MEMORIAL DO HOLOCAUSTO EM BERLIM, ALEMANHA

 

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“O Memorial do Holocausto, projetado por Peter Eisenman e inaugurado em 2005 em Berlim, evoca os 6 milhões de judeus assassinados na Europa sob o jugo dos nacional-socialistas. O memorial no coração da capital alemã, cujas estelas de concreto lembram lápides, oferece um lugar em que todas as vítimas podem ser homenageadas.”

 

 

Holocausto e preservação

 

A passos incertos, Peter Mertens caminha pelo bosque de blocos de concreto dispostos simetricamente. Quanto mais o turista da cidade Darmstadt, de 63 anos, o adentra, mais altos ficam os monólitos e mais ele tem a impressão de estar desaparecendo em meio a eles. “Ou sou que eu estou tonto, ou o chão está balançando”, diz Mertens.A sensação de insegurança é intencional.

 

O Memorial do Holocausto, projetado por Peter Eisenman e inaugurado em 2005 em Berlim, evoca os 6 milhões de judeus assassinados na Europa sob o jugo dos nacional-socialistas. O memorial no coração da capital alemã, cujas estelas de concreto lembram lápides, oferece um lugar em que todas as vítimas podem ser homenageadas.

 

Além disso, um centro de documentação subterrâneo traça a história da perseguição antissemita e narra destinos individuais através de fotos e cartas. O Museu Judaico, no bairro berlinense de Kreuzberg (na foto), também tematiza o genocídio dos judeus.

 

Desde a inauguração, em 2001, sua arquitetura espetacular atrai turistas de todo o mundo, sendo o maior foco de interesse o novo prédio em ziguezague, do arquiteto Daniel Libeskind. Trata-se de uma sala memorial estreita, que a luz do dia penetra através de uma fresta no teto. Um corredor em declive, o assim chamado “Eixo do Holocausto”, leva até o aposento escuro. Também aqui, o chão irregular reflete o desequilíbrio que invadiu a vida dos judeus durante a dominaç&a tilde;o nazista.

 

O maior museu judaico da Europa, no entanto, não apenas recorda a Shoah. Nos andares superiores desdobram-se os 2 mil anos de história judaica na Alemanha, da Antiguidade Romana ao período presente. Rolos de torá históricos, joias preciosas e escritos da Idade Média documentam a íntima ligação entre a cultura judaica e a história alemã. As peças falam de épocas em que artistas, autores e cientistas judeus marcaram a vida intelectual de sua pátria germânica.

 

O pátio interno oferece uma vista ampla sobre o conjunto arquitetônico. O museu é uma das muitas instituições e monumentos construídos nos últimos 20 anos com o fim de reexaminar a história teuto-judaica.

 

A Nova Sinagoga da Oranienburger Strasse também atrai visualmente. Sua cúpula dourada em estilo mourisco brilha para muito além dos telhados circundantes.

 

Hoje, ela abriga uma mostra sobre os 140 anos da sinagoga e conta a vida dos judeus no bairro de Mitte.Nele foi criado, em meados do século 18, o primeiro centro judaico de Berlim, no qual mais tarde iriam morar muitos imigrantes da Rússia e de outros Estados do Leste Europeu. Após a Segunda Guerra Mundial, grande parte dos resquícios da vida judaica havia sido destruída.

 

O Centrum Judaicum na Nova Sinagoga promove regularmente concertos, leituras e apresentações teatrais, e seu arquivo documenta a história da comunidade judaica berlinense.

 

Fonte: Menorah, Jornal Eletrônico, Número 292