ALMIRANTE NELSON O homem que derrotou Napoleão

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Sugestão: Gérsio Mutti

Autor: Armando Vidigal
Assunto: GUERRA – MILITARIAHISTÓRIAINTERESSE GERAL
Coleção: GUERREIROS

SINOPSE DA OBRA: Estrategistas, corajosos, carismáticos, os grandes guerreiros deixaram sua marca na História, conduzindo exércitos, defendendo (ou combatendo) governantes, alterando o mapa político. Esta coleção, escrita especialmente para o leitor brasileiro, conta as trajetórias desses bravos (e bravas) em livros cuidadosamente elaborados e gostosos de ler.
O maior guerreiro do mar de todos os tempos, o britânico almirante Nelson é conhecido pela derrota monumental que impingiu a Napoleão Bonaparte. Este livro mostra as táticas e estratégias utilizadas por esse marinheiro genial, capaz de decisões rápidas e eficientes no comando de uma esquadra. Mostra também sua vida pessoal atribulada e cheia de dilemas, nem sempre tão bem resolvidos.
Horatio Nelson teve uma vida e uma morte espetaculares. Trafalgar, da qual saiu vencedor e mortalmente ferido, foi a maior de todas as batalhas da época da vela. Embora a guerra tenha se arrastado ainda por dez anos, foi essa a batalha que tornou possível todas as vitórias seguintes em terra contra Napoleão, tendo assegurado a definitiva predominância da Marinha Real britânica.
Tudo isso e muito mais é narrado neste livro, brilhantemente escrito por um especialista, que dirigiu a Escola de Guerra Naval brasileira, o almirante Armando Vidigal. Com descrições detalhadas das grandes batalhas vividas por Nelson, ilustrações e esquemas explicativos, esta obra traz ao leitor os grandes momentos da vida de um marcante personagem da história.
SOBRE O AUTOR: Armando Vidigal (in memoriam) foi vice-almirante. Graduou-se em Ciências Navais pela Escola Naval e foi membro do Instituto de Geografia e História Militar, do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp, do Instituto Brasileiro de Estudos Estratégicos e do Centro de Estudos de Política e Estratégia da Escola de Guerra Naval. Exerceu importantes funções na Marinha, tais como diretor da Escola de Guerra Naval e comandante do Terceiro Distrito Naval. Conferencista em Portugal, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Uruguai e Suécia. É autor e organizador de diversos livros. Pela Editora Contexto é coautor de “História das guerras”.

PREFÁCIO DA OBRA: Este é um livro sobre a vida de um herói marinheiro, o almirante Horatio Nelson (1758-1805), escrito por um apaixonado pelo mar, o almirante Armando Vidigal, que o deixou manuscrito, ao falecer em dezembro de 2009.

Durante sua carreira na Marinha do Brasil, o almirante Vidigal desempenhou com destaque todas as funções e cargos que exerceu e, depois que deixou o serviço ativo, produziu vários trabalhos para a Marinha Mercante Nacional. Ganhou cinco vezes o Prêmio Revista Marítima Brasileira (periódico publicado pela Marinha desde 1851), com artigos originais e brilhantes, em que transmitia seu entusiasmo pelas coisas do mar. Ele contribuiu para formar, principalmente nas pessoas mais jovens da comunidade marítima brasileira, uma forte consciência da importância do Poder Marítimo e de seu componente militar, o Poder Naval, para o Brasil. Publicou muitos livros e artigos; realizou palestras; expôs seu pensamento sem medo da crítica, sabendo que publicar é um ato de humildade, de sujeição a outras formas de pensar; e criou novos patamares de conhecimento, para benefício de todos. No relacionamento futuro do país com o mar haverá, provavelmente, a contribuição de muitas das ideias que deixou.

O almirante Vidigal era estudioso da História Marítima e conhecia bem a História da Marinha Real inglesa, e depois britânica, por sua importância e pela influência que exerceu em outras Marinhas, como, por exemplo, a do Brasil.

A vitória da Grã-Bretanha nas Guerras Napoleônicas iniciou um período conhecido internacionalmente como Pax Britannica. Durante quase um século, por meio de um Poder Marítimo notável, a Grã-Bretanha exerceu o domínio dos mares e se tornou próspera. Nesse seu poderio estavam: o transporte por navios mercantes, para suprir o comércio internacional; a instalação de cabos telegráficos submarinos, para a comunicação com outros continentes; a liderança no projeto na construção de novos navios, alguns inovadores; e a atuação de forças navais, em todos os oceanos, para garantir interesses nacionais britânicos. Essa predominância internacional se manteve até a Primeira Guerra Mundial, no século xx.

A característica das táticas empregadas por Nelson foi a agressividade com que procurava destruir a Força Naval inimiga em combate. Não lhe bastava uma vitória estratégica obtida com resultados táticos indecisos. Na descrição da Batalha de Trafalgar, que inicia este livro, ele utilizou uma tática arriscada, que expôs ao fogo concentrado da força franco-espanhola os navios ingleses que lideravam suas duas colunas, o Victory, onde estava a bordo, e o Royal Sovereign, do contra-almirante Cuthbert Collingwood. Seu principal propósito foi destruir o inimigo. O mesmo aconteceu com sua iniciativa em Cabo de São Vicente, no comando da Batalha do Nilo (ou Aboukir) e na destruição da Esquadra dinamarquesa, em Copenhague. Tudo isso e muito mais foi descrito neste livro por um profissional capacitado para fazer a análise militar de combates e situações, um almirante que dirigiu a Escola de Guerra Naval brasileira.

O almirante Vidigal não deixa de expor também a vida pessoal de Nelson, nem sempre louvável em algumas ocasiões (como a vez em que dividiu a mesma casa com a amante e seu marido, lorde Hamilton). É, porém, impossível conhecer a personalidade do grande herói sem falar de seu grande amor, Emma (lady Hamilton), uma das mulheres mais bonitas de sua época. Para Nelson, ela era seu anjo, para outros, uma aventureira que iniciara sua vida, aos 16 anos, como prostituta. Pintores e escultores a utilizaram como modelo; escritores, como Goethe, a descreveram e, graças a isso, hoje, passados dois séculos, conhece-se bem sua imagem e beleza, verdadeiramente deslumbrante quando jovem. “Emma adorava representar, emocionar e inspirar”, gostava de ser sempre o centro das atenções, como o almirante Vidigal relata no livro. Com a idade, engordou, passou a beber sem moderação e contraiu muitas dívidas. Anjo, demônio, ou apenas uma mulher linda, em quem faltava a educação suficiente para moldar um caráter digno e que tinha o poder de seduzir um herói, para possuí-lo e, talvez, usufruir de parte de sua fama?

O que aconteceria com Nelson se não morresse em Trafalgar? Seria esquecido, como muitos outros, e iria cuidar de sua propriedade na Sicília, talvez cego, ao lado de uma mulher detestada por muitos? Impossível saber, mas ele não seria facilmente esquecido. Seriam lembrados: sua liderança sobre os subordinados; seu planejamento detalhado para as batalhas; sua indômita agressividade contra os inimigos; sua capacidade de aproveitar bem as oportunidades, transformando-as imediatamente em vantagens; e, sem dúvida, suas grandes vitórias, que ajudaram a proporcionar para seu país prosperidade garantida por um século de domínio dos mares. Período lembrado pelos males do colonialismo e, também, pela propagação, por todo o planeta, de ideias liberais, conceitos de justiça e outros valores sociais importantesalém de produtos tecnológicos da “Revolução Industrial” – que demonstrou, desde então, que o capitalismo era provavelmente, apesar de seus defeitos, o melhor sistema de organização econômica para uma nação.

O almirante Nelson morreu em Trafalgar e pediu para não ser jogado ao mar. Então, seu corpo foi, primeiro, conservado em um barril de conhaque, depois exposto no Salão Pintado de Greenwich e sepultado na Catedral de Saint Paul, em Londres. Suas últimas palavras foram: “Kiss me, Hardy”, dirigindo-se a seu amigo e comandante do Victory. É também possível que tenha dito “Kismet, Hardy”, ou seja, “O destino, Hardy”. O destino que o levou a morrer em Trafalgar, mas também que lhe garantiu a admiração eterna de todos os marinheiros. Como acreditar em tudo que dizem as testemunhas orais?

Quando o almirante Vidigal faleceu, suas cinzas foram jogadas ao mar, em janeiro de 2010, cumprindo seu desejo. Em seu tempo, felizmente, não houve guerras, mas ele deixou uma obra duradoura, que vem ajudando a propagar a consciência marítima no Brasil. Este livro é um elo a mais nessa corrente, que precisa ser forte em benefício da prosperidade dos brasileiros.

Dizem que Collingwood comentou, ao identificar a mensagem com bandeiras – “A Inglaterra espera que cada um cumpra seu dever” (“England expects that every man will do his duty”) –, lançada por Nelson no mastro do Victory antes de engajar o inimigo em Trafalgar, que esperava que o almirante parasse de sinalizar, pois todos sabiam o que tinham que fazer. Embora essa mensagem pareça sempre desnecessária, ela é essencial, porque se todos cumprissem seus deveres o mundo seria muito melhor. Almirante Vidigal – amigo e mestre – obrigado por ter cumprido seu dever.


Armando de Senna Bittencourt (*)

(*) Armando de Senna Bittencourt é vice-almirante (reformado) e o atual diretor do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha. É também sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e emérito do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil.

8 Comentários

  1. Oi Peleia eu não li esse livro mas certamente vou comprar,conheço um pouco da Hisótia de Nelson,é um dos maiores Almirantes da história,gosto tb do Almirante Japonês Togo,do General Temistocles,que apesar de ser um comandade do exército Grego,na sua Administração ele criou a Marinha Atenense,e derrotou a Armada do Grande Rei Persa na baia de Salaminas,na minha opinião a batalha naval que mostra o quanto uma estratégia bem empregada é crucial para a vitória,essa batalha salvou a Grécia e o modo Ocidental de pensar.
    A Marinha Inglesa é a mais Gloriosa da História na minha opinião.

  2. Não vamos nos esquecer de Chester Nimitz amigo Barca…
    Pode ter sido muito mais uma aposta e sorte do que estratégia, mas de fato Midway abalou os rumos da guerra no Pacífico

  3. Napoleão não teve nada de Hitler. Napoleão é fruto da Revolução Francesa, lutou contra as monarquias absolutistas da Europa e entre uma de suas obras esta o Código Civil.
    A diferença entre Napoleão e Hitler é tamanha que na França existem locais de homenageiam Napoleão, o mesmo não acontece com Hitler na Alemanhã.

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