas outras postagens da serie “mbt brasil”.
    e assim como digo nos outros posts da “serie”, não tem para o leopard2 alemão hehehe, o melhor tanque de guera da atualidade.

  7. Caro Vympel!

    Obrigado por sua gentileza!
    Mas, pelo que eu saiba, existe sim uma preocupação com a contaminação por chumbo, tanto que há projetos americanos destinados a encontrar substitutos para o chumbo utilizado em munições convencionais.

    Não estou dizendo, que chumbo é pior que urânio ou vice-versa, é só minha opinião.

    Mais uma vez obrigado, pela gentileza e pelo espaço democrático!
    Parabéns pela matéria!

    • Também já li sobre testes que apontavam tungstênio, usado em munições, como um material tóxico aos organismo de ratos de laboratório. Mas confesso que não pesquisei muito sobre o assunto, portanto não posso determinar a veracidade desse fato.

      Sds.

      • Como todos são metais pesados, em algum nível eles devem prejudicar a saúde de algum modo, o que vai realmente fazer diferença é, como já foi dito, a maneira que ele vai interagir com o organismo humano.
        Sds..

  8. Carl_Carl,

    De fato, operar dentro de uma redoma feita pelos mísseis é até possível, como os próprios egípcios demonstraram no Sinai, em 1973. Creio que em cenários de até média intensidade, com meios aéreos limitados, essa estratégia poderia essencialmente funcionar, haja visto os Pantsir e TOR para interceptar o número limitado de artefatos inteligentes que estivessem indo de encontro as tropas; e haveria até mesmo a possibilidade de lançar uma ofensiva. Mas no tocante a cenários de alta intensidade, a eficácia naturalmente cairia… A bem da verdade, basta haverem forças organizadas entre os adversários, havendo o risco da utilização de forças especiais por parte do atacante para atacar a retaguarda. Basta recordar as operações israelenses no Devensoir, na mesma Guerra do Yom Kippur, para se entender os riscos inerentes de uma defesa baseada somente no solo…

    Hoje, dentro desse cenário de grande intensidade, haveriam aeronaves de grande potencial ofensivo, que lançariam ataques de saturação com armamento standoff, de modo que um avanço seria dificílimo nessas condições. Assim sendo, a melhor estratégia se torna a negação do espaço ainda não conquistado, com táticas de terra brasada ( destruindo pontes, estradas e infraestrutura em geral ) e utilizando o terreno para defender-se, com defesas aéreas operando de forma coordenada, mas expondo-se somente em situações nas quais claramente pudessem lograr algum êxito e fazendo uso de sistemas passivos em sua maioria para localizar seus alvos. E para atacar, somente restariam meios como a infiltração de forças especiais em pontos chaves para desarticular a defesa adversária e organização de “partisans” atrás das linhas. No mais, em qualquer operação ofensiva de grande envergadura, ter-se-á que contar com uma força no ar a altura da caça adversária. Uma outra opção é tentar aproveitar-se de condições meteorológicas adversas para surpreender o adversário, mas não se pode sempre contar com isso…

    Em suma, se for para enfrentar um adversário que seja realmente muito mais forte ( cujo poderio não pode ser igualado ), então melhor comprar tantos fuzis quanto puder, canhões sem recuo e mísseis portáteis aos montes, e distribuir para cada cidadão apto a combater, tornando assim cada pessoa pelo caminho um risco potencial para o invasor…

    Quanto aos blindados leves… Se não se conta com grandes meios no ar, então a mobilidade das forças no solo ganham uma importância ainda muito maior que a usual. Para isso, veículos armados sobre rodas e carros de combate mais leves se tornam essenciais. Mesmo que não se tenha a proteção aérea ou qualquer outro meio mais potente, convém que se possa mover-se o mais rapidamente possível, quer em avanço ou retirada. É, grosso modo, uma forma de se tentar poupar vidas evitando ser atingido. Até mesmo porque, tenha certeza de que um carro de combate, por mais poderoso que seja, não suportará danos múltiplos… Evidente que uma blindagem pode ser a diferença entre sair inteiro ou não do que restar do CC, mas isso não muda o fato de que se terá um carro de combate perdido.

    Por fim, creio que no futuro haverão métodos defensivos muito mais eficazes, na forma de armas de energia dirigida ou coisa similar… Quando, e se, armas como essas se tornarem operacionais, aí poder-se-á ter uma verdadeira força no solo com grande capacidade de proteção.

    • BZ pelo texto… acredito também que o futuro das armas de “energia dirigida” vão mudar totalmente o teatro de combate… um amplo espectro sônico ou térmico dirigido contra um prédio com várias posições prováveis certamente incapacitaria os agressores de se posicionarem para usar armamento… dando mais tempo à ofensiva estratégica!

      Muito boas considerações!

      Em tempo: Vympel… parabéns pelo texto!

    • Não tenho como discordar do colega, mas de uma parte eu gostei em particular.

      “Em suma, se for para enfrentar um adversário que seja realmente muito mais forte ( cujo poderio não pode ser igualado ), então melhor comprar tantos fuzis quanto puder, canhões sem recuo e mísseis portáteis aos montes, e distribuir para cada cidadão apto a combater, tornando assim cada pessoa pelo caminho um risco potencial para o invasor…”

      É isso mesmo, contra um inimigo muito mais forte o negocio é MD-97, FAL, PARA-FAL, IA25,56/7,62mm, IGLAS, AT-4, Carl Gustav 84mm, ALAC, ERYX, MILAN, MSS-1.2, FN Minimi, .50, submetralhadoras, pistolas, lança granadas etc, etc… ou seja armamento leve em grande quantidade na mão de quem tiver coragem de lutar para tornar a vida do inimigo em um inferno.

      Quanto a rede antiaérea que sugeri é uma gambiarra, mas porque não podemos contar com a FAB. Se tivéssemos uma força aérea eficiente funcionado dentro dessa rede de misseis terra-ar de curto/médio/longo alcance teríamos uma das melhores forças de defesa do planeta que com certeza intimidaria até as potencias.

  9. Parabéns ao PB e ao Vympel 1274 com o material precioso sobre o M1A1/2 Abrams, por mais este excelente post sobre carros de combate para o Brasil.
    E a todos os colegas comentaristas que deram mais uma brilhante aula sobre táticas e equipamentos de guerra moderna.

    Bem…
    Sobre o ABRAMS acho um tanque por demais caro para operar e adquirir, tendo em vista a gama de alternativas hoje existente para a infantaria. Desde mísseis portáteis a vários tipos de VANT e helicópteros. Armas alternativas e poderosas com as quais a infantaria da WW2 não contava. Assim a realidade e emprego dos tanques naquele tempo realmente, hoje, estão muito comprometidas.
    A proposta do Carl_Carl de carros mais leves e ágeis, mas com poder de fogo, e em maior número, me parece bem mais coerente com as tecnologias e cenários atuais.

    NOTÍCIA REVELADORA sobre o T-90, e outras coisitas mais, na palavra de generais russos…
    Com a licença do PB deixo o link aqui, duma matéria que saiu na areamilitar com declarações dos militares russos sobre coisas que alguns de nós a tempos falamos, sem medo, aqui nos comentários, sobre certas falsidades, ilusões, russas.
    http://www.areamilitar.net/noticias/noticias.aspx?nrnot=1060

    • E vejam como certas coisas são reveladoras ou confirmadoras…
      Lembram que um dos nossos oficiais em visita no início deste ano a Rússia, para demonstrações ao vivo do Pantsir, pediu que fosse feito um teste do sistema ao alcance da vista. E parece que os russos não gostaram da idéia?
      Pois não é que justamente, uma das coisas que os militares russos falam no link acima, tem a ver com isso: “…a indústria do país não ser capaz de produzir produtos com uma qualidade linear (sustentada).”
      Ou seja, os testes programados, e todos bem longe, fora do alcance da visão, apenas acompanhados via monitor, já devem ter deixado os anfitriões preocupados, e agora para piorar tudo, os brasileiros queriam ver a coisa de verdade mesmo. Caraca! Com isso eles não contavam.
      Pois é…
      T-90 eu quero é distância.
      E o tal Pantsir, será que a coisa, cheia de não me toques, e suspenses, vai vir para terra brasilis?

      No fim temos que ter cuidado com essas propagandas de super poderes, pois papel e vídeo aceitam tudo.
      Nosso antigo Osório que foi lá no deserto e fez o que os outros não fizeram, acertou uma formiga caminhando numa tampinha de garrafa em cima do morro, que o diga lá do limbo das coisas sem o devido batismo, onde agora descansa em paz e cheio de honra.

      • Olá ViventtBR

        O T-90 tem realmente problemas que são consequência da idade do projeto, como tinha o M-60 que era herdeiro do M-48.

        O problema é levar ao pé da letra o que é publicado no Area Militar. É um bom site para ver caractarísticas técnicas de equipamentos, mas quando o administrador fala da rússia a coisa fica bem ruim.

        O mesmo vale para a avaliação da fonte, o General Alexander Postnikov, que foi demitido sob acusação de incompetêcia pois preferia jogar estas informações na imprensa ao invés de resolve-las de fato. Ele não reclamava só do T-90. O problema é que ele era o principal responsável por resolver isto, mas aparentemente não teve sucesso, por isso jogou a coisa na imprensa. Só para a gente pensar, como a blindagem ERA pode ser considerada ineficiente se todo mundo a adota atualmente?

        Eu não discordo dos problemas do T-90, mas a fonte que você usou… eu tenho um pé atrás com este site.

        Abs

    • Grande ViventtBR!!
      Camarada, o site Área Militar é conhecido pelo seu direcionamento e parcialidade em questões de defesa. Visivelmente tomam partido de um dos lados da questão, o que afeta (diria mais, destrói) sua imparcialidade assim como outros sites, inclusive alguns de língua portuguesa, os quais acredito eu, que devido a seus patrocinadores (ou posicionamento pessoais de seus editores), tentam de todas as maneiras desvirtuar equipamento e a política externa dos países não alinhados a OTAN. Em vez de agirmos dessa maneira, porque não analisamos os erros e acertos de ambos os lados (já que o brasil é um país não alinhado com nenhum deles) sobre tudo relacionado a defesa nacional, geopolítica e geoestratégia e desenvolvemos nossa própria doutrina militar, baseada nos erros e acertos deles próprios?

      Por isso eu acho o Plano Brasil o melhor site de defesa em língua portuguesa da atualidade, pois além de ser um espaço democrático para debates (o que por sinal é aproveitado de maneira insidiosa por alguns comentaristas e pela concorrência), é totalmente imparcial, não alinhando-se com nenhuma ideologia ou tendência política. Acredito que isso inclusive dificulte em muito a manutenção do site, pois para mantê-lo é necessário dinheiro que poderia prover de patrocinadores, só que esses mesmos direcionam o conteúdo do site para seus próprios interesses.

      Temos que nos policiar através do nosso próprio autoconhecimento para não termos nosso julgamento pessoal direcionado por aqueles que dominam a mídia.
      Muito obrigado pela participação!

    • ViventtBR
      Quanto ao T-90, se realmente fosse isso tudo que é dito, você acha realmente que uma país que leva o assunto defesa á serio como a Índia, compraria e fabricaria cerca de 1.300 unidades do T-90 em seu país? Ao analisarmos essas declarações, temos que analisar o contexto da situação e principalmente os interesses do veículo de mídia que a publicou.

      As razões que levaram a esse general a “aloprar” desse jeito, foi a necessidade de uma “quebra” no padrão de desenvolvimento e produção do parque militar russo, o qual ainda tinha muitas características soviéticas, as quais encareciam o produto em sua concepção final e a tendência que eles tinhas de sempre atualizar projetos consagrados (por isso os MBT’s T-64, T-72, T-80 e T-90 são tão parecidos, da mesma forma que o AK-47 e o AK-74). Essas características são interessantes para quem se prepara para uma guerra de atrito, com a movimentação de milhões de homens numa ofensiva estratégica, como o era no período soviético, mas as coisas mudaram nos últimos anos.

      As forças armadas ansiavam por mudanças. Desejavam romper com a antiga mentalidade soviética (de guerra total, estilo Clausewitz) e evoluir para um sistema mais econômico e adequado as suas necessidades de defesa e principalmente a sua economia (no mesmo estilo dos exércitos ocidentais), e isso inclui a eficiência industrial e o desenvolvimento de novas tecnologias e objetivos.

      Lembra-se de quando um outro general disse que iriam comprar fuzis ocidentais para substituírem o AK-74, e de quando o Exército Russo encomendou mais de mil viaturas IVECO Linx? Será que isso queria dizer que a Rússia não possuía tecnologia suficiente para produzir um novo fuzil ou um novo veículo blindado de transporte de pessoal?

      Isso foi uma maneira radical de forçar as fábricas de armamento a reformular suas linhas de produção para serem mais eficientes e de fazer os projetistas de armamento se concentrarem em buscar novas tecnologias e romperem com o antigo legado soviético de “melhorar o projeto anterior, pois sai mais em conta que desenvolver um novo e permite as fabricas produzirem em massa, com poucas modificações nas linhas de produção”.

      O T-90 é um excelente projeto, o qual herdou características positivas e negativas de seus antecessores que foram formuladas numa doutrina militar específica e isto quem vai decidir serão os seus futuros operadores. Atualmente, é um sucesso de exportação que vai permitir o desenvolvimento do futuro MBT da Rússia, o ARMATA que já digo a anos aqui no PB, que esse novo MBT terá as mesmas características dos MBT’s ocidentais, devido a mudança da mentalidade doutrinária do Exercito Russo.
      Muito obrigado pela participação!

  10. Caros Roberto Cr e Vympel 1274,
    Excelentes contrapontos e informações, grato!

    Só acrescentaria que onde há fumaça quase sempre há fogo…
    Acho muito difícil que uma pessoa que chega a patente de General, depois de inúmeros desafios intelectuais, não deva ser levada a sério.
    Óbvio que suas declarações ácidas foram alvo de intensa contrapropaganda. Afinal, ninguém gostaria (fabricante) de ouvir um especialista em armas e guerra, falando mal de seus produtos.
    Também acho que algo que os russos se especializaram desde a era soviética foi em ciência da propaganda, tanto para seu público interno como para o externo. Estamos, inclusive, tento um ótimo exemplo com esses recentes acontecimentos na Ucrânia, e os esforços russos de fazer a balança da opinião pública pender para seu lado.
    Outra coisa, meio off topic, já repararam que os russos praticamente só importam produtos sem tecnologia do Brasil, até os chineses nesses ponto, apesar do que dizem, compram mais manufaturados nossos, a Embraer tem até um pé na china.
    Não sou um seguidor de nenhum país fora o nosso, tento ser imparcial. E assim, fico com um pé para trás com os russos.
    Quanto as exportações de armas russas… isso já acontece há muitos anos principalmente pela Ásia, motivadas pelo preço bem menor comparativamente com o armamento ocidental, portanto, a venda dos T-90 para a Índia não é nenhum espanto. Extraordinário seria se fosse para a Espanha ou Austrália.
    Outro fator disseminador de armamento russo é sua maior simplicidade de manuseio e manutenção o que faz sucesso em tropas menos cultas… o grande sucesso do Ak-47 foi sempre sua simplicidade de uso e manutenção, o que fez dele um companheiro até de soldados crianças e totalmente analfabetos pelo terceiro mundo.
    Porém, claro que décadas fazendo armas de todos os tipos confere todo um devido respeito aos russos.
    Abraços!

    • Meu amigo, propaganda todo mundo faz, o que diferencia uns de outros é a abrangência e a diversidade da mesma. Quer propaganda maior que a feita em cima justamente do M1 Abrams durante a guerra do Iraque? De a cordo com as fontes oficiais, o M1 foi imensamente superior ao T-72 Ural, o qual na verdade não era a versão em uso pelo pacto de varsóvia, e sim o dito Leão da Babilônia ou versões de exportação do mesmo, o qual não possuía blindagem composta, não estava equipado com ERA e nem era dotado de telêmetro laser ou equipamentos de visão térmica. A munição era a mesma utilizada na década de 70, que estava armazenada a anos. Não irei me alongar quanto as diferenças de doutrina militar entre o Iraque e a URSS. E que tal a propaganda a respeito do Tomawahk e do Patriot ma guerra de 1991, os quais alegava-se na época eficiência de quase 100% (na verdade o Tomawahk teve 53 % e o Patriot 50% e em algumas situações, até inferiores a isso).

      É a máquina de propaganda americana, a qual trabalha visando convencer o público (interno e externo) que as decisões do governo estão certas, como no caso das armas nucleares de Saddam, que na verdade nunca existiram. Logo após a invasão, a opinião pública era extremamente contrária a guerra, mas aí os verdadeiros interessados nela já haviam atingido seus objetivos. A consciência disso já começou a render frutos, como quando os EUA queria invadir a Síria, e que os aliados dos EUA e o próprio público interno (e até seus próprios militares) se voltaram cotra o governo americano. O resultado dessa falta de confiança nas atitudes do governo forneceu a Vladimir Putin a chance que ele precisava para se revelar o “homem da paz”, que acabou lhe concedendo pela forbes, se não me engano, o título de “homem mais influente do mundo”, coisa inimaginável a algumas décadas atrás. Russos e Americanos são mais parecidos do que você pode imaginar.
      TODOS, simplesmente TODOS adoram uma propaganda, até nós brasileiros…..

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