Navio de R$ 75 milhões vai ajudar Brasil a explorar o pré-sal

Sugestão: Gérsio Mutti

CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA

O Brasil terá no ano que vem seu primeiro grande navio oceanográfico. A compra está sendo finalizada em um estaleiro chinês por um consórcio formado por governo, Vale e Petrobras, e deve ser anunciada em breve pela presidente Dilma Rousseff.

Cientistas farão ato em Brasília por royalties do pré-sal

O barco, de cerca de 80 m de comprimento, terá capacidade para 90 pessoas e autonomia para ficar até três meses seguidos no mar.

O brinquedo é caro, mas responde a uma necessidade antiga do país: a de ter uma plataforma de pesquisa oceânica capaz de explorar o Atlântico Sul, a porção de mar menos conhecida do planeta. Hoje quase não há navios totalmente dedicados à pesquisa no país.

“Com 4,5 milhões de quilômetros quadrados de mar, um navio é pouco. Precisamos de dúzias”, disse à Folha o almirante Ilques Barbosa Junior, secretário de Ciência e Tecnologia da Marinha.

A conta trai um dos objetivos por trás da compra: 4,5 milhões de km2 é a área de mar sobre a qual o Brasil se autoconcedeu soberania econômica, na chamada plataforma continental. Trata-se de uma área maior que a Zona Econômica Exclusiva, que soma 3,5 milhões de km2.


Arte

FRONTEIRA

Essa fronteira marítima, declarada pelo Brasil no âmbito da Unclos (Convenção das Nações Unidas para o Direito do Mar), é uma extensão geológica do pré-sal e provavelmente contém reservas ainda desconhecidas de petróleo, gás e minérios.

Para exercer plenos direitos sobre a plataforma continental, porém, o país precisa fazer pesquisa. E até agora não está equipado para isso.

Daí o interesse da Petrobras e da Vale, que aceitaram o pedido do ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, para que bancassem a parte do leão da compra do navio.

“Há muita pesquisa básica que é de interesse estratégico das empresas”, disse o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa do ministério, Carlos Nobre.

A Marinha também tem interesse em ocupar a zona do pré-sal, e manter navios oceanográficos na região é uma forma de fazer isso.

O ministério realizou uma consulta a oceanógrafos sobre os equipamentos que eles gostariam de ter no barco. A resposta foi uma “lista de compras” com 48 itens, que inclui até uma broca para coletar amostras de rocha.

“A gente participa como coadjuvante de vários grandes programas, porque temos instrumentação, mas não temos plataforma [navio] para entrar no clube”, afirma Carlos Eiras Garcia, diretor do Instituto de Oceanografia da Furg (Universidade Federal de Rio Grande).

Segundo Nobre, o governo estuda a aquisição de um segundo navio oceanográfico, em 2014, a ser produzido por um estaleiro nacional.

Garcia afirma que a comunidade científica está animada com o navio, mas ainda não foi chamada para conversar. “A longo prazo, o que precisamos é de um instituto oceanográfico nacional, nos moldes do que têm os EUA.”

Fonte: Folha

20 Comentários

  1. “”Navio de R$ 75 milhões vai ajudar Brasil a explorar o pré-sal””
    ““Com 4,5 milhões de quilômetros quadrados de mar, um navio é pouco. Precisamos de dúzias”, disse à Folha o almirante Ilques Barbosa Junior, secretário de Ciência e Tecnologia da Marinha.”
    Preciso dizer para quais interesses estão seguindo tais medidas? PRECISAMOS DE DÚZIAS. NÃO DE UM PARA O PRÉ-SAL.
    “‘Ilha do Petróleo’, no Rio, pode ser o maior centro de pesquisa do mundo”: http://planobrasil.com/2011/09/26/ilha-do-petroleo-no-rio-pode-ser-o-maior-centro-de-pesquisa-do-mundo/

    ACORDA… BRASIL.

  2. Me parece que muitos pedidos pra poucos estaleiros no brasil eu acho que aqui vai demorar até pegar o ritmo
    o novos estaleiro que esta sendo contruido é de Eike Batista que me parece que vai investir no super porto mais 1,5 bilhão. estaleiro de alta escala só temos dois ilha das cobras que pertence a marinha e EAS em pernambuco eu esto tirado os privados e novo estaleiro de Eike .
    quem quiser ver mais, é só procura na net ja vou avisado os pricipais estaleiros que existe aqui são 15.

  3. MENOS senhores… não podemos querer produzir tudo como a china faz… pode ser um caso de necessidade temporaria devido ao tempo exiguo em produzir o navio… isso acontece… preferiria também que fosse aqui produzido… mas devem ter uma razão para isso além do fato valor…

  4. O problema é o prazo, comprando este navio da China já o teremos pronto no ano que vem, se for para construir um no Brasil vai demorar mais tempo para ele esta pronto e equipado e infelizmente estamos precisando para ontem deste navio! Um navio é muito pouco acho que deveríamos comprar este primeiro da China e em paralelo encomendar mais um ou dois deste tipo de navio a estaleiros nacionais tal a carência que temos.

  5. É complicado estamos tão atrasados em relação as potências existente e fazemos tão pouco para alcança-las !
    Pelo menos vamos adquirir um navio, é melhor que não ter nenhum,mas poderíamos te-lo construido aqui!

  6. Bom só posso falar por minha cidade.Moro em Niterói e aqui tem dois estaleiros e já faz uns 5 anos que as encomendas não param é uma plataforma ou navio plataforma atráz da outra tenho algumas fotos dos mesmos.Alguns são reformas e outros são novas encomendas.O último que tá saindo do forno é um navio para a transpetro.Por aqui a capacidade instalada está no limite,não sei qual é a situação nos outros estados.

  7. “Cientistas farão ato em Brasília por royalties do pré-sal…”

    Cientistas de onde???? De São José dos Campos??? Da USP??? Da UNICAMP??? da UFRJ??? De São Carlos???? Quá quá quá quá quá quá CADA ESTADO que CUIDE dos SEUS CIENTISTAS e SUAS UNIVERSIDADES e de SEUS PARQUES TECNOLÓGICOS E INDUSTRIAIS!!! Seja no ACRE, Seja em RONDÔNIA, seja em RORAIMA, seja no AMAPÁ, seja no PIAUÍ. Nós, do NORTE/NORDESTE, NÃO vamos aceitar que estes USURENTOS do SUL MARAVILHA nos ROUBEM.

  8. Prezados companheiros, creio eu que “nesse exato momento” o foco do governo federal está no fato de ter que dar sustentação ao seu requerimento junto a ONU de expansão dos limites da área de interesse da Amazônia Azul e não na construção de um navio ou mesmo de uma pequena frota para atender aos seus anseio específicos nessa área.

    Ou o Brasil ocupa rapidamente a área pleiteada com navios de pesquisa e pesquisadores de ponta que comprovem cientificamente os seus esforços e as suas descobertas no leito do Atlântico Sul ou atraíra sobre si a negativa para as suas pretensões e o pior, abrirá espaço para a concorrência que está só esperando uma brexinha para escancarar de vez.

    Acredito que os estaleiros brasileiros não teriam condições, nesse momento, de atender a demanda do governo nessa área e de forma tempestiva a satisfazer os objetivos propostos, daí a China haver sido escolhida, até porque a China é hoje a nossa maior parceira na exploração do Pré-Sal.

  9. Chinês talvez por causa de uma questão de custos nesse momento,más com investimento os estaleiros brasileiros devem se tornar o destino comum dos outros navios a serem construidos…imagino ser essa a questão!.

  10. Na altura do campeonato temos é que ocupar e mapear tudo que existe na nossa Amazônia Azul. Que seja navio Chines e ainda mais um de outro lugar. Porém sabemos que isto é pouco e insignificante, então que já seja feita encomenda aqui no Brasil, para demanda daqui a três ou quatro anos. Fico abismado como em nosso país, que quer se dizer em desenvolvimento, não existe planejamento estratégico: é tudo de improviso. Estudem em qualquer livrinho de administração: planejamento estratégico é longo prazo: de 20 a 30 anos. Diante disso pergunto: onde esta o Planejamento Estratégico? Só conversa furada, políticos só cuidam de seus umbigos. O povo não descobriu isso ainda?

  11. É exatamente isso, caro Blue Eyes. Não dá para fabricarmos tudo da noite para o dia. Ainda mais que tudo estava sucateado, pois ficamos anos e anos comprando lá fora e sem prestigiar a nossa indústria naval.
    Dandolo, este é caminho. Temos que caminhar no leito dos oceanos Temos que ser pioneiros nisso. Embora a marinha estadunidense já esteja fazendo pesquisas a esse respeito.

Comentários não permitidos.