Conselho de Segurança da ONU: custos e benefícios

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Especialistas dizem que os custos de tornar-se membro permanente do órgão da ONU são enormes. Mas eles estão à altura do protagonismo mundial do Brasil, afirmam outros

Os custos e benefícios do ingresso do Brasil no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), como membro permanente, dividiram as opiniões dos participantes do oitavo painel sobre política externa brasileira, realizado ontem pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), presidida por Fernando Collor (PTB-AL). Se por um lado tornar-se membro permanente transforma o Brasil em ator decisivo na cena internacional, como alegaram os defensores da iniciativa, por outro lado poderá expor o país a altos custos políticos e econômicos, segundo os críticos da medida.

O embaixador Ronaldo Sardenberg observou que o Brasil já esteve dez vezes no conselho, como membro não permanente. O momento atual seria propício ao ingresso do país no clube dos membros permanentes.— Nunca houve a oportunidade que temos agora — afirmou.

Igualmente defensor do ingresso brasileiro, o professor Danny Zahreddine, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais, lembrou que o Brasil tem um “poder real crescente”, baseado em seus progressos na economia, na energia e em novas tecnologias. Ele ressaltou ainda o “poder potencial” do Brasil, representado pela sua biodiversidade, pelo amadurecimento de suas instituições e pelo fortalecimento gradativo de seu poder militar. — Quais são os custos? São enormes. Existe a responsabilidade da decisão. Mas é um custo que um país que se vê como potência deve assumir — analisou.

A prioridade do ingresso no conselho foi contestada pelo professor Creomar Lima Carvalho de Souza, do Ibmec de Brasília. A seu ver, um dos motivos para a falta de progresso na intenção brasileira está no próprio país, cuja sociedade civil não toma parte do processo de escolhas das prioridades da política externa.— Até que ponto essa demanda é tão importante? É realmente uma prioridade? — questionou.

O professor norte-americano Albert Fishlow, do Centro para Estudos Brasileiros da Universidade de Colúmbia, apontou que o Brasil, no setor econômico, já tem forte representação no chamado G-20, onde se debatem as principais questões globais. No entanto, previu que, tornando-se membro permanente do Conselho de Segurança, terá que gastar muito mais em missões militares em várias partes do mundo. — Não vejo necessariamente grandes vantagens, em comparação às vantagens que tem no G-20, onde tem a possibilidade de influência. O Itamaraty prefere que o Brasil seja membro permanente, mas para o Brasil como um todo não me parece que seja uma vantagem — argumentou Fishlow.

Fonte: Jornal do Senado via NOTIMP

12 Comentários

  1. Claro que é uma fragante VANTAGEM pro Brasil ingressar sim.
    Só devemos estar atento ao fato de que o CS é um órgão POLÍTICO-MILITAR, duas coisas das quais o Brasil vem “claudicando” ha muitas décadas.

  2. Infelizmente tenho que concordar com esse professor americano da Colúmbia University ( onde inclusive tive a opurtunidade de passar um dia inteiro conhecendo o campus da mesma NYC )… Eu um leigo falando acho que o Brasil está no caminho certo na economia, e amadurecendo, já na questão política ( externa e interna ), e militar, aí sim à coisa tá feia. Resumindo, quem sabe trabalhando bastante e ainda existir a ONU daqui à uns 20 anos, esse CS da ONU cairia muito bem.Minha opinião.SDS.

  3. Claro que um ingresso no Conselho de Segurança da ONU nos custará caro ! Mas vejamos os custos benefícios ,maior poder maiores obrigações !
    Brasileiros nós temos um dever com o BRASIL e as gerações futuras de levarmos mais dignidade e respeito aos povos que como nós sempre estiveram à margem das decisões mundiais !
    ESQUEÇAM AS MENTIRAS QUE NOS FIZERAM ACREDITAR QUE SOMOS INFERIORES A QUEM QUER QUE SEJA,NÓS SOMOS CAPAZES E VAMOS LEVAR AO MUNDO A NOSSA VOZ E A VOZ DOS POVOS AMORDAÇADOS!

  4. Acho besteira gastar tempo e energia nessa tal de ONU, vez que só servirá pra os de lá meter o bedelho no Brasil e sempre usarão a tal da ONU como pretexto!Veja agora o caso da amazonia!Poder é poder, quem tem exala, vejam a China! O que nós temos que fazer é adquirir tecnologia ampla, capacitar nosso povo e conquistar mais mercado e termos um plano coeso e efetivo de projeção militar extracontinental – (com porta aviões, navios, submarinos, aviões de caça e de tropa – com tropa bem adestrada e para pronto emprego); é certo que será incumbência do Brasil proteger a américa do sul e a africa dos piratas desenvolvidos do norte. Com tudo isso eles é que nos chamarão pra colocar a bunda na ONU!Ou vcs acham que eles tão vindo no Brasil nos paparicar porque são bonzinhos!?Não, porque lucram a nossas custas e nos vêem como potência efetiva no médio e longo prazo, agora só falta dizer isso pra Dona laranja!…

  5. Regivaldo, faço minhas as suas palavras. Já havia dito aqui que não há benefício que justifique o ingresso do Brasil no C.S. da ONU. Isso é megalomania do Itamaraty. O Brasil vai fazer o quê lá fora? Não tem força militar nem para proteger os próprios território e população, quanto mais para enviar tropas ao exterior. Brasil: cuide de se desenvolver primeiro e dar dignidade ao seu povo, antes de externalizar suas megalomanias!

  6. Além do que essa questão da ONU já foi discutida pelo Brasil qdo da sua criação, quem nos impediu de sentar no conselho foi a inglaterra temendo que o Brasil se tornasse mandalete do EUA. Os que lá estão não podem se esquecer que sangue brasileiro também foi derramado pra que os ocidentais e orientais desfrutassem do mundo livre pós 2ª Guerra. Não é favor nenhum, demos a nossa parte nessa pretensão e pagamos caro, ou será que uma vida deles vale mais do que as nossa?

  7. He,he,he… É uma piada sem graça. O Brasil se quer é capaz de manter forças armadas em dimensões e adequadamente equipadas para o cenário sulamericano, quem dirá o internacional. Como fará frente à necessidade de uma intervensão quando se quer pode dispor de uma fragata sem desfalcar suas defesas? Faça a lição de casa adequadamente e depois tente assumir deveres e direitos de formado.
    []´s

  8. SAI FORA DESSA BRASIL… Pois meu pai sempre dizia:
    “Criança que brinca com fogo, faz xixi na cama.”
    E eu digo: “Crescer e aprender para não se arrepender”
    🙂

  9. COISA DE CRIANÇA MIMADA
    .
    .
    Existe outros meios e cenários onde o Brasil possa atuar de uma forma protagonista que não seja a moribunda CS: na decisões do G20,OMC,FMI,…etc.
    .
    O atual modelo de governaça global que está ai, já está anacrônico e sem uma perspectiva para o futuro;para mim, essa fixação patética e patológica por um assento na moribunda CS,não passa de uma vaidade infantil e inconseqüente do Itamaraty.

  10. E mt caro, e ainda tem custo das vidas de jovens nos conflitos militares em q teremos de nos envolver…daí eu dizer q se dane esse tal de Cs dessa tal de ONU.sds.

  11. Sou contra o Brasil entrar no CS, a conta é carissíma, tanto em dinheiro como em vidas, além dos mercados que se perdem. O Brasil pode ser grande, muito grande dando dignidade a se povo, educação, saúde, etc. CS pra mim nessa altura do campeonato é querer se exibir, é querer fazer pose…será que para muitos daqui só entrando para o CS é que sentirão felizes? Se for assim, isso é complexo de inferioridade.

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