Síria: forças de segurança "completaram missão" em Latakia

Vista aérea do sul de Latakia, onde foram registrados os piores ataques.

O Ministério do Interior sírio declarou nesta quarta-feira que as forças de segurança, apoiadas por uma unidade do Exército, “completaram” sua missão e acabaram com os “grupos terroristas armados” no bairro de Al Raml, na cidade litorânea de Latakia.

O general Mohammed Hassan Al Ali anunciou que a unidade militar começou a retirada de Al Raml após terminar sua missão, e acrescentou que “a vizinhança está se recuperando e os cidadãos estão levando sua vida normal, que havia sido dificultada pelas ações dos grupos terroristas”, segundo a agência oficial Sana.

O bairro Al Raml, em Latakia, foi alvo de bombardeios e disparos ininterruptos durante quatro dias que causaram mais de 30 mortes e obrigaram milhares de palestinos a fugir de um campo de refugiados, segundo ativistas da oposição.

Segundo uma fonte oficial não identificada revelou à Sana, os agentes de segurança continuam a limpeza das barricadas instaladas pelos supostos grupos armados no bairro.

A fonte acrescentou que as forças de segurança prenderam um número indeterminado de pessoas e que alguns “homens armados” fugiram de Al Raml para distritos próximos, onde “abriram fogo e explodiram cartuchos de dinamite, causando mortes e aterrorizando os civis”. Segundo as autoridades, os agentes do regime continuam perseguindo estes “homens armados para restaurar a tranquilidade e a segurança nessas áreas”.

Este suposto final das operações no bairro de Al Raml é divulgado horas depois que o governo anunciou o início da retirada das tropas de Deir ez Zor, após “limpar a cidade dos grupos armados terroristas que amedrontavam os cidadãos”.

Apesar destes anúncios, os ativistas da oposição denunciam que a campanha de repressão do regime prossegue em diferentes partes do país. Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma pessoa morreu nesta quarta-feira baleada pelas forças de segurança quando se encontrava na janela de sua casa no povoado de Abdita, na província de Idleb.

Além disso, dezenas de ativistas foram presos em uma batida realizada pelas forças de segurança no bairro de Rokn al Din, em Damasco. Em Rif Damasco, cinco ativistas foram presos nesta segunda-feira à noite quando agentes das forças da ordem invadiram várias casas e fazendas do povoado de Muazameyet al-Sham, de acordo com a mesma organização.

Fonte: Terra

5 Comentários

  1. Além da Monarquia Saudita sunita, que combate os regimes xiitas e seculares da região.
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    E DA OTAN/EUA (nesta fase, atuando mais através do seu poder midiático e influencia na ONU), a Síria tem também que se preocupar com seus vizinhos…
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    Michel Chossudovsky | Global Research
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    O papel de Israel e da Turquia
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    Tanto Ancara como Tel Aviv estão envolvidos no apoio à insurgência armada. Estes esforços são coordenados entre os dois governos e suas agências de inteligência.
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    O Mossad de Israel, segundo relatos, tem proporcionado apoio encoberto a grupos terroristas radicais Salafi, os quais se tornaram ativos no Sul da Síria no início do movimento de protesto em Daraa em meados de Março/2011. Relatos sugerem que o financiamento para a insurgência Salafi está vindo da Arábia Saudita. (Ver Syrian army closes in on Damascus suburbs , The Irish Times, May 10, 2011)
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    O governo turco do primeiro-ministro Recep Tayyib Erdogan está a apoiar grupos de oposição sírios no exílio e ao mesmo tempo também a apoiar os rebeldes armados da Fraternidade Muçulmana no Norte da Síria.
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    Tanto a Fraternidade Muçulmana síria (cuja liderança está exilada no Reino Unido) como o proibido Hizb ut-Tahrir (o Partido da Libertação) estão por trás da insurreição. Ambas as organizações são apoiadas pelo MI6 britânico. O objetivo confessado tanto da Fraternidade como do Hisb-ut Tahir é essencialmente desestabilizar o Estado secular da Síria. (Ver Michel Chossudovsky, SYRIA: Who is Behind the Protest Movement? Fabricating a Pretext for a US-NATO “Humanitarian Intervention” , Global Research, May 3, 2011).
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    Em junho/2011, tropas turcas transpuseram a fronteira e entraram no Norte da Síria, oficialmente para resgatarem refugiados sírios. O governo de Bashar Al Assad acusou a Turquia de apoiar diretamente a incursão de forças rebeldes no Norte da Síria.
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    “Uma força rebelde de mais de 500 combatentes atacou uma posição do Exército sírio dia 4 de Junho no Norte da Síria. Eles disseram que o objetivo, uma guarnição da Inteligência militar, foi capturada num assalto de 36 horas no qual foram mortos 72 soldados em Jisr Al Shoughour, próximo à fronteira com a Turquia”.
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    “Descobrimos que os criminosos [combatentes rebeldes] estavam a utilizar armas da Turquia e isto é muito preocupante”, disse um oficial.
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    Isto assinalou a primeira vez que o regime Assad acusou a Turquia de ajudar a revolta. … Oficiais disseram que os rebeldes pressionaram o Exército sírio desde Jisr Al Shoughour e então tomaram a cidade. Disseram que edifícios governamentais foram saqueados e queimados antes da chegada de outra força de Assad. …
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    Um oficial sírio que conduziu a operação disse que os rebeldes em Jisr Al Shoughour consistiam de combatentes alinhados com a Al Qaeda. Afirmou que “os rebeldes empregaram um conjunto de armas e munições turcas, mas não acusou o governo de Ancara de fornecer o equipamento”. (Syria’s Assad accuses Turkey of arming rebels, TR Defence, Jun 25 2011)

  2. A Liga Árabe é podre, instrumento da ditadura saudita e aliada com OTAN/EUA/Israel. Fechando os olhos, apoia a politica israelense de espoliação das terras palestinas…

  3. Wi:

    Desculpe mas tal texto parece sob encomenda para deslegitimar as pessoas que protestam contra a ditadura de Bachar Al Assad. Mais adiante não duvido que venham a dizer, como já estão dizendo, que o governo de Assad é “democrático,bom, justo e generoso” e utiliza-se de toda a brutalidade para “combater terroristas”

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