Sargento Max Wolff Filho

Celebração Nacional na Escola de Sargentos das Armas em Três Corações – MG, dia 29 de julho de 2011.

Sugestão : Revista Clube Militar

http://www.clubesargentowolff.com.br/img/max_wolff.jpgO ÚLTIMO DESEJO

“ Aos parentes e amigos. Estou bem. À minha querida filhinha – Papai vai bem e voltará breve”.

A rajada de metralhadora rasgou o peito do Sargento Max Wolff Filho. Instintivamente ele juntou as mãos sobre o ventre e caiu de bruços. Não se mexeu mais. O tenente que estava no posto de observação apertou os dentes com força, mas não disse uma palavra. Quando perguntado se  o homem que havia tombado era o Sargento Wolff, ele balançou afirmativamente a cabeça.

Menos de uma hora antes, falara de sua filha, uma menina de 10 anos de idade, e de sua condição de vivo. Pediu para que enviassem um bilhete com os dizeres: “aos parentes e amigos. Estou bem. À minha querida filhinha – Papai vai bem e voltará breve”.

As últimas palavras do sargento – um dos soldados lhe pedira uma faca, e ele respondeu, sorrindo: “Tedesco não é frango”.

http://www.ww2incolor.com/d/339486-2/Sgt_Max_Wolff_FilhoWolff havia partido com seus homens, por sebes e ravinas, percorrendo a denominada “terra de ninguém”.

O primeiro objetivo da patrulha eram três casas, a menos de um quilômetro, que foram atingidas às duas horas da tarde. O grupo cercou as três construções em ruínas e o sargento empurrou com o pé a porta de uma delas, nada encontrando.

Às duas e meia da tarde, a patrulha estava a menos de cem metros do último objetivo: um novo grupo de casas sobre a lombada macia. O Sargento Wolff deu os últimos passos à frente. Então uma rajada curta e nervosa rasgou o silêncio do vale e o sargento caiu de bruços sobre a grama. Os outros homens se agacharam, rapidamente, e os alemães começaram a atirar, bloqueando a progressão dos brasileiros com uma chuva de granadas-de-mão e tiros de metralhadoras. Lançaram, em seguida, foguetes luminosos, pedindo fogos de suas baterias. Minutos depois, os projetis da artilharia nazista assobiavam no ar e explodiam no caminho percorrido pela patrulha.

Por volta das dezenove horas, os homens da patrulha do Sargento Max Wolff Filho retornaram ao PC do 11º RI. Mas ele ficara lá. Quando os padioleiros foram até à “terra de ninguém” recolher os corpos e os feridos, os nazistas os receberam com rajadas impiedosas.

Muitos dos homens que voltavam tinham os olhos rasos de água. O Sargento estava morto.

No estreito compartimento onde Wolff guardava seus pertences, estavam a condecoração que o General Truscott colocara em seu peito, poucos dias antes; a citação elogiosa do General Mascarenhas de Moraes; e o retrato da filhinha, de olhos vivos e brilhantes, como os do pai. Tudo, agora, muito vago.

Este foi um dos dias mais tristes para o Batalhão. Perdeu-se um bravo.

Fatos e Homens na Segunda Guerra – 2ª Edição – Bloch Editora SA – Rio – 1967 – Adaptação do texto de autoria do Jornalista Joel Silveira – Revista Verde Oliva – Edição Histórica – Mai/Jun 1995 – FEB – 50 anos de glória.

5 Comentários

  1. Há mais de 60 anos, meu pai, sargento, e mais 3 colegas sargentos fundaram o Clube Sgt Wollf, homenageando aquele herói brasileiro.
    “CLUBE SARGENTO WOLFF

    (http://www.clubesargentowolff.com.br/v2/index.php?option=com_content&view=article&id=1&Itemid=2)

    ASSIM NASCEU O WOLFF!

    Sonhar, apesar das desilusoes.

    Caminhar, apesar dos obstáculos.

    Lutar, apesar das barreiras.

    Acreditar, acima de tudo.

    Foi sonhando, caminhando, lutando e acreditando que PEDRO DE OLIVEIRA LIMA, THALES CAMARGO BUENO, ANTONIO ALVES MUNIZ e OTHON CORREIA CALDAS, valorosos sargentos pertencentes ao I/7o R O 105 (Olinda), fundaram em 30 de setembro de 1949, a Associaçao dos Subtenentes e Sargentos das guarniçoes de Recife, Olinda e Socorro. Com o apoio irrestrito dos Comandantes de Unidades e em especial do Comando da 7a Regiao Militar, esses e outros companheiros, reuniam-se nos próprios quartéis, em fim de expediente, objetivando solidificar a base recém construída.

    Na reuniao realizada as 19:00h do dia 15 de outubro de 1949, numa sala do 7o Esquadrao de Reconhecimento Mecanizado (1a Sede Provisória), foi eleita a primeira Diretoria, aprovados os Estatutos e conferido ao Exmo Sr Gen BRASILIANO AMERICANO FREIRE, Comandante da 7a Regiao Militar, o Título de Presidente de Honra.

    Naquela ocasiao, em homenagem ao Sargento MAX WOLFF FILHO, herói de guerra, tombado no cumprimento do dever em 12 de abril de 1945, em Maserna, Itália, a Associaçao passou a denominar-se “CLUBE SARGENTO WOLFF.”

    Por acreditar, acima de tudo, aqui estamos nós.
    Abraços a todos.

  2. É bom lembrar e prestigir nossos heróis, são patrimônios de uma nação com seus exemplos.
    Além disso o povo brasileiro valoriza nossos heróis, vejam o exemplo dos esportes quando alguém se destaca como Ayrton Senna, Pelé , etc. e o exemplo ainda do pessoal do Bope que é muito prestigiado, e ainda o Corpo de Bombeiros no RJ , houve comoção pública com o caso deles, tanto que o governador teve que ir a público pedir desculpas senão sua carreira estaria seriamente prejudicada.

  3. O PARANA PERDEU UM GUERREIRO DE FIBRA.
    O PARANA NÃO O BRASIL PERDEU.
    O BRASIL E OS ALIADOS QUE LUTAVAM JUNTOS PARA COMBATER O NAZISMO.
    SE ALGUEM DA FAMILIA DO HEROI MAX LER ISSO,FIQUE SABENDO QUE EU SOU GAÚCHO E LI O LIVRO ”O PARANA NA FEB”ME EMOCIONEI MUITO COM O LIVRO,PRINCIPALMENTE SOBRE O HEROI NACIONAL SARGENTO MAX WOLFF FILHO… MEU ABRAÇO…

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