Brasil e Reino Unido defendem texto para condenar regime da Síria

Mudança de posição do Brasil ocorre após nova onda de violência do regime de Bashar al-Assad contra ativistas opositores em Hama.

O Brasil e o Reino Unido querem apresentar ao Conselho de Segurança da ONU um texto que condena o regime sírio por reprimir violentamente os manifestantes, cujo último episódio deixou entre 75 e 130 mortos.

Ambas as delegações perante a ONU trabalham para que a proposta de condenação à Damasco apresentada pelos membros da União Europeia (UE) – França, Reino Unido, Alemanha e Portugal – seja completada agora com ideias que o Brasil expôs nesta terça-feira durante as negociações no principal órgão do organismo.

O presidente rotativo do conselho e embaixador indiano perante a ONU, Hardeep Singh Puri, evitou afirmar se o texto seria uma resolução – já que não conta com o apoio da Rússia e da China – ou se seria uma declaração presidencial, algo que seria rejeitado pelo Líbano, segundo fontes diplomáticas. “Ambas as delegações continuam trabalhando e hoje seguiremos analisando o conteúdo das iniciativas. Posso dizer que o debate no Conselho de Segurança é sério e foi muito discutido independentemente de acabar na forma de uma resolução ou não”, disse o diplomata indiano.

O novo texto é resultado da combinação das iniciativas europeia e brasileira seria um passo para que o principal órgão internacional de segurança se pronuncie perante a violência que o regime de Bashar al-Assad exerce contra a população que se agravou nos últimos dias.

As propostas apresentadas pelo Brasil são “muito similares” à condenação proposta pelos países europeus e apoiada pelos EUA, afirmou Miguel Berger, embaixador alemão adjunto perante a ONU.

O diplomata alemão detalhou que a ideia do Brasil ressalta “a condenação da violência, a necessidade de que os crimes sejam investigados e que exista um acesso ao país para as equipes humanitárias da ONU”.

“Não estamos tão divergentes. Há muitos pontos nos quais todos nós pensamos o mesmo, temos a mesma preocupação e por isso vamos seguir trabalhando para conseguir que a substância da condenação seja a que desejamos”, acrescentou Berger.

Definição

O diplomata assinalou que o debate se centra nesta terça-feira em como o órgão vai definir esse texto, se pode adotar uma resolução, aprovar uma declaração presidencial ou emitir uma nota oficial à imprensa.

Berger reconheceu que ainda há delegações opostas à ideia de aprovar uma resolução, o mecanismo mais significativo e que se pode ser adotado por uma maioria de nove membros, à qual podem ser opor Rússia e China.

A outra opção seria de uma declaração presidencial, documento que ajuda em menor grau a implicação do conselho, mas que deve ser aprovada por unanimidade, com exceção do Líbano. “A grande incógnita é saber o que Líbano o fará”, reconheceu Berger.

Segundo o diplomata, os próprios membros do Conselho diferem em relação às reformas anunciadas por Al-Assad na Síria, assim como a natureza dos episódios violentos pelo país. “Todos nós condenamos a violência contra os manifestantes pacíficos, mas há quem aponte que também há violência sectária”, disse.

A pressão internacional contra o governo sírio ocorre depois de forças sírias iniciarem uma violenta operação contra a oposição em diferentes cidades do país.

Nesta terça-feira, a Itália convocou seu embaixador em Damasco como protesto pela “horrível repressão contra a população”. “Propomos que todos os países da União Europeia façam o mesmo”, disse um comunicado da chancelaria italiana.

Vídeo

Um vídeo postado nesta terça-feira no YouTube mostra corpos ensaguentados sendo jogados de uma ponte em um rio em Hama.

Segundo a rede de TV americana CNN, as informações sobre o vídeo são controversas. Enquanto alguns ativistas dizem se tratar de civis mortos em Hama, o governo fala em corpos de membros de forças de segurança sírias mortos por gangues.

Algumas fontes falaram à CNN que os corpos seriam de fundamentalistas islâmicos, enquanto outros ativistas entrevistados pela rede de TV chegam a duvidar da autencidade do vídeo.

A nova crise de violência na Síria começou no domingo, quando tanques invadiram Hama, palco de alguns dos mais intensos protestos contra o governo do presidente Bashar Al-Assad, e outras cidades do país. Segundo a Associated Press, a ação do Exército deixou 75 mortos, enquanto a BBC fala em mais de 130 vítimas.

De acordo com ativistas, a operação deixou mais 24 mortos na segunda-feira – dez em Hama, seis em Damasco, três em Homs, dois em Boukamal, dois em Latakia e um em Madamaiya. Além disso, mais de cem pessoas teriam sido detidas no primeiro dia do Ramadã, o mês sagrado para os muçulmanos.

*Com EFE

Fonte: Último Segundo

13 Comentários

  1. É a Diplomacia Brasileira retomando sua tradição e afastando-se das estultices do governo passado. Caso ainda estivéssemos sob os auspícios da diplomacia “ativa e altiva” do governo passado, certamente nosso ex-presidente, guia dos povos e sol da humanidade,em conjunto o o megalonanico e antiamericano patológico ex-chanceler apelaria para o “diálogo sem pré-condições”com o regime de Bachar Al Assad ouseja, faria de tudo para o ditador síria ganhar tempo para sufocar com mais brutalidade a revolta popular.

  2. Muito bem…. Temos que comecar a intervir logo. mas so uma pergunta a nossos queridos governantes: Se Formos intervir militarmente no pais, com quais avioes atacaremos? Rsrsrsrsrsrs, com essas coisas boas que temos aqui acredito que os libios nos vencam rsrs

  3. É o ponto de partida para uma nova invasão.

    A primavera árabe a cada dia está com cara de estopim de algo maior. Espero estar errado quanto a isso.

    Na própria Bíblia o ápice do apocalipse ocorre no Oriente Médio, em Israel/Palestina, um grande exército vermelho do Leste (China?), e do outro os cristãos (Ocidente?).
    2012 e suas teorias também são interessantes … rsrsrs

    Teorias da conspiração ou da destruição… kkkkk

  4. e aquela missao do brasil,india e africa do sul, pelo geito o brasil ja a cancelou, pois fez bem, agora é seguir adiante com esta condenaçao.

  5. .
    .
    HMS:
    .
    Patrulhou bem, patrulhou??
    .
    E aos colegas,
    .
    Condenar as ações da Síria agora não quer dizer cancelar a missão diplomática dos BRICS para tentar uma transição pacifica no país. A missão diplomática continua!
    .
    Valeu

  6. HMS TIRELESS… sempre alerta meu caro… os guardiões da democracia não podem dormir, somente descansam para não serem tragados pelo leviatã de Tubal… oxala todos compreendessem o que se esconde atráz do sol do oriente como vc… saudações democraticas e diplomáticas…

  7. Vamos ver se a Russia e/ou a China, não irão vetar alguma resolução contra a Síria.
    .
    Será que a liga árabe,comandada pela Arábia Saudita irá posicionar contra ou favor,ou barganhar a questão palestina e assim dificultar ainda mais as coisas.
    .
    Essa questão é complexa pois ali residem muitos interesses trans-nacionais.
    .
    Não é muito simplista assim,como alguns pensam.

  8. Francoorp:

    Apenas disse a verdade meu caro…

    Blue Eyes:
    É preciso estar sempre alerta para defender a democracia daqueles que tentam usurpá-la…..

  9. Um sorriso especial para a Resistência.
    Quanto a matéria em si:
    Não vai pensando que Brasil e Reino unido são aliados não.
    É uma missão humanitária e té logo.Té logo.Té logoooooo.

  10. Falou Francoorp, e pelo visto, os judeSS ñ vão ficar mt felizes com essa condenação, imagine se entra alguém lá diposto a reaver golan até pelas armas?!?!O hassad nunca tentou reaver as mesma nesses anos todos…sds.

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