Sem avisar, a agência sanitária dos Estados Unidos decide abrir uma filial em Brasília. O resultado é a primeira encrenca diplomática do governo Dilma com os americanos.
Por MURILO RAMOS
Uma comitiva de autoridades brasileiras desembarca discretamente nesta semana em Washington para resolver a primeira bronca diplomática entre os dois países desde que Dilma Rousseff assumiu a Presidência da República. A encrenca compõe-se de três letras: FDA, sigla para Food and Drugs Administration, agência do governo americano responsável pela fiscalização dos remédios e alimentos consumidos nos Estados Unidos. Há dois meses, a administração de Barack Obama decidiu abrir um escritório da FDA no Brasil – sem nem ao menos avisar sua colega Dilma Rousseff, quanto mais pedir um o.k. do governo brasileiro. Pegou mal. Para impedir que a bronca vire crise, diplomatas do Itamaraty e Dirceu Barbano, presidente da Anvisa, agência equivalente à FDA no Brasil, pedirão pessoalmente aos americanos que desistam da ideia. Ganha uma aspirina genérica quem adivinhar o resultado dessa reunião.
“Fomos surpreendidos. Mandei um e-mail pessoal para a chefe da FDA, Margaret Hamburg, relatando o estranhamento com essa situação desrespeitosa”, afirmou Barbano a ÉPOCA. Ele disse que, apesar de já ter sido cogitado pelos americanos, o assunto não estava na lista das negociações entre as agências. “A diretoria da Anvisa não vai admitir que uma agência estrangeira faça trabalho similar ou igual ao nosso em território brasileiro. Se isso acontecer, a Anvisa poderá ser desacreditada internacionalmente.”
Por que instalar uma agência da FDA no Brasil? Segundo os americanos, o escritório permitiria que os técnicos da agência fiscalizassem diretamente laboratórios de remédios que exportam para os Estados Unidos. O propósito desse tipo de escritório, portanto, seria assegurar a qualidade dos produtos importados que chegam aos EUA. Na prática, a FDA assumiria inspeções hoje conduzidas pela Anvisa.
Isso já acontece, de maneira semelhante, em países como China e Índia, onde a FDA abriu sucursais. Na América Latina, há escritórios da FDA no México, no Chile e na Costa Rica. Esses países, porém, não dispõem de agências de fiscalização sanitária competentes ou exportam com frequência produtos defeituosos. O governo chinês só permitiu a chegada da FDA depois de ser ameaçado de boicote pelos americanos, após o rumoroso caso em que brinquedos contaminados por chumbo foram exportados para os Estados Unidos.
No Brasil, não há razões evidentes para a abertura de um escritório. Primeiro, o Brasil quase não exporta medicamentos para os EUA. Segundo, e mais importante, Anvisa e FDA mantêm acordos bilaterais para permitir inspeções em laboratórios e fábricas, desde que autorizadas pelo governo de cada país, como já se deu em visitas a indústrias de tabaco. As duas agências também firmaram recentemente convênios confidenciais para trocar informações acerca de laboratórios americanos e brasileiros.
ÉPOCA obteve documentos internos da Anvisa que oferecem algumas explicações para o avanço americano. Segundo os papéis, nos quais os dirigentes da Anvisa dizem que causou “estranheza” a notícia da abertura do escritório da FDA no Brasil, a nova investida dos Estados Unidos faz parte de um plano de “engajamento global” da FDA. “A agência vem se apresentando para diversos países como alternativa à falta de estruturas nesses países. Ou, em outras palavras, que os países poderiam contar com a FDA para a garantia da segurança dos produtos produzidos em seus territórios”, diz um dos trechos do documento.
De acordo com um diretor da Anvisa, José Agenor Álvares, não faz sentido a abertura de uma agência da FDA no Brasil. “Pode ser uma tentativa de intrometer-se na regulação sanitária brasileira. Só vejo nexo, do ponto de vista dos americanos, se for para fazer lobby. Tentar, por exemplo, acelerar autorizações para a venda de medicamentos americanos”, diz. Na avaliação de Agenor, a FDA deveria dar crédito às inspeções da Anvisa e se valer delas para decidir sobre a autorização da importação de produtos de uma fábrica brasileira. Para o presidente da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), Fernando Marques, uma das explicações para um escritório no Brasil é a defesa dos interesses das indústrias americanas. “Elas querem prorrogar patentes dos remédios que vencem nos próximos anos e continuar vendendo milhões ao governo brasileiro”, afirma. “Dessa forma, a fabricação de remédios genéricos e similares nacionais, mais baratos, fica comprometida.”
Procurada por ÉPOCA, a FDA preferiu não comentar a abertura do escritório no Brasil. “É prematuro discutir localizações e prazos para a instalação de novos escritórios”, disse a agência, por meio de nota. A FDA afirmou ainda que uma das principais missões de um escritório no exterior é “aprender mais sobre as indústrias locais e sobre os desafios de como os produtos são regulados”. A embaixada americana em Brasília, onde já há preparativos para receber a equipe da FDA, não quis comentar o assunto.
O mal-estar diplomático do caso FDA surge no momento em que a presidente Dilma tenta suavizar as relações com os Estados Unidos, após os oito anos de duras divergências durante a gestão Lula. Nesse período, o Brasil acumulou divergências com os americanos – entre as mais rumorosas, a diferença de opinião sobre as finalidades da política nuclear do Irã – e viu sua parceria comercial com os Estados Unidos se enfraquecer diante da ascensão da economia chinesa. A saída de Celso Amorim do Ministério das Relações Exteriores, homem que simbolizava o antiamericanismo da política externa de Lula, foi interpretada como uma oportunidade de desanuviar as relações diplomáticas entre os dois países. Antonio Patriota, o diplomata que sucedeu Amorim, foi embaixador em Washington e mantém bom diálogo com os americanos. Tanto que sua nomeação foi fundamental para que Obama visitasse o Brasil em março, menos de três meses após a posse de Dilma. Ainda não houve tempo para que aparecessem bons resultados dessa nova fase de diálogo entre Brasil e Estados Unidos. Caso se repitam episódios como o da FDA, é difícil acreditar que apareçam.
O estadunidenses se consideram os donos do mundo, o que eles não conseguem comprar o ou negociar “pacificamente”, tomam a força. São tão abusados que instalaram o escritorio da FDA sem avisar o governo brasileiro. Se a Dilma e seu staff baterem pé contra e eles quiserem continuar com seu escritorio, mandam a Primeira, a Segunda, a Terceira, a Quarta frota etc, estacionarem no nosso litoral e tomam posse de vez de tudo. Ai a Dona Dilma, seu Staff, que cortaram o orçamento das forças armadas vão descobrir para que servem uma força armada forte, bem aparelhada, com amplo dominio de tecnologia bélica. DEUS SALVE AS FORÇAS ARMADAS DO BRASIL, pois em caso de conflito ela nos salvará.
Resumo em uma só palavra essa atitude,de tantas outras que poderia resumi-la_PROTECINISMO
.
Como sempre,eles colocam um bode bem fedorento na nossa sala e depois querem barganhar para retirar o catinguento.
.
Porque não fazer o mesmo expediente para com eles?
os velhos procedimentos da metropole na COLONIA
OLHA SO GENTE Estados Unidos QUE MANDA AQUI MESMO HENNN NÃO DEIXA NÃO DILMA ,,não faz sentido a abertura de uma agência da FDA AQUI no Brasil. NÃO FIIIII
Dá até para sentir que somos dominados por eles, uma agência sanitária americana em território brasileiro, eles vão determinar o que podemos tomar com relação a medicamentos e o que vamos poder comer, era só o que faltava. Quando eles vão instalar a 1ª base militar americana nesta terra que chamamos de nosso Brasil? Mas também com tantas leis estranha que o STF, esta colocando, tudo daqui pra frente é possível.
Ladrões, traficantes e assassinos na rua, Gays fazendo e acontecendo, pessoas de bem sem poder reclamar, é o caos total. Vou parar de escrever, estou desanimado com tanta coisa errada, não tem dinheiro pra as Forças Armadas, mas tem para os políticos, os soldados com armamentos velhos e mal conservados e os políticos nadando no dinheiro. Um Coronel do Exército ganhando menos do que um motorista do Senado, é o fim. Edson, obrigado pela oportunidade de poder escrever no seu blog, um grande abraço. Carlos Augusto.
é hora de negociar , se ñ haver resultados positivos sobra a expulsão , e fechamento deste escritorio de espionagens dos mesmos em Pindorama, na amarra, nada justifica, ñ exportamos nada p a terra do tio sam , em termos de medicação. convoquem o embaixados dos mesmos e pronto.P Ontem. …
Um absurdo,um tapa na cara da direção da agência brasileira “Anvisa”…para o governo deles nós não somos tão incompetentes assim como eles pensam não……mandem todos da FDA de volta para casa e mostrem que aqui não é casa de mãe joana que qualquer um de fora vem e se insta-la!
FDA go home!…e que Dilma exija desculpas formais!
Subversão.
Brasil tem que retaliar… expulsar, fazer barulho…
.
É revoltante essa sbmissão.
Não podemos admitir esse tipo de intromissão em nossos assuntos internos…Que tal se abríssemos um escritório da Anvisa lá na terrinha deles?
O governo deve fechar essa agencia que se encontra na clandestinidade e pronto! e punir judicialmente os responsáveis
”’… Anvisa e FDA mantêm acordos bilaterais para permitir inspeções em laboratórios e fábricas, desde que autorizadas pelo governo de cada país…”
Foi só o Sr LULA sair e a turma de OBAMA já ta deitando e rolando! é o gato sai e o rato faz a festa!
“O governo chinês só permitiu a chegada da FDA depois de ser ameaçado de boicote pelos americanos, após o rumoroso caso em que brinquedos contaminados por chumbo foram exportados para os Estados Unidos.”
……………………..
E quem garante que este chumbo não foi plantado pelos próprios estadunidenses? com o fim de pressionar pela entrada da FDA na China…É preciso estar atento!
………….
“Elas querem prorrogar patentes dos remédios que vencem nos próximos anos e continuar vendendo milhões ao governo brasileiro”, afirma. “Dessa forma, a fabricação de remédios genéricos e similares nacionais, mais baratos, fica comprometida.”
…………………….
É algo que afeta diretamente a vida de milhões de brasileiros…
Os interesses e o poder de loby da mafiosa indústria farmacêutica são muito poderosos lá no EUA.
Simples, monte um escritório la também, más sem avisa
Tem alguns aqui no Blog que vão adorar esta notícia,na verdade devem estar pulando de felicidades.Porque são justamente LACAIOS E VASSALOS dos Yanks.
Depois reclamam da diplomacia passada “ativa e autiva”,só que na verdade esses vassalos defendem exatamente um tipo muito peculiar de diplomacia que eu chamo de DIPLOMACIA AUTISTA.Trocando em miúdos Eu falo e vc obedece.
Não podemos deixar este escritório vingar é questão de soberania nacional.
Eu sou brasileiro e respeito meu país, se a Anvisa coloca no rótulo do produto que esta liberado e coisa e tal eu consumo esse produto, porque confio na agencia, e se é bom para nós é bom para eles tambem.
Só tem gordo naquele país, nem eles sabem o que é bom pra eles, garanto que se eles começarem a comer o bom e vélho arroz com feijão, viverão bem melhor.
.
Mas não vamos ficar tão irritados, pois assim parece que temos complexo de inferioridade.
Wi disse:
29/06/2011 às 13:55
O caso dos brinquedos que foram irresponsavelmente pintados pelo chineses com tintas contendo chumbo e cádmio foi amplamente noticiado aqui e no exterior, não cabendo qualquer teoria da conspiração.
As indústrias chinesas não possuem um real controle de qualidade sobre o seu processo produtivo como um todo e fatos similares a este já ocorreram antes. Nós brasileiros temos mais é de evitar comprar produtos “made in China” sempre que for possível.
bom é a mesma coisa que um estranho entrar em nossa casa e começar a dar leis e ordens,se deixar eles tomam conta,eu tirava a ponta pé,agora quero ver se dona dilma é abelhuda e tem poder,é por este motivo que temos que ter armas defesa a altura,é que nem falou o companheiro o que eles não podem comprar eles tomam,e em poucos dias a anvisa sera difamada,e tera seu nome na lata do lixo,eles tem poder,e sabem mentir,e se bobiar ecomo o outro companjeiro falou, enviam a quarta a quinta frota e dilma tem que seder.
Aos americanos faltaram um pouco de tato mesmo. 🙂
Afinal temos acredito um orgão capacitado que é a ANVISA. Poderiam até trabalhar em conjunto. No mais lembrem-se que a FDA vai focar provavelmente o que é exportado para eles. Não vão dizer o que o Brasil deve ou não usar.
Edit: Agora se o objetivo for fazer lobby em prol das da indústria farmacêutica americana, que o Governo Brasileiro, gentilmente mostre o caminho de casa para eles.
[]’s
Isso é um abuso a nossa soberania,que façam as malas e voltem pra casa por vontade propria ou que sejam convidados a se retirarem.Se nós concordarmos com isso se abrira espaços para eles abrirem escritorios do que eles quiserem aqui.
Daqui a pouco vão abrir uma sucursal do FED(Federal Reserve)o Banco central deles ou quem sabe a FAA(Federal Aviation Administration) AHHH esses Yanks!!! Vão para o inferno.
Eles querem mapear a indústria brasileira e fazer ‘futricas’. É a guerra sanitária, econômica em uma última análise.
2Hard4U disse:
29/06/2011 às 15:30
.
“O caso dos brinquedos que foram irresponsavelmente pintados pelo chineses com tintas contendo chumbo e cádmio foi amplamente noticiado aqui e no exterior, não cabendo qualquer teoria da conspiração.”
……………………………
2Hard4U,
é possível que sua afirmação esteja correta…
Assim como é possível, sim, que tenha havido armação estadunidense, conspiração para eles, não é exceção é padrão.
E quanto a fato de ter sido amplamente noticiado pela “imprensa nacional e internacional”- é só mais uma razão para desconfiar , pois esta mídia é amplamente utilizada, diariamente mesmo, para defender e promover interesses estadunidenses e isto não é teoria da conspiração : É fato…
OMG, e o povo não quer ver a oportunidade, vamos abrir a ANVISA americana lá e exigir isso como contrapartida, todos teremos muito a ganhar.
Enquanto o povo continuar com picuinhas contra americanos, sempre vamos perder ótimas oportunidades.
Fecha o escritório daqui à força, dá um chute no traseiro de cada funcionário dela por aqui e pronto. Não repitirão mais.
Nem as instituições deles são respeitadas por eles mesmos, quanto mais as estrangeiras.