Polícia invade acampamento de protestos na Ucrânia; número de mortos sobe a 25

Entre os mortos há ao menos 14 civis e sete policiais. Polícia lança ação contra manifestantes após dar prazo para fim de protestos

Milhares de membros da tropa de choque armados com canhões de água e granadas de efeito moral entraram em confronto com manifestantes antigoverno no centro da capital da Ucrânia, Kiev, deixando ao menos 25 mortos. Entre os mortos estão pelo menos sete policiais, 14 civis, incluindo três atingidos por disparos, e um jornalista, disse o ministro do Interior Vitaliy Zakharchenko.

Domingo: Manifestantes ucranianos encerram ocupação na prefeitura de Kiev

AP

Monumentos aos fundadores de Kiev queimam enquanto manifestantes entram em choque com polícia na Praça da Independência, na Ucrânia (18/2)

Dia 4: Parlamentares da oposição propõem diminuir poderes do presidente

Após quase três meses de ocupação, a tropa de choque lançou-se contra o principal acampamento da oposição, na Praça da Independência (conhecido localmente como Maidan), desmantelando algumas das barricadas e incendiando muitas das tendas dos manifestantes.

Mas os 20 mil manifestantes contra-atacaram armados com pedras, bastões e bombas incendiárias e cantando o hino nacional ucraniano.

A ação foi lançada depois que as forças de segurança estipularam as 18 horas locais como prazo para que os protestos antigoverno tivessem fim e cercaram a Praça da Independência, que tem sido palco de protestos em sua maioria pacíficos desde novembro.

Previamente à ação policial, milhares de manifestantes contrários ao governo enfrentaram a polícia nos arredores do Parlamento, incendiando um caminhão da polícia e arremessando pedras no primeiro episódio real de violência na capital Kiev em mais de três semanas.

Os manifestantes marcharam para o prédio do Parlamento numa manobra para manter a pressão sobre o presidente Viktor Yanukovych para que ele abra mão de parte dos poderes presidenciais.

Sob protestos: Presidente da Ucrânia volta ao trabalho

Mas, quando foram impedidos de avançar por uma linha de caminhões cerca de 100 metros antes do prédio, os manifestantes atiraram pedras na polícia, disse uma testemunha da Reuters. Dois coquetéis molotov incendiaram dois caminhões.

Veja a galeria de fotos dos protestos na Ucrânia:

Manifestantes antigoverno entram em confronto com tropa de choque na Praça da Independência, na Ucrânia (18/2). Foto: AP
1/39

Galeria de fotos: Protestos da Ucrânia parecem uma batalha medieval

A polícia respondeu disparando bombas de efeito moral dos caminhões e do topo do prédio para tentar dispersar a multidão.

Dentro do Parlamento, líderes da oposição suspenderam os trabalhos ao bloquear os oradores e insistir que os parlamentares discutissem seu pedido por mudanças constitucionais que reduziriam os poderes de Yanukovych.

Dia 1º: Presidente da Ucrânia sanciona lei que anistia manifestantes

Acusação: Ativista diz que foi sequestrado, torturado e jogado em floresta

Yanukovych enfrenta os protestos de rua liderados pela oposição desde que desistiu de um pacto comercial com a União Europeia em novembro e optou por estreitar os laços com a Rússia, que dominava a Ucrânia na era soviética.

Janeiro: Parlamento anula leis antiprotesto e premiê renuncia na Ucrânia

Líderes oposicionistas pressionam para que ele aceite restrições ao seu poder, o que permitira a eles formar um governo independente para encerrar os tumultos nas ruas, atualmente em seu terceiro mês, e salvar a economia do colapso.

*Com Reuters e AP

Fonte: Último Segundo

11 Comentários

  1. Moniz Bandeira aponta aliança entre ONGs ocidentais e neonazistas na Ucrânia
    Os Estados Unidos e a União Europeia estão dispostos a se aliar não importa com quem desde que isso enfraqueça a Rússia, diz o historiador.

    Os protestos de rua que vem sacudindo a Ucrânia nas últimas semanas são resultado, em grande medida, de uma articulação bizarra entre ongs e fundações norte-americanas e europeias e o partido neonazista Svoboda, liderado por Oleg Tiagnibog. Os Estados Unidos e a União Europeia estão dispostos a se aliar não importa com quem desde que isso enfraqueça a Rússia e permita a instalação de tropas da OTAN na Ucrânia. Esse é o pano de fundo desses protestos. A avaliação é do cientista político e historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira, autor, entre outras obras, de A Segunda Guerra Fria – Geopolítica e Dimensão Estratégica dos Estados Unidos (Editora Civilização Brasileira), onde examina o papel dos Estados Unidos na eclosão e o desenvolvimento de recentes rebeliões na Eurásia, na África do Norte e no Oriente Médio.

    Para Moniz Bandeira, os recentes acontecimentos que convulsionaram vários países no Oriente Médio, na Eurásia e norte da África devem ser entendidos no contexto da estratégia de “full spectrum dominance” (dominação de espectro total) que os EUA continuam implementando contra a presença da Rússia e da China naquelas regiões. Em entrevista à Carta Maior, Moniz Bandeira analisa a situação da Ucrânia e identifica os grupos que, segundo ele, estão apoiando e promovendo as manifestações:

    “ONGs, tais como Open Society Foundations [OSF], Vidrodzhenya (Reviver), Freedom House, Poland-America-Ukraine Cooperation Initiative e outras, finaciadas pelos Estados Unidos, através da USAID, National Endowment for Democracy e CIA, bem como fundações alemãs. Foram elas que promoveram a denominada Revolução Laranja, que derrubou o governo de Leonid Kuchma (1994-2005)”.

    “Os chamados ativistas, que instigam e lideram as demonstrações pro-Ocidente, pertencem, em larga medida, a comandos do Svoboda e de outras tendências neo-nazis, levados de Lviv (Lwow, Lemberg) para Kiev e manifestam claramente tendências xenófobas, racistas, anti-semitas e contra a Rússia”.

    Continua em http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/-Moniz-Bandeira-aponta-alianca-entre-ONGs-ocidentais-e-neonazistas-na-Ucrania/6/30265

    • O “historiador” acima apenas se esqueceu de falar na vassalagem e capachismo que caracteriza o atual governo, marionete dos russos. Isso irrita profundamente o povo ucraniano, que está indo às ruas para protestar e é reprimida pelas forças do covarde presidente.

  2. ESSA É A DEMOCRACIA QUE A ESQUERDA QUER PARA A AMÉRICA LATINA… os esquerdalhas, COMO SEMPRE, distorcendo e destroçando os fatos… pena que não cola mais… não há mais tanta gente inocente e desinformada assim no mundo… aqui bravejam que tem que se ouvir o que o povo quer, manter quem o povo elegeu, ainda que enganosamente… lá, o que o povo quer não deve ser levado em consideração, pois vai contra os interesses da esquerda imunda internacionalista e apátrida… HIPÓCRITAS SAFADOS !!!…

  3. Aqui, quem manda é a classe média… somos 100.000.000 CEM MILHÕES que estão acordando para a realidade e sabendo diferenciar entre quem é da esquerda mentirosa, corrupta e degradante e quem são os conservadores dos valores edificantes da nação… para o lado que pender a classe média o resto será arrastado junto… somos 180.000.000 CENTO E OITENTA MILHÕES de cristãos fervorosos e não será uma minoria agnóstica e ateia que irá ditar regras de convivência moral e social… então, senhores socialistas ateus, ponham suas violas no saco e se mandem para cuba… nem a guerreira Venezuela merece vcs… lá vcs também já são carta fora do baralho… questão de tempo… e tenho dito…

  4. Acabei de ver um reporter na globo news dando explicações sobre a polarização que ocorre na Ucrania. Falou um monte de coisa mas não o principal: A Ucrania foi literalmente sufocada pelos comunistas e sempre desejou ser livre ( lembrem que os nazistas foram bem recebidos em Kiev). O coletivo ucraniano tem essa magoa profundamente arraigada e odeiam moscow apesar de uma parcela do pais ser decendente dos russos ( a região leste) e apoiam a ideia de um estado vassalo. A chantagem russa oferecendo 15 bilhões ao governo quebrado de Kiev só ajuda a aumentar esse ódio ancestral.

Comentários não permitidos.