Futuro do Afeganistão é incerto após saída das tropas da Otan

A um ano do fim da intervenção militar, analistas ressaltam avanços em áreas como educação e infraestrutura. Mas escalada da violência levanta dúvidas sobre capacidade das forças locais para garantir segurança do país.

Em recente entrevista à rede britânica BBC, o presidente afegão, Hamid Karzai, criticou duramente a atuação militar internacional em seu país e afirmou que a Otan falhou na tentativa de garantir estabilidade ao Afeganistão nestes dez anos da ocupação liderada pelos Estados Unidos. “Todo o exercício da Otan, que causou muito sofrimento ao Afeganistão e gerou uma grande perda de vidas, não trouxe nenhum ganho, porque o país não está seguro”, afirmou Karzai.

As acusações do presidente afegão são rejeitadas pelo secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen. Em uma entrevista coletiva, Rasmussen afirmou que o país avançou bastante na última década. “As mudanças têm sido notáveis e realizamos investimentos sem precedentes em recursos materiais e humanos. Ninguém pode negar isso. E esses esforços precisam ser respeitados”.

O principal objetivo da missão da Força Internacional de Assistência para a Segurança (Isaf) tem sido capacitar o governo afegão a promover uma “segurança efetiva” em todo o país e desenvolver forças que assegurem que o país “nunca mais se torne um refúgio para terroristas”.

A apenas um ano da retirada das tropas internacionais do solo afegão, porém, a maioria dos especialistas concorda que a ação militar por lá levou tanto a resultados positivos como negativos. Parte deles considera que feitos importantes, como a morte do então líder da organização Al Qaeda, Osama Bin Laden, e a derrubada do talibã do poder já seriam suficientes para classificar a missão como um sucesso.

Outros observadores, no entanto, alegam que algumas das conquistas iniciais da missão correm o risco de serem revertidas e que a Otan estará simplesmente entregando um conflito não solucionado para os afegãos.

Segurança no Afeganistão continua instável a um ano da retirada das tropas internacionais.

“Os talibãs podem não estar mais no poder, mas eles ainda estão tentando retomá-lo. Os insurgentes já têm o controle de fato sobre áreas importantes do Afeganistão, particularmente no sul e no leste”, avalia Michael Kugelman, especialista em Sul asiático pelo Centro de Estudos Internacionais Woodrow Wilson, em Washington.

Ele lembra que mesmo que a Al Qaeda não tenha mais refúgio no país, o grupo continua abrigado no vizinho Paquistão. “Aliás, boa parte dos integrantes da Al Qaeda simplesmente se mudou do Afeganistão para o Paquistão”, acrescenta.

Alto preço

A comunidade internacional pagou um preço bastante alto por seu envolvimento nos últimos 12 anos no Afeganistão. De acordo com dados coletados pela Brookings Institution, mais de 3,3 mil integrantes das tropas da coalizão internacional morreram desde o início da investida no país, em outubro de 2001. Com o maior número de militares em solo afegão, os Estados Unidos são os que registraram as maiores perdas: 2.156 mortos.

Estima-se ainda que só o governo americano já tenha desembolsado mais de 660 bilhões de dólares até agora. Destes, cerca de 56 bilhões foram usados para equipar e treinar as forças de segurança afegãs.

Tanto os custos humanos quanto os custos financeiros da missão da Otan no Afeganistão têm levantado a muitos questionamentos sobre o propósito e os resultados alcançados com a intervenção militar no país, especialmente considerando que a situação no Afeganistão permanece instável, com civis arcando com o ônus do conflito.

Segundo o Alto Comissariado da ONU para refugiados, o Talibã e outros grupos insurgentes mudaram o foco de seus ataques. Se antes eles miravam tropas internacionais, os alvos agora são locais. Os grupos atacam lideranças civis, visando intimidar e com isso tomar o controle de comunidades em áreas rurais.

Nos primeiros seis meses de 2013, as Nações Unidas registraram um aumento de 23% no número de civis mortos em episódios relacionados ao conflito. Também dobrou o número de mortes de policiais afegãos desde que a Isaf assumiu a responsabilidade pela segurança. Os confrontos ainda desalojaram 590 mil pessoas, crescimento de 21% desde janeiro e número mais de quatro vezes maior que a quota registrada em 2006, de acordo com o Alto Comissariado para Refugiados.

“Receita de desastre”

A escalada da violência levanta dúvidas sobre a habilidade das forças locais de segurança em lidar com os insurgentes e em reforçar a autoridade do governo no país. Kugelman acredita que parte das forças afegãs permanece profundamente abalada, além de continuar sofrendo com abuso de drogas, analfabetismo, deserções e incapacidades ligadas ao combate.

“Essas forças armadas precisam atuar em um dos ambientes mais instáveis do mundo no que diz respeito a segurança. Essa é uma grande receita de desastre, não importa o quanto o Afeganistão e seus aliados pelo mundo tentem maquiar a questão”, opina.

Vanda Felbab-Brown, pesquisadora do programa de política internacional do Brookings Intitutions, tem uma visão semelhante. “As tropas afegãs continuam sofrendo com capacidade logística, de sustentação e de suporte profundamente inadequadas, além de estarem impregnadas de corrupção, nepotismo e conflitos étnicos”, avalia a pesquisadora.

Embora a comunidade internacional tenha prometido que mesmo depois da retirada das tropas continuará dando suporte ao Afeganistão por meio de treinamento e ajuda financeira e consultiva, muitas questões permanecem em aberto. Uma delas, por exemplo, é quantas “tropas residuais” continuarão no país e qual será o papel delas. Além disso, um acordo-chave de segurança entre o Afeganistão e os Estados Unidos ainda não foi fechado, devido a desentendimentos sobre a jurisdição das forças americanas.

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O número de meninas frequentando escolas aumentou de 191 mil para mais de 2,8 milhões em dez anos.

Volume de avanços

Apesar das muitas deficiências, alguns especialistas dizem que os avanços na questão da segurança em algumas partes do país – especialmente em torno de Cabul –, combinados com a ajuda financeira e de desenvolvimento, levaram a um considerável progresso nas condições de vida do povo afegão. O número de crianças matriculadas nas escolas saltou de 1 milhão para 7,8 milhões.

Também foram registradas melhorias na situação das mulheres, com mais de 2,8 milhões de meninas tendo acesso à educação. Um quarto de todos os assentos do Parlamento afegão é ocupado atualmente por mulheres.

Mesmo sendo o Afeganistão ainda um dos países mais pobres do mundo, sua economia viveu uma rápida expansão – partindo de ponto bem baixo – com um crescimento real do PIB de 9,2% entre 2003 e 2012, de acordo com o Banco Mundial.

“Também houve grandes melhoras em termos de comunicação, transporte, infraestrutura e serviços de saúde. A maior parte delas foi obtida com contribuições de países da Otan, como a Alemanha, que investe cerca de 430 milhões de euros por ano em atividades de reconstrução civil”, ressalta Rolf Tophoven, diretor do Instituto de Pesquisa sobre Terrorismo e Políticas de Segurança, sediado na Alemanha.

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Ainda há dúvidas sobre capacidade das forças afegãs em prover segurança sem ajuda internacional.

Futuro imprevisível

Uma possível falta de segurança no país após a retirada das tropas já é a principal preocupação dos afegãos. De acordo com uma pesquisa realizada em 2012 pela Asia Foundation, 52% da população afirmaram que o país segue na direção correta. Os afegãos ainda se mostraram preocupados com a situação da oferta de empregos, educação, serviços públicos e participação política no país.

O futuro do Afeganistão após 2014 ainda é algo imprevisível. A corrupção está infiltrada em todos os níveis da aparelhagem estatal, incluindo o governo, que vem sofrendo de crise de legitimidade após denúncias de suposta fraude nas eleições de 2009.

“O governo afegão é visto como ganancioso, abusivo, excludente e indiferente às condições da população”, avalia Felbab-Brown. Ela acredita que o decorrer das eleições presidenciais, marcadas para abril próximo, será crucial para que o próximo governo seja considerado legítimo e o processo de reconciliação com o Talibã tenha sucesso.

Fonte: DW.DE

21 Comentários

  1. Se a OTAN nao consegue vencer os Talibans com armas convencionais, como podera vencer China sem uso de armas nucleares. No entanto tem gente nos EUA que pquerem uma confrontacao militar com China. So pode ser com armas nucleares.

    • JOJO,

      Lutar no Afeganistão é realmente algo difícil… O país é uma verdadeira fortaleza natural, com um relevo que propicia formidável defesa; ideal para ações de guerrilha…

      Os soviéticos que o digam, durante a ocupação nos anos 80…

    • Pq é muito mais fácil vencer a China do que os Talibans.

      Querras dependem de objetivos e estratégias e é nesse ponto que os americanos erraram no Afeganistão. É muito mais fácil derrubar centenas de Flankers e destruir dezenas de clones de S-300 do que mudar a cultura de um povo.

      O Taliban não pode ser vencido pq está misturado entre as populações civis do Afeganistão, já as forças armadas chinesas são alvos claros para a Força Aérea americana e a USNavy.

      São tipos de guerra diferentes, uma coisa é conquistar um país, outra é destruir suas forças armadas.
      E sem armas nucleares os americanos venceriam não só a china como também os russos.
      Tudo depende dos objetivos de cada um.

      • Deagol,

        Excelentes colocações.

        Está ainda mais correto quando afirma ao final que tudo dependeria dos objetivos de cada um, no tocante a uma guerra convencional de EUA contra a Russia ou contra a China… Diria que enfrentar os russos no seu próprio país é suicídio, assim como os chineses… Mas se a ideia for uma luta aberta a milhares de quilômetros dos territórios de cada um, a capacidade de projeção de força dos EUA se faria sentir…

  2. E alguma vez o futuro do Afeganistão foi algo certo e promissor? Além do mais o Afeganistão tá do jeito que os EUA adoram: desestabilizado, fragilizado e borbulhando de terroristas. O próximo alvo é o vizinho Paquistão, que cometeu o crime de se aproximar de mais da China.

  3. E não era de esperar outra coisa…

    O país foi completamente dominado por uma corrente extremista, que passou a ganhar força desde a queda do Rei Mohammed e foi o estopim para os conflitos internos que culminaram na situação atual… A intervenção soviética, entre 1979 e 1989 em apoio ao governo afegão pró-soviético, apenas piorou o que já era ruim, pois a intervenção era vista como uma invasão do território afegão pelas milícias extremistas, e a rusticidade dos meios empregados pelos soviéticos ( que teve muitas semelhanças com a atuação americana no Vietnam ) de certo somente contribuiu para aumentar a desconfiança desse povo em relação a estrangeiros…

    Pode-se dizer que a situação pega pelos americanos é, em muitos aspectos, pior que a situação pega pelos soviéticos, uma vez que o governo instalado após a era soviética radicalizou boa parte da sociedade, virtualmente eliminando os últimos resquícios do período de 1933 a 1973 ( reinado de Mohammed ), além da potencialização do “asco” a estrangeiros.

    Agora, mais de dez anos após a derrubada do regime extremista, a sociedade mostra sinais de recuperação, mas as milícias rebeldes se mantem presentes, aproveitando o agreste virtualmente sem controle para manter-se. É lógico supor que apenas aguardam a retirada americana para recompor-se e seguir para uma guerra aberta contra o governo.

    Em suma, creio que ainda seria cedo para uma retirada americana… É preciso mais e mais fortalecer a posição do governo afegão, ampliando suas forças e acelerando a industrialização e o desenvolvimento da sociedade afegã, de modo que seu povo se torne cada vez mais avesso ao extremismo e adquira uma mentalidade mais progressista. Mas isso somente pode dar certo se a segurança elevar-se ao nível de propiciar estabilidade duradoura ao governo, de modo que as pessoas adquiram confiança no sistema adotado e percebam que há uma luz no fim do túnel. A paz é a consequência final disso…

  4. Os EUA só venceriam uma guerra convencional contra a Russia ou a China se essa guerra fosse longe das fronteiras destes 2 países, mas se os EUA fosse para uma guerra com eles dentro de seus territórios seriam derrotados HUMILHANTEMENTE, simplesmente hoje os EUA não tem condições militares de projetar uma força capaz de vencer Russia ou china em seus territórios, não há meios, não há logistica e não há MONEY para isso, é importante saber dar pesos as capacidades militares de russia e china,como a marinha americana e seus porta aviões lotados de f18 chegariam a costa destes países sem antes serem afundados por submarinos russos ou chineses??, como esses porta aviões escapariam de misseis supersônicos??? Como os EUA teriam superioridade aérea mesmo tendo mais caças e com melhor tecnologia se sabemos que todas as possiveis bases terrestres americanas no exterior estão ao alcance de centenas de misseis russos ou chineses??? Na verdade não chegaria a ter um confronto de caças americanos contra russos ou chineses simplesmente porque não haveria de onde os caças americanos decolarem. A realidade se mostrou DURA contra essa suposta maior capacidade militar ocidental no conflito das Malvinas, a poderosa Inglaterra quase tomou um toco da FRACA Argentina que só não ganhou a guerra em função de ter apenas meia duzia de exocet e NENHUM submarino com capacidade de combate,fora os caças velhos sem radares, no mundo REAL mine submarino obsoleto da coreia do norte afunda moderna corveta da coreia do sul e os EUA botam o rabo entre as pernas quando vêem a marinha da russia chegar no mediterrâneo e estacionar na Síria.

    • Como eu disse antes. Os resultados das guerras dependem mais dos objetivos e das estratégias.

      Também acho que invadir a rússia seria loucura, mas caso os russos invadissem algum país do leste europeu, como a Polônia, os americanos provavelmete teriam capacidade de expulsá-los de lá e a Rússia perderia a Guerra.

      O mesmo vale para a china, os americanos não tem condições de invadi-la e, caso tentassem) perderiam a guerra por causa de um objetivo inalcançável. Porém ao mesmo tempo, os EUA teriam condições de impedir que os chineses invadissem Taiwan e nesse caso venceriam. ( claro que se os chineses tiverem uma estratégia melhor também poderão vencer )

      O mesmo aconteceu com os Ingleses nas Malvinas, eles jamais teriam condições de invadir a Argentina, mas como seu objetivo era conquistar algumas ilhas mal defendidas eles foram lá e venceram.

      Outro exemplo, a Primeira Guerra do Golfo em 91, quando os Iraquianos invadiram o Kuwait, em pouco mais de cem dias os americanos e seus aliados praticamente arrasaram os iraquianos e venceram com facilidade. Já na segunda Guerra do Golfo, mesmo com o Iraque muito mais fraco do que em 91, os americanos levaram quase dez anos para vencer e ainda perderam milhares de soldados. Os resultados foram diferentes apenas pq os objetivos eram diferentes.

      Simples.

    • “no mundo REAL mine submarino obsoleto da coreia do norte afunda moderna corveta da coreia do sul”

      Acontece que a corveta não estava em estado de guerra e não havia outras plataformas ASW procurando por submarinos.

      Temos que lembrar que os EUA tem a frota mais poderosa de submarinos nucleares, mais de 40, protegendo seus navios.

      “os EUA botam o rabo entre as pernas quando vêem a marinha da russia chegar no mediterrâneo e estacionar na Síria.”

      Sinceramente não vi os EUA botarem o rabo entre as pernas. Se não quiseram confronto com os russos foi pq as consequências disso seriam pesadas demais para eles e o mundo todo. E se os amerricanos não atacaram a Síria isso se deve a motivos geopolíticos, políticos e econômicos, e não por medo da marinha russa.

    • Alexandre,

      As novas perspectivas propiciadas pelo atual poderio americano não pedem para aproximar-se demasiadamente do território hostil para lançar um ataque; e sim apenas chegar a melhor distância possível para o lançamento de suas armas…

      A rigor, podendo lançar os Tomahawks a mais de mil quilômetros da costa adversária a partir de submarinos ou navios de superfície, seria extremamente complexo localizar uma Força Tarefa americana e lançar-lhe um ataque antes… Na verdade, a própria distância, por si só, já limita as opções do que pode ser usado…

      Também é verdade que nada resiste a um ataque de saturação de mísseis, mas o sistema AEGIS foi concebido justamente para defender a frota contra ataques de grandes proporções. Hoje, nenhuma outra marinha do mundo esta tão bem preparada para repelir um ataque de mísseis quanto a USN.

      Concordo que localizar um submarino no mar é tarefa hercúlea. Contudo, a capacidade ASW da USN também não pode ser ignorada. Atualmente, os sistemas ASW americanos figuram entre os melhores… E para aproximar-se adequadamente ( com as melhores chances de sucesso ) a distância de lançamento de suas armas, um submarino deve contar com apoio de outros meios ( aeronaves ASW, navios ), o que seria extremamente difícil em zona contestada. Localizar um alvo visualmente é algo extremamente difícil, pois para tanto, ter-se-ia que penetrar no circulo defensivo do Grupo de Batalha.

      Resumindo, deter um Grupo de Batalha americano exigiria uma quantidade de armamento que simplesmente 99,9% dos países pelo mundo não possuí; e vale lembrar que em uma guerra contra uma superpotência, não seria apenas um grupo a ser mobilizado… Em suma, não digo que a USN é invencível, mas ela não pode, sob quaisquer circunstâncias, ser subestimada… O fator determinante que inviabilizou o ataque a Síria não foi outro senão o próprio povo americano, cansado de duas guerras levadas a cabo a mais de uma década, pois se dependesse da USN, teriam varrido a Síria a mísseis ( e os russos pouco ou nada poderiam fazer para impedir )…

      Durante as Malvinas, um punhado de Harriers ( salvo engano, nunca foram mais que 25 operacionais ) garantiu a superioridade aérea britânica contra toda a Força Aérea Argentina ( o que não é pouca coisa ), e numa época em que os argentinos contavam sim com uma força armada bem equipada para a época, com seus Mirage III, Dagger e A-4 ( além dos Etendard da Marinha ); e ainda em uma época no qual as forças britânicas passavam por um período importante de transição… Isso se deveu, acima de tudo, a treinamento superior e consequente aplicação correta dos meios disponíveis, coisa que os argentinos jamais fizeram…

  5. OU seja… PERDERAM MAIS UMA GUERRA!!

    E porque perderam a Guerra?? Mais uma pergunta pra tentar achar a verdade… Que tal uma analise dos precedentes militares históricos… Poderíamos usar um precedente recente, isso estaria bom?? Algo onde já existia a propaganda de massa então melhoraria a analise??

    HISTORICAMENTE NESTE MUNDO REAL, vencer uma guerra é controlar o seu território, e hoje mesmo a OTAN não controla o território do Afeganistão, muitas províncias estão de fato sob o controle dos inimigos da OTAN, ou seja, a OTAN nunca venceu de fato a guerra do Afeganistão, INVADIU, isso, e a OTAN não venceu nem mesmo a guerra do Iraque, que hoje ameaça PUBLICAMENTE um aliado histórico dos USA na região, Israel se for atacar o irã e tiver que passar sobre o espaço aéreo Iraquiano!!

    Então, isso é vencer uma guerra, o vencido faz o que quer, ameaça os teu aliados, compra armas do teu maior inimigo, no caso a Rússia, e fica tudo por isso mesmo??

    As Legiões da OTAN invadiram o território, isso sim é verdade, nos dois casos, bateram nos campos de batalha os exércitos locais, e agora vem a SIMILARIDADE COM OS PRECEDENTES HISTÓRICOS.. a OTAN agiu igual fizeram os Nazistas!

    Os Nazistas invadiram muitos países durante a 2°Guerra Mundial, bateram vários exércitos no campo de batalha mas no fim das contas PERDERAM DE FATO A GUERRA, pois perderam o controle dos territórios dos países invadidos, e até do próprio, o que não acontecerá!!

    Simples assim, taticamente e estrategicamente é isso que demonstra uma vitória ou uma derrota, todo o resto é propaganda… Destruir um exercito defensor não quer dizer se venceu, o controle do território sim, pois se controla o território pode fazer TUDO O QUE QUISER NESSAS TERRAS, matar a população ou deixa-los viver sob a tua luz inspiradora, confiscar a produção agrícola ou levar o bem estar da sua presença, industrializar ou roubar todas as maquinas industriais existentes, Libertar o Petróleo ou deixar os locais ficarem ricos sob a tua proteção… Chama-se “Saqueio” essa tática de roubarem dos locais tudo aquilo que trouxer riquezas para o invasor, para repagar em parte os custos da invasão!!

    Tudo EXATAMENTE como os Nazistas faziam com os recursos naturais da Noruega, vencida no campo de batalha, ou com as obras de arte da França, também vencida nos campos de batalha… mas os Nazistas PERDERAM A GUERRA, mesmo destruindo inteiros exércitos nacionais e saqueando esses países!!

    O Afeganistão voltará a ser exatamente como era antes da invasão da OTAN, assim como a Europa voltou a ser depois que as invasões e controle do território da Alemanha Nazista invasora acabou, à parte os territórios conquistados pelos Soviéticos obviamente, mas acho que isso não precisaria estar explicando… Os Talibãs voltarão ao poder no Afeganistão, e dominarão o INTEIRO território de novo, como se essa guerra nunca tivesse existido, as mulheres continuarão usando o Burca, os senhores da Guerra Locais continuarão comandando seus feudos, mas a única coisa que mudará de fato será a produção de drogas, os Talibãs nunca toleraram isso no Afeganistão, antes das invasões ocidentais a produção de drogas no país era mínima, penas severa com a morte em caso de reincidência!!

    O negocio bilionário do mercado das drogas ilícitas para os Ocidentais terá que mudar, talvez a Colômbia que vive A VARIAS DÉCADAS debaixo da intervenção militar americana na “Guerra Contra as Drogas” tenha que aumentar a produção de Heroína também, vendo que a de Cocaína bate recorde atrás de recorde de produção e exortação, a Heroína já vem sendo produzida no país a poucos anos, alguns céticos dizem que é justamente porque a guerra do Afeganistão estava tendo revés atrás de revés, e como esses produtos DÁ LUCROS GIGANTESCOS justamente por serem ilícitos e não pagarem impostos ou despesas com controles de qualidade, deverão ser transferidos para territórios controlados pelos ocidentais, aqui mesmo no Ocidente, já que lá fora manter isso está cada vez mais difícil vendo a crise econômica e os altos custos militares pra isso!!

    Link para a nova Grande produtora de Heroína Mundial, obviamente pra substituir o Afeganistão, já que a Guerra foi pro ralo:

    http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u21790.shtml

    A nova questão agora pro novo produtor de Drogas que o Ocidente tanto consome é o financiamento, onde investir o capital conseguido, em quais instituições bancarias depositar esses lucros já que as leis locais DOS GRANDES OCIDENTAIS podem gerar problemas e confiscas de contas e fechamento de bancos?? Mais uma pergunta pra tentar encontrar a verdade e não engolir a verdade pronta…

    O Noriega foi tirado do poder do Panamá depois de cometer o erro fatal, achando que poderia “Nacionalizar” os bancos panamenses e confiscar as contas correntes do trafico de drogas, praticamente todas de empresários e corporações respeitáveis dos USA, era coisa ilícita mesmo né, quem iria intervir ou reclamar??… Se deu mal, o exército regular dos USA foi lá e tirou o cara do poder, Noriega esse que a própria academia das américas treinou e a CIA instituiu no poder!!

    E agora o Panamá voltou a prosperar depois que esse “bandido” Noriega, ditadorzinho latino americano asqueroso foi tirado do poder, então as bases bancarias para os investimentos das entradas com o negocio bilionário das drogas pode voltar tranquilamente para esse país, E O MAIS IMPORTANTE GEPOLITICAMENTE, a Colômbia está ficando rica com isso tudo, já tem uma economia maior do que a da Argentina, se transformando na 2° maior economia da América do Sul, e isso sem falar que esses capitais das drogas servem ainda pra financiar o comércio e as empresas de toda a américa central e assim manter o “Status Quo” dos USA na região, mantendo-os sob sua influencia direta e afastando-as de Cuba!

    Você não conhecia essa versão da “Guerra das Drogas” e do Noriega??… Não??… Acho que está se informando das fontes ocidentais, mas não são elas o culpado, é você o culpado por não entender… POIS NÃO ESTÁ SABENDO ENTENDER A NOTICIA LIDA, não está vendo que filtram só o que lhes interessa que VOCÊ SAIBA, não está vendo o outro lado, o LADO OCULTO DA COISA… O resto você tem que entender sozinho, ver o mundo como ele é e não como você acha que é… Nós somos diferentes, nós “Buscamos Sempre a Verdade”, e não somos como a imprensa imparcial do ocidente que sempre “Prega a Verdade” e depois inteiras hordas de papagaios a repetem e alguns deles até enchem o peito e se acham, “Bem informados” ou “Conhecedores da Verdade”, os outros é que vivem nas trevas da mentira ou são “Cegos pela Ideologia”!!

    A Inglaterra já fez isso com a China na História lembra?? Pois é, mais um precedente histórico pra gente entender o mundo real como ele é, sem “Moralismos” ou “Politicamente Corretos” pra te envolver ou moldar o seu entendimento do mundo!!

    Então, mais uma vez, pense com a tua cabeça, não se deixe enganar pelos outros que “Dizem a Verdade” ao invés de “Buscar a Verdade”, e nem mesmo use somente informações ocidentais pra basear os teus raciocínios, é já viciado a priori, ou se deixe manipular pela sua parcialidade pessoal “Pró-OTAN”… a luz dos fatos, a OTAN PERDEU AS GUERRAS do Iraque e Afeganistão, simples assim!!

    Valeu!!

    • “OTAN PERDEU AS GUERRAS do Iraque e Afeganistão, simples assim!!”

      Mas venceu todas as batalhas! Isso confirma o que eu disse: o que define o resultado das guerras são os objetivos.

      E se quisessem, os americanos poderiam sim saquear e exterminar toda a população do Iraque e do Afeganistão sem dificuldade, assim obteriam controle completo de ambos os territórios.
      Isso seria uma vitória para você?

      Se perderam essas guerras é pq estabeleceram objetivos e estratégias inalcançáveis, não tem nada a ver com sua capacidade militar.

      • Mesmo, então porque NÃO MATARAM TODOS OS TALIBÃS JÁ QUE TINHA TUDO SOB CONTROLE NO AFEGANISTÃO??

        Era esse o objetivo não era? Limpar o mundo da praga Talibã?

        Mas não conseguiram pois não dominaram o território, simples assim!!

      • “porque NÃO MATARAM TODOS OS TALIBÃS ”

        Não mataram todos os talibãns pq eles são civis,
        Querrilheiros armados foram massacrados pelas tropas americanas com apoio aéreo. Mas os que estão misturados à população não podem ser mortos.
        O problema é que não há como distinguir um taliban desarmado de um civil inocente, portanto as sofisticadas armas americanas não tem alvos para atacar.

        A OTAN não quis fazer o mesmo que a União Soviética que matou 10% da população afegã .

        Simples assim.

      • Errado Deagol..

        Não mataram os Talibãs por que NÃO CONTROLAVAM O TERRITÓRIO… pois os Talibãs não lutariam sem munição ou armas e essas entravam pelo simples fato da falta de controle do território, e sem isso, A GUERRA ESTÁ PERDIDA!!

        A OTAN mata população civil amigo, isso é desculpa simples assim…

        O fato estratégico é que não controlavam o território, só mais do mesmo!!

    • Interessante que não falei que perderam a guerra por causa de sua capacidade militar…

      Da parte das drogas não falou nada… normal.. é uma coisa que ninguém quer ver no Ocidente mesmo!

      Valeu!!

      • “Interessante que não falei que perderam a guerra por causa de sua capacidade militar…”

        Da mesma forma que ninguém aqui havia dito que os EUA venceram a guerra do Afeganistão.

        Eu, pelo menos, considero que os objetivos americanos não foram alcançados, por isso pode-se dizer que eles realmente perderam a Guerra, mesmo tendo conquistado o território.

        “Da parte das drogas não falou nada… normal.. é uma coisa que ninguém quer ver no Ocidente mesmo!”

        Não comentei sobre as drogas pq não conheço direito os fatos! Só isso.

        E como eu já disse várias vezes aqui no blog: Os americanos não são bonzinhos, são apenas mais um país defendendo seus interesses à força.

        E, por fim, sempre fui contra ainvasão do Iraque e não gosto nem um pouco dos republicanos.
        O fato de eu defender a tecnologia e a capacidade deles não significa que eu apoie as barbaridades que eles comentem.

        Valeu!

  6. O Afeganistão vai cair novamente nas mãos de terroristas revolucionários do Talebã, que vão continuar esquartejando meninas que cometem o “terrivel crime de ir a escola” para delirio de anti-americanos brasileiros.

    O problema agora e deter o avanço do telebã no Paquistão, se se infiltrarem fundo nas esferas de poder militar paquistanês, podem jogar o muindo num inferno atomico.

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