Submarino é para segurança das riquezas, diz Dilma

Sugestão: Gérsio Mutti

FÁBIO GRELLET
DO RIO

A presidente Dilma Rousseff (PT) deu início à construção de submarinos no Brasil, nesta tarde, durante cerimônia em Itaguaí, a 73 km do Rio.

Acompanhada pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e por seis ministros, ela acionou a máquina responsável por cortar placas de aço na Nuclebras Equipamentos Pesados (Nuclep), estatal que vai produzir chapas cilíndricas usadas na estrutura dos submarinos.

“Hoje é um momento histórico para o Brasil”, registrou a presidente. Ao mencionar o interesse do governo brasileiro pelo domínio da tecnologia nuclear, que será usada na propulsão de um dos submarinos, ela destacou a intenção pacífica. “Nosso interesse é de garantir a segurança de nossas riquezas, de defesa nacional, jamais de ataque”, afirmou.

Em seu discurso, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que, entre outras utilidades, os submarinos servirão para proteger as jazidas de petróleo encontradas no pré-sal. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em 2008 firmou o acordo com a França responsável pelo projeto e pela construção dos submarinos, foi lembrado por Dilma e por Cabral.

A Itaguaí Construções Navais, empresa criada em parceria entre a construtora Odebrecht e a francesa Direction des Construtions Navales et Services (DCNS), com a participação da Marinha brasileira, será responsável pela construção de quatro submarinos convencionais, com propulsão diesel-elétrica e 70 metros de comprimento, e um com propulsão nuclear, com 100 metros.

O primeiro aparelho convencional, da classe Scorpène e identificado pela sigla S-BR, deve ficar pronto em 2016 e ser entregue à Marinha em julho de 2017, após testes no mar. A cada ano e meio seguinte será entregue um dos outros três submarinos convencionais, segundo o planejamento. O aparelho com propulsão nuclear, identificado como SN-BR, deve ser concluído em 2023.

TÉCNICA IMPORTADA

A iniciativa faz parte do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha, criado a partir do acordo estratégico firmado entre Brasil e França em 2008. No valor de R$ 6,7 bilhões, o acordo prevê transferência de tecnologia francesa para o Brasil. O projeto para o reator do submarino nuclear, entretanto, é exclusivamente brasileiro.

Os franceses se comprometeram a repassar a indústrias brasileiras a técnica de fabricação de peças usadas nos submarinos. Atualmente, só cinco países dominam essa tecnologia: China, Estados Unidos, França, Inglaterra e Rússia. Com esse programa, o Brasil passará a integrar o grupo.

A estimativa, segundo a Marinha, é de que cada submarino conte com cerca de de 36 mil itens produzidos por mais de 30 empresas brasileiras. São válvulas, bombas hidráulicas, motores e baterias de grande porte, entre outras peças.

O Ministério da Defesa prevê que, durante a fabricação dos aparelhos, só a área de construção naval militar vai ganhar 2.000 novos empregos diretos e 8.000 indiretos. Além dos submarinos, também serão construídos um estaleiro, que deve ser concluído em 2014, e uma base naval para abrigar as embarcações, a ser entregue seis meses depois.

Em novembro de 2012, uma unidade de fabricação de estruturas metálicas será inaugurada ao lado da Nuclep, na ilha da Madeira, em Itaguaí. Durante a construção das instalações, o Ministério da Defesa estima gerar mais de 9.000 empregos diretos e 27 mil indiretos.

Fonte: Folha de São Paulo

8 Comentários

  1. Espero viver p ver os escopenes Brasuca, sem os defeitos apresentados no Chile e Malásia, e os tres (03) subNucks , segurança e coisa mt séria, vide a Venezuela , q antes de anuciar seus megapostos se armou até os dentes.Estamos brincando c a n descobertas por proclastinar n reequipamentos militar p ontem, cadê os rafales…..nê dilma ?

  2. ”Atualmente, só cinco países dominam essa tecnologia: China, Estados Unidos, França, Inglaterra e Rússia. Com esse programa, o Brasil passará a integrar o grupo”
    ESSA AFIRMAÇÃO ACIMA ESTA ERRADA,A ÍNDIA TAMBÉM PRODUZ SUBMARINOS NUCLEARES!ENTÃO ATUALMENTE SEIS PAÍSES DOMINAM ESSA TECNOLOGIA E NÃO CINCO!
    http://pt.wikipedia.org/wiki/INS_Arihant

  3. Muita gente se queixa dos prazos de construção e entrega dos submarinos, más dizer que os prazos de construção e entrega dos submarinos são muito demorados é chover no molhado…
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    E se formos analisar e não simplesmente chorar e reclamar histericamente, veremos que os prazos de entrega, SE FOREM CUMPRIDOS, são bem razoáveis.
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    Basta ver (abaixo) o tempo transcorrido entre o batimento de quilha e a entrega dos atuais 5 submarinos brasileiros, o Tikuna por exemplo, o último da série IKL 209,levou 7 anos…
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    Se for considerado que estão em construção, simultaneamente, um grande estaleiro e uma base naval para os submarinos, que os S-BR (eletro-diesel) serão cerca de 25% maiores em deslocamento do que o Tikuna , que é o maior dos subs brasileiros atualmente…
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    E se fizermos a conta, entre 2011 e 2023 são 12 anos, que divididos por 5 (4 subs eletro diesel e um nuclear)ao final teremos um submarino entregue a cada 2,4 anos (28,8 meses) e simultaneamente, um grande estaleiro e base naval para os submarinos nacionais!
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    O Submarino Tupi – S 30, que foi o 1º dos atuais IKL 209 adquiridos pela MB , foi inteiramente construído na Alemanha, país já com todas infraestruturas e capacitações tecnologicas e industriais necessárias, mesmo assim, levou 4 anos entre o batimento de quilha e a incorporação na MB.
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    Quem quiser reclamar, que chore,por exemplo, pela desnacionalização da produção de etanol , ou pelo eterno FX-2… por que o ProSub é um programa que está andando muito bem sim senhor!
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    Atuais submarinos da Marinha do Brasil, baseados no projeto alemão do IKL-209:
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    S Tikuna – S 34
    Classe Tikuna/IKL 209/1500 Mod.
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    Foi construído no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro.
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    Batimento de Quilha: dezembro de 1998
    Lançamento: 9 de março de 2005
    Incorporação: 16 de dezembro de 2005
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    *O TIKUNA (IKL-209-1500) pode ser considerado de outra Classe, já que se trata de uma evolução dos submarinos da Classe TUPI (IKL-209-1400).As diferenças são grandes e foram concebidas por engenheiros brasileiros.
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    S Tapajó – S 33
    Classe Tupi/IKL 209
    .
    Foi construído no estaleiro Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, Ilha das Cobras.
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    Batimento de Quilha: agosto de 1992
    Lançamento: 5 de junho de 1998
    Incorporação: 21 de dezembro de 1999
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    S Timbira – S 32
    Classe Tupi/IKL 209
    .
    Foi construído no estaleiro Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, Ilha das Cobras.
    .
    Batimento de Quilha: 15 de setembro de 1987
    Lançamento: 5 de janeiro de 1996
    Incorporação: 16 de dezembro de 1996
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    S Tamoio – S 31
    Classe Tupi/IKL 209
    .
    Foi construído no estaleiro Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, Ilha das Cobras.
    .
    Batimento de Quilha: 15 de julho de 1986
    Lançamento: 18 de novembro de 1993
    Incorporação: 17 de julho de 1995
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    S Tupi – S 30
    Classe Tupi/IKL 209
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    Foi construído no estaleiro Howaldtswerke Deutsche Werft, em Kiel, na Alemanha.
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    Batimento de Quilha: 8 de março de 1985
    Lançamento: 28 de abril de 1987
    Incorporação: 6 de maio de 1989
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    Observar que a Marinha do Brasil já tem expertise na construção de submarinos convencionais e sabe o que quer para o novo S-BR, que é diretamente baseado no projeto francês Scorpene, más não é identico !
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    Com 75 metros de comprimento e um deslocamento de 2000 toneladas submerso, os submarinos são oriundos de um modelo derivado do tipo Scorpene/Marlin, antes comercializado conjuntamente pela DCNS e Navantia.
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    Para atender às necessidades da Marinha do Brasil, o tamanho dos novos navios será maior, cerca de 9 metros a mais que os Scorpène originais.
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    Com a experiencia adquirida na construção dos IKL 209/Classe Tupi e Tikuna, a MB especificou alterações no projeto original dos Scorpene franceses,de modo a atender as suas necessidades de operação na Amazonia Azul e Atlantico Sul, coisa que “compras de prateleira” jamais atenderiam!
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    Sem contar a independencia e o dominio tecnologicos e logisticos, adquiridos sobre a arma submarina em operação na sua força naval, capacidades de grande valor estratégico…

  4. Caro carlus argus,

    Também espero estar vivo para pelo menos ver o futuro SNB ser lançado ao mar….. 🙂

    []’s

  5. O comentário está errado, pois a India também domina essa tecnológia.
    Agora eu pergunto, onde está a Alemanha; responsável pelas grandes construções de submarino da época; e responável também por transferençia de tecnológia militar (foram roubadas pelos Americanos Franceses e Russos. Devemos lembrar que a alemanha foi responsável pelo primeiro submarino transporte de avião de caça da história.
    Após a guerra os EUA,França e URSS, ficaram com os projetos militares da Alemanha nazista. Para se ter uma idéia, quem estava muito a frente de construir a primeira bomba nuclear eram os alemãs. Graças a Deus o erro de hitler foi nunca ter colocado em prática muitos dos seus projetos audaciosos; senão eles teriam dominado o mundo.

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