Em junho de 2012, a comunidade científica do estado de São Paulo deverá ter à disposição o primeiro barco oceanográfico inteiramente construído no Brasil.
A construção da embarcação já foi iniciada e será celebrada em uma cerimônia de “batimento de quilha” no dia 12 de agosto, no estaleiro Inace, em Fortaleza (CE). O barco, cujo nome ainda não foi escolhido, faz parte de um projeto de incremento da capacidade de pesquisa submetido à Fapesp pelo Instituto Oceanográfico (IO) da Universidade de São Paulo (USP), no âmbito do Programa Equipamentos Multiusuários (EMU).
O projeto também inclui a aquisição do navio oceanográfico Alpha Crucis, que deverá estar disponível em novembro para substituir o navio Professor W. Besnard, que está sem condições operacionais de pesquisa desde que sofreu um incêndio, em 2008.
De acordo com o coordenador do projeto EMU, Rolf Roland Weber, professor do Departamento de Oceanografia do IO-USP, o novo barco oceanográfico terá 25 metros de comprimento e poderá transportar 20 alunos e dois professores, além da tripulação. A autonomia é de 10 a 15 dias, dependendo do número de pessoas embarcadas e do nível de consumo de água.
“Com essa capacidade de pessoal, poderemos dar conta de toda a demanda dos estudantes. O barco poderá operar em toda a faixa de 200 milhas marítimas da fronteira litorânea. Isso permitirá estudos em toda a plataforma continental de São Paulo, incluindo a área do pré-sal. Somando-se ao navio oceanográfico, teremos um conjunto de instrumentos que poderá levar a capacidade de pesquisa na área a um novo patamar”, disse Weber à Agência Fapesp.
Segundo Weber, o custo total do barco será de R$ 4 milhões. O programa EMU destinará R$ 3,2 milhões e o restante – correspondendo aos motores e uma série de equipamentos científicos – será financiado com recursos do próprio IO-USP. A previsão é que o barco seja entregue em junho de 2012.
“Inicialmente se cogitou a aquisição e reforma de um barco usado, como fizemos com o navio oceanográfico. Mas não havia barcos pequenos em bom estado à venda e optamos por construí-lo aqui. Será o primeiro barco oceanográfico construído no País. Trata-se de uma iniciativa importante, por desenvolver a tecnologia nacional”, disse.
Com exceção da parte eletrônica, a maior parte dos equipamentos – como guinchos e reversores – é nacional. “Isso contorna o problema que tínhamos com o navio oceanográfico antigo: tudo era importado e fora de linha. Uma troca de motor gerava um problema desesperador”, explicou.
“Ele será uma plataforma de trabalho intermediária entre um navio oceanográfico e um barco pequeno. O que temos hoje são barcos de pesca de madeira, adaptados. No caso do novo barco, não haverá adaptações. Ele está sendo construído especificamente para fins de pesquisa. Isso é interessante porque sabemos que qualquer modificação posterior se torna muito cara e complexa, devido ao espaço reduzido nesse tipo de embarcação”, afirmou.
Weber afirma que o barco tem operação simples e de baixo custo, em relação ao navio oceanográfico. Os gastos de operação do barco deverão ficar em torno de US$ 4 mil a US$ 5 mil por dia, enquanto o custo diário do Alpha Crucis deverá variar entre US$ 15 mil e US$ 16 mil.
“Como faz parte do programa EMU, o barco poderá ser solicitado para pesquisas de qualquer universidade, inclusive as privadas. Mas o regulamento estabelece prioridade para certos casos, como os projetos financiados pela Fapesp e o uso por pesquisadores do IO-USP. Em seguida, têm preferência os projetos das outras duas universidades estaduais paulistas”, disse Weber.
Segurança e conforto – Escolhido para o serviço, o estaleiro Inace existe desde 1974 e, nas duas décadas seguintes, especializou-se na construção de embarcações militares para a Marinha brasileira e para países africanos.
“Pelo fato de trabalharmos em três áreas distintas, com navios de especificidades variadas, tivemos a flexibilidade suficiente para assumir o projeto do barco oceanográfico. A construção de uma embarcação voltada para pesquisa é um desafio muito interessante”, destacou.
Segundo ele, a construção de um barco de pesquisa envolve a necessidade de cuidados especiais com as áreas de laboratórios – que irão abrigar instrumentos científicos delicados – e com todos os aspectos de habitabilidade.
“O barco receberá um conjunto de estudantes e pesquisadores com necessidades de pesquisa. Precisamos garantir que eles possam ser recebidos com segurança e conforto. É um grande prazer trabalhar para um projeto que ajudará a fortalecer a pesquisa oceanográfica na costa brasileira”, afirmou Doering.
Mais uma boa notícia.
Estamos no caminho certo, construindo vários tipos de embarcações… Logo ousamos em contruções maiores e mais complexas…
Òtimo, parabéns, e q venham mt + = a esse,precisamos conhecer p dominar melhor o q e nosso. Sds.
Contruções = ou > q os mistrais ou subs gigantesco c atribuições de porta aviões e hellis….ousar, pois foram feito no passado na 2 GM…Quem Viver Verá.
A dinheiro pra mandar construir um desses pra UFRPE.