Embraer planeja nova família de aeronaves de grande porte

Fabricante define até o fim do ano se estende o jato 195 ou desenvolve nova plataforma para ampliar opções aos clientes

Por Chico Pereira

A Embraer,  decide até o final do ano a estratégia futura que pretende adotar para o mercado de aviação comercial.

A empresa analisa as hipóteses de desenvolver um novo avião para disputar o segmento adjacente ao do jato 195, ou o alongamento desse modelo, o maior fabricado pela fabricante, que tem capacidade para 122 assentos.

A companhia consulta a sua base de clientes para tomar uma decisão.

“A Embraer estuda se ingressará ou não num segmento adjacente ao de seu jato 195. Nesse caso, poderia alongar o 195 –com modificações de motor e asa, entre outros componentes– ou partir para o desenvolvimento de uma nova plataforma”, afirmou ontem o diretor-presidente da fabricante, Frederico Fleury Curado, em teleconferência, ao comentar os resultados financeiros do segundo trimestre.

O executivo ressaltou que a Embraer acompanha a movimentação de outras fabricantes que atuam no segmento e anunciaram que vão colocar novos modelos no mercado.

Concorrência

A norte-americana Boeing anunciou que planeja colocar um novo motor no modelo 737, que permitirá maior economia de combustível, como forma de assegurar uma encomenda de 200 unidades para a American Airlines.

A europeia Airbus anunciou seu novo modelo, o A320neo, avião com novo motor baseado no A320.

Também a canadense Bombardier, concorrente direta da Embraer no mercado de aviões regionais, está desenvolvendo a família de jatos CSeries, de 100 a 149 assentos.

Custos

Segundo Curado, a opção pelo alongamento do jato 195 exigiria menos investimentos, pois aproveitaria a plataforma do jato, ao contrário da opção pelo desenvolvimento de um novo modelo.

“É evidente que quando se parte para um avião novo você tem muito mais flexibilidade de tamanho e pode incorporar aquilo que você quer. A contrapartida disso é que o investimento é muito maior”, afirmou o dirigente da Embraer.

Curado destacou que eventuais mudanças de rumo não significam que a companhia irá deixar de atuar no segmento de aeronaves de 70 a 120 assentos, em que é líder mundial.

“Temos uma base de 60 clientes. Essa base será protegida. A decisão será em consistência e em benefício dos nossos clientes atuais”, disse.

Segundo ele, a família de E-Jets da Embraer tem potencial de mercado para os próximos 30 a 40 anos.

Balanço

Sobre os resultados financeiros da companhia no segundo trimestre, Curado destacou que a revisão para cima da projeção da receita em dólares resultará principalmente dos segmentos da aviação comercial e de defesa.

A empresa projeta uma receita de US$ 5,8 bilhões, ante US$ 5,6 bilhões iniciais.
A fabricante fechou o segundo trimestre com um lucro líquido de R$ 153,8 milhões, com aumento de 51,2% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Foram entregues 48 aviões no período.

Fábrica chinesa inicia produção de modelos executivos em 2013

As negociações da Embraer com a China para a fabricante brasileira produzir jatos executivos no país devem ser concluídas em três meses.

A expectativa da empresa é chegar a um bom entendimento com o governo e parceiros chineses para formalizar o contrato do acordo que possibilitará à indústria dar continuidade aos planos de permanecer em território chinês.

O diretor-presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado, disse ontem que, se tudo correr de acordo com os planos da empresa, os primeiros jatos executivos começarão a ser produzidos em 2013.

A fabricante pretende produzir modelos da família Legacy. Os modelos que poderão ser fabricados para o mercado chinês são o Legacy 600 e o Legacy 650.

“Foi assinado um memorando de entendimentos com a China. Agora estamos na fase de negociações”, afirmou.

A Embraer acertou em abril a continuidade de sua fábrica na cidade chinesa de Harbin, com a adaptação da unidade para montagem dos jatos executivos Legacy.

14 Comentários

  1. O segundo trimestre com um lucro líquido de R$ 153,8 milhões ?
    Então no ano seria R$300 milhões de reais … É muito pouco para uma empresa desse porte.

  2. Eu não entendo, porque até hoje a Embraer ainda não investiu em um “CAÇA BRASILEIRO”, será que é falta de coragem, falta de incentivo, medo? Ora se vc não experimentar a fruta, vc nunca vai saber o gosto que ela tem. Independente se a FAB quer ou não pode bancar o projeto, mete as caras e faz um protótipo e seja o que Deus quiser, sei que esse tipo de coisa envolve muito dinheiro, porém se ficar olhando o que os outros fazem, vc não faz nada. Embora EMBRAER, vcs tem capacidade, arregaça as mangas e tira a cobra do bolso ( dito popular para os pão-duros que tem medo de tirar dinheiro do bolso ). Aproveita essa turbina da Polaris e conjuntamente trabalhem para aprimorar e aumentar ou adequar essa turbina ao novo equipamento, nos temos boa parte da receita aqui por que não faz ? Seria sem dúvida a consagração da EMBRAER. Se o problema é falta de incentivo, vai o meu daqui, vamos lá.

  3. Ou a Embraer continua crescendo, inclusive entrando na arena da Boeing e Airbus, ou eventualmente ela poderá se tornar alvo de aquisição de uma dessas gigantes.

    No mínimo acredito que a Embraer deveria/deverá ter um produto no mesmo nível do A-320 NEO.

    []’s

  4. A Embraer tem de parar com esse medão de concorrer com as duas maiores, e se lançar de vez no mercado de grandes aviões, ou vai ficar pra traz. Pois China e Russia não tem medo de Boeing ou Airbus. Mercado e clientes a Embraer tem.

  5. Vão quebrar se bater de frente com as super- grandes, vão ter de apresentar um produto prá lá de bom p obterem sucesso.Deveriam se aventurar na área de um caça supersônico q fosse bom p o BRASIL, p a n dimensão territórial.Ele com certeza serioa bem aceuito no mercado internacional,ainda q tenha turebinas de uma terceira potencia. Sds.

  6. O que importa para as empresas aéreas é o gasto de combustível.Um avião gasta um absurdo,a tacada é fazer um avião super econômico,se a Embraer conseguir colocar um avião grande com economia de uns 40 % de combustível,ela iria crescer muito,ai amigos, ninguém mais ia segurar a nossa Embraer.

  7. Não é falta de coragem e muito menos de interessa DA EMBRAER e sim do governo.

    Avibras produs o ASTROS a mais de 25 anos e só esses dias eu vi o governo br falando sobre comprar peças para o EB..
    Imagina um caça..
    mas tecnologia tem, mas esse tipo de coisa tem que partir do governo.. se o governo estiver disposto a comprar os caças

  8. Concordo Feh, a embraer já tem condições de fabricar um caça nacional, mesmo que seja do tipo leve como o F5 ou o grippen, a questão é a FAB comprar pelo menos uns 250 deles, o que daria escala de produção e diminuição de custos, tornando-o atraente para nossos vizinhos.

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