Brasil aguarda garantias para reconhecer rebeldes como representantes da Líbia, diz Patriota

Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota

Agência Brasil/Renata Giraldi | Brasília

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, atribuiu nesta terça-feira (23/08) à necessidade de a oposição na Líbia apresentar garantias que assegurem a união nacional no país. Só dessa maneira, segundo ele, o CNT (Conselho Nacional de Transição), órgão político dos rebeldes líbios, será reconhecido pelo Brasil como legítimo representante do governo de transição no país norte-africano. Segundo o diplomata, o governo provisório deve apresentar-se como capaz de estabelecer a unidade e reconciliação.

O chanceler disse ainda que o receio da comunidade internacional em relação à Líbia também está associado à fragilidade das instituições públicas no país, assim como a ausência de uma Constituição.

“A Líbia é muito frágil em termos de instituições, sem uma Constituição propriamente dita, e que tem um longo caminho a percorrer em termos de progressos institucional e democratização. O Brasil está acompanhando de perto, como membro do Conselho de Segurança, e examina quais as medidas serão necessárias”, disse Patriota.

O chanceler falou sobre a situação da Líbia, depois de almoçar com o secretário dos Negócios Estrangeiros das Filipinas, Albert Del Rosario, no Itamaraty. Na conversa, eles trataram sobre a questão da Líbia porque Rosario foi três vezes ao país e contou que há inúmeros imigrantes filipinos vivendo no país.

“O Conselho representa uma região da Líbia [a cidade de Benghazi]. Seria fundamental aos olhos da União Africana que se estabelecesse um governo de união nacional, que tivesse controle sobre todo o território e legitimidade aos olhos da população. E, evidentemente, representasse uma transição para uma situação mais democrática”, disse o chanceler.

Patriota lembrou que o Brasil acompanhou a decisão da ONU (Organização das Nações Unidas) condenando a violência promovida pelas forças aliadas ao regime de Muamar Kadafi. “O Brasil apoia as aspirações por democracia e melhores oportunidade [defendidas pela população líbia]”, disse o chanceler, informando que na quinta-feira (25/08) o assunto será tema de uma reunião extraordinária das Nações Unidas.

O chanceler acrescentou também que a decisão de adotar medidas militares na Líbia, como a área de exclusão aérea sob controle da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), gera tensão e vítimas. Segundo Patriota, é “problemático” apelar para as armas em nome da defesa dos civis.

“Acho que é um elo muito problemático você associar a promoção de democracia e direitos humanos a iniciativas militares. Nós vimos quantas mortes isso provocou no Iraque, por exemplo, quantos inocentes civis pereceram naquele contexto, no Afeganistão continua aumentando o número de mortos civis”, disse o ministro, em repreensão à parte da comunidade internacional que apoiou as operações militares na Líbia.

Fonte: Opera Mundi

6 Comentários

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    Gostaria sim de ver uma Líbia, um Egito, um Yemem, Uma Arabia Saudita, Síria, e tantos outros países da região como democracias, mas duvido muito que isso aconteça, basta ver o caso do Egito, onde o Ocidente deu aos manifestantes o “Contentinho” tirando o ditador do poder mas mantendo de fato a ditadura… so acredito vendo!!
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    Valeu!!

  2. Faltou o Bahreim Francoorp…

    Ah, e não espere por democracia na Líbia tão cedo, a oposição a Kaddafi é um saco de gatos, inclui: Monarquistas pró-ocidentais do antigo regime; Islamistas originados da Al-Qaeda (como reconhece a própria OTAN); Socialistas; Empresários; Além de muitas figuras importantes do regime teoricamente deposto.

    Sem contar os rebeldes tribais: Warfa’llah; Washafana; Tarhouna; Zlitan; Brigada Abu Ubaidah bin Jarrahtribo Obeidi (um exército de guerrilheiros fanáticos degoladores) que combaterão por muitas gerações, até o dia do Juízo Final (Afeganistão remixed????).

    Portanto Francoorp, não será tão fácil assim, nem pode ser, não será e, não vai ficar assim, ya know, essa violência não pode ficar sem castigo, man.

    E, as supostas armas químicas do Kadafi… E se elas caírem nas mãos dos rebeldes islamitas ligados a Al-Qaeda… Será boa coisa???

  3. Essa atitude “em cima do muro” será lembrada pelo novo governo Libio quando negociarem grandes contratos para a reconstrução da Libia. E a França com certeza deverá ser uma das principais contratadas 🙂 .

    []’s

  4. Esse Patriota é meio boiolado a carinha de e o jeito de falar não me engana.Por traz dessa barba se esconde uma franga rsrs

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