Boeing oferece seis Chinook CH-47D ao Exército Brasileiro

Segundo informes da companhia estadunidense Boeing, a empresa estaria oferecendo ao mercado sul-americano de helicópteros militares um lote de 24 unidades do CH-47 Chinook, divididos entre a Colômbia, o Chile e o Brasil.

O Exército Brasileiro e sua Aviação receberiam seis unidades, todas com pelo menos 200 horas de célula disponíveis antes da realização de um overhull (revisão geral) obrigatória.

É oferecida também uma modernização dos aparelhos antes da entrega, prevista para acontecer 18 meses após a assinatura do contrato de compra, avaliado entre US$ 70 a US$ 90 milhões de dólares, dependendo da configuração desejada pelos militares brasileiros.

O CH-47 Chinook é reconhecido mundialmente pela sua robustez e grande capacidade de carga. Na foto, aparelhos CH-47 do Real Exército Australiano, operando nas difíceis condições ambientais encontradas no Afeganistão (Foto: MoD)

Não existe, na Aviação do Exército (AvEx) da atualidade, uma aeronave com a capacidade de transporte de cargas e tropas similar a do biturbina CH-47.

O modelo seria especialmente eficaz operando na região sul do Brasil, onde suas capacidades como cargueiro (até 10 toneladas) e sua altíssima mobilidade (50 soldados equipados) seriam muito apreciadas pelas tropas de cavalaria e artilharia blindada ali localizadas.

De fato, o Exército não tem nenhuma unidade de aviação de asas rotativas na região do Comando Militar do Sul.

No final dos anos 90, o CH-47 foi avaliado, juntamente com o gigante russo MI-26, para atuar no transporte dos radares móveis do SIVAM/Censipam, então em implementação, mas esse programa acabou cancelado em favor da compra de bimotores turboélice C-105 Amazonas da então EADS CASA, hoje Airbus Defence and Space.

Uma das tarefas de apoio que os CH-47 Chinook executam com muita agilidade é o transporte enganchado (externo) de grandes peças de artilharia como este M198 howitzer do Exército dos Estados Unidos (Foto:US Army).

Fonte: Tecnologia & Defesa

20 Comentários

  1. Comentário meu durante uma troca de idéias com o _RR_ em outro site, sobre o mesmo assunto.

    “Não, obrigado.

    Apesar de concordar com a necessidade de um helicóptero peso pesado nas forças armadas, esta oferta dos EUA segue o mesmo e velho padrão colonizador: distribuir alguns brinquedos e docinhos entre aqueles em que devemos parecer simpáticos na América do Sul. E, pra variar, se não é um equipamento de segunda linha, já estaria bem usado como nesse caso. Passa o tempo mas os velhos hábitos continuam.

    Este é o tipo de oferta que mostra como alguns ditos “parceiros” nos enxergam. Porque não ofereceram a compra de alguns Chinook “zero kilômetro”? Porque a oferta também deve ser a mesma para Chile e Colômbia, velhos parceiros atrelados aos EUA? E ainda querem determinar a quantidade (6) que receberíamos!!!

    E que bairrismo é esse de dizer que o equipamento seria “especialmente” útil no sul do país? Por acaso é só lá que existem unidades de cavalaria? Aliás, ele só serviria para ser usado onde houvesse cavalaria? Claro que não. Coisa mais arcaica.”

    • Pois é, concordo contigo nessa. O Chinook é um senhor Helicóptero, não resta dúvida, mas usado to fora. Já compramos lixo de segunda mão demais para o resto da nossa história. A menos que a Boeing deixe a Embraer/Helibrás ou seja lá quem fazer a modernização toda e integrar os sistemas que bem quisermos(o que eu duvido), é melhor passar essa pra outro.

    • De acordo RobertoCR ! No mínimo são sobras do Iraque e Afeganistão já “esmerilhadas” que não servem mais às forças americanas. … dão uma lavada, cobrem os buracos com durepóx e vazamentos com silver tape e repassam aos “amigos”….rs
      Se for pra comprarmos, e certamente precisamos, que sejam novos e em maior quantidade!
      Abraço,

    • Bravo Zulu!

      Enquanto aceitarmos esmolas… seremos tratados como mendigos!

      Enquanto aceitarmos docinhos… seremos tratados como crianças!

      Enquanto aceitarmos propinas… seremos tratados como “malandros idiotas do sul”!

      Deveríamos é fazer como Koréia do Sul, Índia e por aí vai… e começar a desenvolver a indústria nacional neste setor tão importante.

      O maior medo desses caras é exatamente esse… que nós comecemos a nos desenvolver, e “morder” fatias de mercado que hoje não mordemos…

      Estão com o c$ na mão por causa das exportações e das políticas comerciais e sociais agressivas de China e Rússia… imagina se alguns países do terceiro mundo resolver mostrar descaradamente a sua competência, e entrar pra valer no jogo, no mercado internacional de veículos, armas, ti, etc.?

      Não precisamos desses helicópteros… e quando precisarmos, certamente termos ofertas melhores!

    • Concordo contigo RobertoCR. “Caquedo” velho é como colchão inflável, quando tu precisa, murcha e dorme no chão duro. Manda enfiar estes “trolhão” em cima da casa branca, só servem para tiro ao alvo.

      • valeuz lucas, eu sei mais ou menos. mas msm assim, sou todo nos helis russos. ver oq os mil mi-17 fazem nos seus teatros de operação, sempre me deixa boquiaberto. se for pra comprar ‘4n’ chinook e ‘1n’ mil mi-26, vou no segundo.

        mas sou realmente leigo no assunto de helis, posso ter falado bobagem. abração!

  2. Lucas Senna – Pé de Cão – Henrique

    Apenas para dinamizar o debate vou adicionar outro comentário da mesma troca de ideias com o _RR_ no outro site:

    “Porque não oferecem o Osprey? Ou um CH-53? Isto é falar sério em termos de vender a um país equipamento de qualidade e querer manter boas relações. Agora, material usado não dá mais para aceitar. E se, numa louca qualquer, se decide por aqui que vão adquirir o Mi-26 vai ser aquela chiadeira de ‘alinhamento bolivariano’.”

    Até fica como sugestão (se me permitem a ousadia) aos administradores aqui do PB que, assim que finalizarem a série sobre os MBT, iniciar uma sobre helicópteros pesados frente as necessidades postas pela END.

    Sempre fui favorável aos EC-725, mas eles não podem fazer tudo em um país com as dimensões do Brasil, mesmo que seu número seja significativo. A aquisição ou, ao menos. a previsão de aquisição de um helicóptero pesado deve ser considerada para uso dentro das forças armadas, principalmente porque estamos entupindo o centro-oeste com unidades estratégicas grandes, que precisarão de meios como este para apoiar adequadamente tanto as forças blindadas do sul quanto os grupos de fronteira no norte. São nossos martelos e bigornas.

  3. Amigos,

    Não há absolutamente nada de mais em uma proposta como essa… Até mesmo porque, não passa mesmo de proposta… O Brasil aceita se quiser, e os termos são negociáveis ( dentro do que se oferece )…

    Como já conversei com o RobertoCR em outro espaço, dificilmente haverá oportunidade para se adquirir algo “zerado” que venha a estar disponível estocado, pois empresas de aviação, salvo engano, dificilmente tem algo em seu estoque ( quando ocorre, é uma situação específica, tais como um cliente que não pagou ou coisa que o valha ), de modo que quem quer novo, tem que encomendar… E pra isso, não precisa ninguém oferecer. Se tiver o dinheiro, basta apresentar-se a empresa para obter a aeronave em específico que pleiteia.

    Agora, mesmo que seja um equipamento usado, pode estar longe de ser problemático. A depender do estado desses Chinook, me arrisco a dizer que poderiam ser revitalizados e ainda assim voarem por mais umas três décadas sem qualquer problema específico. E isso, evidentemente, será avaliado pelas FAs, caso realmente se interessem em adquirir o equipamento.

    Por fim, qualquer produto que se preze, tem que estar liberado para exportação no país de origem. E a liberação vai realmente depender do grau de afinidade política. Aliás, essa é uma política que é normalmente aplicada por qualquer país que produza equipamentos de defesa ( limitar o que exporta ). Não raro, as empresas oferecem para exportação produtos alternativos ou uma versão específica de exportação daquele produto de uso das forças armadas de seus países. No que tange a meios de grande poder destrutivo, sempre haverá alguma diferença ( por mínima que seja ) do equipamento do país de origem para aqueles para clientes externos.

    • Pois é RR, acontece que pelas informações que se tem das unidades, elas estariam a 200h de serem groundeados para intensas revisões. Não são unidades se quer semi-novas, estão bem surradas, os americanos gostam de voar suas aeronaves até o osso, e os Chinooks já viram bastante ação e calor. São unidades resistentes, porém surradas e que já apanharam bastante em sua vida útil. É bem provável que algumas já tenha até sido alvejadas. Claro, cabe ao Exército, se interessado, avaliar melhor e ver se vale apena comprar e modernizar, mas eu acho pouco provável. Tem que se considerar também, o que diz a END, que propõe o fim das compras de oportunidade e prioriza desenvolvimento e nacionalização de peças. Como você bem disse, temos que levar em consideração também o fator político, será que a Boieng e o Congresso Americano nos autorizariam a modernizar e modificar se quisessemos essas aeronaves, nacionalizando peças, mesmo que isso fosse feito pela Embraer? Acho difícil.

      Saudações

  4. Usados para logística, porque não ???… não são armas de combate direto, ainda que possam ser adaptadas… mas para um país que não dispõe de nada parecido, meia dúzia apenas para começar uma possível ampliação futura, para treinamento, me parece satisfatório, desde que o preço também seja compatível… pra quem não tem nem carroça, melhor um opalão surrado que nada… mais tarde se pensa em um Camaro novo… 🙂

    • rsrsrsrsrs… amigo, se fossem russas tu tava aplaudindo… vamos ser mais pragmáticos e menos ideólogos… pra quem não tem cão é um puta de um gato… e não é um gato vira-latas qualquer… merece pelo menos uma análise por parte dos técnicos da aeronáutica…

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