Força Naval do Nordeste comemora 69 anos

Durante a Segunda Guerra Mundial, a Marinha do Brasil participou da Campanha do Atlântico, a mais longa e uma das mais importantes da guerra. Nela, a Alemanha e a Itália procuravam negar o uso do oceano atlântico aos aliados. A estratégia levou o ataque ao comércio marítimo brasileiro, com o afundamento de vários navios mercantes nacionais.

O Brasil, como consequência, não podia manter uma posição de neutralidade. Sua economia dependia fortemente do comércio marítimo para exportar as matérias primas e alimentos que produzia, pois era um País essencialmente agrícola, para importar combustíveis, pois não tinha, então, carvão de boa qualidade e petróleo e, também, porque, por falta de estradas, dependiam da cabotagem para os intercâmbios comerciais entre suas principais regiões.

Com a entrada do Brasil no conflito, tendo como principal aliado os Estados Unidos da América, coube a Marinha do Brasil patrulhar o Atlântico Sul e proteger os comboios de navios mercantes que trafegavam entre o Mar do Caribe e o litoral Sul do Brasil contra a ação dos submarinos e navios corsários germânicos e italianos.

No início do conflito, a Marinha do Brasil pouco conhecia das novas táticas anti-submarino e estava, consequentemente, desprovida de material flutuante e dos equipamentos necessários para executá-las.

A criação da Força Naval do Nordeste (FNNE), pelo Aviso n0 1.661 de 5 de outubro de 1942, foi parte do rápido e intenso processo de reorganização das forças navais brasileiras para adequar-se à situação de conflito. Sob o comando do então Capitão-de-Mar-e-Guerra Alfredo Carlos Soares Dutra, a recém-criada força foi inicialmente composta pelos seguintes navios: Cruzadores “Bahia” e “Rio Grande do Sul”, Navios-Mineiros “Carioca”, “Caravelas”, “Camaquã” e “Cabedelo” (posteriormente convertidos em corvetas) e os Caça-Submarinos “Guaporé” e “Gurupi”.

Recebeu, ainda, navios que tinham acabado de ser prontificados nos estaleiros brasileiros e várias escoltas anti-submarino cedidas pelos norte-americanos; constituindo-se na Força-Tarefa 46 da Força do Atlântico Sul, subordinada a 4ª Esquadra Norte-Americana. Os entendimentos entre o Brasil e os Estados Unidos permitiram o fornecimento ao Brasil de navios de proteção ao tráfego e de ataque a submarinos, bem como o indispensável treinamento para o pessoal, habilitando-os a operarem navios modernos com meios de detecção, como o sonar.

A missão principal da Marinha do Brasil foi a escolta dos comboios de navios mercantes. A atuação das forças navais brasileiras, destacadamente da FNNE, manteve abertas as vias de comunicação marítima no Atlântico Sul, provendo os aliados de materiais estratégicos essenciais para o esforço de guerra e mantendo a economia nacional abastecida.

Esta guerra cotidiana e silenciosa custou inúmeras vidas. As perdas brasileiras na guerra marítima somaram 30 navios mercantes e três navios de guerra, entre eles o “Bahia” e o “Camaquã”, que pertenciam à FNNE. Nas operações navais na Segunda Guerra Mundial, a Marinha do Brasil perdeu 486 homens. Em 7 de novembro de 1945, concluída a sua missão, a FNNE regressou ao Rio de Janeiro em seu último cruzeiro. O desempenho da FNNE, no cumprimento de sua missão, evitou que houvesse um desabastecimento das cidades brasileiras e contribuiu de maneira notável para permitir o fluxo da navegação de longo curso do Atlântico Sul e certamente para a vitória final aliada sobre o Eixo.

Fonte: Nomar online

5 Comentários

  1. Estão velhas e obsoletas, as ilhas no Atlântico eram p serem tranformadas em PA fixos e mt bem armados p n navios de guerras , caças, hellis mt dirigiveis p tranpostrs de cargas e ajudar na vigilancia dos n mares e florestas são + rápidos q os navios de abastecimentos e mt bicudinhos nelas…p ontem.

  2. O meu pai serviu na corveta “Caboclo”,quando entrou na MB em 1953,e até hoje ela está na ativa.Meu velho já está com mais de 80 anos.
    As Forças Armadas estão sucatedas e vai levar uns 10 anos para recompor os 30 perdidos desde 1980.

  3. Muito bonita homenagem aos tanto corajosos quanto vulneráveis na Guerra. Mas escrevo este comentário para os ex combatentes anônimos que prestaram grande apoio a Marinha Brasileira. Os pescadores e marítimos que foram a pique sobre ataque em alto mar, e que sumiram do mapa. Mas para as famílias e alguns lembrados pela Marinha nunca serão esquecidos.

    Edson Odilon

    TecgºNaval

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