Argentina implanta sistema de radar para proteger fronteira norte

http://www.segurancaedefesa.com/RadarMET3.jpgPor Janie Hulse

Depois de quase 15 anos da proposta inicial, a Argentina reforça vastas extensões de seus céus desprotegidos.

A presidente Cristina Fernández de Kirchner recentemente anunciou a instalação de 20 radares — além de aviões de caça e mais de 200 pessoas especialmente treinadas — para monitorar e proteger as fronteiras do norte do país com Paraguai, Brasil e Bolívia.

“De acordo com relatórios elaborados por pilotos da Aeronáutica em exercício no nordeste da Argentina, existem dezenas de rotas de voo ilegais na região”, disse Roberto López, advogado e ex-consultor da Comissão de Defesa Nacional da Câmera dos Deputados do país.

Esses relatórios indicam que 358 voos ilegais foram detectados durante um exercício de treinamento realizado há vários anos. Isso equivale a cerca de 120 aeronaves transportando mais de 50 toneladas de mercadorias ilegais por mês.

O projeto de US$ 1,8 bilhão (R$ 2,7 bilhões) é parte de um programa nacional maior elaborado em 2004, e que tinha um propósito duplo: proteger o território argentino do tráfego aéreo ilícito e, ao mesmo tempo, fortalecer o desenvolvimento tecnológico através do uso de equipamentos fabricados no próprio país.

Os radares, incluindo um de defesa tridimensional, foram produzidos pela Invap, uma empresa localizada na cidade de Río Negro, no sul do país. Recentemente, a Invap colaborou com a NASA e outros parceiros internacionais no lançamento do satélite SAC-D Aquarius, da Califórnia. Esta foi a primeira produção de um radar 3D na Argentina, e a sua sede será uma base móvel no aeroporto de Santiago de Estero, onde terá a companhia de um centro de monitoramento tripulado e diversos caças Pucará.

O projeto, chamado de Escudo Norte, tem como foco o controle das aeronaves que entram e saem pela fronteira norte da Argentina com Paraguai, Brasil e Bolívia. Além de Santiago de Estero — que será o centro tecnológico do programa — também serão instalados radares em Resistencia (Chaco) e Posadas (Misiones). Os sistemas de detecção por radar existentes estão limitados aos terminais aeroportuários no Aeroporto Internacional de Ezeiza, em Buenos Aires, além de aeroportos pequenos em Córdoba, Mendoza, Mar del Plata e Paraná.

Esse é um empreendimento de cooperação entre os Ministérios da Defesa e do Interior da Argentina, além das forças armadas e forças de segurança, Gendarmeria Nacional e Guarda Costeira. O projeto de radares no norte do país será administrado por 60 oficiais da Aeronáutica e 180 do Exército.

Isso ajuda a preencher a lacuna deixada anteriormente este ano, depois que a ministra da Segurança, Nilda Garré, mandou a Gendarmeria Nacional — que protegia as fronteiras da Argentina — colocar ordem nos subúrbios assolados por crimes no sul de Buenos Aires.

“Apesar de ser bom ter novos métodos de vigilância, é ingênuo pensar que enchendo a área fronteiriça de radares, iremos conseguir deter os traficantes de drogas que frequentemente viajam por terra e água”, disse Fabián Calle, especialista em defesa e professor das universidades Católica e Torcauto Di Tella.

A Argentina usa dois tipos de radares: 2D e 3D. Os radares bidimensionais oferecem velocidade e dados direcionais, enquanto os radares tridimensionais podem também detectar altitude, o que os torna mais úteis do ponto de vista da defesa, disse López, além de também poderem determinar se uma aeronave é amiga ou não, independente da cooperação de sua tripulação. López disse ainda que cerca de 11% das fronteiras da Argentina são monitoradas por radares 3D. Em 2006, o governo encomendou mais radares, porém sua produção está atrasada devido a irregularidades no processo contratação.

Depois de anos de trancos e barrancos, as instalações de radares estão acontecendo conforme um decreto assinado pelo ex-presidente Nestor Kirchmer em 2004. Conhecido como “Sistema Nacional de Vigilância e Controle Aeroespacial”, seu propósito era restaurar e atualizar uma lei de 1996 sancionada pelo então presidente Carlos Menem. O Plano Nacional de Radar original tinha um orçamento de US$ 46,3 milhões (R$ 71 milhões) e foi oficialmente embargado em 2000 pelo sucessor de Menem, o presidente Fernando de la Rúa.

O sistema de radar faz parte dos esforços antinarcóticos e antiterrorismo da Argentina.

“Dado o aumento das atividades de voos ilegais mundo afora e, mais especificamente, em nível regional, relacionadas ao contrabando e ao uso do espaço aéreo por terroristas”, a lei estabelece que “é essencial ter sistemas de radar e realizar um controle espacial eficaz.”

Os radares selecionados para o programa são equipamentos de vigilância terrestre portáteis RASIT, usados desde os anos 1980 para detectar alvos terrestres em movimento e alvos aéreos de baixa altitude, sendo conhecidos por sua capacidade de discriminar e classificar velocidade radial e som.

A Invap modernizou os RASIT, proporcionando-lhes uma capacidade consideravelmente mais abrangente, uma interface digital amigável e informações em tempo real para rastrear um alvo em um mapa digital sincronizado ao Instituto Militar Geográfico da Argentina.

Além dos radares, uma pequena unidade de aviões de caça estará pronta para entrar em ação e rapidamente interceptar voos suspeitos.

Fonte: Diálogo

13 Comentários

  1. Estão fazendo o dever de casa, lentamente ,+ estão fazendo.E nós?Qtos caças novos supersônicos n EMBRAER vai montat p a n FAB?então, só temos os velhoe F5M?!?!Só 5 subs velhoe p esse marzão besta?Estamos de mal a pior…trágico.

  2. Sem duvida ajudara no combate do narcotrafico, a Dilma vem fazendo um bom trabalho em cima disso. Nas fronteiras… Mas tambem creio que isso seja medo. Acho que os argentinos acham que nos temos uns planos de dominacao da argentina, sempre com medo de nos rsrsrs

  3. Reforçando-se e priorizando a industria nacional isto é louvavel mas olho vivo nos militares Bolivianos que volta e meia adentram a roubarem veiculos heim muchachos.

  4. É pessoal, eles tem de pensar em qualquer eventualidades tamben e dar os passos que pode e devem dar em suas defesas.

  5. ISSO EH BASICAMENTE PARA O COMBATE AO TRAFICO DE DROGAS ND MAIS…. CARLOS ARGUS OS F-5 BRASUCAS SÃO MELHORES QUE QLQER CAÇA ARGENTINO ……..

  6. É ano de eleição la na argentina , tal como aqui faz-se muito menos do que se fala,SIM eles estão instalando alguns radares 2d e 3d mas o RASIT é um RADAR TERRESTRE, RASIT = (radar d’acquisition et de surveillance terrestre), neste sentido eixste a materia “Los radares desplegados por Garré no detectan aviones narco en vuelo” link, http://desarrolloydefensa.blogspot.com/2011/07/los-radares-desplegados-por-garre-no.html

    Se eles querem realmente fechar o escudo norte (nome pomposo) precisam de aeronaves de AEW, pois narcotraficantes voam a baixa altura, tal como o R99, mas nossos aliados nunca pensam em nós quando gastam dinheiro, apenas quando precisam de favores, como os tucanos emprestados ou coisa parecida.

    Neste sentido, o Paraguay mesmo, a pouco comprou 2 radares israelenses Elta 2106 que fazem exatamente a mesma coisa que o nosso Saber M60, é outro aliado que só lembra do Brasil quando recebe avião t 25 de graça, ou quando consertamos os seus blindados.

    Estamos muito bem de aliados !

  7. Já falalei e repito que nos interessa Argentina forte, Brasil forte, Uruguai forte,o Chile forte, todos na América do sul trabalhando nesse sentido, a fraqueza deles é a de todos no conjunto, assimilar essa idéia de conjunto é pensar atual.
    Agora quanto a radar e mísseis anti aéreos estacionários é preocupante, são facilmente localizáveis e portanto facilmente destruídos. Na guerra do Iraque e da Líbia foi fácil assim como um estalar dos dedos, tudo parado, concentração de tropas, é como a velha idéia da Linha Marginot , as táticas mudaram.
    Hoje amigo, é tudo móvel, deslocamento constante, você pode fazer isso aí de mentirinha como contra-informação e atrair fogo inimigo, mas o bom, o que funciona, o que está operante é móvel. o Melhor radar é o que voa, aviões radar e Vants radares interligados com os de terra móveis.

  8. Quem não tem cão caça com gato. Moral da historia, são louváveis as ações tomadas pela Argentina, estimulantes
    e nobres as preocupações com suas fronteiras mesmo se limitando a tecnologias pouco operacional em termos de
    segurança e defesa a nível internacional.

  9. toda a america latina tem que investir em segurança afinal o noruegues doido matou o seu povo pensando em nos mestiços e como as direitas da europa estao pondo as manquinhas de fora e bom se armar e os paises vizinhos se armando força o brasil tambem a buscar novas tecnologias

  10. A América do Sul deve investir em tecnologia de ponta com certeza, o caso da Argentina é falta de recurso e ingerencia de vários governos, já aqui é ingerencia mesmo. Há um pessoal de extrema-direita lá tamben, lembra PE DE CAO do ataque a uma sinagoga que até hoje não pegaram os culpados e esses nazis nos odeia…

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