Moscou se dispõe a se reunir com Estados Unidos, União Europeia e Ucrânia

Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov

Moscou está disposta a considerar uma reunião em formato multilateral sobre a Ucrânia com a participação de Kiev, Washington e Bruxelas, segundo declarou na terça-feira, 8, o Ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov. Mais cedo, em conversa telefônica com o chanceler da Rússia, o Secretário de Estado norte-americano, John Kerry, sugerira realizar nos próximos 10 dias um encontro internacional para tentar frear a escalada de tensões na Ucrânia.

Lavrov disse que, apesar de a Rússia ser favorável à proposta, até agora nenhuma data havia sido definida para as conversações porque, conforme acordado com Kerry, será preciso antes chegar a uma decisão conjunta sobre o formato do encontro, bem como sobre o conteúdo de sua agenda.

O ministro russo também advogou pela presença de candidatos à presidência da Ucrânia que representem as diversas regiões do país. Segundo ele, “independentemente da opinião que se tenha sobre as eleições presidenciais, os candidatos aprovados pelos partidos representam forças políticas legítimas do Estado ucraniano” e, como tais, poderiam ser convidados a tomar parte nas reuniões multilaterais.

Dessa maneira, segundo o chefe da diplomacia russa, as forças regionais poderiam enfim começar um diálogo nacional com as autoridades de Kiev ou, ao menos, por em marcha um processo que conduza a ele e ainda com a aprovação de atores externos tais como a Rússia, a União Europeia e os Estados Unidos.

Por outro lado, de acordo com Lavrov, Moscou gostaria de conhecer o projeto da nova Constituição da Ucrânia antes de celebrar uma reunião multilateral, a fim de que possa verificar se a carta respeita os interesses dos territórios críticos ao atual governo nacional e evitar que a presença russa nas negociações seja usada para “consagrar ou legitimar um projeto constitucional que ninguém viu até agora”.

 

Fonte: Diário da Rússia

Putin alerta Ucrânia para que não cometa “atos irreparáveis”

O presidente russo, Vladimir Putin pediu nesta quarta-feira às autoridades ucranianas que não cometam atos irreparáveis e assegurou que espera resultados positivos das gestões diplomáticas para desativar a crise nesse país.

“Espero que a iniciativa do ministério russo das Relações Exteriores para resolver a situação tenha efeito e que o resultado seja positivo”, declarou Putin, citado pelas agências locais. “Em qualquer caso, espero que as autoridades interinas [ucranianas] não cometam nada de irreparável”, enfatizou.

A concentração de quase todos os poderes na Rússia pelo presidente Vladimir Putin é vista como sendo de interesse nacional por 63% dos russos, de acordo com uma pesquisa do Centro independente Levada. Em março de 2013, 49% compartilhavam esta opinião.

De acordo com uma pesquisa, realizada entre os dias 21 e 24 de março, com uma amostra representativa de 1.603 pessoas, um terço dos russos (31%) considera que um “poder forte e autoritário” é necessário, independentemente da situação no país.

Quarenta e seis por cento acreditam que é necessário, apenas em certas circunstâncias, concentrar o poder nas mãos de um só homem. Entre os entrevistados, 15% se opõe a essa ideia, seja qual for a situação.

A popularidade de Vladimir Putin quase nunca se situa abaixo de 60% desde que chegou ao poder em 2000.

O ex-agente da KGB bateu no final de março um novo recorde de popularidade com a anexação da Crimeia à Rússia, com 80% dos russos entrevistados “aprovando a sua política”, de acordo com outra pesquisa realizada pelo Centro Levada.

 

Fonte: Terra

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