Hesitação do Brasil em apoiar resolução contra a Síria na ONU irrita potências

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Sugestão: Lucena

Ministro Patriota dá sinais de que Itamaraty não se convenceu da necessidade de pressionar sírios.

O sinal de que o Brasil não deve apoiar a resolução contra o regime sírio de Bashar Assad no Conselho de Segurança das Nações Unidas irritou EUA, França, Grã-Bretanha e Alemanha. Diplomatas desses países disseram estar decepcionados com a posição brasileira de não votar a favor do texto que condena o governo sírio pela onda de repressão a opositores que já deixou mais de mil mortos.

Essa posição em relação ao Brasil foi informada ao Estado horas depois de o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, ter afirmado em entrevista na ONU que “a Síria é um país central quando se leva em conta a estabilidade no Oriente Médio”. “A última coisa que gostaríamos é contribuir para exacerbar as tensões no que pode ser considerada uma das regiões mais tensas de todo o mundo”, disse o ministro.

O chanceler evitou revelar o voto brasileiro, dizendo que o governo “seguirá monitorando a situação antes de adotar uma posição”. Mas, para os países defensores da resolução, levando em conta as consultas na tarde de ontem, há sinais de que o Brasil não votará a favor.

Um diplomata ocidental disse ontem que “a sensação é de incompreensão com a posição do Brasil”. “Conhecemos os valores democráticos dos brasileiros e esperávamos que eles se colocassem a favor da resolução. Tivemos a preocupação até mesmo de não colocar no texto nenhum trecho que pudesse dar chance para uma intervenção externa na Síria. Pedimos apenas reformas lideradas pelos próprios sírios, libertação dos prisioneiros e o fim da violência contra os opositores. Mas parece não ter sido suficiente para convencer os brasileiros”.

A resolução proposta por Grã-Bretanha, França, Alemanha e Portugal, com o apoio dos EUA, é bem mais branda do que as duas aprovadas contra o regime de Muamar Kadafi, na Líbia. Na primeira delas, que impôs sanções ao líder sírio, o Brasil votou a favor. Na segunda, que estabeleceu uma zona de exclusão aérea, os brasileiros se abstiveram – ao lado de China, Índia, Rússia e Alemanha.

Além dos brasileiros, apenas China, Rússia e Líbano já se manifestaram contra a resolução. A Índia também tende a seguir o caminho dos outros três membros dos Brics. A posição da África do Sul ainda é incerta.

Mesmo sem o apoio destes seis países, a resolução, ainda sem data para ser votada, poderia ser aprovada com os nove votos a favor, que é o mínimo necessário. O risco seria a Rússia e a China usarem o poder de veto para impedir a aplicação do texto. Os dois países são parceiros comerciais de Damasco e os russos mantêm relações políticas próximas com o regime dos Assads há décadas. O porto de Latakia, na costa síria, é o principal entreposto de Moscou no Mar Mediterrâneo.

De acordo com o ministro brasileiro, é importante prestar atenção em como têm atuado os países do mundo árabe, em especial o Líbano, que também é vizinho da Síria. Estes países não defendem a imposição de sanções a Damasco nem a adoção de uma resolução.

A posição contrasta com a adotada no caso de Muamar Kadafi. Na época, a Liga Árabe posicionou-se abertamente contra o regime líbio.

“A perspectiva deles (dos árabes) é fundamental. A ação na Líbia envolveu um pedido da Liga Árabe. Desta vez, a mensagem é menos clara”, disse o ministro. Segundo Patriota, a “posição brasileira será independente (de outros países), mas levará em conta a forma como os países da região lidam com a questão”.

Nota: Diferente do que foi publicado anteriormente no título daqui e da versão impressa de O Estado de S. Paulo, o Brasil hesita no apoio a uma resolução contra Damasco, conforme publicado no texto. Não há na resolução qualquer menção a sanções, diferentemente do que dizia o título no jornal.

Fonte: Estadão

23 Comentários

  1. Hahahahah, gostei muito do título da matéria…
    Tem que irritar mesmo, ser contra, causa rebuliço,
    Tem muito é que chacoalhar essa porra de UNO Brasil….
    Até hoje a UNO só serve a interesses das “Falidas Potências”

  2. Não temos que ser papagaios de pirata, temos os nossos interesses no mundo, logo em conformidade dele devemos agir. Tudo o que está ocorrendo no oriente médio só vai levar aqueles povos e paises deplorar o EUA e a União europeia, se nós ficarmos na nossa, vamos lucrar amanhã sobre todos os aspectos, principalmente economico!Essa é a lógica de poder das gdes nações, ou seja, a amoralidade, conosco não pode ser diferente!E tenho dito…

  3. as super´potencias estão adorando destruir paises,assim eles dão serviço a suas empresas,recontroem e mandam a conta,preferencialmente receber em petroleo,que absurdo e ainda querem que nosso pais seja participante de suas atrocidades,espero que o brasil fique fora dessa,estão catando inimigos mundo a fora,ai não querem terorismo,pode ter certeza que a conta vai tambem,tenho a opinião que todos os paises são soberanos para resolver seus poblemas,só que estes poblemas podem ter serteza que as superpotencias é que estão por tras desta sujeira toda,todo este alvoroço no oriente medio,esta subsidiado pelas grandes potencias,ainda falam de paz,se só sabem é faser a guerra,promovem a guerra e são os verdadeiros culpados por todas as mortes naqueles paises,pois até então estavam em paz,que sujeira,e o pior que cidadãoes por ganancia são marionetes usadas para destruir seus propios paises,usados pelas grandes potencias o pior é que estão segados não vem o mal que estão fasendo a seus propios paises.

  4. “O risco seria a Rússia e a China usarem o poder de veto para impedir a aplicação do texto.”
    —————-
    Por isso que o subsecretário italiano falou que não estamos preparados para ser ” potências ” , lógico que não, se for ser potência é ficar dizendo amém pra tudo que esses caras falam é melhor ficar de fora , inclusive da reforma do CS da ONU.
    Com o Brasil entrando no Cons. de Seg. da Onu vai vetar um monte de situação absurda, e lógico as “potências” não querem isso.
    Quando eles vão fazer uma guerrinha pra ganhar dinheiro? Tomara que o Brasil vote contra as resolução, cai pra dentro e segura as pontas, votem sozinhos , se vira.

  5. bando de antinhas…

    Brasil não ganha nada sendo contra…ao contrario.

    E quem perde mesmo é o povão da Siria..levando chumbo todo dia..

    Imagina se o PT um dia virar um partido ditador….e os mesmos que aqui batem palmas para a negativa do Brasil.. tiverem suas filhas estupradas.. filhos executados… seus direitos na lata de lixo.

  6. “Com o Brasil entrando no Cons. de Seg. da Onu vai vetar um monte de situação absurda, e lógico as “potências” não querem isso.”

    Não meu caro! Se eventualmente o Brasil ingressar no CS da ONU, inevitavelmente vai utilizar um eventual poder de veto de forma para lá de ideológica, com o fim de proteger países do Naipe de Síria e Irã.

  7. Por outro lado….acho que o Min. Patriota está certo. Uma mudança de regime na Síria pode ser desastrosa para todo mundo pois o eunuco Bachar pode ser substituído por um regime islâmico radical. Acho que nem os israelenses querem uma mudança de regime na Síria.

  8. Esses piratas chamados de Super Potências estão querendo arrumar mais uma guerra e derrubar governo da Síria afim de manter suas influências no Oriente Médios. Para isso arrumam cada desculpa mais absurda que existe.
    Brazil ta fazendo o que é certo. Nunca deve concordar em saquear um país de direito.

    Essa resolução é o caminho para uma invasão.

  9. ” “A última coisa que gostaríamos é contribuir para exacerbar as tensões no que pode ser considerada uma das regiões mais tensas de todo o mundo”, disse o ministro.”
    O MINISTRO PATRIOTA DISSE BEM! ATÉ AGORA O BRASIL ACERTOU,TODOS VIRAM OQUE ACONTECEU NA LÍBIA !

  10. Tem que meter o pé na cara destes fascistas, sim. Grande Patriota, fez bem, estes fascistas mantiveram o Brasil no atraso por décadas a fio, sempre espisoteando o povo brasileiro e corrompendo uma elite entreguista, tava mais que na hora de começar a dar o troco. Por isso eles não querem o Brasil no CS, pois sabem que vai acabar com a palhaçada ocidental (EUA e Europa, estes fascistas dominam tudo a ferro e fogo, para manter o privilégio de uma elite ocidental macabra, regada a champagne e caviar, enquanto milhares passam fome ou tem que revirar o lixo pra comer. Quem criou estes bolsões de miséria foi a gangue dos “7”, se o ocidente fosse uma maravilha com a falsa Democracia e o Famigerado neocapitalismo, então não deveríamos ter milhões em miséria por aqui. Temos mais pessoas passando fome no ocidente do que no leste. Nem na China ou Índia onde juntas formam a maior concentração humana se passa fome como aqui no ocidente. O ocidente é a mãe das prostitutas, dos homossexuais, dos famintos, dos desempregados, dos gananciosos….então cadê a beleza do ocidente? Farsa, isto sim. Qualquer pessoa com um mínimo de inteligência e cultura sabe, que a literatura esta repleta de predições falando que o ocidente destruirá o mundo ou vocês acham que os EUA e Europa deixaram barato a perda do poder?

  11. Pelo viés “sin sinhô potências”, da manchete
    do estadão, se percebe claramente o desserviço que esta empresa de jornalismo vira-lata presta ao Brasil…

  12. Começando pelo jornal , que em seu título , por pura má vontade e inversão da verdade factual, só poderia sair uma notícia totalmente iviesada e distorcida como esta.
    A notícia seria mais honesta como referida abaixo:
    Brasil nega apoio a resolução contra Síria na ONU

    O Brasil se pronuncia contrário a uma resolução proposta por países imperialistas, com finalidades de intervenção na Sìria. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse nesta quinta (9), em Nova Iorque, que uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o governo da Síria poderá aumentar ainda mais a tensão no Oriente Médio.
    “Eu acho que a última coisa que queremos ver ou fazer é contribuir para exacerbar as tensões no que nós consideramos ser uma das regiões mais tensas do mundo”, afirmou o ministro, ao observar que a Síria é um país crucial para a estabilidade da região.
    Patriota disse ainda que, diferentemente da resolução que autorizou a ação militar internacional na Líbia – aprovada pelo Conselho de Segurança em março, em uma votação na qual o Brasil se absteve –, no caso da Síria não há apoio dos países árabes a uma ação.
    A proposta de resolução analisada pelo Conselho de Segurança da ONU condena a repressão do governo da Síria a manifestantes.
    Alguns membros do conselho temem que a resolução seja o primeiro passo para uma intervenção na Síria, a exemplo do que ocorre na Líbia.
    Segundo Patriota, a ação na Líbia, autorizada como “meio de proteger civis de ataques por parte das forças leais ao coronel Muamar Kadafi, causa preocupação em algumas delegações na ONU sobre medidas do tipo em outros países”.
    Há entre alguns países a sensação de que os ataques aéreos feitos pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Líbia extrapolam o mandato autorizado pela ONU na Resolução 1973.
    “Eu acho que preocupações sobre a implementação dessa resolução também estão influenciando a maneira como delegações veem outras medidas que podem afetar outros países na região, particularmente a Síria”, disse Patriota.
    Além do Brasil, também a Índia e a África do Sul, todos membros não permanentes do conselho, já manifestaram restrições à adoção de uma resolução contra a Síria.
    Entre os cinco membros permanentes – que têm direito a veto –, Rússia e China também se opõem à medida.
    O texto atualmente em análise é uma versão revisada de uma proposta anterior e foi apresentado ao conselho ontem (8) por Grã-Bretanha, França, Alemanha e Portugal, com o apoio dos Estados Unidos.
    A proposta condena as “violações sistemáticas dos direitos humanos na Síria”, pede o “fim imediato da violência” e o “fim do cerco das forças de segurança do governo a diversas cidades do país”.
    No entanto, o texto original foi alterado para incluir a menção de que a única solução para a crise passa por um processo inclusivo e liderado pelos sírios.
    Com essa mudança, os autores da proposta esperavam conquistar o apoio de mais países e evitar o risco de veto, principalmente por parte da Rússia.
    Apesar desses esforços, hoje um porta-voz do Ministério do Exterior russo reiterou a oposição de seu país a uma resolução nesse sentido, ao afirmar que a situação na Síria não representa uma ameaça à paz ou à segurança internacional.
    masadi

  13. Chamar de ditadores ou ”homem forte” a todos que não comungam com a turma da OTAN mostra como não existe imprensa livre no mundo! NÃO EXISTE TERRORISTA MAIOR QUE UMA IMPRENSA QUE ESCONDE A VERDADE, E TOMA PARTIDO DE UM DOS LADOS!
    ULTIMAMENTE QUE MAIS SE VÊ SÃO JORNALISTA DANDO SUAS OPINIÕES PESSOAIS QUANDO NA VERDADE DEVERIAM SOMENTE DIZER A VERDADE DOS FATOS!
    CABENDO AO LEITOR OU ESPECTADOR TIRAR SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES !

  14. 1 – Reprimir e matar manifestantes no Bahrein com o apoio da Arabia Saudita é defender a democracia ? E condenar a mesma repressão na Síria é lutar a favor dela ? Ora façam-me o favor …. Como tem capacho de gringo por aqui…Dá nojo… Dandolo, Xtrem e HMS, quando eles matam gente inocente na Líbia, Afeganistão e Bahrein pode ? E quando é na Síria não pode ? Cadê a coerência de vocês ?

  15. hms tireless disse:
    10/06/2011 às 14:29
    Por outro lado….acho que o Min. Patriota está certo……. Acho que nem os israelenses querem uma mudança de regime na Síria….
    Sera que essa sua flexão em favor de uma politica do PT (do molusco) é porque tem um Q de concordancia israelense…He, He, He, He,
    não me leve a sério tô brincado.
    Caro Lucena Discordo do Titulo ” não vejo por parte do Brasil ” Hesitação ”
    Diria que a Hesitação esta em se tomando a decisão de criar uma politica afastadas da influencia americana,faze-lo apenas a nível diplomatico ” bla, bla, bla” sem esta acompanhada de uma forte politica de Estado de investimento pesado em educação, pesquisa tecnologica e de defesa, o desarmamento da sociedade civil é uma prova do equivoco e da hesitação.
    Abraço a todos

  16. oriente medio nunca vai ter paz enquanto os EUA estiver la sozinho … prefiro que o Brasil irrite msm do q fazer parte de uma enganaçao e hipocrisia dessas potencias

  17. Dandolo, que se livra de um ditador é o seu prórpio povo. Qualquer intervenção estrangeira, somente substituirá este ditador. Resumendo, muda a mosca mas a m… pode até ficar pior, pois foi remexida.
    Descupe o termo, mas, acorda…

  18. Nilo:
    Pessoalmente desprezo o ditador Bacharzinho. Contudo uma eventual mudança de regime pode conduzir a irmandade muçulmana ao poder, e (mais) um regime radical religioso é tudo que aquela região não precisa.

  19. ENQUANTO HOUVER OTÁRIO NO MUNDO,MALANDRO NÃO MORRERÁ DE FOME-PARTE II
    .
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    As potências européias e americanas estão preocupada com a mudança do eixo econômico mundial para a Ásia,China.
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    Toda a manobra geoestratégica e política mundial,energética(petróleo) que está ali no oriente médio,fica bem perto da Ásia,é muito arriscado para a Europa se caísse definitivo nas mão dos chineses e indiano,aí as guerras organizadas pela CS.
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    É impressionante como tem gente,para não dizer outra coisa, que insiste em apoiar os malandros.

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